21.11.23

EXPRESSO DE PASSAGEIROS DO SABUGAL A LISBOA

 

    REDE EXPRESSOS VAI LIGAR DIARIAMENTE

   O SABUGAL A LISBOA A PARTIR DE 30 DE NOVEMBRO DE 2023



  A cidade do Sabugal passa a ter, a partir de 30 de Novembro, uma ligação diária e directa, à cidade de Lisboa, de autocarro/expresso. Esta informação está a ser divulgada pela empresa de transporte de passageiros Viúva Monteiro,Lda. Esta empresa sabugalense e a Rede Nacional de Expressos (RNE) estabeleceram uma parceria, no que diz respeito ao transporte de passageiros, e a partir do próximo dia 30 de Novembro, as duas cidades passarão a estar diariamente servidas e ao mesmo tempo, também ligadas a toda a rede nacional.
   Uma excelente notícia para as pessoas do concelho do Sabugal, tanto para quem vive na nossa região, como também para os que residem e/ou trabalham na área de Lisboa e arredores.
   As duas empresas de transporte de passageiros estão esperançadas no sucesso desta parceria e têm consciência do enorme desafio que vão enfrentar. São mais de seis milhões de passageiros que anualmente utilizam a rede nacional de expressos, reforçada com a entrada da Viúva Monteiro e que investiu mais de 2,5 milhões de euros em novos autocarros. A concorrência no nosso país é muita, pois existem mais empresas a assegurar a mobilidade das pessoas de norte a sul do país, algumas são das mais fortes no mercado europeu.
   A Viúva Monteiro, Ldª. Passa assim a oferecer aos seus utentes, uma significativa melhoria de qualidade na mobilidade por todo o nosso país. A Central de Camionagem no Sabugal vai ganhar mais animação, pois esta possibilidade de uma pessoa viajar mais rápido, mais fiável que os comboios e em maior segurança e conforto, tem tudo o que é necessário para triunfar.

  
  

Viaturas novas
(Foto Viúva Monteiro)


  
  


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RNExpressos
INFORMAÇÕES aqui.

19.11.23

MALCATA: HÁ COGUMELOS QUE SÓ SE COMEM UMA VEZ!

 

Chefe Valdir Lubave, aprendeu e ensinou
a apreciar cogumelos silvestres.


   Estamos no tempo das castanhas e dos cogumelos silvestres, dois sabores característicos do mundo rural e da nossa aldeia também. E porque é importante transmitir e divulgar o nosso comum, as tradições e os saberes dos nossos antepassados, venho chamar a atenção dos malcatenhos para a riqueza que são estes e outros produtos, como o mel e a batata e que ainda se vão encontrando na freguesia.
   A nossa aldeia é igual às outras terras vizinhas e há muitas coisas em comum, são saberes e costumes que foram transmitidos de geração em geração. Somos aldeias beirãs e as pessoas mantêm boas relações humanas e que se fortaleceram através dos casamentos e dos convívios ocasionais.
   Muitos costumes e tradições estão a desaparecer e não existem registos desse património, pois quando a pessoa morre leva com ela esses segredos. 
E é pena que se perca esta riqueza natural e tradicional, por não existir nenhum projecto que os preserve e guarde.
   

Engº Henrique Gravito, um amigo dos cogumelos silvestres,
pessoa com muitos conhecimentos científicos e experiências de campo
no vasto mundo dos cogumelos silvestres, em particular, as 
espécies existentes na nossa região beirã.

   
   A nossa freguesia devia fazer e ainda não fez o que já se falou em encontros e reuniões. Dar mais atenção a estes dois produtos deve ser uma das prioridades a ter em conta.  Com a castanha e os cogumelos silvestres e alguma imaginação e visão a longo prazo, podemos trazer mais desenvolvimento, mais negócios, mais bem-estar aos que vivem na freguesia. Com um pouco de imaginação e muita vontade, por exemplo, promover os percursos pedestres que existem na nossa aldeia, associar um grupo de pessoas e abrir uma espécie de cooperativa, com. as caminhadas e os passeios pelos castanheiros e pinhais e levar as pessoas à descoberta da castanha e do míscaro ou boleto. Tantas outras actividades que se  podem organizar! Podem ser aqueles projectos que há muito se fala e que ajudarão a melhorar as condições de vida, contribuindo para a manutenção e fixação de gente jovem e activa na região. 
   Lembro-me do meu tempo de criança que as pessoas se preocupavam com limpar os pinhais e as carvalheiras. Juntavam a caruma e a folha e levavam este material para os campos e substituíam os adubos e serviam para fazer a “cama” aos animais. E os míscaros, quando se via a terra gretada, a minha mãe espetava um pau aguçado na ponta e lá saltavam inteiros. Esta espécie de cogumelos são muito saborosos e bem cozinhados, a minha mãe dizia que sabiam bem melhor que alguma carne! São mesmo deliciosos!
   E se pensam que os cogumelos e as castanhas são dois produtos normais, pouco apreciados, ou que não existe pessoas que procuram estas iguarias gastronómicas, digo-lhes que por falta de conhecimento e informação, não sabem os sacrifícios que essa gente está disposta a passar! Alguns viajam centenas de quilómetros e vão de GPS ligado até aquele pequeno lugar, meio escondido, numa rua estreita e só a pé lá se entra, empurradas pelos aromas vindos da cozinha da casa lá do canto, sorrindo umas para as outras por não se terem perdido no caminho e desejam experimentar o famoso "arroz de míscaros" da Avó Bi - Sabores de Malcata"!
   Esta riqueza oferecida de forma quase gratuita pela Natureza, pode e deve merecer muito mais atenção e como todas as outras riquezas naturais, necessitam de ser cuidadas, respeitando o seu ciclo normal de vida. Por isso é importante aprender a conhecer e a respeitar o seu habitat, o seu mundo.
   E para que os recursos naturais, mesmo aqueles que crescem no campo, nos montes e florestas, onde não há poluição industrial ou lá despejada por homens, não sejam culpados e riscados da nossa alimentação, deixo aqui um conselho em forma de AVISO sério que as autoridades de saúde há muito que não se cansam de divulgar. É importante ler e seguir estes conselhos:
   
   
   

   



   

 

15.11.23

MALCATA: UM MAGUSTO TRADICIONAL PRECISA DE CARUMA SECA

 

Castanhas assadas sobre a mesa

    Como se preservam as tradições e ao mesmo tempo se defende e fortalece a identidade cultural de uma comunidade, de uma freguesia rural?
    E que importância têm as tradições  e costumes que essa mesma comunidade teima em realizar?
    O reconhecimento da importância das tradições e o continuar com elas, para salvaguardar as tradições do passado e com isso fortalecer a identidade cultural dos malcatenhos, já é um passo certo no sentido de preservar o património imaterial da nossa comunidade. E o património imaterial, vai para além do património material, como é o caso dos monumentos, concretamente, a torre do relógio, as fontes, a igreja matriz, as ruas... Esse é o que chamamos património material, porque são bem visíveis e  estão à vista de todos. Mas o modo de ser, sentir, celebrar os costumes, as tradições, as festas  pagãs e cristãs, a oralidade  e expressões que as pessoas recorrem no dia a dia e durante muitas gerações,  funcionam como bilhete de identidade da comunidade deste lugar de Malcata. É o conjunto destas expressões  e  rituais, transmitidas de geração em geração e que permanecem que valorizam importante todo o património material e imaterial.  Por isso, sempre que se realizam eventos na aldeia, é uma oportunidade para os malcatenhos conhecer  a relação que temos com a nossa história como povo, sendo por isso importante cimentar as relações entre as pessoas e o fortalecimento do sentimento de pertencer a este povo.
    A tarefa de preservar o nosso património deve ser assumida por todos e não apenas pelas associações ou pela Junta de Freguesia. Cada um de nós deve preocupar-se por olhar para o património como seu e que o  deve manter e preservar, divulgar a quem deseja conhecer. Contudo, cabe às instituições públicas o dever de fazer um esforço maior e preservar esses tesouros e contribuir para uma melhor compreensão e um maior interesse em preservar a história, a tradição e costumes, um legado que nos deixaram aqueles que nos antecederam. 
    O facto de se organizarem eventos como os magustos, que anualmente se organizam, não significa imediatamente que estamos a preservar uma tradição ou os costumes da nossa aldeia.
     Preservar uma tradição exige muito mais que um mero convívio durante uma tarde. A envolvência da comunidade, a utilização das ferramentas e dos métodos tradicionais e não trocar esses rituais por modas novas, ou outras ferramentas,  mais rápidas e práticas, como é a utilização do assador que veio substituir o monte de caruma e todos os passos necessários a promover um magusto tradicional, deve ser tido em conta. A verdadeira tradição e um magusto tradicional é ir aos pinhais buscar caruma seca, fazer o monte e nele deitar as castanhas e esperar que o fogo as asse, no ritmo próprio e não apressado. O assador tem vantagem em relação ao monte de caruma, sem dúvida, desde a maior quantidade de castanhas que se podem assar ao mesmo tempo, á rapidez em que é feito e com menos trabalho.
     E a tradição esquece-se? O magusto está a ser tomado pela modernice deste assador e que mais não é do que uma réplica do assador de outra aldeia vizinha. Com a introdução deste super assador de castanhas, a tradição de as assar  no monte da caruma, num largo ou numa rua, está a esfumar-se das memórias e vivências dos mais jovens e a tradição deixa de existir. Os cheiros e os fumos da caruma a arder e castanhas a assar, são rituais que não se podem substituir pelo uso de grandes assadores. Estes grandes e super assadores são mais indicados para assar carnes e até castanha, mas nunca para celebrar e preservar o magusto tradicional.
    O facto de conviver e comer castanha assada, não significa que se trata de um magusto tradicional, é apenas uma tentativa de recriar a tradição popular, tão banal como ligar um forno lá de casa.

    Quando as pessoas se reúnem para celebrar a tradição do magusto, respeitar a forma tradicional de assar castanhas é fundamental. Isto é, se o objectivo for reviver um magusto à antiga! E se a estes cuidados de respeitar as tradições, seja do magusto ou da matança, juntarmos a participação de pessoas vindas de fora, visitantes que buscam experiências genuínas e rurais, que procuram  sabores diferentes e só existentes no campo, estamos a criar valor acrescentado e a promover o desenvolvimento sustentável da nossa aldeia e das nossas gentes. Porque organizar convívios na nossa aldeia até  tem sido muito fácil e  há sempre quem apareça. Agora organizar eventos com o objectivo de preservar e mostrar o valor das tradições e vivências rurais, respeitando a história, as pessoas ainda vivas, as tradições, já é coisa bem diferente e necessita de mais cuidados na sua realização.
    Há ainda um trabalho por realizar no que toca ao nosso património imaterial que se quer preservar e através disso, ter em mente o desenvolvimento sustentável da nossa freguesia e do modo de vida dos que vivem todo o ano nela. Cativar as pessoas de fora para conhecer a aldeia, as pessoas, os monumentos, os recursos naturais únicos e raros, cuja qualidade e riqueza da experiência levam as pessoas a percorrer centenas de quilómetros para vivenciar dias diferentes. O hábito de organizar eventos que apenas se dirigem aos malcatenhos, é não acreditar no valor do que temos na freguesia. Organizar também estes convívios para as pessoas de fora pode funcionar como alavanca de desenvolvimento dos negócios locais. É uma das estratégias que devemos adoptar na nossa aldeia para a dinamizar. E com tantos dias que tem o ano, com tantas tradições que merecem ser promovidas, haverá sempre convívios voltados para aqueles que vivem sempre neste paraíso malcatenho.

                                                 José Nunes Martins



 

2.11.23

BEBER ÁGUA DA BARRAGEM SEM MEDO

 

Albufeira da barragem do Sabugal

   Na freguesia de Malcata houve uma época em que se vivia numa luta por causa da água destinada às regas. A população para ter água potável em suas casas, tinha de ir encher os cântaros de barro às fontes da aldeia. Uma dessas fontes era abastecida da água que nascia na mina, que foi aberta no sítio das Eiras e custou grandes sacrifícios à população, principalmente aos homens que lá tiveram de trabalhar.

   Uns bons anos depois, o Município do Sabugal construiu a Rede de Abastecimento Público de Água ao domicílio e o saneamento básico. Com a entrada em funcionamento dessa rede de abastecimento, todos os habitantes passaram a ter água própria para consumo humano nas suas casas. Para que isso fosse possível a Junta de Freguesia em exercício nessa altura chegou a um acordo com a Câmara Municipal para que a aldeia passasse a ser abastecida com água proveniente do furo a construir no sítio do Vazão e bombeada para o depósito existente na Rasa. A Junta de Freguesia apresentou as suas razões e o povo aprovou, ou pelo menos consentiu que a nossa água não viria da albufeira da barragem, pois na aldeia havia boas e fartas nascentes, com água em abundância e muito melhor que a da barragem.
   Durante muitos anos Malcata foi uma terra onde não faltava a água. O aumento da população na aldeia, o aumento das épocas de calor, a água passou a faltar nas torneiras lá de casa. Os bombeiros eram chamados para abastecer de água o depósito da aldeia, chegando a fazê-lo duas vezes por semana.  A rede de abastecimento de água de Malcata nem sempre funcionava de igual forma para todas as zonas da freguesia. Algumas pessoas, que vivem em lugares mais altos, passaram anos sem uma gota de água nas torneiras e não tinham ligação ao saneamento básico. A Câmara Municipal justificou esta situação irregular porque os proprietários tinham assinado um documento. Para que o sistema funcionasse na perfeição também foi necessário construir uma ETAR ( Estação de Tratamento para as Águas Residuais) tendo sido escolhido o lugar do Vazão.
   Desde que a Rede de Abastecimento de Água Pública foi aberta,  já passaram passaram alguns anos. Desde que isso aconteceu, já se registaram algumas faltas de água e uma das maiores operações de melhorias no abastecimento foi realizada em 2021, com a entrada em funcionamento de dois grupos de bombas que estão a garantir uma pressão mais precisa e que veio melhorar a circulação da água e finalmente todos têm água em casa.
   Há dois dias, com data de 31 de Outubro, li um aviso do Município, dirigido aos cidadãos residentes em Malcata, alertando-os para redobrar os cuidados na utilização da água fornecida pela Câmara Municipal. E nos meus ouvidos soaram alguns alarmes e que pensei úteis num futuro próximo. É mais que sabido que a nossa aldeia tem direito a um serviço de abastecimento público de água própria e segura para consumo humano.
   A pergunta que tenho para fazer é esta;
   Porque Malcata ainda é abastecida com recurso a um furo e a um depósito em vez de ser fornecida água de qualidade com origem na albufeira da Barragem do Sabugal?
   A freguesia esteve tantos anos à espera da rede de abastecimento e quando chegou em 2008, eu acreditei que seria um benefício para todos poder ter tanta água, que depois de tantos incómodos e sacrifícios passados, que a aldeia teve de passar, o mínimo era passar a receber água com qualidade,  tratada devidamente,  respeitando todos os parâmetros que a lei exige e poder beber com confiança, era mesmo a cereja no topo do bolo da festa. Infelizmente esse meu pensamento estava enganado e a notícia que divulguei aqui  
 https://aldeiademalcata.blogspot.com/2007/12/qual-melhor-gua.html
vinha a confirmar isso mesmo.

   Hoje ainda estou à espera de colocar a deliciosa cereja no bolo e celebrar com os malcatenhos a ligação da Rede de Abastecimento Público de Água de Malcata à Rede Pública de Abastecimento de Água ao concelho do Sabugal e a outros concelhos vizinhos. Seria a melhor cura para todos. Quem se atreve a responder à pergunta que fiz?
                                                                             
                                                      José Nunes Martins
  

  

 










 



14.10.23

CEGOS, SURDOS E MUDOS

 






   A aldeia de Malcata à medida que cresceu as casas foram-se espalhando por cabeços, moitas, tapadas e barreirinhas? Se virmos a aldeia do alto ficamos com essa sensação. As pessoas quando se casavam, procuravam arranjar casa. Os primeiros habitantes começaram por ocupar os espaços mais próximos uns dos outros e com o crescimento do número de pessoas, as ruas começaram a ligar-se umas às outras, mantendo o nome que já lhes chamavam a esses sítios. A rua da Ladeirinha, rua da Moita, rua do Cabeço, Rua da Barreirinha, Rua da Tapadinha, Rua do Carvalhão. Todos estes nomes são os próprios topónimos pelos quais o povo os conheceu e conhece hoje? Tudo leva a crer que assim foi e manteve-se durante muitos anos.
   Geralmente as igrejas das aldeias portuguesas desenvolvem-se em volta da Igreja Paroquial ou alguma capela. No caso da aldeia de Malcata isso não aconteceu e continua a não aumentar a edificação à volta da igreja Matriz, nomeadamente nos terrenos que se situam atrás da sacristia. Eu só encontro uma explicação para esta singularidade da nossa aldeia, que muito cresceu e em contraposição aos costumes das outras terras, não se constrói nos campos que estão ali ao lado. Esses terrenos, chãos e lameiros, eram de boa terra para a agricultura e para o pasto dos animais. Por ali me lembro de ver bons campos de batatas, de milho, de centeio e verdejantes pastagens, lameiros como lhe chamamos na nossa aldeia. Esta característica relacionada com a qualidade das terras e o tipo de ocupação, terá sido tão forte que ninguém ousou construir por ali uma casa para morar? É uma particularidade que se pode constatar quando por ali alguém passar, à esquerda e à direita um vale extenso e plano, subdividido em campos delimitados por muros e arvoredo.
   Outra estranheza e particularidade da malha urbana da nossa aldeia e no que respeita ao nome das ruas, estranhamente, não existe uma rua com o nome de rua da igreja ou rua do cemitério. Mais um motivo para pesquisar as ruas da aldeia, que infelizmente,
a cada ano que passa, aumenta o número de casas vazias, acabando por ir caindo aos poucos. Algumas já foram recuperadas e outras ainda estão a ser.
   Aqui há que fazer uma pausa e perguntar se aquilo que não vemos ou não ouvimos falar não existe? Muitos dos habitantes da aldeia passam todos, ou quase todos os dias, numa determinada rua ou beco. Caminham lestos ou devagar e só olham para a frente e nada de distrações. Eu sempre que caminho pelas mesmas ruas e becos, olho em todas as direcções e por vezes, vejo cada fenómeno!  Desde mamarrachos, telhados que já não abrigam nada, paredes “grávidas” e outras sem barro e com pedras soltas, uma casa vazia, com portas e janelas entreabertas e a cair de podridão, muros de cimento colados às paredes de pedra de xisto, outros muros pequenos, que não descansaram até se encostar às pedras de granito trabalhado e que passaram de elemento principal a pedras vulgares, sem importância nenhuma, esquecendo que antes do muro e do cimento, já elas, as pedras, embelezaram o sítio. Quem as abandonou e as despromoveu continua a não se interessar por lhes dar uso, devolvendo a importância e o respeito que elas merecem e o património comum exige.
   Acreditem, se houvesse o prometido orçamento participativo, uma das ideias que eu sugeria seria a compra de alguns pares de óculos para os autarcas da nossa freguesia e fazer aprovar uma regra de obrigatoriedade do uso desses óculos, no mínimo, uma vez por mês, quando o trio fazia a verificação atenta do estado da coisa comum em Malcata.
   PS: Esta é uma opinião pessoal. Qualquer situação aqui retratada é pura imaginação minha e se alguém pensar que lhe diz respeito, é uma simples coincidência.

                                                     José Nunes Martins