3.10.16

AS CONTRAPARTIDAS NO MEU PONTO DE VISTA

                                                                 Rua da Capela em obras
                                                            (Foto da J.Freguesia Malcata)



   A construção da Barragem  e do Parque Eólico mudou para sempre a vida dos malcatenhos.
   Hoje Malcata tem bons arruamentos no povoado. Aos poucos os caminhos de terra batida foram substituídos por calçadas em pedra. Quem se recorda da Rua do Carvalhão, da Rua da Fonte Velha, da Rua da Escola Primária, da Rua da Tapadinha, Rua do Cabeço ou o Bêco da Tapada, Bêco da Courela, etc, etc.  Agora são ruas sem terra, lama ou pó, mas são pedras pouco polidas porque em Malcata são cada vez menos pessoas e animais a caminhar pelas calçadas. A Junta de Freguesia acabou de calcetar a Rua da Capela. Uma obra “negociada entre a Tecneira e a Junta de Freguesia por contrapartida da ampliação do parque eólico” como muito bem está anunciado no local da empreitada.
   Olhando para as ruas e em particular para a Rua da Capela acabadinha de arranjar, interrogo-me se  Malcata precisava realmente desta beneficiação! O que falta mesmo em Malcata? Mais calçadas novas ou empregos para quem vive na terra? É claro que todos apreciamos e gostamos de viver numa aldeia com bons arruamentos e uma boa estrada. E isso Malcata já possui, graças ao bom trabalho já desenvolvido. Mas, EMPREGO ajudaria muito mais as pessoas a manterem-se na nossa aldeia. Como já referi, a obra da Rua da Capela vem facilitar a ida até à Capela de São Domingos, ou até ao moinho de água. Mas, dou comigo a pensar que talvez este dinheiro das contrapartidas da ampliação do parque eólico poderia ser melhor aplicado na criação de empregos. Por exemplo, apostando na pastorícia, na carne de cabrito, na apicultura. Outro exemplo, poderia ser na ajuda à instalação de um bom Restaurante aquele malcatenho que quisesse voltar à terra, que após muitos anos lá por fora, onde fez dinheiro e deseja voltar mas a quem lhe falta apoio e incentivo para investir na sua terra…temos a Floresta que também é uma área com grande potencial de criação de emprego. Isto sim seria uma boa aposta e um bom investimento do dinheiro das contrapartidas recebidas, uma aposta no desenvolvimento de Malcata e que traria mais bem estar e mais futuro a toda a comunidade. Sem pessoas as ruas não servem para nada. Se em Malcata não se potenciar a fixação de pessoas através da criação de empregos as ruas serão calçadas sem sentido.

28.9.16

AS CARREIRAS 11 E 12


Mapa das Carreiras no Concelho do Sabugal:

  

A Carreira-Transportes Públicos do Sabugal é um novo projecto de mobilidade, lançado pela Câmara Municipal para todo o concelho do Sabugal, que entrou recentemente em funcionamento.


O objetivo é segundo as palavras da vice-presidente da Câmara, Dra.Delfina Leal será «melhorar a mobilidade dos sabugalenses, possibilitando um transporte mais eficiente e direto na sua utilização, através de uma rede mais alargada de percursos e horários». Cada percurso será realizado uma vez de manhã e outra ao início da tarde, fazendo o percurso de regresso às aldeias ao final da manhã e da tarde. São 12 trajectos a circular fora da cidade do Sabugal e uma carreira para o circuito urbano.

CARREIRA 11
Casteleiro - Sabugal
(passa por Malcata)Transdev



CARREIRA 12
(Malcata-Sabugal)
Viúva Monteiro & Irmão



Com este projecto a Câmara pretende incentivar as pessoas a utilizar os transportes públicos e facilitar a circulação dos cidadãos entre as localidades do nosso concelho. Para início, os horários são os que estão nas fotos, mas a Câmara mostrou-se disponível para realizar alguns ajustamentos e para isso pediu a colaboração dos cidadãos.

23.8.16

O AÇUDE QUE FAZ A DIFERENÇA

Localização preferencial do açude da albufeira da barragem

  
   Meus amigos, sou um malcatenho que vive e trabalha bem longe da nossa aldeia, mas tenho o pensamento orientado para tudo o que, na minha opinião, pode beneficiar a nossa terra.
Já não é a primeira vez que venho aqui escrever sobre a albufeira da barragem do Sabugal e da importância que tem para Malcata e o concelho do Sabugal.
Como muitos sabem faço parte da Associação Malcata Com Futuro. E esta associação é defensora das tradições e costumes da nossa aldeia e com o seu trabalho pretende contribuir para o desenvolvimento sustentável da nossa região e claro, da nossa aldeia. E tem sido um trabalho difícil porque simplesmente a AMCF decidiu fazer diferente dos moldes tradicionais, mostrando caminhos diferentes e apenas com a intenção de mostrar oportunidades que se forem apanhadas, poderá trazer muitos benefícios à nossa comunidade. O caminho tem sido difícil mas lá vamos caminhando.

O que é que a barragem trouxe de bom ou de mau para Malcata?
Em primeiro lugar penso que a construção desta barragem é algo de bom para todos, incluindo-nos a nós, não só pela criação de uma reserva de água mas também pela possibilidade de produção de energia de uma forma amiga do ambiente.  Além de ser bastante importante a existência da albufeira da  barragem para a economia nacional, para a rega dos campos da Cova da Beira e para as populações que desta água consomem, poucos falam de um outro ponto, este sim de extrema importância e há muitos anos ambicionado pela população de Malcata, que é o paredão da barragem, ou "açude" para servir de “parede tampão” e manter sempre um espelho de água junto à Zona de Lazer.
 
Se perguntarmos à população de  Malcata sobre o facto de não existir um paredão que assegure a manutenção de um nível razoável de água e a minimizar os efeitos negativos da variação de nível, na sua maioria, se não na totalidade, afirma com grande à vontade que nunca ouviu falar desse tal açude ou paredão. Apesar de estar mencionado no Plano de Ordenamento da Albufeira, nunca ninguém lhes falou desse assunto e desconhecem que foi aprovado um Plano de Ordenamento para a albufeira. Mas, mais uma vez a AMCF vem à carga e traz o assunto para a luz do dia, para a praça pública, para não dizer, para a Praça do Rossio.
Se na realidade não existir intenções de construir esse paredão, alerto para a Junta de Freguesia actual e para as vindouras e para a Câmara Municipal do Sabugal a oportunidade que estão a perder. Sabendo que as obras custam dinheiro,  se  mesmo  assim não tiverem verbas, acho que era de bom agrado pela parte dos representantes do Poder Local e Municipal chegarem a um acordo para a realização da obra. As vantagens deste paredão são enormes.para que as autarquias fechem os olhos. Se repararmos, as vantagem são muitas. Porque não fazer o que outros municípios fazem, ou seja, recorrer ao Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos?
Haja vontade e coragem para ir em frente.













19.8.16

FERRAMENTAS SUBAPROVEITADAS



                        Cabos de fibra óptica em Malcata

   O Mundo está a mudar que sei lá!
   E uma das causas dessa mudança está relacionada com o aparecimento das novas tecnologias de comunicação, principalmente a internet e os telemóveis. Há uns dez anos atrás, Bill Gates dizia que a velocidade da internet para além de se tornar mais rápida, estaria disponível para a grande maioria das pessoas. Dizia também que aconteceriam muitas mudanças na vida das pessoas a começar pelo dinheiro, os documentos de identificação, os bilhetes de autocarro e de avião, as músicas…tudo caberia num pequeno aparelho com um ecrã e umas teclas, um telemóvel mais propriamente. Lembro-me do meu primeiro telemóvel, um Motorola a que agora as minhas filhas lhe chamam “tijolo”e por isso está arrumado nos arrumos porque hoje já é peça de museu. Ainda me lembro de ir telefonar ao Comércio do Ti Varandas, único sítio com Telefone Público, em toda a aldeia de Malcata. Tudo isto já é passado, passou à história e hoje telefonar, consultar, responder, pagar, negociar, informar, avisar, namorar…ler o jornal, marcar uma viagem, está à distância de um telemóvel ou um computador ligado à internet.
   Mas o que é que isto tem a ver com Malcata? Perguntam vocês e com razão.
   Tem tudo a ver. A internet e muda a vida de muitas pessoas e as vidas dos malcatenhos também, pelo menos a de alguns! Aos que possuem telemóvel e internet e utilizam regularmente estas duas ferramentas as mudanças são claras e os mais ousados sabem que possuem ferramentas muito úteis para melhorar as suas vidas. Podem alguns dizer que não precisam de internet para viver. Aceito e compreendo que para essas pessoas a internet ainda não lhes diz nada ou pouco diz. O que ninguém pode negar é a importância da internet quando utilizada como ferramenta de trabalho, de negócio, de estudo e de entretenimento.
   “A nova riqueza das nações repousará cada vez mais na massa cinzenta, no saber, na informação, na pesquisa, na capacidade de inovação." Escreveu Ignacio Ramonel, sociólogo.

  

17.8.16

UMA CARTA ESCRITA AOS MALCATENHOS

                                A Serra e Malcata não são apenas um nicho ambiental do lince,
                uma espécie em vias de extensão; são o ponto de chegada de um longo processo
                de acção antrópica em que os malcatenhos desempenharam ( e desempenham )
                um papel importante. José Rei, no livro "Malcata e a Serra - Passado Presente com Futuro"             
      Estimados Malcatenhos,
   Espero sinceramente que esta minha carta vos vá encontrar a todos de boa saúde. Eu estou bem, graças a Deus!
   O Futuro não existe e o Passado já lá vai.
   O Hoje é uma dádiva e é por isso que chamamos Presente.
   Sempre que não nos questionamos e nos mantemos na nossa zona de conforto, estamos a colocar limites à nossa inteligência criativa,à nossa lucidez e à nossa capacidade de genuinamente compreender os novos desafios e as novas oportunidades que nos vão aparecendo. Esta atitude do “politicamente correcto” impede as pessoas de compreender verdadeiramente os problemas e afastá-las das soluções mais adequadas e mais inteligentes.
   Aqueles que assumem a atitude do “politicamente correcto” vão variando e mudando de opinião ao sabor do momento e das conveniências de uns e de outros. Por vezes a hipocrisia pseudo-intelectual leva à proliferação de posturas impositivas de tentativa de pensamento único exercendo pressão psicológica sobre aqueles que desejam pensar objectivamente.
   O grande potencial de Malcata e dos malcatenhos é limitado por ideias e noções ultrapassadas de algumas pessoas.
   A falta de conhecimento, de visão estratégica, de boa informação, coloca as pessoas naquela atitude de nem sequer questionar, por exemplo, as acções ou inacções de quem preside às diversas instituições da nossa terra ou da nossa região. Comenta-se e arranjam-se guerrinhas por causa de uma árvore e não se tem uma ideia inteligente e estratégica sobre a floresta.
    Muitos de nós continuamos a viver agarrados ao passado. Não temos criatividade, nem frescura. Mas há uma oposição permanente daquelas pessoas que, erradamente, assumem a posição do politicamente correcto, assustando o povo e trazem com elas os medos do velho-do-restelo.
   Deixo no ar esta pergunta: é politicamente correcto que o poder local e institucional monopolize os cidadãos?
   Há potencial em Malcata e cada malcatenho possui o seu. O futuro de Malcata está no bom uso desse potencial, na audácia e estratégia, na imaginação e inteligência estratégica de desbravar o nosso território e criar novas oportunidades para todos.
   Malcata precisa de continuar a afirmar-se e a surpreender as outras aldeias vizinhas. Só assim podemos deixar de continuar a encaminhar os malcatenhos para fora da nossa terra. E um dos caminhos é aproveitar as oportunidades que estão a surgir, nomeadamente na Eficiência Energética e na Floresta.
  Em Malcata, de há um ano para cá, a Associação Malcata Com Futuro, através de várias iniciativas que apoiou, organizou e incentivou, promoveu o território da Malcata e de Malcata.
   O “politicamente correcto” e aquela atitude amorfa de “deixa correr, estamos aqui tão sossegados da vida”,  deu lugar a um tocar de ruidosos “despertadores”  acionados pela Associação Malcata Com Futuro, que levou os malcatenhos e muitos outros a tomar conhecimento e informação acerca da sua vida colectiva e individual e das consequências que a todos afectará, se as pessoas e as instituições continuarem a criar barreiras e obstáculos ao trabalho de pessoas que lutam pelo desenvolvimento económico, social, ambiental e cultural do território da Malcata.
Vosso conterrâneo,
José Nunes Martins