29.11.22

UM OLHAR SOBRE A JUNTA DE FREGUESIA DE MALCATA

    


   Passado que está o primeiro ano do segundo mandato deste executivo de Junta de Freguesia, o que mudou, entretanto? Para lá daquelas pequenas coisas de rotina, que não passam de uma obrigação, são visíveis ou sentem mudanças no dia a dia?
   Limpar as ruas, pintar algumas paredes e muros, abrir as portas da junta duas ou três horas por semana, são tarefas normais de qualquer autarquia. Por isso é que eu pergunto o que mudou na freguesia num ano de governação? Receberam muito mais dinheiro do que o que gastaram? Quanto receberam e quanto gastaram (investiram) e onde? O que está ainda por acabar? Como está a construção dos edifícios das “cabras sapadoras”? A prometida requalificação e alargamento da Rua de Baixo já terminou? E o registo do antigo quartel no Turismo de Portugal? Quem sabe se já compraram o mobiliário para a Sala de Memória Colectiva, cuja abertura tem sido uma miragem? E mais uma data de intenções que não sabemos em que estado se encontram, porque a Junta de Freguesia não informa os cidadãos.
   Como malcatenho eu gostava de saber algo mais sobre tudo isto!
                     José Nunes Martins
  

26.11.22

REUNIÃO PÚBLICA MENSAL DA JUNTA DE FREGUESIA

      


   Quem dos residentes na nossa freguesia se lembra de ir a uma reunião pública da Junta de Freguesia?   Segundo está escrito na Lei 75/2013, artigo 20º, ponto 1 “a Junta de Freguesia reúne …
    Artigo 20.º

   Periodicidade das reuniões

   1 - A junta de freguesia reúne ordinariamente uma vez por mês, ou quinzenalmente, se o julgar conveniente, e extraordinariamente sempre que necessário.
   Artigo 49.º

   Sessões e reuniões

   2 - Os órgãos executivos das autarquias locais realizam, pelo menos, uma reunião pública mensal, aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto na parte final do número anterior.

   3 - Às sessões e reuniões dos órgãos das autarquias locais deve ser dada publicidade, com indicação dos dias, horas e locais da sua realização, de forma a promover o conhecimento dos interessados com uma antecedência de, pelo menos, dois dias úteis sobre a data das mesmas.

   6 - As atas das sessões e reuniões, terminada a menção aos assuntos incluídos na ordem do dia, fazem referência sumária às eventuais intervenções do público na solicitação de esclarecimentos e às respostas dadas.

      Artigo 56.º

    Publicidade das deliberações

   1 - Para além da publicação em Diário da República quando a lei expressamente o determine, as deliberações dos órgãos das autarquias locais, bem como as decisões dos respetivos titulares destinadas a ter eficácia externa, devem ser publicadas em edital afixado nos lugares de estilo durante cinco dos 10 dias subsequentes à tomada da deliberação ou decisão, sem prejuízo do disposto em legislação especial.

   2 - Os atos referidos no número anterior são ainda publicados no sítio da Internet, no boletim da autarquia local e nos jornais regionais editados ou distribuídos na área da respetiva autarquia, nos 30 dias subsequentes à sua prática.

   Artigo 57.º

   Atas

   1 - De cada sessão ou reunião é lavrada ata, a qual contém um resumo do que de essencial nela se tiver passado, indicando, designadamente, a data e o local da sessão ou reunião, os membros presentes e ausentes, os assuntos apreciados, as decisões e deliberações tomadas e a forma e o resultado das respetivas votações e, bem assim, o facto de a ata ter sido lida e aprovada.
  
                                                                  --- + ---

   Depois de ler estes artigos da Lei 75/2013, deixo estas perguntas no ar:
   1- O executivo da Junta de Freguesia quantas reuniões públicas mensais já realizou? Se não realizou nenhuma, como se justifica perante a lei?
   2- O calendário dessas reuniões públicas está pré-determinado? Se está, onde é que os cidadãos podem ler esse calendário?
   
   As reuniões públicas mensais de cumprimento obrigatório, como qualquer reunião da Junta de Freguesia, tem que se lavrar uma acta resumindo o essencial daquilo que se passou nessa reunião, começando pela data, hora, local, presenças e ausências, que assuntos foram tratados, que decisões foram tomadas, quem votou e como votou e também informar que a acta foi objecto de uma minuta, assinada pelo presidente e pela pessoa que a escreveu.
   Também ficamos a saber que o executivo, para além de enviar para publicação obrigatória em Diário da República, os actos colegiais, também são ainda colocados e acessíveis a quem os quiser consultar, na página da internet da Junta de Freguesia, nos 30 dias a seguir à reunião.
   Ora chegados aqui, quando consultamos a página da Junta de Freguesia na internet e nas redes sociais ( https://malcata.sabugal.pt/ e https://www.facebook.com/freguesiademalcata, apercebemo-nos que não existe informação suficiente e ficamos sem saber se a Junta de Freguesia está ou não a cumprir integralmente a Lei 75/2013. E esta é a razão das perguntas já feitas. E ainda vou deixar mais algumas perguntas:
   Neste último mandato que iniciou em 2021, vai o executivo da Junta de Freguesia
continuar a infringir a Lei 75/2013? Será que alguém me vai responder? 

                                        
                                                    José Nunes Martins

24.11.22

OS COGUMELOS SILVESTRES EM MALCATA

 


   Os cogumelos sempre fizeram parte da alimentação das pessoas e em Malcata já vem dos nossos antepassados. Saberemos nós o verdadeiro valor dos cogumelos?
   No meu entender, dado o interesse das pessoas pelos cogumelos, sendo eles um recurso natural que apesar da abundância, a apanha sem regras e o desconhecimento do potencial deste produto e dos cuidados que ele merece para que não desapareça, há que criar condições na nossa freguesia para consciencializar o maior número possível de cidadãos, para a importância de formação sobre micologia.


 Engenheiro Agrónomo e Micologista Gravito Henriques

   Seja através da realização de jornadas micológicas, workshop’s, provas de culinária, passeios com acompanhamento técnico ou até mesmo com a aposta em cursos mais aprofundados e que leve os participantes a interessarem-se por esta fileira tão interessante e que faz vir tanta gente aos campos da nossa freguesia durante a época de apanha.  Quem me diz que entre os participantes e depois de adquirir mais conhecimento e até sentir vontade de investir, de criar negócio com os cogumelos, aparece gente empreendedora?



   Tanto os cogumelos silvestres
como os que se produzem em troncos de carvalho
 ou em fardos de palha, todos têm procura elevada
e são muito apreciados na alimentação.
    E todos são uma boa oportunidade de fazer negócio
 e felizmente, no nosso meio, no nosso concelho
vive gente preparada, com conhecimentos técnicos
e prática na formação na área dos cogumelos silvestres.
Tudo vai do interesse das pessoas e conjugar as vontades de todos!

                           José Nunes Martins


Um guia muito útil

                                                             

 
   

22.11.22

PERGUNTAR NÃO OFENDE

 Quando escrevo sobre a nossa freguesia pretendo apenas emitir a minha opinião e contribuir para o desenvolvimento da freguesia, ajudar a que as pessoas se unam, em nome de melhor qualidade de vida para todos. E já que os malcatenhos vivem calados, falam, mas muito baixinho, não querem ser incómodos e desagradáveis com o poder instituído, vou dando voz aos que a não querem usar.

   É realmente triste verificar que na nossa aldeia, muitas placas toponímicas estão partidas, com as letras sem tinta, algumas das ruas não têm as placas, as casas em ruínas para não cair pedras para a rua, chapadas de cimento e basta. Como se pode ver, há situações que não estão bem e como tal, têm que se falar delas, pois se ninguém o fizer, as vergonhas continuam escondidas e não vem à tona, não são do conhecimento de todos os malcatenhos.

       É preciso e é importante saber o que se passa na freguesia. E por isso faz falta saber e falar das coisas boas e falar também das que estão menos bem e que devem ser corrigidas. Como perguntar não é para ofender, há perguntas que se repetem.


   











 Volto a fazer esta pergunta: quem é o dono do rebanho das cabras sapadoras? É a Junta de Freguesia ou a Assembleia de Compartes? O que todos sabemos é que a Assembleia de Compartes delegou a administração dos baldios da freguesia no executivo da Junta de Freguesia. Como não sei o que se tem passado nas Assembleias de Compartes, tenho algumas dúvidas quanto aos últimos desenvolvimentos relativos à exploração dos baldios, através da introdução das cabras. Trata-se de um projecto importante e com interesse para toda a freguesia.





  

  
   Quem tem conhecimento dos acordos assinados entre a Assembleia de Compartes e a Junta de Freguesia? Como está planeado a exploração do rebanho? Quais os deveres e os direitos de cada entidade? Em que ponto está a primeira fase da exploração caprina?
   Como podem reparar há muitas perguntas cujas respostas eu não sei e penso que muitos dos malcatenhos estão como eu. Ficamos à espera que nos respondam? Eu assim vou fazer.
                                         José Nunes Martins



20.11.22

QUANTAS VEZES TEM DE TOCAR O CARTEIRO ?




                         AS RUAS QUE NOS DEVIAM FAZER LEMBRAR A HISTÓRIA

  

  Hoje, parece que não há rua ou bêco na nossa freguesia que não tenha uma placa com o seu nome. Numa aldeia pequena, onde os residentes chegam a onde querem ir e não precisam de olhar paras as placas, qual é a necessidade de lembrar por onde andamos? Qual é a importância desses nomes que todos conhecem?
   Noutros tempos, em que o correio chegava sempre a meio da tarde ao comércio do Ti Varandas, muitas pessoas enchiam o estabelecimento e ouviam-no em silêncio a ler o nome das pessoas que tinham cartas, avisos, bilhetes postais, pacotes com alguma encomenda, enviado pelos familiares que viviam fora da aldeia. Ora enquanto a distribuição do correio foi assim, não havia necessidade de haver carteiro, placas com os nomes das ruas e as portas também não eram numeradas. Mais tarde, introduziu-se em Portugal o uso dos Códigos Postais, das placas toponímicas e os números nas portas (nas Vilas e Cidades já lhes chamavam “número de polícia”). Desde o momento que o Município do Sabugal foi obrigado a proceder à adopção destas medidas, passou a ser obrigatório a sua colocação no início e no fim de cada arruamento. E claro, a partir dessa mudança, o carteiro apareceu todos os dias na aldeia. E foi para facilitar o trabalho ao carteiro que aplicaram estas alterações na toponímia das freguesias. Ao princípio foi um pouco confuso, chegavam cartas que não tinham o número da porta e o nome da rua. Como o carteiro não conhecia as pessoas, alguma correspondência não era entregue e era devolvida. As pessoas ficavam revoltadas, tristes e preocupados porque não sabiam o que fazer. Antigamente, diziam os mais velhos, chegava sempre o meu vale e agora perderam-no e tenho de pedir que mandem outro. O mesmo aconteceu com a carta com a conta da luz…foi mesmo um problema.
   Depois destes anos todos que passaram, as placas das ruas nunca mais foram revistas. Algumas até já desapareceram, outras estão mal colocadas e há vias sem qualquer nome e a isto juntamos alguns nomes que foram atribuídos, mas sinceramente, ninguém sabe como foi escolhido, mas se lermos alguns desses nomes, reparamos que não houve a mínima preocupação e rigor nesse trabalho de dar nomes às ruas. Estranho é a população da nossa freguesia não se queixar e nem sequer se interrogar sobre o assunto.
   Não é a primeira vez que escrevo sobre a toponímia da nossa aldeia. E já várias vezes alertei para alguns problemas, mas tudo está na mesma. Eu pergunto aos moradores na nossa aldeia e à Junta de Freguesia se não vão alterar o estado das coisas?

                                       José Martins