24.5.23

A MINHA HORTA NA ALDEIA

 


  Todas as famílias tinham uma horta, mesmo pequena era o que se podia arranjar mais perto da habitação, com água por perto para garantir as regas necessárias para dali colher as hortícolas com que completavam as refeições. E mesmo quando a horta é pequena, exigem-se muitos cuidados e conhecimentos no momento de plantar, semear, regar e manter a horta arrumada e produtiva.

  Na minha família quem tratava dos cuidados da horta era a minha mãe. Ficava a cinco minutos da casa, no chão do Vale da Fonte Velha. Ao fundo do chão a minha mãe reservava sempre umas leiras de terra para ali fazer a horta. Naquele sítio a água provinha da bica da Fonte Velha, que entre pedras e ervas descia barroca abaixo até ao lugar do chão e através de um buraco feito na parede entrava na terra para prosseguir a rega. E como todas as hortas, na nossa havia feijão verde, ervilhas de quebrar, alfaces variadas, cebolas, cenouras, tomateiros, pimenteiros, alho francês, morangos, etc…
  As flores também havia sempre, desde os malmequeres, os narcisos, as hortências, roseiras variadas, dando alegria a toda a horta. Muitas outras culturas por lá havia, mas estas eram as mais comuns. E um dia, fiz também a 
minha horta! E que horta, meus caros!
  
                                                                




                                                                      José Nunes Martins

21.5.23

QUEM CABRIL CONSTRÓI E CABRAS NÃO TEM...

    

O cabril está feito, agora faltam as cabras e pastores

   A ideia de criar um rebanho de cabras/ovelhas para limpar a floresta já tem alguns anos e na nossa aldeia há muito tempo que este assunto é falado.
   A primeira vez que ouvi ou li sobre as cabras bombeiras foi quando foi anunciado, aos quatro ventos, o programa “SELF PREVENTION” que pretendia que o Distrito da Guarda recebesse rebanhos de cabras “bombeiras” ou também baptizadas de “cabras sapadores”! Esses rebanhos seriam levados para o monte ou os baldios para ali se desenvolver um trabalho de limpeza de matos e contribuir dessa forma para a diminuição do número de fogos florestais.
   E a ideia estava pensada, estudada e planeada pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Duero-Douro, (AECT-Duero-Douro).
   Qual era o plano?
   Os parceiros, ou sócios da AECT-Duero-Douro), ou seja, as pessoas da região abrangida pelo programa, as Câmaras Municipais, as Juntas de Freguesia, cada uma destas entidades contribuiriam para a criação dos rebanhos ou para disponibilizarem os terrenos para alimentar o rebanho.
   Para gerir o rebanho, era preciso criar uma empresa, com uma rede de várias lojas e queijarias.
    Quando este projecto surgiu era novidade no nosso país e criou bastante entusiasmo nas regiões onde se previa ser aplicado.
   O concelho do Sabugal entrou a todo o gás na AECT-Duero-Douro e várias foram as freguesias que entraram para associadas. A Freguesia de Malcata, através da Junta de Freguesia, foi uma das que aceitou entrar na sociedade. Ainda beneficiou de umas pequenas obras e ainda incluiu uma das valências ligadas ao turismo e cultura, onde foi representada pelo senhor Vítor Fernandes, presidente da junta de freguesia nessa época. Ver aqui:
                             https://aldeiademalcata.blogspot.com/search?q=aect

                             http://fronteiranatural.eu/lerNot.php?cod=63&lang=es e
                             https://aldeiademalcata.blogspot.com/2009/12/retrospectiva-do-ano-2009.html
                             https://aldeiademalcata.blogspot.com/2010/08/self-prevention-abrange-malcata.html

                            https://aldeiademalcata.blogspot.com/2012/01/malcata-espaco-natural-fronteirico.html

 

  Hoje a Freguesia de Malcata já não integra os sócios da AECT-Duero-Douro.   Abandonou a associação e não sei se alguma explicação foi transmitida ao povo e se foi assunto deliberado na Assembleia de Freguesia. O que parecia ser uma aposta segura para captar negócios e visitantes, acabou não se sabendo das razões dessa saída.
   Agora que o edifício da exploração caprina e respectivo gado caprino foi aprovado e há ajudas financeiras da União Europeia, caberá à Junta de Freguesia de Malcata liderar a criação e o desenvolvimento sustentável do rebanho.
   Como o vai concretizar e administrar ninguém o sabe, tudo está no segredo do executivo da freguesia. Sendo um projecto de grande importância para toda a freguesia, sugiro que os responsáveis pelo “rebanho” promovam uma audição pública, aberta a todos os fregueses para esclarecimentos, discutir formas de acção e criar maior interesse e participação da comunidade que com certeza também quererá ver o rebanho
a contribuir para o desenvolvimento económico e social da freguesia.

                                                      José Nunes Martins


 

19.5.23

À DESCOBERTA DE MALCATA

                                                            MALCATA e as minhas histórias

Praça do Rossio-Casa de habitação

   Malcata é uma freguesia situada no Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda, no com cerca de 330 habitantes. Era no passado composta pelos seguintes lugares: Rua de Baixo, Rua da Ladeirinha, Rua do Meio, Praça do Rossio, Moita, Rasa, Tapadinha, Barreirinha, Courela, Fonte Velha, Camões, Soitinho, Carvalhão, Cabeço, Fontainhas, Eiras, Vazão, Fraga, São Domingos, Bradará, Ferrerias, Cholrreira,
Chãos da Presa, Cabeço Castanheiro, Veigas, Apartadeira, Vale da Ursa, Curral dos Porcos, Rebiacé, Ribeiro Grande, Várzea, Cavadas, Gorgulão, Pradinho, Ninho das Corças, Relva das Casas, Poceirão, … e tantos outros… Hoje, muitos destes lugares deram lugar a ruas e algumas continuam como estavam. Lembro que a electricidade foi ligada pela primeira vez à Fonte Velha, que era onde estava a primeira “cabine”! Um dia também chegou à casa dos meus pais! Nem toda a gente aderiu à electricidade dentro de casa; desde essa altura passámos a ter luz pública, para iluminar os caminhos de terra batida ou calçada e hoje todos calcetados
. Vivíamos numa terra sem luz eléctrica, com um telefone público, sem rádio e sem TV.  Eu, e os `putos´ do meu tempo, íamos ver TV a preto e branco para a taberna do Ti Quim Ruvino, outros iam para as outras tabernas que havia na freguesia e ao pé de casa via, com a minha mãe, a tourada e os teatros na casa da Ti Navalhinhas, que era a casa pegada à Ti Lucinda, na Rua do Carvalhão. Uns tempos depois, lá tivemos uma televisão a preto e branco e a RTP. Hoje, temos Fibra Óptica, televisão LCD e mais de uma centena de canais a cores.
Rancho folclórico de Malcata
                                                                
Procissão 

PLACAS POR RECUPERAR

    


   A ausência de manutenção e falta de zelo de quem tem a tarefa de olhar pela conservação pelo património, faz-me chamar a atenção para as placas toponímicas danificadas, destruídas, partidas ou apenas com falta de tinta é uma realidade que encontramos na nossa freguesia.

   A placa na Rua de Baixo, logo no início  encontra-se vandalizada há anos. Eu até já enviei uma sugestão para a Junta de Freguesia retirar a dita placa e substituí-la por outra com a inscrição do “Centro de Interpretação do Lince”. Foi uma sugestão que ainda não sei se mereceu ou não o ter sugerido!

   Outra placa que também requer a atenção dos responsáveis encontra-se na Fontacal,  e  está partida a meio, pendurada na parede da entrada para os balneários, ao lado do campo de futebol. Também seria muito útil que fosse colocada uma placa informativa, junto à sede da escola primária, com a inscrição da “Sede da Associação Cultural e Desportiva de Malcata”.
   E não chega recuperar e recolocar as placas danificadas, é preciso dedicar mais atenção à toponímia de toda a freguesia.
                                                           José Nunes Martins



16.5.23

MALCATA: BEM-VINDO

Bem-Vindos



    Se entrar na freguesia de Malcata, encontrará umas placas a assinalar que está a chegar. A ideia foi boa e quem não conhece a aldeia, fica a saber o que nela existe de maior relevância.


   Deixo aqui as fotos das duas placas que foram colocadas nas duas entradas da nossa freguesia. 
                   José Nunes Martins

  

Bem-Vindos