25.4.09

BAÚ DA MEMÓRIA-O SOITO DE ANTIGAMENTE

Chama-se Eugénio dos Santos Duarte. Nasceu a 25 de Abril de 1927, natural do Soito e com familiares também em Malcata, apresentou hoje no Auditório Municipal do Sabugal, um livro a que deu o título «Baú da Memória-O Soito de Antigamente».



Eugénio Duarte é um testemunho vivo e real da cultura raiana. A inteligência não se mede pelo título dos diplomas ou canudos, mas pela atitude e pela iniciativa que cada pessoa desenvolve ao longo da sua vida.
Para saber mais sobre este acontecimento veja aqui:

E para ver as fotografias do lançamento do livro, veja aqui:










MALCATA E AS ENERGIAS OCULTAS










Por altura da Páscoa estive uns dias em Malcata. Aproveitei um desses dias para visitar a construção do parque eólico que não pára de crescer nos montes da Serra da Malcata. A paisagem seria ímpar não fosse, de facto, ver à minha frente um enorme paliteiro, tantas são as torres eólicas espalhadas pela paisagem. É verdade, à minha frente observei um cenário que transformou por completo a paisagem. Quebraram-se os últimos resquícios de beleza e tranquilidade, as fotografias ficam pejadas de “caravelas” como lhe chama o meu pai. E o ruído que produzem fez com que os meus cães as olhassem fixamente e sem abanar a cabeça.
A construção do parque eólico custa milhares de euros. O vento pode ser de borla, mas as torres e as turbinas eólicas têm que ser construídas e mantidas. E as linhas de transporte da energia eólica para a rede nacional de electricidade também tem custos.





A verdade nua e crua é que fomos todos, ou quase todos, levados a acreditar que será benéfica para a aldeia de Malcata a existência deste parque. Outra verdade menos conhecida, mas nem por isso, menos verdadeira, é que os habitantes de Malcata vão continuar a pagar a electricidade ao mesmo preço que os outros portugueses. Até agora, quem ganha com as torres eólicas, são os proprietários dos terrenos que por cada plantação eólica recebem cerca de 2750 euros anuais. Até o meu pai acredita nos benefícios da que cresceu lá para os Chãos da Serra.

Ele e os outros como ele, não questionaram nada nem ninguém e acreditaram que só têm a ganhar, pouco se importando se a energia eólica é mesmo amiga do ambiente, ou se começariam a pagar menos pela luz consumida lá em casa. Mas um dia as notícias vão ser diferentes. É uma questão de tempo e deixar que a teta da vaca comunitária seque por completo e vamos assistir ao pagamento de incentivos para desmantelar as torres que tantos milhões custaram. É a história da pescadinha com o rabo na boca.

Luís Mira Amaral, professor de economia e gestão, escreve este sábado no "Expresso" a propósito das energias eólicas o seguinte:

« As análises e os cálculos mostram que as políticas de conservação e utilização de energia, por terem efeitos permanentes e sustentáveis, têm maior potencial para a poupança de combustíveis fósseis do que as energias renováveis, devido à volatilidade e intermitência destas.

Mas ao contrário do que os MRPP da energia pretendem fazer crer, apesar dos enormes investimentos que já foram efectuados na eólica e nas "novas" renováveis e do quadro legal extremamente incentivador em vigor, as energias renováveis não vão chegar para resolver o nosso problema energético, porque ao vultuoso investimento que se está a fazer com potência instalada não corresponde uma quantidade de energia significativa pois que Energia=Potência X Tempo de utilização é pequeno devido à sua volatilidade e intermitência».

Portanto, amigos de Malcata, se um dia a lâmpada ou o frigorífico lá de casa não funcionarem devido a uma falha de energia, mantenham a calma e não culpem as torres eólicas de falta de consideração para convosco, mas reclamem a quem pagam a factura da luz.

E quanto aos ganhos que a energia eólica vai trazer para a aldeia, respondam-me se souberem:

Quais os benefícios reais para a aldeia de Malcata?

Quantas pessoas da aldeia de Malcata trabalham na construção do parque? Eu não conheço nenhuma, mas esta obra exige um grande número de pessoas e máquinas. Será que as contratarão quando daqui a uns anos o parque for desmantelado?



22.4.09

A SALA DOS RISCOS

Todos os riscos têm um autor. As paredes da sala continuam a testemunhar momentos felizes que muitos jovens têm vivido em Malcata. Os donos do Café Lince ( Café do Quim ) aceitam e conservam estes testemunhos.
















































































18.4.09

O QUARTEL ABANDONADO

Recentemente o Governo aprovou em Conselho de Ministros a Lei de Programação de Infra-estruturas Militares, em que é anunciada a libertação de um conjunto de edifícios ocupados pelo Ministério da Defesa, que se encontram desocupados ou obsoletos para fins militares, tendo em vista a sua rentabilização.

Interior do quartel






Exterior do quartel









Na época em que o contrabando entre Portugal e Espanha estava na ordem do dia, todos os lugares raianos, como a nossa terra, foram importantes na vigilância de fronteiras, na protecção fiscal e económica do Estado.




Esse trabalho pertencia à Guarda Fiscal que, durante a maior parte da sua existência secular, manteve um posto em Malcata, com uma guarnição variável, mas raramente excedendo a dezena de efectivos. Tratava-se de pessoas de outras naturalidades, dada a proibição de poderem exercer a profissão na sua própria terra, certamente por motivos de independência de acção.













Não cabe aqui abordar a sua actividade, nem a dos seus naturais «adversários» – os contrabandistas. O meu objectivo é salientar o facto de que alguns desses homens, ao aqui residirem com as suas famílias durante vários anos e até décadas, tomaram Malcata como a sua terra, e malcatenses nasceram alguns dos seus descendentes.

Para quando a entrega do imóvel à Junta de Freguesia? Ideias e projectos não faltam, assim o Estado tome uma decisão consensual que tenha em conta a importância que este edifício tem para a freguesia.