25.4.09

MALCATA E AS ENERGIAS OCULTAS










Por altura da Páscoa estive uns dias em Malcata. Aproveitei um desses dias para visitar a construção do parque eólico que não pára de crescer nos montes da Serra da Malcata. A paisagem seria ímpar não fosse, de facto, ver à minha frente um enorme paliteiro, tantas são as torres eólicas espalhadas pela paisagem. É verdade, à minha frente observei um cenário que transformou por completo a paisagem. Quebraram-se os últimos resquícios de beleza e tranquilidade, as fotografias ficam pejadas de “caravelas” como lhe chama o meu pai. E o ruído que produzem fez com que os meus cães as olhassem fixamente e sem abanar a cabeça.
A construção do parque eólico custa milhares de euros. O vento pode ser de borla, mas as torres e as turbinas eólicas têm que ser construídas e mantidas. E as linhas de transporte da energia eólica para a rede nacional de electricidade também tem custos.





A verdade nua e crua é que fomos todos, ou quase todos, levados a acreditar que será benéfica para a aldeia de Malcata a existência deste parque. Outra verdade menos conhecida, mas nem por isso, menos verdadeira, é que os habitantes de Malcata vão continuar a pagar a electricidade ao mesmo preço que os outros portugueses. Até agora, quem ganha com as torres eólicas, são os proprietários dos terrenos que por cada plantação eólica recebem cerca de 2750 euros anuais. Até o meu pai acredita nos benefícios da que cresceu lá para os Chãos da Serra.

Ele e os outros como ele, não questionaram nada nem ninguém e acreditaram que só têm a ganhar, pouco se importando se a energia eólica é mesmo amiga do ambiente, ou se começariam a pagar menos pela luz consumida lá em casa. Mas um dia as notícias vão ser diferentes. É uma questão de tempo e deixar que a teta da vaca comunitária seque por completo e vamos assistir ao pagamento de incentivos para desmantelar as torres que tantos milhões custaram. É a história da pescadinha com o rabo na boca.

Luís Mira Amaral, professor de economia e gestão, escreve este sábado no "Expresso" a propósito das energias eólicas o seguinte:

« As análises e os cálculos mostram que as políticas de conservação e utilização de energia, por terem efeitos permanentes e sustentáveis, têm maior potencial para a poupança de combustíveis fósseis do que as energias renováveis, devido à volatilidade e intermitência destas.

Mas ao contrário do que os MRPP da energia pretendem fazer crer, apesar dos enormes investimentos que já foram efectuados na eólica e nas "novas" renováveis e do quadro legal extremamente incentivador em vigor, as energias renováveis não vão chegar para resolver o nosso problema energético, porque ao vultuoso investimento que se está a fazer com potência instalada não corresponde uma quantidade de energia significativa pois que Energia=Potência X Tempo de utilização é pequeno devido à sua volatilidade e intermitência».

Portanto, amigos de Malcata, se um dia a lâmpada ou o frigorífico lá de casa não funcionarem devido a uma falha de energia, mantenham a calma e não culpem as torres eólicas de falta de consideração para convosco, mas reclamem a quem pagam a factura da luz.

E quanto aos ganhos que a energia eólica vai trazer para a aldeia, respondam-me se souberem:

Quais os benefícios reais para a aldeia de Malcata?

Quantas pessoas da aldeia de Malcata trabalham na construção do parque? Eu não conheço nenhuma, mas esta obra exige um grande número de pessoas e máquinas. Será que as contratarão quando daqui a uns anos o parque for desmantelado?



22.4.09

A SALA DOS RISCOS

Todos os riscos têm um autor. As paredes da sala continuam a testemunhar momentos felizes que muitos jovens têm vivido em Malcata. Os donos do Café Lince ( Café do Quim ) aceitam e conservam estes testemunhos.
















































































18.4.09

O QUARTEL ABANDONADO

Recentemente o Governo aprovou em Conselho de Ministros a Lei de Programação de Infra-estruturas Militares, em que é anunciada a libertação de um conjunto de edifícios ocupados pelo Ministério da Defesa, que se encontram desocupados ou obsoletos para fins militares, tendo em vista a sua rentabilização.

Interior do quartel






Exterior do quartel









Na época em que o contrabando entre Portugal e Espanha estava na ordem do dia, todos os lugares raianos, como a nossa terra, foram importantes na vigilância de fronteiras, na protecção fiscal e económica do Estado.




Esse trabalho pertencia à Guarda Fiscal que, durante a maior parte da sua existência secular, manteve um posto em Malcata, com uma guarnição variável, mas raramente excedendo a dezena de efectivos. Tratava-se de pessoas de outras naturalidades, dada a proibição de poderem exercer a profissão na sua própria terra, certamente por motivos de independência de acção.













Não cabe aqui abordar a sua actividade, nem a dos seus naturais «adversários» – os contrabandistas. O meu objectivo é salientar o facto de que alguns desses homens, ao aqui residirem com as suas famílias durante vários anos e até décadas, tomaram Malcata como a sua terra, e malcatenses nasceram alguns dos seus descendentes.

Para quando a entrega do imóvel à Junta de Freguesia? Ideias e projectos não faltam, assim o Estado tome uma decisão consensual que tenha em conta a importância que este edifício tem para a freguesia.

15.4.09

MALCATA NA AECT-DOURO/DUERO

Malcata é membro do Agrupamento Europeu da Cooperação Territorial Douro-Duero (AECT) desde o passado mês de Março. A freguesia esteve representada na Assembleia Constituitiva, que decorreu em Trabanca ( Salamanca, Espanha ), pelo seu actual presidente da Junta de Freguesia, Victor Fernandes.





Victor Fernandes na AECT





Na mesma ocasião foram também eleitos os membros dos conselhos sectoriais. E para o Conselho Sectorial de Turismo, Cultura, Património, Desporto, Ócio e Tempos Livres ficou a cargo de Miranda do Douro, ao qual também pertence Malcata, representada pelo seu Presidente, Victor Fernandes.
Os principais objectivos da AECT-Douro/Duero são:
- Criar emprego para aumentar a população;
- Dar oportunidades para que os jovens se fixem na zona da raia portuguesa e espanhola;
- Criação de uma rede de transportes públicos para todos os cidadãos;
- Desenvolvimento de uma política de educação, formação e emprego;
- Cooperação no sector da saúde;
- Criação de medidas para o emprego rural;
- Uso da investigação, inovação e desenvolvimento;
- Criação de um plano de turismo;
- Modernização da administração local.



AECT??


Agrupamentos Europeus de Cooperação Territorial (AECT) :
A fim de eliminar os obstáculos à cooperação territorial, os agrupamentos europeus de cooperação territorial (AECT) servem de instrumento para a referida cooperação a nível comunitário. Na verdade, permitem a agrupamentos de cooperação pôr em prática projectos de cooperação territorial co-financiados pela Comunidade.





























SINALIZAÇÃO ILEGAL NA ESTRADA


As fotografias retratam uma sinalização ilegal na estrada de Malcata. A via foi recentemente requalificada e estes dias deparei com este sinal de trânsito. Saí do meu carro e tentei rodar a chapa mas não saíu do sítio, nem mesmo o ferro que a segura. Voltei para dentro do automóvel e quando olho para a frente vejo outro sinal também mal colocado. Para ver melhor, p.f.clique na imagem.








Toca a fotografar e também não consegui rodar a dita placa de Stop.



Como se pode observar, ambos os sinais estão colocados erradamente. Faço um apelo à Câmara Municipal do Sabugal para que regularize esta situação.




13.4.09

MALCATA NÃO PÁRA

Fui surpreendido com algumas obras na aldeia. O Rossio tem agora um piso novo. O cimento gasto e aos remendos foi substituido por pequenos blocos de cimento de tom avermelhado. Agora sim, os amantes da dança têm melhores condições para dar ao pé. E o Rossio ( ou Praça do Rossio?! ) veio trazer uma nova vida ao recinto e melhorar a imagem de Malcata. Mas para que o Rossio fique mesmo magnífico, na minha opinião, era necessário que arranjassem as casas junto à Torre do relógio. As cores das paredes dessas casas não estão nada enquadradas com as das outras casas que rodeiam o local.

Outra surpresa que tive nestes dias que aqui estive foi o Salão de Festas de Malcata. Já sabia que tinha sido inaugurado mas não conhecia a obra. Claro que não é um grande salão, mas a aldeia necessitava de ter ao dispôr uma estrutura destas. Ainda não está tudo acabado, mas já se realizaram lá algumas actividades culturais e recreativas. Para além da peça de teatro no dia da inauguração, na Sexta-Feira Santa, teve quase uma centena de pessoas poderam ver um filme que retratava a vida de Jesus. Fui lá e fiquei agradado com o que ouvi e senti. Para além do salão, ao fundo da sala, foi construido um bar e uma cozinha.

Também o monumento ao Camões está a ser alvo de uma intervenção. As antigas e inestéticas grades de ferro foram cortadas e a terra em volta do pedestal foi substituída por cubos de pedra. À volta e para embelezar ainda mais o nosso Camões, estão a ser colocadas umas pequenas colunas, também em pedra, onde irão ser penduradas umas correntes. E tudo indica que o remate do chão seja preenchido com os símbolos da aldeia.

Malcata é uma aldeia sempre em movimento.Basta olhar para o céu e aquilo mais parece uma das estradas lá para Lisboa, naquelas "horas de ponta". Não acham?

E como estamos na Primavera, as flores das macieiras e das cerejeiras deixam-nos parados no tempo e a sua beleza e brancura invadem o nosso espírito.

Malcata é assim!