3.6.22

MALCATA: A ÁGUA QUE PODE SER COMO O PETRÓLEO

 

A imagem foi copiada do projecto Ofélia Club previsto para Malcata.
Como não passou do papel, ainda acredito no potencial do território.
Utopia?
Sonhos?
Maluco?
O Ofélia, aquele Hospital tão falado no concelho e na aldeia de Malcata, projecto que nunca seria um hospital, mas um "Lar" residencial vocacionado para os cidadãos beneficiários de chorudas reformas
ou "retretes", que para ali vinham habitar e dispor de apoios em serviços de cuidados básicos de saúde, cuidados de roupas, alimentação, fisioterapia...um complexo residencial para acolher gente adulta e já sem actividade laboral. No fundo, o grande filão viria dos países nórdicos, onde os idosos auferem boas reformas e apreciam um estilo de vida saudável, em clima ameno, tranquilo e com ar respirável.

Uma estrutura como é uma Estação Náutica, necessita de edifícios de apoio e de espaços para estacionamentos. Então eu pensei: aqui temos malcatenhos, a oportunidade de construir a tal piscina, a tal praia fluvial "dourada" e deixamos de ir com medos à água ou baloiçar em cima da madeira da velhinha piscina, que coitada, no estado em que se encontra, é boa lenha para as churrasqueiras.
E como a construção da Estação Náutica ainda não começou, é a altura certa ( se é que já estamos um nada atrasados) para avançar com a transferência da piscina e da praia de Malcata e sim, investir a sério numa Zona Lazer, numa piscina(s)...porque os clientes e utentes da Estação Náutica também vêm dos tais países nórdicos (Suécia, Noruega, ....Finlândia, Áustria...) que procuram locais para treinar as suas selecções mundiais...sonhar ainda continua a ser gratuito. Ou não?

José Nunes Martins





2.6.22

FONTE DA TORRINHA EM PERIGO?

                    

Fonte da Torrinha(foto de 24-02-2019)

   Na nossa aldeia existem memórias que correm o sério risco de serem destruídas, alteradas e que merecem ser alvo de maior cuidado. Estas memórias são-nos oferecidas pelos testemunhos vivos que existem na freguesia e como são públicos, encontram-se em espaços públicos, mais ou menos resguardados, estando alguns ainda ao serviço de todos. E o estatuto de público significa que é usado por todos e está ao serviço de todos. Ora esta posse tão ampla vem conferir-lhes uma importância ainda maior para que se cuidem bem deles.
   E por falar em memórias e testemunhos, vou continuar a contar um pouco da história da Fonte da Torrinha, ou a Fonte das Bicas. Já sabemos que a sua água era a melhor água de todas as fontes que havia dentro do povo. Também já sabemos que a sua construção deu muitas dores de cabeça ao presidente da junta de freguesia. O senhor António Nita não tinha panos quentes para aparar as nicas da Câmara do Sabugal! Defendia os interesses da freguesia com todas as forças e estratagemas que criava, pois, só lhe satisfazia ver o povo bem servido e com os mesmos direitos que as outras terras gozavam. Mesmo o facto de à sua frente estar um presidente de Câmara, um engenheiro de obras e responsável por muitas canalizações, mesmo sendo pressionado por comandantes da Guarda Fiscal, as obras de abastecimento ao novo quartel, canos que ligavam os tubos vindos da mina para a fonte e que a Guarda Fiscal também queria receber, foram mandadas parar. O problema ficou resolvido uns tempos depois e depois de as partes assinarem um documento com as condições impostas pela Junta de Freguesia.
   A história da Fonte da Torrinha não fica toda contada. Esta é uma ínfima parte e tratou-se de avivar as nossas memórias. A história deste monumento e de outros que há na nossa aldeia, a sua importância na história do povo e de muitas pessoas que ali iam diariamente, são motivos suficientes para conservar a todo o custo estes testemunhos ainda visíveis.
  
   Nota: sendo eu malcatenho, defendo a freguesia sempre que há necessidade. Há situações
               que pela sua interferência no espaço público, à vista de toda a gente, mesmo que os
                intervenientes não tenham más intenções, sujeitam-se ao julgamento público.
                E na última vez que estive em Malcata, vi o que muitos também viram e o pequeno
                muro foi o tema mais falado nos bancos da Torrinha. Cada pessoa e cada uma das
                que vive em Malcata tem uma opinião, uma sugestão, um apontamento a escrever
                e depois esclarecer ou simplesmente não querer ver, não falar e remeter ao silêncio
                porque se fosse ele, fazia o mesmo ou até pior...
                 Vivemos em democracia, não é verdade? Se a democracia nos dá a liberdade de cada
                 um comentar, aqui vos deixo espaço para tornar pública a vossa opinião.               

26.5.22

OLHAR E IMAGINAR MALCATA MELHOR

Logradouro da antiga escola primária, em Malcata
   O logradouro relativo ao edifício da antiga escola primária, onde hoje  se situa o Salão da Freguesia e é sede da Associação Cultural e Desportiva de Malcata, ainda está por explorar em toda a sua capacidade. Aquele espaço em volta da escola, no meu entender, está pouco valorizado e ali existem condições para muito mais.       Desconheço quem seja a entidade responsável pela manutenção do terreno. Tendo eu frequentado aquela escola primária, na época de 70, o seu exterior pouco se alterou. Foi bom nivelar o terreno e ter desaparecido o antigo “campo da bola” e gostei da ideia de construir um campo para jogar a petanca. Este serve para praticar o tão interessante e divertido jogo das bolas e bolinha, mas lamento não ter as medidas regulamentares e necessárias para um torneio mais a sério, pois em Portugal, existe um campeonato de petanca e uma federação deste desporto! Sendo a petanca do agrado de gente madura e dos jovens, é um desporto que não exige investimentos avultados para se praticar. Mas agora que está assim, vamos deixar este tema da petanca e do campo para outras núpcias e sendo assim, mais vale avançar naquilo que me leva a escrever estas palavras sobre aquele espaço.
   Eu acredito que aqui é possível criar um espaço de vivência e de utilização pelas pessoas da freguesia e quem nos visita. Por exemplo, criar naquele lugar sobranceiro à aldeia, de onde se tem uma vista fantástica da freguesia e da serra, um miradouro, um jardim bonito, com uns bancos e passeios, uma espécie de ramada apoiada numa pérgula, criando um lugar de repouso e contemplação.
   Há quantos anos o logradouro está assim? Aquele terreno e naquele lugar, tem muita utilidade e não deve ser apenas o depósito ou armazém da junta, como tem sido, desde que a escola primária encerrou. Eu tenho outras ideias para aquele espaço, contudo vou deixar em banho-maria e esperar os vossos comentários e desejos para o mesmo espaço que é o antigo recreio da escola primária.
   Algumas imagens do logradouro que estou a referir atrás:


Entrada para o recreio
   



Armazém às estrelas




 

Fachada principal

Coberto a servir de armazém 


Estamos no século XXI, cinquenta e dois ano estamos...quase na mesma!
      Tantos anos depois, para além da adaptação das salas de aulas a um salão, estando como está e com a utilização que dele têm feito, tem satisfeito os malcatenhos, pelo menos alguns, menos a um, o do contra, como às vezes me chamam. As pessoas são livres e têm liberdade de pensar, escrever, ficar em silêncio, ir ali ou não sair do lugar. A liberdade de escolhas é tão vasta que cada um de nós vive como quer, come o que quer, participa no que deseja e ninguém tem nada a ver com as decisões pessoais de cada um! As coisas mudam de figura quando entramos na comunidade e ali queremos e desejamos viver a nossa vida. Contudo, o mundo privado e o pensamento de cada membro da comunidade é para não ficar fechado e escondido. E cada membro deve fazer a sua vida e sempre que for bom, participar na vida da comunidade, porque ofertas estão sempre a acontecer. Importante mesmo, e isso eu não abdico, é a liberdade de escolha, de ir ou ficar, de comer o que me oferecem ou recusar. Não por não gostar, mas sim porque cada pessoa consume o que gosta e não tudo o que lhe dão!
                                                           
                                                           José Nunes Martins


21.5.22

OUVIR, ASSINAR E CALAR ?

 

    QUEM ESTÁ A SALTAR À CORDA?
   Todos os Municípios assinam contratos interadministrativos
com as freguesias e Uniões de freguesias que integram o respectivo concelho.
Encontro Câmaras Municipais que seguem estes passos:




Foto 1

                 

   Também encontro Municípios que também assinam Contratos Interadministrativos com as suas respectivas Juntas e Uniões de Juntas de Freguesia. A diferença, não estão nas cláusulas do contrato.
O caminho para chegar a um acordo e ser assinado é que é bem diferente! 
  

Foto 2

                  
     As perguntas que aqui deixo são estas:
     1- Há uma leitura errada da minha parte?
     2- Qual dos dois municípios está a respeitar mais a lei ?



     

   

19.5.22

É PRECISO MAIS DO QUE A BELEZA NATURAL

Ainda me passou pela minha cabeça que, com a mudança de equipa na autarquia, a chegada de gente jovem, as coisas começassem a levar-nos para um futuro diferente. A realidade está à vista de todos e ainda nos falta muita informação sobre o que não está assim tão perto. Daí que...


   Uma caminhada em passo lento pelas ruas da nossa aldeia ou por becos e travessas dá para observar muitas coisas e fico com vontade de escrever sobre aquilo que vejo.
   E o que mais predomina é um silêncio longo, apenas perturbado pelos voos rasantes e livres das andorinhas. E junto com os silêncios e as andorinhas vejo paredes de antigas casas em derrocada desregulada, talvez forçada pelas raízes dos sabugueiros e carvalhos que ali vivem e se ocupam das manjedouras de outros animais.
   Na rua principal da aldeia abundam abusos e o cimento agora já não consegue disfarçar o abandono a que isto chegou. Se numas paredes era preciso para dar um ar de habitação cuidada e habitada, sobram colheradas em escadas e paredes que já tiveram escaleras. Bem, ao menos este mês deu-lhes para lavar a cara e a sede da nossa freguesia que bem fica vestida novamente de branco! Oxalá a Fonte Velha seja a próxima a beneficiar obras de restauro, porque a cara tem mesmo que ser mais bem cuidada. Por muito bonito que aquele lugar é, como ele se encontra, nem as andorinhas ali vão beber da água. E mesmo com árvores e copos que com todo o gosto as recebem, tanto desleixo é sinal de desinteresse e sendo assim, os beirais são mais práticos para criar família. São as andorinhas e sou eu que esperamos um dia, dentar no banco e à sombra da pérgula descansar, mesmo que por breves momentos, as pernas e a cabeça. Mesmo com a Fonte de Mergulho ali ao lado, não convida a descer aquela catacumba moderna e cinzenta, não é natural e à vista de toda a gente é que ela gostava de estar. Lá onde ficou, foi onde se criou, mas os seus anos fizeram sentido enquanto esteve descoberta, todos a viam e dela se serviam, gostavam de lá ir encher os cântaros, até as vacas, os burros que de nabos não tinham nada, só de nome e tanto eles trabalharam, puxaram mais cargas de milho e aguentaram a vagarosa vaca leiteira, sem nunca deixarem de ser burros.
   Eu não conheci a fonte de chafurdo, que à fonte de mergulho também lhe chamavam fonte de chafurdo! Alguém que tenha paciência e quem sabe venha aqui explicar a origem e as razões de lhe chamarem a esta fonte, a Fonte de Chafurdo!
E já que está com as mãos na massa, pode também, se souber é claro, contar-nos a história desta fonte.
   E como as crises vêm, na Fonte Velha tenho saudades do Minimercado a Fonte e de ser sempre bem servido. Ainda hoje gosto de usar aquelas facas pequenas que lá comprei. Foi um sonho e cá para mim, aquela história que venderam e que muitos acreditaram vir a ganhar com o futuro hospital, provocou alguns danos colaterais neste e noutros negócios. Mas isto são contas de outro rosário. Ainda não foi bem rezado, mas a fé é inabalável e a sua história um dia será do conhecimento de todos.
   E como a estrada me apareceu limpa, sem regos e altinhos de cimento para desviar a água das chuvas, ao caminhar em direcção ao poeta da pala num dos olhos, aquele olhar do lince quase me faz cair. Mas à medida que me aproximo cada vez mais do poeta e do bicho gato, fico tranquilo porque vejo que um é cego e o outro tem um cadeado que o prende da boca à pedra de cantaria que ali espetaram. Agora a aldeia também pode exibir a sua arte urbana. A terra que tem a serra com o mesmo nome, passou a estar presente na rota da arte urbana e dizem que é mais um ponto a favor da aldeia e mais um motivo para as pessoas visitarem a nossa aldeia. Poesia e pintura é arte, é cultura e quem não gosta, tem bom remédio, deixa na borda do seu prato. Olha o que eu agora me lembrei de escrever, mas eu estava só a fazer uma caminhada pela rua principal da nossa aldeia. Bem, vou terminar neste ponto e um dia destes continuo a caminhada. Preciso de parar para descansar os pés.  Vou sentar-me numa das cadeiras da esplanada do Café Camões, ser bem servido e saborear um bom café. Entretanto, vão olhando para estas imagens e quem sabe tenham alguma ideia de mudar a situação!

                                           
José Nunes Martins