18.4.10

PATRIMÓNIO DE MALCATA

DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS

Em Malcata encontra este património e muito mais. As imagens falam por si mesmas. A mensagem é só uma: O património rural inserido numa paisagem cultural requere esforços de protecção e conservação. O Homem, mesmo aquele que nasce, vive e morre na aldeia, tem direito a usufruir de uma vida num meio patrimonial e ambiental harmonioso. Malcata merece.

14.4.10

CONTA-ME COMO FOI

   Eis o cavaleiro de Malcata que ouvia o sino da torre do relógio e sempre que a forneira aquecia o forno, a sua casa transformava-se num borralho.Lembram-se da foto da semana passada ( guitarra )? Para além de gostar de música, em particular de guitarra, o senhor Abílio Martins, adorava cavalos e toiros. Quem não se lembra do Ti Zé Marrão? Ele foi um criador, negociador e empresário que trazia os bois para as touradas raianas.

Ti Zé Marrão”, uma figura que marcou muito o concelho pelo entusiasmo que ele colocava no negócio que escolheu, era comerciante de vacas, cavalos e principalmente de bois que seriam toureadas nas touradas organizadas em várias parte do País.
Pois o Ti Zé Marrão, era irmão da minha avó paterna, era também o mais novo dos cinco filhos, nascidos todos em Malcata.
Casou no Meimão daí a vida dele estar muito ligada a esta aldeia, parecendo natural de lá.
Ele também fez parte desta proximidade que há entre Malcata/Meimão/Sabugal.
Era um tio de quem eu gostava e é com muito carinho que eu guardo a última fotografia que tirámos juntos, no dia do meu casamento, há 25 anos!" revelou-me
Natália Bispo.
E o escritor, Eugénio dos Santos Duarte, no seu recente livro "Baú das Memórias" escreve quando fala de touradas:

(…)”No século XIX e até aos anos 40 do século XX, no Soito, não se usava a palavra tourada, nem capeia. O que se utilizava era a expressão “correr o boi”. Essa manifestação popular era feita com apenas um touro e ocorria no mês de Setembro, uma vez que nesse mês havia menos trabalho no campo(…) (…) Para tal tratavam de arranjar um boi, que contratavam, normalmente ao Ti Zé Marrão, que era de Malcata, embora residente no Meimão, no concelho de Penamacor, e conseguia arranjar o touro bravo para se fazer a “tourada”


10.4.10

UMA FLOR E UM AMIGO POR SORTELHA

8.4.10

NÃO, NÃO SOMOS OS ÚNICOS SEM PACHORRA PARA A LENTIDÃO DA INTERNET NO SABUGAL


DESABAFO 1 - O atraso na publicação deste post deve-se ao facto de o sinal da Internet na Vila ser muito, muito fraco ... e já não há pachorra.)



DESABAFO 2 - Desculpem-me os responsáveis por este melhoramento que o é na verdade se a internet estivesse em condições minimamente aceitáveis. Como pode uma pessoa que até agora viva na Guarda ou outro qualquer lugar, decidir-se a viver na Vila a contar em fazer o serviço que lhe cabe através da internet se nem toda a paciência do mundo chega para lidar com ela?. Pessoas que vão passar uns dias apenas, não têm telefone, a 1ª coisa que fazem ao chegar é desligar o telemóvel por falta de rede e contam mandar noticias para os que ficaram através dum simples email , como vão fazer??.

Sei que por vezes as coisas não são fáceis de remediar assim de maneira tão linear como parece,; agora para existir um serviço desta qualidade mais vale não existir nada, pelo menos não engana ninguém.

7.4.10

TORRES EÓLICAS EM MALCATA


   "...muitos são os casos de descaracterização paisagística (existência
de pedreiras, instalação de parques eólicos, mau ordenamento das Áreas Protegidas,
desadequação arquitectónica), de delapidação dos recursos naturais, ao nível da floresta
(espécies endémicas) e da agricultura e ainda uma forte susceptibilidade a riscos

naturais, como os incêndios ou os deslizamentos de massa em vertente, muitas vezes em

consequência da desflorestação e posterior abandono agrícola. Ainda neste domínio, não

podemos deixar de referir as consequências inerentes aos territórios de baixa densidade,

tais como a degradação do tecido social e cultural, o encerramento de infraestruturas e

serviços básicos e, a médio prazo, o desaparecimento do carácter de cada lugar:
A utilização da paisagem como recurso de desenvolvimento social constitui uma


dimensão essencial. A identificação do potencial de cada lugar em função da identidade

e carácter da paisagem pressupõe um conhecimento profundo e integrado do território, a

partir do qual se pode valorizar, de modo sustentável, os recursos paisagísticos

existentes, principalmente em territórios onde pouco mais existe que a sua paisagem,

como é o caso da Raia Central Portuguesa. Um território “carregado” de história e

simbolismo, no qual a paisagem oferece um carácter bem vincado, e é por este recurso

que deve começar qualquer projecto de dinamismo, desenvolvimento, ou simplesmente

de refuncionalização. "

Copiado daqui:http://www.apdr.pt/congresso/2009/pdf/Premio%20Bartolomeu/148A.pdf

6.4.10

SORTELHA: NEVOEIRO E RELEVO ACENTUADO ESCONDEM AS EÓLICAS

A aldeia histórica de Sortelha, no concelho do Sabugal, é a mais visitada de Portugal. Quem passa por esta região pára obrigatoriamente nesta povoação. Quem entra em Sortelha, esquece o presente e enquanto caminha pelas ruas e sobe à muralha, tudo lhe parece diferente.
O concelho do Sabugal,  conhecido  pelos seus castelos, corre agora o risco de ser conhecido pela "terra das eólicas". As torres estão a surgir como uma praga de cogumelos e começo a pensar que as aldeias desta região suplicam que lhes proponham esta nova plantação, mesmo que apenas recebam uns trocados por tal permissão nos seus terrenos. O pouco que recebem ( para eles é muito ) e a despreocupação completa pela desvalorização dos terrenos, a ausência de valorização da natureza e meio ambiente e o património, facilmente embarcam sem qualquer oposição e adoptam  uma atitude de encolher os ombros e pensar "se  os outros têm...porque nós não?!"
Hoje a notícia está presente em vários meios de informação:

Petição quer afastar torres eólicas das imediações da aldeia histórica de Sortelha

http://aeiou.visao.pt/sabugal-peticao-quer-afastar-torres-eolicas-das-imediacoes-da-aldeia-historica-de-sortelha=f554287


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=443973


O concelho do Sabugal, no final de 2010, estará inundado de parques eólicos. E a aldeia de Sortelha vai também ter o seu "parque". O projecto foi aprovado e a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia de Sortelha aceitaram este projecto. Contudo, ambos os responsáveis autárquicos parece estar na disposição de repensar, a crer nas declarações que o Presidente Engº. António Robalo, fez ao "Sol" dizendo que,
«as entidades oficiais que licenciam os parques eólicos» o fazem «no devido cumprimento da legislação em vigor».
O autarca explicou que a autarquia aprovou o projecto, que contempla a instalação de 50 torres eólicas na região, mas prometeu analisar novamente o assunto.
«Qualquer situação de alerta que chegue ao conhecimento da Câmara Municipal terá uma análise cuidada tendo em conta todos os pressupostos que ela referir», assegurou.

Já o ex-presidente da Junta de Sortelha, Luís Paulo, que aprovou a instalação do parque eólico, adiantou à Lusa que está prevista a colocação de «17 ou 18 torres na área da Freguesia mas muitas delas não se vêem de Sortelha».
Apontou que aquelas que serão visíveis da aldeia histórica ficarão «a uma grande distância» e recordou que já existem equipamentos idênticos nas imediações da localidade.
«Estamos cercados delas e vêem-se todas de Sortelha», garantiu Luís Paulo, que desvalorizou a polémica em torno do assunto por considerar que a instalação do parque eólico «não irá mexer no património».

Ora, estes parques eólicos estão enquadrados no Programa de Investimentos em Infra-estruturas Prioritárias ( PIIP ) aprovado pelo Governo em 30 de Junho de 2005.
Com este programa o Governo promove e incentiva a construção de parques eólicos em Portugal e oferece generosos subsídios e um enquadramento jurídico favorável às empresas. E depois? Qual vai ser o impacto da energia eólica no ambiente? A energia eólica é mais barata? Os parques eólicos custam milhares de euros a construir, o vento é de borla, mas as torres, os aerogeradores, as linhas de transporte de energia custam dinheiro e tudo tem custos de manutenção. Quem vai pagar todos estes gastos durante 20 anos ( tempo de vida útil de cada parque )? Ou quem vai pagar a reconversão dos parques? Nós, os contribuintes portugueses.
Portanto, a energia eólica não é assim tão benéfica como a querem vender.
Dizem os entendidos que " a nível de paisagem ocorrerão impactes negativos, que serão sentidos em função da adaptabilidade e integração do projecto na paisagem. A qualidade visual e absorção visual intrínsecas de cada uma das áreas de implantação das infra-estruturas determinam a magnitude e significado dos impactes. Com efeito, os aerogeradores são visualizados de vários pontos, nomeadamente a partir de várias povoações. No entanto, trata-se de uma área onde existem diversos factores que atenuam em grande parte do ano a sua perceptibilidade ( nevoeiro ) e onde o relevo acentuado condiciona a acessibilidade e inibe claramente o potencial de observadores."
Ora tomem lá, o nevoeiro e o relevo acentuado vai afastar o nosso olhar das eólicas à volta da Aldeia Histórica de Sortelha. É desta que vamos conhecer o D.Sebastião...
Mostre a sua indignação aqui:

e siga as notícias aqui:



CONTEM-ME COMO FOI

  Contem-me quem foi este artista. Posso dar umas pistas: nasceu em Malcata, no silêncio da noite ouvia os movimentos dos ponteiros do relógio da torre e quando o forno cozia pão, sentia-se mais quentinho em casa. Foi negociador de gado e também gostava de cavalgar. Era mais conhecido na Raia do que o Bucho raiano. Quem estou a lembrar?