8.9.08

MELHORAMENTOS EM MALCATA

Rua do Cabeço

ACTA Nº 17/2008 DA CÂMARA MUNICIPAL DO SABUGAL

Delegação de competências

– Junta de Freguesia de Malcata – Deliberado, por unanimidade, celebrar um protocolo de colaboração para «Calcetamento nas Ruas do Cabeço, da Estrada e da Escola Primária», com fundamento na delegação de competências oportunamente formalizada, sendo da responsabilidade da Câmara o encargo financeiro, no montante de 8.470 euros acrescido de IVA à taxa legal em vigor, bem como a fiscalização dos trabalhos.



Rua da Estrada

Rua da Escola

A FLORESTA É O NOSSO OURO E PRESERVÁ-LA É O NOSSO DEVER


No próximo dia 10 de Setembro, a partir das 9h30, no Auditório Municipal do Sabugal, vai ter lugar uma sessão de esclarecimento sobre os cuidados a ter com a floresta e sobre as medidas de prevenção dos incêndios florestais. Com esta acção, pretende a organização desta iniciativa sensibilizar as pessoas, principalmente a população rural, para o facto de os incêndios prejudicarem a flora e a fauna que habita na floresta da região.
Esta sessão de esclarecimento é organizada pela Câmara Municipal do Sabugal, através do seu Gabinete Florestal, e a Coopcôa-uma cooperativa agrícola do nosso concelho. Contam ainda com o apoio da Forestis, Associação Florestal de Portugal, a Federação Nacional dos Baldios, Fenafloresta, Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Florestais, Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Direcção Regional dos Recursos Florestais, Federação dos Produtores Florestais de Portugal e da União das Florestas Mediterrânica.
Bom, se cada uma das entidades enviar um representante teremos 12 presenças garantidas na sessão de esclarecimento. Porquê realizar esta sessão no Auditório Municipal? O objectivo não é sensibilizar as populações rurais? Se é esse o objectivo é porque estão esperançados em que as pessoas venham dos campos até à cidade. Desconfio que vão ser poucos os rurais a ouvirem a vossa mensagem. Penso que a iniciativa teria mais sucesso e os vossos bons conselhos seriam muito mais escutados se realizassem uma sessão de esclarecimento em cada uma das aldeias do concelho do Sabugal. Estas iniciativas são de louvar e de incentivar. Contudo, penso que às vezes queremos igualarmo-nos às gentes das grandes metrópoles e todos sabemos que no Sabugal as coisas funcionam de maneira diferente. Claro que dá mais trabalho a quem organiza se tiver que percorrer as aldeias. Mas se a floresta é tão importante para a nossa região, porque não ir com estas sessões mais próximo dos principais interessados?
Mas, mesmo com ideias diferentes das das pessoas que organizaram esta sessão, louvo a iniciativa e faço votos para que seja bem acolhida e participada por muitas pessoas.

7.9.08

A EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR


Hoje, o Jornal de Notícias traz esta notícia:

"Em Portugal, para se ser oficialmente pobre, não se pode ganhar mais do que 370 euros, mas quem gere a vida com o salário mínimo (426 euros) ou pouco mais, não se considera propiamente de classe média. E, o salário líquido de quase metade dos trabalhadores por conta de outrem não passa dos 600 euros.


Em 2004, mais de metade (52%) dos trabalhadores por conta de outrém tinham um ordenado líquido até 600 euros; no final do ano passado, eram 46%. Contudo, as subidas de preços ( da alimentação e dos combustíveis em particular) está a afectar toda a gente, mas sobretudo os mais pobres.

Tanto no Norte como nos Açores, quase seis em cada dez trabalhadores empregados ganha até 600 euros. Em Lisboa, não chega a três em cada dez. Em todo o país, a média é de 46%.


O que falta é distribuir


O que falta é distribuir a riqueza que existe. Não é verdade que a produção ( de riqueza ) acabe automaticamente com a pobreza. Portugal é o país da União Europeia com mais desigualdade na distribuição de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres.

O aumento do abono de família ou o complemento solidário para os idosos, são medidas cirúrgicas e foi deixado cair o objectivo "acção social" da agenda de desenvolvimento fixada pelo país no ano 2000, a favor apenas do emprego.


O trabalho não é a única solução para a exclusão social e a prova são os 11% de pobres que são, também, trabalhadores."


Estas afirmações e e estas conclusões aqui descritas foram feitas pelo presidente em Portugal da Rede Europeia Anti-Pobreza, Agostinho Jardim Moreira. Este artigo merece uma reflexão e nele se retrata o futuro de nós todos. Mesmo quem trabalha todos os dias e no fim do mês recebe um salário, podemos concluir que não chega para que viva bem ou melhor do que aqueles que vivem de subsídios e não trabalham. Foi por as coisas serem assim que nos anos sessenta e seguintes muitas pessoas do concelho do Sabugal emigraram para França, Alemanha, Luxemburgo e outros países. Por lá também trabalham para um patrão, mas esse trabalho é mais bem pago.

Eis mais uns números que assustam:

-151,4 mil pessoas não ganhavam mais do que 310 euros líquidos por mês, em 2007(INE)

-58% dos trabalhadores no Norte que trabalham só ganha um ordenado até 600 euros, Ou seja,

é este o salário máximo de 767 mil trabalhadores por conta de outrém na região.


5.9.08

IBERFOLK - FESTIVAL DE CULTURA TRADICIONAL NA ALDEIA DE SORTELHA

"No concelho de Sabugal
IberFolk em Sortelha até domingo
Começa hoje e termina domingo, a terceira edição do IberFolk –
Festival de Cultura Tradicional que decorre na Aldeia História de
Sortelha, no concelho do Sabugal. Hoje, o certame começa com uma
observação astronómica, marcada para as 22h00. À mesma hora, há
música, com as Adufeiras de Paúl. A noite continua com Hora do
Conto (Marco Luna), às 22h40. Ao final da noite há DJ Folk.
Amanhã, há actividades todo o dia. Ao longo da manhã e tarde, há
workshops (de reciclagem, dança tradicional e gaita de foles, entre
outros). Há noite, a música faz-se com Arranca Telhados (21h30),
Rabies Nubis (23h00) e No Mazurka Band (0h00).
No domingo, há festa até depois das 17h00, altura em que actuam
PortFolk. Até lá, os destaques são uma caminhada pela Serra da
Malcata (13h00) e um passeio de passeio de burro."
In: http://www.diarioxxi.com/

2.9.08

A ESTRADA SEM SAÍDA

Fotografias da estrada para a aldeia de Malcata.









Chegar a Malcata está cada vez mais rápido, mais seguro e mais cómodo. A estrada municipal que faz a ligação da Estrada Nacional 233 até Malcata foi beneficiada e este Verão todos os que por aqui tiveram que vir sentiram bem a diferença. Demoraram a iniciar as obras e também demoraram a terminar. Podiam ter sido melhorada ainda mais. Contudo, os malcatenses podem dar-se por satisfeitos com o resultado final. Mas eu gostava que esta estrada não acabasse na aldeia. Porque não construir uma ligação a Quadrazais?



31.8.08

AS ESCOLHAS DO PRESIDENTE




PARQUE DE CAMPISMO E OUTROS EMPREENDIMENTOS ENVOLVENDO A BARRAGEM DO SABUGAL CONTINUAM EM BANHO MARIA



Malcata-Barragem do Sabugal





O jornal “Nova Guarda” publicou no passado dia 20 de Agosto uma entrevista feita ao Presidente da Câmara do Sabugal, Manuel Rito Alves.
A barragem do Sabugal não foi esquecida e o Presidente da Câmara do Sabugal quando falou sobre a barragem fê-lo assim:


«NG - Sobre a Barragem do Sabugal havia também pensados vários projectos para o local?




MR - No que diz respeito ao parque de campismo esperamos lançar o concurso para uma parceria público-privada. Sobre os parques de lazer na envolvente da Barragem ficarão para mais tarde.




NG - Ainda no decorrer deste mandato?




MR - Dificilmente. O orçamento da autarquia é pequeno e não dá para tudo. Certas obras realizadas são fundamentais e estruturantes para o concelho do Sabugal e para a Região. São objectivos um bocado ambiciosos e que prejudicaram outros investimentos que são necessários no Sabugal, mas em termos de infra-estruturação importantíssimos no desenvolvimento do concelho. »in Nova Guarda,20/08/2008

Então continuamos à espera dos investimentos privados. E tanto espaço e com tanta água e não aparece nenhum visionário rico para investir? Se o subsolo fosse rico em petróleo ou ouro, os investidores faziam fila na Câmara do Sabugal. Mas a realidade é outra e os PIN(Projectos Interesse Nacional) só têm interesse lá para os allgarves e terras circunvizinhas.
Agora, nem o lince nos vale de nada. Malcata deixou de ser uma Reserva natural para o lince e quem tem de se acautelar com o gato bravo vão ser os coelhos de Silves e arredores. Para quando, os políticos e os empresários deste país descobrirem as potencialidades destas terras?

28.8.08

MALCATA: A FONTE ESQUECIDA

As fontes foram um marco importante na vida da aldeia de Malcata. Ainda hoje as fontes de Malcata são importantes para muitas pessoas que continuam a ir lá buscar água para consumir em casa, ignorando a torneira que têm em casa. Exemplo disso é a Fonte da Torrinha, que continua a jorrar água fresca e cristalina , própria para consumo e aquela que não se bebe é armazenada nos três tanques até ser utilizada na rega dos campos.


Mas hoje vou escrever sobre outra fonte: Fonte de São Domingos.


Fonte de São Domingos(Malcata)

É debaixo destas pedras que sai a água. Limpa, transparente, leve e refrescante. É mesmo uma fonte com boa água e todos devemos preservar este local. Há que mandar analizar a qualidade da água. A verdade é que sempre lá bebemos água e nada de anormal aconteceu até agora. Mas há cuidados a ter em conta e hoje os exames da água até são mais fáceis e económicos.







Fonte de São Domingos(Malcata)


Esta foto é feita a partir do caminho que passa ali ao lado. À volta da fonte há muito mato, alguns carvalhos e freixos e claro que a erva icupa agora as antigas hortas.


Fonte de São Domingos(Malcata)


A água jorra da fonte e segue pelo rego, até à primeira presa ficando ali retida até ser usada na rega dos campos.








Fonte de São Domingos(Malcata)

A fonte vista a dois metros de distância. É pouco visível por causa das ervas altas, mas é mesmo aqui que está a Fonte de São Domingos.





Fonte de São Domingos(Malcata)
Lá para o fundo, do lado direito , ficam os campos de cultivo(o Bradará).Poucos são os que ainda estão cultivados, mas ainda há alguns.


A Fonte de São Domingos fica perto da Capela de São Domingos, num sítio a que todos chamam Bradará. Muitos sabem onde fica esta fonte, principalmente as pessoas mais velhas, que a souberam preservar até agora. A água que brota desta fonte é cristalina, fresca e tem sido ao longo de muitas gerações um local respeitado por quem ali tem passado. Para além da qualidade da água, o nome de "Fonte de São Domingos", tem contribuido para que o local seja uma expansão da influência religiosa cristã ou não estivesse ali perto a Capela de São Domingos.
A água desta fonte ainda hoje é utilizada para regar as parcelas de terreno localizadas a juzante. Noutros tempos, aos seus pés, existiam umas pequenas hortas cheias de bons pimentos, vistosos tomates e grandes cebolas. Uma delas pertencia à minha mãe e lembro-me vagamente dessas hortinhas e de ter que acompanhar a minha mãe nos dias em que lhe pertencia regar a horta e o chão do Bradará carregado de milho e feijão. O tempo que a água demorava a encher a presa e a distância que a agua tinha que percorrer pelo rego até ao chão era mesmo muito. Havia que tapar muito bem a saída da presa e com o sacho na mão, seguir atentamente a corrente da água. Ao longo de todo o rego havia que verificar se os tornadouros para os terrenos dos outros vizinhos estavam bem fechados e sempre que aparecia um buraco de rato ou toupeira tinha que o tapar bem e dessa forma permitir que a água seguisse o seu caminho até ao destino. E claro, fazer esse trabalho levava algum tempo, mas era o método mais usado e conhecido pela minha mãe para conseguir levar a água a bom moinho.


Foi neste mês de Agosto que visitei a Fonte de São Domingos. Fiquei contente por ainda saber onde se situava e quando olhei para a sua água, a minha memória reviveu outros tempos e momentos de paz e prazer. É um local longe da aldeia. O silêncio mistura-se com a frescura dos freixos e carvalhos. Olhei para cima e vi a capela de São Domingos. Voltei-me para a direita e deu para observar os terrenos cheios de erva alta, misturada com juncos. Já não vi tomates, nem milho, muito menos a rama verde dos batatais. Restou-me meter as mãos na água que saía da fonte, mesmo por baixo das pedras da parede, tentar manter a concha inventada e beber aquilo que há séculos ali nasce.

Esta fonte devia ser preservada. Ao manter e cuidar desta fonte estamos a contribuir para manter a memória do colectivo da aldeia de Malcata que merece e deve ser mantida.