21.1.10

A MINHA RUA


Durante muitos anos o mundo para mim acabava no Sabugal. Fui crescendo e descobri que se queria continuar os estudos tinha que descobrir outro mundo. Esqueci a minha rua e parti à procura do outro mundo. E de facto encontrei outro Mundo.
O outro Mundo é tão grande que me perdi nele e  nunca mais vivi na minha rua. Mas sinto saudades da minha rua. É que a minha rua não era só o chão de terra batida, o muro de pedra, os três enormes carvalhos e as casas em volta. A minha rua era muito mais do que isso. Hoje já não vive lá o carpinteiro que fazia os carros de vacas, as grades para alisar a terra e as janelas de madeira para as casas. Os sapatos deixaram de ser arranjados pelo Ti Quim e também já não vai com a sua mulher, a Ti Rosa, levar o centeio e o trigo ao moinho de água. Hoje, não há moleiros e os moinhos jazem na água da barragem.


Hoje a minha rua já não é a mesma, até o nome lhe tiraram. Eu conhecia-a por Rua do Carvalhão e os três carvalhos serviam de testemunho. Agora, dizem que o meu pai vive na Rua de Braz Carvalhão. Disseram-me que é o nome do dono da última casa lá da rua. A minha rua, a rua do Carvalhão, de tão estreita que era, só passava um carro de vacas e a camioneta tinha que ficar no Camões porque era muito larga. Até o Ti Coxo era obrigado a levar a malhadeira lá pela rua do Cabeço, mesmo que as vacas o não quisessem. As casas de um lado e o muro de pedra do outro obrigavam a estas alterações de tráfego e por vezes as teimosias deitavam as pedras abaixo.
No Verão, depois da escola, a minha rua era o nosso parque infantil. Desde pontapés na bola, jogar ao fite ( malha), à macaca, ao pião e aos feijões, até ao jogo do lenço e fazer corridas de carros de madeira, eu e os meus amigos éramos os donos da rua.


A minha rua era o cheiro da chuva no pó, ou na sua ausência em tempo de Verão, era a Ascensão que se encarregava de regar o pó para ele não entrar pela casa dentro, a manta de farrapos no chão cheia de gravanços a secar ao sol, a minha mãe e a Ti Cilda na varanda.
Por essa altura, o mundo era só do tamanho da minha rua e todas as pessoas que eu conhecia eram ainda vivas. Agora, encontrei estas fotografias velhas e voltei a ser feliz na minha rua outra vez.



Ai se a rua fosse minha, se esta rua fosse minha eu mandava-a ladrilhar...

CAMPANARIOS DE AZABA E MALCATA

No passado dia 14 de Janeiro, no Colégio Mayor Fonseca, Salamanca, decorreu a apresentação do projecto “Conservação da Biodiversidade no Oeste Ibérico”. Teve a participação de muitas organizações ambientalistas e outros peritos no ambiente, tendo estado também presente o Dr.Fernando Queirós, em representação do ICNB ( Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade).







                                            E Sabugal está tão perto...

O Projecto LIFE+NATURE colocará em funcionamento este ano de 2010 a Fundación Naturaleza y Hombre a defender o Campo de Azaba, na província de Salamanca, em Espanha e Malcata, em Portugal.

“Conservação da Biodiversidade no Oeste Ibérico: Reserva Campanários de Azaba”, é um projecto ambicioso apoiado pela União Europeia e conta com a colaboração de inúmeros patrocinadores como a Fundación MAVA da Suíça, Junta de Castilla e Leão, Fundación Património Natural, Ministério do Meio Rural e Marinho, Fundación Biodiversidad, Obra Social Caja Madrid, Red Eléctrica Española e Cementos Portland.
O trabalho está a desenvolver-se na reserva Campanários de Azaba, uma quinta com 522 hectares, que vai funcionar como um espaço fornecedor de biodiversidade, já que se encontra no epicentro de outros espaços Natura 2000, como o Campo de Azaba, o Campo de Argañán , em Espanha e Malcata em Portugal, com um total de 132.878 hectares.

Trata-se de uma zona situada na fronteira entre Espanha e Portugal, onde ainda predomina a floresta mediterrânica, pretendendo com este projecto a gestão activa e integral na defesa das espécies com maior eficácia dispersora como as aves, as plantas e insectos.

O projecto prevê dois grandes objectivos: o meio ambiente pretende a melhoria das populações de grandes aves como a Cegonha Negra, o Abutre Negro ou a Águia Imperial. Nos invertebrados temos o Porco Cerambyx, ou Euphydias aurinia e outras espécies de máximo interesse de conservação como é o caso do lince ibérico
Mas também dos diferentes habitats e ecossistemas de floresta presentes na área da qual devem ser elaborados indicadores de qualidade e métodos de gestão sustentável.
Também tem um eixo social de sensibilização e consciencialização tanto da população escolar como as pessoas que habitam na área através de campanhas de educação ambiental, com voluntariado, que “valorizem a biodiversidade da área”.



18.1.10

AS MARAVILHAS DO NOSSO PORTUGAL




DIVERSÃO NA NEVE




Há pessoas, como o Sérgio e amigos, que mesmo com neve, adoram passear na Serra da Malcata.

12.1.10

A NEVE NA SERRA DA MALCATA

Caro Conterrâneo:

Depois de ter dado uma fantástica volta de bicicleta, responsabilidade das fantásticas paisagens da Serra da
Malcata, com uns amigos durante a manhã de hoje dia 11, ficam alguns registos fotográficos do denso manto branco que cobria toda a serra para que possa colocar no seu blog, do qual sou visitante habitual.
Cumprimentos
Sérgio Vaz Correia




















Estes são os aventureiros que proporcionaram estas belas fotografias da neve na Serra da Malcata. Nem o frio e a neve os impediram de fazer aquilo que gostam. Ora, meus queridos, lanço-vos daqui um desafio: contribuir para a boa classificação da Serra da Malcata ( também chamada Reserva Natural ) na eleição das "7 Maravilhas de Portugal". A internet está a ficar já com muita informação e os adversários já mostram o que defendem. E vocês com essa genica toda, mesmo de bicicleta e máquina fotográfica, podem ajudar a divulgar essa maravilha.AGUARDO MAIS FOTOS E OUTROS CONTRIBUTOS.
Já agora, quem foi o fotógrafo? Para além do Sérgio, quem são os outros aventureiros?

11.1.10

OPERADO DE MANHÃ E IR PARA CASA À TARDE:

UCA EM FUNCIONAMENTO NO HOSPITAL DA GUARDA ( UNIDADE CIRURGIA AMBULATÓRIO )



A partir de hoje, o Hospital Sousa Martins ( Hospital da Guarda ) passa a ter condições para operar doentes em regime  de ambulatório. Ser operado de manhã e regressar a casa durante a tarde é possível com a abertura da Cirurgia de Ambulatório. O Dr. Dias Costa, director desta nova unidade cirúrgica está convencido que com este novo serviço, as listas de espera  vão diminuir, pois, este novo serviço vai operar 10 doentes por dia.
O que é a Cirurgia de Ambulatório?
Responde o Dr. Dias Costa:
"Todos os doentes operados serão contactados 24 horas depois para aferir do seu estado e do seu grau de satisfação com o serviço".
Com instalações próprias no rés-do-chão e primeiro andar do edifício mais antigo do antigo sanatório, a unidade é composta por gabinetes de triagem, uma área de preparação e o bloco operatório, complementado com a zona de recobro com quatro camas e cinco cadeirões para os doentes poderem recuperar. As obras de adaptação e o equipamento custaram cerca de 100 mil euros.
Para o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS), a unidade garante "mais comodidade ao doente e rapidez assistencial, além de aliviar muito as listas de espera em cirurgia". Fernando Girão acrescentou que a meta para este primeiro ano de actividade é "tentar ultrapassar os mil casos", sendo que a área de influência do serviço são dez concelhos do distrito. "Este tipo de cirurgia já funciona em Seia desde Setembro, onde foram operados 200 doentes", justificou. No entanto, o responsável alerta para a necessidade de informar os pacientes sobre esta nova forma de trabalhar: "Para algumas pessoas, ainda é muito difícil compreender que se vá para casa no mesmo dia em que se é operado", disse, realçando também a importância que os médicos de família e os cuidados domiciliários vão ter no acompanhamento daqueles doentes. 


Esta notícia é de extrema importância para os que vivem na zona abrangida pelo hospital da Guarda. Desde que o hospital garanta todas as condições exigidas para  bom funcionamento desta unidade, os doentes têm muito a ganhar. Já fui submetido a uma operação efectuada numa unidade de cirurgia de ambulatório e tudo correu bem. Recordo-me que entrei às 8h30 no bloco operatório e por volta das quatro da tarde estava a ir para minha casa pelo meu pé, embora ajudado pela minha mulher, pois, é necessário que o doente seja acompanhado nas primeiras horas. Comigo trouxe uns comprimidos e uns números de telefone. Tudo correu bem e houve a preocupação do médico da UCA me telefonar saber do meu estado clínico. Portanto, o serviço de ambulatório, quando funciona bem, vem contribuir para melhorar os serviços de saúde prestados pelos hospitais. Os doentes não devem recear estas unidades de cirurgia, pois, são sempre cirurgias que permitem aos doentes recuperar em suas casas, acabando também por ser mais baratas do que as que exigem internamentos no hospital. Nada melhor que a casa e a ajuda da família, sempre que essa seja a melhor opção para que o enfermo fique curado, claro está.
Oxalá a UCA do Hospital Sousa Martins seja uma unidade de referência nas cirurgias de ambulatório. Ganhamos todos.











10.1.10

MALCATA CANTA AS JANEIRAS





Dia 16 de Janeiro de 2010 pelas 19h30, Malcata vai dar um salto no passado para relembrar uma antiga tradição que é cantar as Janeiras.
Saiba mais aqui: