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terça-feira, 18 de novembro de 2008

DESPOVOAMENTO E DESERTIFICAÇÃO NO CONCELHO DO SABUGAL

DESPOVOAMENTO

ABANDONO




Despovoada, envelhecida e esquecida pelos poderes públicos, assim é a zona raiana da Beira Interior e da vizinha província espanhola de Salamanca. O retrato consta de um estudo apresentado pela Caritas.

A fatalidade é tal que o documento inclui uma espécie de epitáfio para esta vasta região: "Trata-se de uma das zonas mais desfavorecidas e pobres da Península Ibérica e da Europa, sem presente e sem futuro", conclui-se.


Promovido pela Caritas da Guarda, Salamanca e Ciudad Rodrigo, com a colaboração da Fundación para la Investigación Social Operativa e Aplicada (FINSOA) e do Observatório Económico e Social da Universidade da Beira Interior, o estudo foi levado a cabo em 73 freguesias dos dois lados da fronteira, num território com mais de três mil quilómetros quadrados, tendo sido inquiridos cerca de 150 pessoas, entre autarcas e responsáveis de diversas áreas.
A primeira constatação é a desertificação demográfica registada nos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Almeida, Sabugal e Penamacor (no distrito de Castelo Branco), bem como na província de Salamanca. "Desde 1950, esta região perdeu 58 por cento da sua população, passando de 92 mil para os 38.500 habitantes actuais", realça o estudo. Talvez por causa disso, os investigadores verificaram ainda que neste território ultraperiférico "há abandono e um tratamento desfavorável por parte dos governos de Portugal e Espanha".

ENVELHECIMENTO
Também não há "massa crítica por falta de emprego", sendo notória a "ausência de espírito empreendedor e cooperativo entre os residentes", já que a sua grande maioria vive "sobretudo das reformas ou da agricultura".

Face a este diagnóstico, a Caritas propõe-se criar um centro inter-diocesano de intervenção social e desenvolvimento, em Vilar Formoso, para "ajudar os habitantes a concretizar projectos económicos e a criar riqueza, mas também para corrigir a pouca eficácia dos serviços públicos, que não vão ao encontro das pessoas", considera Paulo Neves, da Caritas.
in Jornal de Notícias, 15 de Novembro de 2008








segunda-feira, 17 de novembro de 2008

BRICOSOLIDÁRIO NO SABUGAL

A carrinha da Esperança

800 212 008

Arranjo de portas, janelas, mudar um casquilho e a lâmpada,
mudar umas telhas partidas, um vidro partido, arranjar o esquentador, mudar uma fechadura, arranjar uma persiana...
todos aqueles pequenos arranjos que as pessoas não reparam porque a idade já é muita, o corpo anda doente ou não têm dinheiro para pagar os arranjos, não há que esperar pela vinda de França do filho ou do neto. Basta pedir ao vizinho, ao amigo, ao padre da aldeia que ligue para o 800 212 008. É um serviço gratuito, com a garantia da Câmara Municipal do Sabugal e da Pró-Raia.
800 212 008 o número da esperança


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

OS CAVALOS NÃO VÃO A MALCATA



II CONCENTRAÇÃO INTERNACIONAL
PORSCHE FANS PORTUGAL
Saibam os senhores que elaboraram este cartaz que o Sabugal, quer gostem ou não, desde 9 de Dezembro de 2004 que é uma cidade portuguesa.
Há erros que podem e devem ser evitados. E quem tem guita para ter e manter um Porsche não deve cometer estas gafes.
Para além do erro no cartaz, convido os fans de PORSCHES que inadvertidamente se enganem no percurso e levem os cavalos a beber da água que corre na fonte de Malcata. Digo-lhes que não se vão arrepender e os cavalos vão agradecer.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

VIVACI PARA TODOS

























Vivaci na Guarda, Braga, Gaia, Setúbal, Évora e Vivaci nas Caldas da Rainha, Beja, Maia...



AS NOVAS TABERNAS DA GUARDA


As conversas dos nossos dias:
- Então, compadre, bom dia! Tanta pressa porquê?
- Ti Manel, vou à cidade. Vi na televisão que abriu o Vivaci na Guarda. Hoje não sei como passar o tempo e como está de chuva, olha, pensei ir até lá, ver como é aquilo. Olha que deve ser grande, com muitas lojas, restaurantes e tem lá um daqueles supermercados que tem tudo.
- Compadre, compadre, tenha cuidado. Olhe que eles o que querem é que lá gaste dinheiro. Tenha cuidado porque entra lá e sai de bolsos vazios e o carro atolhado de sacas de compras. Tenha cuidado com o que transporta no carrinho das compras.Há dias, o Ti Tó quando chegou a casa foi interrogado pela mulher acerca do soutien que comprou. Ele bem reafirmava que não tinha comprado nada daquilo, que não sabe como isso lá foi parar. Olhe, viu-se à rasca para convencer a Deolinda de que alguém lhe colocou aquilo no seu carro.
- Bem, mas queres vir ou não? Anda, vamos os dois passear e conhecer aquilo.
- Já que tanto insistes, eu vou. Mas, compadre, nada de compras, nada de roupas de mulher. Se for um meio quartilho, isso ainda vai. Vamos lá então...conhecer a nova taberna.

domingo, 9 de novembro de 2008

OFÉLIA CLUB EM MALCATA ? SIM, MAS NÃO HÁ TERRENOS EM SALDO.














Será por aqui o Ofélia Club?



Continuam a decorrer as negociações entre a Câmara do Sabugal e os proprietários dos terrenos de Malcata, onde a Existence pretende construir um complexo turístico. A autarquia oferece 0.60 cêntimos e metro quadrado. Dizem eles que é mais elevado do que o que pagam no resto do concelho. Ora, claro está, há proprietários que não aceitam esta proposta. A Câmara do Sabugal, através do seu presidente, Manuel Rito Alves, já disse que "haverá outra reunião no final do mês, porque há pessoas que não querem vender os terrenos, mas penso que estão convencidas. Temos de lhes dar um espaço de reflexão".
Será que 0.60 cêntimos cada metro quadrado é um preço justo e aceitável? Um hectare de terreno equivale a 10.000 metros quadrados. As pessoas ouviram falar em 6000 euros por hectare. É muito euro, mas para 10.000 metros quadrados, as pessoas acham pouco.
Em Abrantes, a Câmara local está a braços com o mesmo tipo de investimento e também vai vender terrenos a 1.25 euros o metro quadrado. Diz a autarquia que este preço é um preço simbólico. E a Câmara do Sabugal não vende porque não tem terrenos em Malcata. Ou, se tivesse, aceitava vender a 0.60 cêntimos o metro quadrado?
Todos sabem a importância que pode ter este investimento em Malcata. Tenho a certeza que todos, mesmo os proprietários que reclamaram mais dinheiro pelo seu terreno, desejam que o empreendimento se construa em Malcata. O que não querem é vender ao desbarato. E lá têm as suas razões para assim agirem. Investir em Malcata, todos concordam e apoiam. Mas desejar "almoçar de graça" nem pensar!
O diálogo entre todos os interessados levará a uma boa decisão. Até ao fim do mês é tempo para reflectir.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

JORGE DEIXOU O BENFICA MAIS TRISTE

O Jorge acompanhado da sua família

Faz hoje oito dias. Não deu ainda para esquecer. É ou não a morte o fim de tudo?

A vida do homem é mesmo assim. Os anos vão passando e o corpo humano vai ficando mais frágil, mais fraco e às vezes, por várias razões, os orgãos vitais adoecem e deixam de funcionar normalmente. Não adiantam tratamentos à base de radiações, comprimidos, vacinas...o mal não desaparece do corpo. Foi o que aconteceu ao Jorge. Vivia em França com a Pascale e os seus dois rebentos. Agora, descansa no cemitério de Gesteira, ao lado de Soure.

O Jorge era benfiquista e sócio da Casa do Benfica de Soure. É de louvar a presença da bandeira da águia, solenemente transportada por um elemento da Casa do Benfica, durante toda a cerimónia fúnebre.

Como disse o padre de Gesteira, "Deus não deseja a morte do homem.Os orgãos humanos adoecem e não resistem à doença e deixam de executar as suas tarefas vitais, interrompendo a continuação da vida. Mas há outra Vida para além desta que conhecemos".

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

PORQUÊ?




"Acabava de lhe levar uma chávena de café com leite.

Já estava melhor! Mas quando voltei à enfermaria, já tinha morrido"- disse o auxiliar de acção médica.

Porquê? Ainda era tão novo!

Cada dia, a cada momento, há pesoas que, no hospital, mergulhadas em profundo desespero, levam as mãos à cara e choram por um sofrimento inesquecível; choram, impotentes e desesperados, a morte inexorável.

Porquê o sofrimento?

Porquê a paralisia parcial ou total?

Porquê o cancro?

Porquê esse acidente que me vai impedir de voltar a andar?

Porquê morrer na primavera da vida?

Porquê?

Porquê? Quem me responde?

Quando penso nos mortos, na minha própria morte, nosofrimento dos inocentes, sinto-me envolvido pelo mistério.Posso intentar não pensar nisso, mentir aos outros ou a mim próprio.

Enquanto tiver cérebro e coração, este mistério há-de perseguir-me.

Quando chegar a minha hora e eu próprio penetrar na noite do sofrimento e da morte, que me restará?

Espero poder rezar então,gritando a Deus:


"Porque apagaste os sóis que Tú próprio acendeste?"


Sei que, com o coração, entenderei coisas que a minha

inteligência não me pode explicar.


Deus é amor.


Ele ama-me. Apoia-me.

Morrerei para viver para sempre num amor imortal.


Texto adaptado do livro "Amar", de Phil Bosmans, Ed.Perpétuo Socorro.

domingo, 26 de outubro de 2008

AI CRISTO, ANDA CÁ REPETIR O MILAGRE DAS BODAS DE CANAAN

As Bodas de Canaan
Portugal reúne todas as condições para ser o study-case da política europeia que os nossos dirigentes, de vez em quando, sugerem que já é. Estamos muito mais endividados do que aquilo que ganhamos (é o que diz a nossa dívida externa) e não estamos a pagar as prestações do que devemos (é o que diz o défice).
Somos o parente pobre daquelas famílias ricas que às vezes é divertido, conta anedotas e diz "porreiro, pá" em festas onde se bebe muito, mas é incómodo porque não quer trabalhar. "O tio deu-lhe um bom emprego e ele continua a gastar tudo em mulheres e agora foi comprar um carro descapotável".
A continuar assim, Portugal poderá ser protagonista da resposta a uma pergunta histórica: será que a União Europeia deixará falir um país membro pelo acumular de erros de gestão, ou o "nacionalizará" como fazem aos bancos que, por ganância, incompetência e pilhança caem no vermelho? Se nos deixarem falir ficamos como o Kosovo. Um antro de oportunistas, traficantes e vigaristas tolerados na vizinhança por correcção política, a cujos filhos se dá um eurito de vez em quando com um "portem-se bem", mas onde queremos a Polícia de choque a manter as coisas longe de nós. Se nos nacionalizarem, a condição para a solvência é mandar para cá gestores profissionais que, tal como a força de paz do Kosovo, dialogam pouco.
Apenas dizem aos locais quais as ruas onde se pode transitar em sentido único, nos dois sentidos ou onde o trânsito está interdito. Depois, esses gestores vão transformar a nossa banca privada em balcões de um banco público pan-europeu de capitais mistos com sede regional na Culturgest, que reporta directamente a Berlim, Londres e Paris.
Vamos deixar de nos preocupar com coisas como o Orçamento de Estado, essa obra literária anual cujo estilo ainda não se conseguiu definir em três décadas de democracia porque hesita de ano para ano entre o absurdo e a ficção. Este ano, os dois géneros ombreiam em íntimo concubinato. Na área do absurdo, ressalta a proposta de transformar o crédito imobiliário malparado em sisudas parcelas de arrendamento que os devedores passariam a honrar com a religiosidade que já não temos. A proposta é tão mais absurda quanto diz que só é candidato a este milagre quem não tiver "mais de três meses" de incumprimento na prestação. Ou seja, o que o Orçamento de Estado para 2009 diz é o seguinte: Não pague durante três meses a prestação da casa porque o Estado socialista toma conta da sua dívida e vai poder continuar a saldá-la em suaves prestações de cerca de metade daquilo que hoje o esmaga e não o deixa dar largas à sua expressão pessoal tão bem traduzida em plasmas, playstations, telemóveis e tunning de automóveis baratos. E a casa continua sua. E ninguém diz para onde vai o resto da dívida nem quem é que a vai pagar.
Na área da ficção, o Orçamento prevê crescimentos para além de tudo o que já crescemos e diminuições de défices para aquém de tudo o que já descemos. E tudo isto no ambiente da maior crise financeira da historia da humanidade em que o dólar vale menos do que o bíblico shekel, que serviu de moeda de troca às tribos judaicas durante o êxodo. E é esta gente republicana e laica. Tanta fé no futuro não se via desde as bodas de Canaan.
Artigo escrito por Mário Crespo, publicado no Jornal de Notícias. O negrito é colocado por mim. O jornalista sabe bem o que escreve.