28 agosto, 2023

SEM COMENTÁRIOS, TUDO NATURALMENTE


ZONA DE LAZER DE MALCATA
(Fotos de Martine Martins)





 
ZONA BALNEAR DO MEIMÃO
(Fotos da Terras de Encanto)




                                    
                   

25 agosto, 2023

AS CONTAS E AS CONSCIÊNCIAS

Registo das contas da Confraria do Santíssimo em Malcata estão 
acessíveis no Arquivo Distrital da Guarda



 

   Todos têm a obrigação de prestar contas nas instâncias próprias. Ora as festas das aldeias também envolvem verbas e as mordomias das festas têm o dever de apresentar contas. E, regra geral, isso é feito, com a consciência de terem prestado um serviço a toda a comunidade que em seu tempo lhes atribuiu essa missão. Mas, aqui e ali,ouvem-se histórias do arco da velha. E a corrupção tem muitas caras, muitas formas e artimanhas sob a aparência da honradez. Há sempre quem pense que tem o direito de cozinhar o que lhe apetecer tendo em conta apenas a sua honestidade, o seu saber e sabores. Casos de enjoos e de estômagos enfartados por causa da comida desses cozinheiros, há muitos por todo o lado. E a má disposição não passa com nada, nem com água com bolhinhas, nem com "ricard" e muito menos com uma copita de aguardente.
   Não vou atear mais a chama que anda aí pela nossa aldeia. Respeito as pessoas e os erros, só tenho de lamentar se alguém está a ser acusado injustamente e também lamento e condeno quem passe dos limites do respeito mútuo e da presunção da inocência, antes de serem conhecidas as provas e as circunstâncias dos factos.

   É importante sim assumir que precisamos de formar consciências. E quando existem contas a fazer, mais vale fazer as contas de bem com os homens do que andar zangado com Deus e os santos. Quem tem consciência madura não é qualquer cabra ou cabrão (bode) que lhe ferra os dentes a pensar que se trata de erva verde.

    Tudo na nossa vida se resolve. Com diálogo, boa fé e confiança mútua é o caminho a percorrer, porque todos desejamos viver alegres e felizes. 

                                                           José Nunes Martins




 

16 agosto, 2023

MALCATA : ESTAR DENTRO DA FESTA OU FICAR DE FORA?

                             ACTUALIZAÇÃO DE VISITAS A ESTA PUBLICAÇÃO :

               Tantas pessoas que por aqui passam e não há uma única resposta às perguntas feitas!!!
                        As perguntas são estas:
                   
1- Como foi a festa deste ano?
                         2-  Qual o verdadeiro sentido da Festa em Honra de S. Barnabé?
                             3-  Se fosse mordomo o que propunha para a festa?

   Hoje, uns dias depois do fim da festa deste ano,  dou comigo a recordar com alguma saudade as vivências do dia de festa na minha aldeia. Era dia de festa, de alvorada com foguetes e “banda da música” ou filarmónica. Neste dia a minha mãe preparava roupa nova, mesmo a estrear e havia mesa farta ao almoço. Para este dia de festa o meu pai alegrava-se com a vinda de todos os da família, havia sempre lugar para eles. Não era boa altura para receber amigos, ele não tinha tempo livre nestes dias. A responsabilidade que assumira de ser mordomo, estava sempre primeiro que tudo o resto. Ele e os outros mordomos fartavam-se de trabalhar para que toda a festa corresse bem. Uma das preocupações que os mordomos tinham era como ia estar o tempo no domingo. Qualquer nuvem no céu lhes trazia preocupações e mesmo com as coisas preparadas para a eventualidade da chuva, nem sempre as prevenções resultavam na sua totalidade. A Missa e as procissões, o fogo, a música e o ramo concentravam toda a atenção dos mordomos. Nesses primeiros anos, as receitas da festa eram obtidas com peditórios à volta do povo, algum ou outro baile e muita contenção nas despesas do fogo, que era onde eles podiam cortar alguma coisa. Depois havia um apoio das famílias dos mordomos para abastecer o Ramo com bolos caseiros, coelhos, cabritos, presuntos, chouriças, garrafas de bebidas…coisas feitas com muito amor e suor durante a semana anterior ao dia da festa. E todas estas ofertas iam parar ao Ramo da festa, o autêntico dinamizador dos apoios da festa, era no Ramo que os mordomos apostavam para angariar dinheiro. Só mais tarde veio a exploração do bar durante a festa.
   Enfim, quando recordo estas coisas, sinto o medo que eu tinha aos foguetes lançados muito próximo das pessoas, ali na varanda da casa dos meus pais, enquanto tocava a banda da música e os mordomos distribuíam nas bandejas os copos de vinho e doces.
   No fim da missa do domingo a seguir à festa, na altura dos avisos, os mordomos entregavam ao padre um papel com as contas da festa e a lista dos próximos mordomos. E durante uns dias era o tema mais falado na aldeia.
   A festa tinha acabado.
  
Nota: dois dias após a festa deste ano ter terminado gostava de perguntar:
           1-Como foi a festa deste ano?
           2-Qual o verdadeiro sentido da festa de Agosto, em Malcata, continuar a ser em
                Honra de São Barnabé?
           3- Se fosse mordomo(a) o que propunha para uma Festa em Malcata?
          
   Vamos então falar sobre as festas e como elas se enfarinham na vida de todos nós.
   Esvaziar as nossas cabeças e dar tempo e tolerância é o que estamos a precisar. Agradeço todos os contributos e respostas. 
                                                        José Nunes Martins
   
           


11 agosto, 2023

QUE TRADIÇÕES TÊM MAIS FUTURO EM MALCATA?

 


   Considero e penso que é legítimo cada um de nós ter a sua opinião sobre as garraiadas, gostar ou não das  que se têm feito nestes últimos anos em Malcata, nos dias próximos à festa. Também penso e não aceito que se procurem falsas razões para expressar e impor qualquer tradição.
   Em Portugal existe um Regulamento de Espectáculos Taurinos (RET) aprovado pelo Decreto-Lei nº 89/2014. Não conheço todo o documento, mas suponho que a organização do espectáculo se preocupou em conhecer para realizar, promover e respeitar a legislação.
   Tendo em conta que a participação na garraiada é voluntária, a organização costuma mesmo assim, garantir a assistência de socorro garantida pela presença em permanência dos Bombeiros Voluntários e uma ambulância de apoio.
   Em Malcata nestes últimos anos, está-se a tentar “reavivar” uma tradição que nunca existiu, e ainda por cima com alguma falta de condições, passando uma imagem errada das pessoas da terra. As duas vezes que fui assistir a garraiadas na nossa aldeia, não fiquei até ao fim, abandonei o recinto antes de terminar.
   Lembro que todos somos livres e temos cada um a nossa opinião. O que eu digo é que não pode valer tudo para contentar o povo, porque os Santos não saiam da igreja para participar ou assistir a uma garraiada. São santinhos, mas têm medo dos bois do diabo!
   Eu tenho uma idade que me dá mais anos de vida e de conhecimento sobre as tradições vividas em Malcata. E as “touradas” ou “garraiadas” não me recordo assim de tantas e só aconteciam uma vez por ano apenas até chegar aquele belo ano em que os homens disseram que não vieram a este mundo para ser vítimas por causa das investidas dos bois ou das vacas das touradas. Há tradições bem melhores e mais fáceis de manter…se há! Então porque é que temos de promover e incentivar a participação voluntária em espectáculos que nos podem causar perdas de vidas humanas? 
   Já alguém pensou em promover novos eventos? Por exemplo, o “Dia do Cabrito”, reavivando e fazendo regressar a tradição do cabrito assado, estufado, grelhado…que tão longe levou o nome da nossa aldeia? Que tradições têm mais futuro em Malcata?
                                               José Nunes Martins

05 agosto, 2023

A FEIRA DE ARTESANATO E SABORES NO ROSSIO TEM (AINDA) MAIS GRAÇA


 

  À medida que os dias se aproximam as pessoas andam na azáfama das reparações e das limpezas, dos espaços públicos e dos contentores dos resíduos urbanos empurrando-os para longe do recinto da festa. E até passar estes dias aqueles caixotes de latão têm dali desaparecer porque dá uma imagem péssima e é melhor esconder dos olhares estranhos, porque aos que moram habitualmente na aldeia, não os incomoda.
   Quanto custa a realização da Feira de Artesanato?
   Quem paga?
   A Feira de Artesanato é organizada pela Junta de Freguesia e a iniciativa merece aplausos e é a freguesia que ganha mais vida e dinamismo, sendo bom e importante viver e saber que afinal vale a pena ter uma feira como esta e perto da festa. Os expositores vão poder vender os seus próprios produtos, o mel, azeite, bolos caseiros, compotas variadas, bijutarias, sabonetes aromatizados, pequenas bonecas, panos e toalhas, raízes com vida, ferros velhos decorativos, tripa doce e crepes, momentos musicais e de dança…
   Também é importante perguntarmos e sabermos, afinal, que feira é esta, que se faz uma vez por altura do mês da festa de Verão e que este ano vai para a número oito?
   Durante estes oito anos de feira já alguma vez perguntaram ou foram informados dos seus custos e quem paga a conta? A iniciativa é para continuar sempre igual à primeira edição ou há intenções e planos para a valorizar e alargar a mais expositores?
   O facto de ter havido a preocupação de aprovar o regulamento da Feira de Artesanato é um sinal muito positivo e mostra o importante que é para os participantes e para a entidade que organiza a regulamentação estar aprovada. É bom, com sabor a pouco e deve existir ainda mais apoios aos artesãos que em Malcata produzem as suas peças. É insuficiente as horas dedicadas à Feira e à promoção e apoio do nosso artesanato e dos sabores típicos da aldeia.   Sei que não existem lanches/jantares/ceias grátis e que há gostos para tudo e mais não sei o quê! Olhando para o cartaz desta VIII edição da Feira de Artesanato e Sabores, o programa é igual às edições anteriores e o povo continua a comer o que lhes dá, sem sequer se questionar sobre o preço que a festa custa.
   Quantos expositores vão lá estar desta vez?
   Suponho que serão os mesmos dos anos anteriores. A organização informou que o número de bancas de exposição são poucas e que até pode haver necessidade de dividir o espaço por mais do que um expositor. Os artesãos da casa parece que têm prioridade.
Ainda no que respeita ao regulamento da Feira, será que foi dado a conhecer às pessoas?
   O programa, já o referi e volto a ele para dizer, que a feira e os dois espectáculos de animação, têm os seus custos e precisam também da logística para o normal decorrer dos mesmos. Uma vez que estão associados à feira de artesanato, a feira já valeu pelos momentos de convívio, pelo que se conseguiu vender, tanto pelos expositores como pelo bar da Festa em Honra de São Barnabé.
   Sei que é a Junta de Freguesia que vai pagar as despesas da feira de artesanato. Mais digo, que vão ser os cidadãos a pagar!  Podem os cidadãos ser depois informados e ficar a saber o valor da conta?
                                                   José Nunes Martins