1.2.15

AGENDAMENTOS

EDITORIAL
(Publicado no Boletim Municipal da Câmara Municipal do Sabugal-Jan-Fev-Março 2015)
A foto também é retirada do mesmo boletim.Penso que é importante divulgar esta mensagem aos malcatenhos, pois muitos nem sabem que existe um Boletim Municipal.

1
.O Inverno é uma estação do ano que não reúne muitas simpatias, apesar dos seus naturais encantos. A estes, nós propomos algumas actividades e iniciativas que darão um acrescido deslumbramento a esta estação através da festa. No Sabugal, durante o período do Carnaval, é cada vez maior a afirmação de um conjunto de iniciativas que têm aglutinado diferentes participações, envolvendo diversos actores e forças vivas do concelho, nomeadamente, o movimento associativo. Cada vez mais povoações festejam o Carnaval, envolvendo as populações locais; o desfile de Carnaval do Sabugal é já um cartaz turístico de afirmação local e regional, e os Roteiros Gastronómicos um momento alto de promoção da nossa gastronomia.
Entre os dias 13 e 17 fevereiro, os Roteiros Gastronómicos irão proporcionar momentos ímpares de convívio à mesa, saboreando as delícias da gastronomia da época, onde não faltam à mesa os enchidos, o Bucho Raiano, o borrego e o cabrito, os caldos e a doçaria tradicional.
Fazemos com os nossos melhores produtos a boa mesa raiana. Sejam bem-vindos os que a nós se quiserem associar para desfrutar duma ruralidade envolvente, que não deixa ninguém indiferente e que a todos brinda com gratificantes  vivências. 
2 . A forte emigração e o intenso êxodo rural, sobretudo nas décadas de 60 e 70 do século passado, criaram uma imensa diáspora sabugalense. Espalhados pelo país e pela Europa, principalmente por terras de França, muitos dos que daqui partiram em busca do ‘el dorado’ fixaram-se nas zonas de acolhimento e aí criaram novas raízes. A numerosa diáspora sabugalense merece este ano, por parte do Município do Sabugal, uma atenção particular. Razão porque terão lugar três encontros/fóruns, com o objetivo de sensibilizar os que daqui partiram para o investimento no território, reforçar a auto-estima, e divulgar as potencialidades dos produtos locais deste concelho.
O primeiro encontro realizar-se-á no dia 21 de março, no Auditório do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), em Lisboa; segues-e, no dia 23 de maio, o fórum em Paris; e no dia 8 de agosto no Sabugal. 3. Ao longo de todo o ano uma agenda repleta de iniciativas e de atividades promoverão o território, as gentes, as tradições, o património e a cultura, reforçando o sentido de pertença e de identidade da comunidade sabugalense. Ao mesmo tempo, manter vivos os laços, os afetos e as raízes - âncora de afetos onde é sempre agradável regressar e, quiçá, voltar para cá ficar. No alvor de um novo ano faço votos de que 2015 nos traga a todos uma nova esperança para vencermos os desafios que temos pela frente. 
Bom Ano.


26.1.15

EM MALCATA AS COISAS PIOR NÃO PODEM FICAR. OU SERÁ QUE PODEM?

    O povo de Malcata já expressou a sua opinião e os jornais, televisões divulgaram a notícia. Os malcatenhos aguardam uma resposta ao seu apelo. Coisa que não esperam é serem outra vez ignorados e esquecidos por aqueles que têm o dever de lhes dar atenção. O grito do povo é a voz clara de quem já está molhado e por isso não tem medo da chuva.
   São poucos e na aldeia a maioria são idosos, mas são o suficientemente fortes para não se deixarem levar ao sabor do vento e continuarem a deixarem-se aprisionar pelos que se acham donos e senhores dos seus territórios e da nossa região.
   Ainda bem que o sol quando nasce é para todos.
   Só não chega à meta aquele que não avança pelo caminho, mesmo que só consiga dar um passo de cada vez. O importante é chegar ao fim e sentir que valeu a pena caminhar.
   Malcata está viva!

24.1.15

TODOS POR MALCATA



Malcata continua a ser notícia na comunicação social. Ultimamente tem-se escrito muito sobre o aumento do número de torres eólicas à volta da aldeia. Sabemos que alguns residentes em Malcata estão de acordo e afirmam que até são uma mais valia para a terra, são sinal de desenvolvimento e vieram valorizar terrenos que nada valiam.
As eólicas não apareceram do dia para a noite, mas foram implantadas aos soluços e hoje já contamos 19 e querem instalar mais 6, desconhecendo se a coisa fica por aqui.
Como é que a população da aldeia de Malcata tem lidado com a industrialização dos seus montes?
Os residentes em Malcata são quem mais estão incomodados com a presença das torres metálicas, bem visíveis de qualquer canto da povoação e que a ninguém passam despercebidas. Daí existir mais  oposição dos habitantes de Malcata em relação os habitantes do Meimão.
Já pensaram o que será daqui a 20, 30 ou 50 anos? Quando as torres eólicas ficarem obsoletas e já não derem lucro e for necessário desactivar o parque eólico, o que se seguirá? Limpar tudo e deixar tudo como estava é a obrigação da empresa detentora do parque eólico. Mas será de acreditar que nos espaços onde durante esses anos todos existiram toneladas de cimento, ferro e outros metais, bem enterrados e pisados pelas máquinas usadas na sua construção, renasçam frondosas árvores ou novas cearas?
Oxalá esteja errado, pois quando esse dia chegar, os planos escritos e aprovados se forem mesmo cumpridos, tudo voltará a ser como era no passado. Por essa altura já eu e muitos de nós não poderemos ver e não sei se os nossos filhos ou netos estarão interessados nisso.
A luta de hoje, que fique claro, não é contra a energia eólica. A luta hoje é a favor do nosso património natural, da nossa paisagem, da qualidade de vida e o bem- estar dos que vivem em Malcata e também dos que desejarem um dia viver em Malcata num ambiente limpo, tranquilo e saudável.
A luta de hoje é contra aqueles que querem criar a desordem no território que não é deles, mas de todos nós, reconhecido a nível nacional e internacional, como território com valor patrimonial natural e paisagístico. Não podemos esquecer a classificação atribuída à Serra da Malcata e a Albufeira da Barragem. Se para umas coisas o povo de Malcata está impedido de alterar ou realizar obras, porque razão outros estranhos podem? Os impactos negativos da existência das torres eólicas são sentidos mais pelos malcatenhos que aqueles que investiram nesta obra, pois são os residentes na aldeia que diariamente vivem perto delas.
Para além das rendas anuais recebidas pelos donos dos terrenos onde instalaram eólicas, que outros rendimentos existem? Sabe-se que a Câmara Municipal de Penamacor e a Câmara Municipal do Sabugal ganham 2,5%, mas não nos revelam o seu valor em euros. Porque não dão a conhecer esses rendimentos? Tem havido um completo desconhecimento por parte dos habitantes de Malcata e dos munícipes do Sabugal, dos destinos dados ao dinheiro recebido. Porque não revelam o fim desse dinheiro?
Ao não dar o que recebem e onde aplicam os rendimentos do parque eólico, no meu entender, tanto a Câmara Municipal do Sabugal como a Junta d Freguesia de Malcata, estão a falhar. Seria bom, caso esteja a haver ou vá existir, rendimentos para além dos recebidos pelos proprietários particulares, dar a conhecer os valores recebidos e onde investiram ou irão investir ou gastar esse dinheiro.
Malcata é uma aldeia com poucos residentes e muitas das habitações permanecem vazias durante quase todo o ano. São casas de emigrantes e estes vêm à terra uma ou duas vezes durante o ano. Não acompanham devidamente o processo de construção do parque eólico. E tem sido através dos jornais, das televisões e das redes sociais que seguem à distância o desenrolar das obras.
Em Malcata, falar das “ventoinhas” ou das “caravelas” tem sido assunto tabu e até ao surgimento do movimento “Malcata Pró-Futuro” as pessoas mostravam-se receosas e com medo de falar sobre esse assunto. Desconheço as razões dessa forma de pensamento, mas as eólicas não deixam de ser motivo de conversas nos cafés e nas ruas da aldeia, onde cada qual expressa a sua opinião. Contudo e apesar de cada um expressar a sua opinião, muitos têm ainda receios e medos de revelar em público aquilo que realmente é o seu sentimento. Esses receios e esses medos se estiverem relacionados com o poder local, venha ele de onde vier, então é um ponto que nos deve merecer maior atenção.
As pessoas de Malcata não se podem alhear do presente e não podem ignorar o que é real aos seus olhares. Ao apostar tudo no presente, isto é, ao aceitar tudo sem se perguntar o porquê e o que se ganha com isso, estamos a desprezar o futuro da aldeia. É chegada a altura dos malcatenhos saírem da sua lareira e do quentinho do lume e mostrarem que são contra todos aqueles que apenas desejam e ambicionam o seu próprio bem-estar.

21.1.15

TODOS JUNTOS POR MALCATA

EXPANSÃO DO PARQUE EÓLICO EM MALCATA
DOCUMENTAÇÃO OFICIAL

Fonte: http://siaia.apambiente.pt/AIA1.aspx?ID=2698


Nota: clicar nas imagens para melhor leitura.


Carta assinada pelo nosso Presidente de Junta, senhor Vítor Fernandes, enviada à Agência Portuguesa do Ambiente, conjuntamente com a lista das assinaturas ( uma de outras posteriormente enviadas ):















 Lista das 61 pessoas que se opõem ao Sobreequipamento do Parque Eólico de Penamacor 3B
                                        ( São contra a instalação de mais 6 torres eólicas)




 O Movimento "Malcata Pró Futuro" afinal não se restringe a meia dúzia de pessoas! Curioso é ver a forma de assinatura das duas últimas pessoas, pois, muito dignamente e com uma atitude de autênticos malcatenhos de alma e coração, usando a sua assinatura  através das suas impressões digitais, deram um exemplo de cidadania e de saber viver que muitos dos que sabem ler e escrever ignoram.

20.1.15

MALCATA PARA ONDE CAMINHAS?



Li o texto publicado pelo Cinco Quinas sobre as obras de ampliação do Parque Eólico de Penamacor ( Sub - Parque 3 B ) e não me espanta o retracto que o jornal quer fazer passar. Sou assinante do Cinco Quinas e sempre que posso leio os diversos textos que publicam. Mas depois de ler este artigo sobre a expansão do Parque Eólico, não posso ficar em silêncio. Está claro e evidente qual é a intenção do jornalista que se deslocou ( ou não ) a Malcata. O Cinco Quinas, jornal que assino na versão on line,  não foi o primeiro órgão de comunicação social. Antes dele já esteve já a Lusa e outros meios de comunicação social difundiram a noticia, tendo a SIC e a RTP solicitado entrevistas ao movimento “Malcata Pró-Futuro . E agora chegou a vez do jornal Cinco Quinas, que a par do Amigo da Verdade, continuam a ser publicados em papel e é através deles que todo o concelho do Sabugal é informado do bom e do mau que vai ocorrendo na nossa região. Apesar de hoje as notícias serem mais conhecidas pela internet, nas nossas aldeias e mesmo naquelas que usufruem da internet gratuita, são poucos os cidadãos que as utilizam. Portanto, muitas situações que acontecem não são do conhecimento de muitas pessoas, mas só daqueles que sabem navegar na internet e têm tempo e paciência para consultar informação acerca deste assunto. Lamento dizê-lo, mas é a verdade, muitos dos malcatenhos vão sabendo do desenrolar da história pelo que escutam na rua e nas conversas dos cafés da terra ou então quando vão à igreja e esperam pela leitura dos avisos à população.
Mas, voltando ao artigo do Cinco Quinas e sabendo eu que quem lê estas letras o faz através da internet, que conclusão tiro do artigo? O título escolhido pelo Cinco Quinas
“Malcata: ampliação de Parque Eólico gera polémica querem fazer crer que o povo de Malcata, afinal, está dividido e a maioria até a favor da obra. A frase não reflecte toda a verdade. É claro que há pessoas em Malcata que são a favor e outras que são contra, havendo até quem nem se interesse nada pelo assunto. E continuando a leitura do artigo, o leitor é levado a pensar que afinal apenas são seis ou sete pessoas que estão contra o alargamento e instalação de mais 6 eólicas a juntar às 19 já em funcionamento. E lendo as palavras dos/as entrevistados/as que sob anonimato foram transcritas pelo jornalista, a conclusão que o jornal quer difundir é que o assunto é que “Isto que está a acontecer é mesquinho e não tem razão para tanto alarido, pois o problema está desde a instalação do primeiro aerogerador na freguesia” e que os que não têm proveitos acabam por ficar invejosos dos que beneficiam de alguma coisa e daí todo este alvoroço, aproveitando-se de tudo para reivindicar “.
   Ora sejamos sinceros e claros nas acções e nas palavras. O Movimento "Malcata Pró-Futuro" é o representante de muitos malcatenhos e não se trata de um qualquer movimento clandestino, que de repente apareceu a gerar controvérsias e invejas. Houve uma reunião pública na Junta de Freguesia de Malcata e aos presentes foi-lhes apresentado pela primeira vez o “Malcata Pró-Futuro” e as razões da sua constituição: oposição à ampliação do parque eólico e a defesa do direito a uma vida saudável e tranquila, com acordo de todos os presentes. Pode ler aqui o resultado dessa reunião realizada no dia 13 de Dezembro de 2014:
http://malcataprofuturo.blogspot.pt/2014_12_01_archive.html
Que interesses mesquinhos são esses que um/a entrevistado/a refere? Inveja de quem tem um "ventoínha"e outros não? Sim, numa coisa eu concordo com a pessoa que diz ao jornalista que " o problema está desde a instalação do primeiro aerogerador na freguesia.”
Ora aqui está uma posição de cidadão consciente e com razão. E porque não houve essa oposição nessa altura? A resposta é mais uma vez dada pelo mesmo entrevistado quando afirma que , “quando os começaram a colocar, que até seria uma mais-valia para o local, que os terrenos abandonados iriam dar lucro e os proprietários iriam tirar partido dos seus terrenos e o local seria valorizado. “
Quem se importou ou quem se interrogou sobre as consequências e desvantagens deste investimento inovador e gerador de dinheiro? E porque não se publicou ou divulgou a obra que estava já programada para ser efectuada? Começaram com a instalação de 12 torres eólicas, depois vieram mais 7 ventoínhas. Mas os promotores desde sempre, sabiam que iam ser 19 torres eólicas. Porque agindo desta forma, aos soluços e aos poucos, alcançariam o objectivo final sem controvérsias, sem contestações e sem oposição de quem quer que fosse. Mesmo os promotores e outros intervenientes saberem que a instalação dos equipamentos na área prevista, iam colidir com as leis portuguesas e europeias, pois já nesse tempo a legislação existente exigia respeito pelo ambiente, pela paisagem e havia condicionantes a ter em conta. As obras de então iniciaram-se quase sem ninguém saber. Hoje, nesse aspecto pouco mudou, apenas a exigência da Câmara Municipal do Sabugal para que se fizesse um Estudo de Impacto Ambiental relativamente à expansão do Parque Eólico, ou seja, de mais 6 torres eólicas.
E foi a partir da publicação e durante o último período de consulta pública, dado pela Agência Portuguesa do Ambiente, que diga-se a verdade, quase ninguém dava por isso, não fosse a Sociedade Portuguesa de Protecção da Aves e uma pesquisa por mim levada a cabo na internet, as coisas aconteceriam na ignorância de todos os malcatenhos e do povo português. Mesmo apesar das posições que a seu tempo (talvez tarde demais ) a Junta de Malcata e alguns cidadãos assumiram em oposição à referida obra.
   Desta vez o povo acordou, talvez tenha andado adormecido tempo demais, mas agora anda mais alerta e mais atento ao que se vai passando à sua volta. Lembram-se do que se passou com a construção da barragem, da ideia de construírem aquele “hospital” lá para a Rasa ou das obras junto ao Cruzeiro de São Domingos?
   Eu não vivo em Malcata, mas nunca esqueço a terra que os meus olhos verdes viram em primeiro lugar. As memórias da minha infância são indestrutíveis e fico triste quando visito a aldeia e vejo a terra onde eu nasci. Olhando para a Serra, para a albufeira e para outros sítios, levanto os olhos para o céu e fixo o meu olhar naquele rasto de fumo branco do avião que ali passou, enquanto ouço os peixes que se divertem a saltar na água e as pás brancas rodam ao sabor do vento forte e frio.
E pergunto a mim mesmo: Malcata para onde caminhas?