Se hoje os serviços do Estado não funcionam lá muito bem, aqui têm um exemplo de como o mal já vem de há muito. Leiam devagar e fixem as datas dos documentos.
( Para ver melhor, clicar sobre as imagens)
Como resolvi isto? Perguntei à minha mãe e a resposta que recebi deixou-me ainda mais abananado: foi a 11 de Outubro de 1960.
E esta, hein!!!
A Mesa das Juntas para os próximos quatro anos já foi eleita. Esta associação de freguesias foi criada durante o mandato de Joaquim Portas como presidente da Câmara do Sabugal, após discordância e abandono de uma Assembleia Municipal por não concordarem com o orçamento aí apresentado. Desde então, sempre que se realizam eleições autárquicas, são convocados todos os presidentes das 40 juntas de freguesia para uma reunião no Salão Nobre da Câmara do Sabugal. E entre os presentes, colegialmente são eleitos os 5 membros que representarão as freguesias nos actos que a Mesa das Juntas levar a efeito.
Este ano, os 29 membros presentes na reunião ( recordo que o concelho tem 40 freguesias ) escolheram o nosso presidente, senhor Victor Fernandes, para membro da Mesa.
Azahar já cá está e agora acompanhado pelos amigos Erica, Daman, Ébano, Espiga, Enebro,Erra,Fado, Fresco, Fresa...já só falta que baptizem o próximo com o nome "Malcata". Porque não?
Continuando a escrever sobre cogumelos, hoje o Jornal de Notícias publica a opinião do Dr.Linhares Furtado e podemos ficar a saber que segundo ele que "os cogumelos venenosos podem provocar uma hepatite aguda, que dá origem a uma insuficiência hepática de tal modo grave que, por vezes, é impossível salvar os doentes. Ou há a oportunidade de transplantar imediatamente as vítimas - o que não é assim tão fácil, porque não há dadores de fígado ao dobrar da esquina e as compatibilidades dificultam ainda mais os transplantes - ou elas morrem. Apesar de tudo, ainda há muitos doentes que escapam com vida apenas com tratamentos médicos.
É por isso que eu só como cogumelos de cultivo e nunca silvestres. Não arrisco, porque sei que os cogumelos venenosos não só danificam o fígado, como, por vezes, danificam de forma tragicamente irreverssível, todos os orgãos que estão à volta. As pessoas têm de ser mais responsáveis, mais ponderadas e não devem dar tiros no escuro".
Ora aqui temos um bom conselho. Se o senhor António Pires, de 80 anos e a sua mulher Maria tivessem tido mais cuidado com os cogumelos silvestres que foram apanhar e os cozinharam para comer no sábado ao jantar, talvez eles e família evitassem o sofrimento e a morte.
"Os meus pais sempre comeram cogumelos, desta vez alguma coisa correu mal"
"O tacho ainda estava em cima da mesa"
Foi assim que o filho deste casal comentou o trágico desfecho dos seus pais. E a minha mãe, que todos os anos ia apanhar cogumelos e com tanto cuidado e carinho os arranjava para quando eu fosse à aldeia os trazer para a minha casa. De facto são saborosos, são algo de especial...mas acho que agora vou seguir o conselho do doutor Linhares Furtado.
A tradição de comer cogumelos silvestres já vem de muito longe. Por toda a Beira Interior e claro na aldeia de Malcata as pessoas da aldeia rebuscam todos os pinhais e campos em busca destes "camarões" do campo.
Realizou-se há bem pouco tempo nos Fóios uma Jornada Micológica. Os participantes para além de apanharem os cogumelos, com a ajuda do engenheiro Gravito, aprenderam a melhor forma de os apanhar e deixar aqueles que são tóxicos para a saúde humana.
Aos cogumelos silvestres muitos chamam também "míscaros", sendo o miscaro amarelo um dos mais apanhados e consumidos.
Em Espanha este cogumelo conhecido pelo nome de Tricholoma Equestre, passou a ser proibida a sua apanha e a sua comercialização. Em Portugal, segundo as palavras do Engº.Gravito, está quase pronta a legislação que vai também proibir o seu consumo por humanos. As razões desta medida são as de que é um cogumelo, quando consumido ao longo de muitos anos e muitas vezes, pode ser venenoso, pois, os efeitos maléficos podem até só manifestarem-se ao fim de uma vintena de anos...e acredita-se que às vezes não se associam as mortes humanas ao consumo deste cogumelo por causa desta particularidade ser tão espalhada no tempo.
Tricholoma Eqestre ( Míscaro amarelo )
Esta informação não deve ser ignorada e como medida cautelar, desaconselha-se o seu consumo. Mas caso tenha consumido cogumelos e se sinta mal, não deve hesitar e contactar o Centro de Informação Anti-venenos:
Clicar em cima da imagem para ler melhor
CIV ( Centro Informação Anti-Venenos )
É que quem consome cogumelos tem de ter em conta que existem algumas espécies que só se consomem uma vez na vida...porque depois da primeira vez já não está vivo para repetir a dose.
Infelizmente, em Portugal as mortes causadas pelo consumo de cogumelos venenosos é uma realidade. Leia esta notícia vinda na comunicação social:
Os cogumelos são, apesar de tudo, um alimento natural, um excelente produto de culinária e quem desejar saber algumas receitas aqui deixo um sítio seguro e interessante:
Ainda a propósito da Jornada Micológica dos Fóios, aqui publico algumas fotografias do evento que contou com a participação de cerca de 70 pessoas, estando também esta gente de Malcata:
Este pequeno filme mostra uma aldeia, as suas ruas,a serra que lhe deu o nome, das pessoas que ainda lá vivem durante todo o ano. Também revela a "outra" aldeia durante o mês de Agosto, com muita gente que aqui vem passar as suas férias. O Tempo não pára de avançar e os anos transformam as pessoas e as coisas e o passado vai-se esquecendo porque o presente ocupa-nos o dia a noite. Começo a ficar preocupado com a aldeia onde nasci. A vida mudou e muito. As ruas estão calcetadas e limpas. Na minha infância não havia rua que não tivesse vestígios da passagem das juntas de vacas, dos rebanhos de cabras e ovelhas e das galinhas em plena liberdade pela rua. Ainda me recordo daquela tarde de Verão em que uma patrulha da Guarda Republicana multou a Ti Ana por causa das galinhas que andavam na rua. Agora, galinhas com essa liberdade, só conheço as da Ascenção e coitadas, ficam encerradas no galinheiro sempre que levo os meus cães quando vou visitar o meu pai.
O Mundo continua redondo e Malcata continua a ser aquela aldeia perdida e esquecida pelos empreendedores deste país. Ah, se os sonhadores, soubessem o valor que tem Malcata, saberiam onde realizar os seus sonhos e ganhar uma vida de felicidade. Venham, visitem a aldeia, subam até ao cimo da Serra da Malcata e sonhem de olhos abertos ao mesmo tempo que observam o reflexo do sol nas águas tranquilas que a nascente do Côa vai levando até à albufeira da barragem. Se os olhos gostam...se os ouvidos gostam...se o nariz gosta...é porque vale a pena ocupar assim o pensamento.
Foi numa das minhas idas à cidade que observei esta situação. Observem a fotografia e digam lá se aquele candeeiro está ou não a mais. A iluminação do espaço é necessária, mas no meu entender o recinto ganhava se este candeeiro fosse dali retirado e optassem por outro ponto de suporte para iluminar este bonito local. Os mastros para as bandeiras estão bem colocados na esquina esquerda. O candeeiro está mais para a direita. Procurei posicionar-me para conseguir uma foto da exposição, mas sem o dito poste do candeeiro, mas não consegui e foi aí que me apercebi de que este poste está ali mal colocado. Não acham?
Malcata - O encontro de uma noite de luar… Caminhada nocturna
Realizou-se no dia em que as bruxas saem à rua, 31 de Outubro (também conhecido por Halloween), uma caminhada nocturna na freguesia de Malcata, organizada pela Associação Cultural e Desportiva desta localidade.
Eram mais ou menos 20 horas do dia 31 de Outubro. A sós, aos pares ou em grupo foram chegando à sede da Associação Cultural e Desportiva de Malcata (ACDM) – organizadora deste evento – pessoas interessadas em participar nesta actividade. Com um grande grupo de 75 participantes iniciou-se a caminhada, atravessando a aldeia e seguindo rumo por um trajecto anteriormente delineado. Era uma lua (como diria Francisco de Assis) em fase de Lua Cheia, decidiu brindar-nos com a sua presença ao longo de todo o percurso, dando um ar lunático à paisagem, inolvidável para quem teve a sorte de caminhar, ao longo de mais ou menos três horas, por caminhos diversos. Uns almofadados, outros pedregosos; uns subiam, outros desciam. Na lomba da Serra tivemos a oportunidade de avistar, de vários pontos, os numerosos aglomerados populacionais que se estendiam por todo o horizonte da Beira Alta e Beira Baixa, quais pirilampos mágicos que nos piscavam o olho e nos obrigavam a ter vistas largas.
A meio da caminhada, a paragem enunciada: uma carrinha de caixa aberta, devidamente ornamentada com tochas ardentes, expunha um fausto menu (bebidas quentes, sumos variados, bolos, etc.).
Bem retemperados, retomou-se a marcha pela lomba da Serra até ao Homem de Pedra, ponto e marca para a descida e o regresso para a sede da ACDM, onde nos esperava um excelente caldo verde e outros acepipes.
Parabéns à nova direcção da Associação que tão bem soube organizar este evento. Estendo certos que na próxima caminhada muita mais gente haverá, pois as surpresas que a noite nos oferece não se podem desperdiçar (houve quem “visse” de tudo um pouco: linces, corsos, javalis, coelhos aos montes, bandos de perdizes, texugos, saca-rabos, nharros e todo mais uma panóplia de coisas raras). Basta fechar os olhos para ver.
Felizmente houve luar nessa noite. Por motivos profissionais, este ano não pude participar neste passeio, mas se o primeiro correu bem, fico a aguardar a realização de outros. Quem sabe se da próxima vez eu tenho a oportunidade de também olhar e ver o lince.