07 agosto 2017

LAZER E CONVERSAS À SOMBRA







   Quem vem das cidades e não conhece a aldeia de Malcata, diz que entrou no paraíso. A tranquilidade e o sossego moram por toda a aldeia e o visitante fica surpreendido com o cantar dos pássaros, encantado com as "freirinhas" de manto preto e branco voando e pousando no barro do ninho ali meio escondido no beiral do mini-mercado. 
   Amélia nasceu em Malcata e todos os dias vai trabalhar para o lar de idosos que há na aldeia. Hoje há mais velhinhos que crianças e também já cá chegou esta coisa de depositar os nossos seniores no lar da Associação de Solidariedade. Como a Amélia, mais uma dezena de pessoas têm o seu trabalho nesta instituição que é o ganha pão para muitos.





 



"Há muitas pessoas que vêm para cá nesta altura do ano porque gostam do ambiente, gostam de ir até à piscina da barragem, está-se lá bem, é um sítio óptimo para relaxar, tomar um banho e as crianças podem divertir.se no parque infantil", diz-me a Margarida que está de mãos dadas à pequenita Maria que tem uns olhos azuis da cor do céu e está num nervoso miudinho para chegar depressa ao baloiço.

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   É no Verão que a aldeia se transforma, mesmo com mais barulhos e desassossegos, quem cá vive durante todo o ano não se importa, pois dizem que renasce a vida na aldeia.



  Este ano as pessoas estão a gostar imenso do Parque de Lazer da Rebiacé e durante todo o dia não deixa de estar com gente. A piscina flutuante, as canoas e gaivotas, o desafio de subir aos insufláveis por parte da juventude, vieram ajudar ao bom funcionamento do Bar que este ano o Luís explora. "Este ano vou estar aqui de Julho a Setembro. Vamos lá ver como corre o negócio. Tudo estou a fazer para que dê certo e lá vai rodando, uns dias pior outros melhor. Fui o único que concorreu e aqui estou, tudo o que aqui está dentro é meu, excepto o lavatório. Fiz um investimento grandito e agora há que trabalhar e olhar para o futuro" disse-me o Luís sem parar de tirar mais uma imperial.

   Há que reconhecer e felicitar a Junta de Freguesia pelo investimento que tem levado a cabo no Parque de Lazer da Rebiacé. Aos poucos está a nascer um verdadeiro e acolhedor parque  de lazer e bem-estar.
           

 

 



 



 

   Mas ainda há muito a fazer. Faltam criar as condições para que este parque funcione durante todo o ano, mesmo nos dias ou anos de seca extrema. Sendo o elemento "água" fundamental é necessário encontrar forma de manter um volume de água que permita tirar todo o potencial deste lugar, pois sem água não funciona a piscina, não se anda de canoa ou de gaivota, ou seja, há que encontrar forma de conter ali a água.
   Também seria benéfico a construção de um parque para automóveis e outros veículos. Nos dias de muita gente a falta de condições para estacionamento leva a alguma confusão e em caso de uma retirada apressada e urgente as saídas podem demorar.
   A aldeia entrou já nas suas festas de Verão. Por estes dias e até ao dia 13 de Agosto a tranquilidade e o sossego vai dar lugar a churrascadas, bailaricos e feiras de artesanato, jogos tradicionais, caças ao tesouro, sorteios de rifas, bifanas no pão ou frango assado pelos mordomos para comer sentado em casa. É assim por estas alturas do ano e mesmo com todo este alvoroço, ainda vive gente em Malcata que diz viver num paraíso.
"Olha João, o que te digo é que oxalá não falte de vez a água na torneira da minha cozinha. Nesta altura do ano, há alturas do dia que só sai um fio de água e o esquentador não liga porque a pressão é pouca" desabafou a Gracinda que foi logo interrompida pelo Quim a contar que "há dias fiquei todo ensaboado de espuma no chuveiro, a minha mulher foi à loja buscar uma  botija nova de gás e afinal, era falta de pressão no cano da água"!
   Pois, pois porque acontecem estas coisas que não deviam acontecer no paraíso?
   Não há água no cano porque a pressão é pouca?
   "Uns reclamam da pouca pressão da água, eu desespero com a lentidão da internet que a junta diz estar a funcionar bem, é pressão a mais e não dá para todos"-atalhei eu!
   Como todos nos encontrávamos a conversar à sombra da figueira, alguém se saiu com esta:
   - " Uns são filhos de uma mãe, outros há que são filhos do pai e da outra, mas deixai-os andar que ainda um dia me vão dar razão".
   - Deus o ouça compadre. Vamos jantar que já é hora!
    Uns para cada lado e outros diálogos de rua virão.

    

 
   

06 agosto 2017

"PROMOÇAOZÃO" AS NOSSAS OBRAS AQUI ESTÃO!


 


   A estratégia que está a ser seguida pela actual Junta de Freguesia de Malcata, na minha opinião de mero cidadão, que sigo o seu trabalho à distância e de perto sempre que tenho oportunidade de lá ir, é uma estratégia já conhecida e praticada por muitas outras juntas de freguesia, que de ingenuidade nada tem e é daquelas estratégias erradas, uma vez que se baseia no fazer uso dos mais variados expedientes públicos para influenciar a opinião dos cidadãos em seu favor e não em prol do bem comum.
   Hoje trago-vos alguns exemplos de como as obras públicas são usadas por esta junta mais em proveito da campanha política e do assegurar uma vitória eleitoral nas próximas eleições, que do bem comum. Todos sabemos que o senhor presidente esgotou o seu tempo e
não é neste tempo que ainda resta que as coisas vão mudar.
   Após três mandatos, ou seja, treze anos, ainda não aprenderam que não devem e nem podem colocar os recursos públicos, os recursos da junta ou do município, ao serviço da sua estratégia partidária e eleitoral. E só quem anda pela aldeia de cabeça perdida e muito distraído com cerveja e tremoços não repara na forma súbtil e dissimulada com que esta junta exerce o poder autárquico.
   Comecemos pela obra na rua da Moita, num espaço com cerca de 20 a 30 metros de comprimento, que é normalmente utilizado como serventia às duas habitações ali existentes, bem como ao quintal. No final do mês de Julho estive na aldeia e subi pela rua até ao dito lugar para ver a obra. Num tom de brincadeira olhei para a pessoa que estava ao meu lado e disse-lhe que a razão da calçada tinha a ver com a vinda à freguesia do prestigiado prémio Nobel da Paz em 1996, até porque quase de certeza que passasse ali. É claro que ambos sorrimos e os dois sabíamos que nada disto era verdadeiro, pois conhecemos bem e a seriedade das pessoas que trataram de convidar e bem receber essa tão ilustre pessoa. Ou seja, por alguma razão foi feita aquela obra e naquele lugar. No dia seguinte fui informado que os donos do dito terreno sabiam da existência da obra e que tinham dado autorização para que ela fosse executada. Pois, meus caros, a pergunta que me apraz fazer é esta: com que intenção e com que propósito a Junta de Freguesia, esta junta de freguesia que teve tempo para lançar esta mesma obra, veio escolher esta altura, tão próxima de eleições, dar este ar de preocupação com o bem comum? Tenho uma outra pergunta a fazer: então por que não calcetaram o acesso até ao primeiro portão, logo ali quase no princípio, para facilitar também o acesso aos terrenos existentes nas traseiras das casas de habitação? E a partir de agora, como vamos chamar aquela nova calçada? É pública ou não?
   Ora, bem fizeram os donos daquelas terras em aceitar a oferta feita. Outros cidadãos da mesma terra já não tiveram essa sorte. Um porque antecipou-se e como sabia que a terra era sua, puxou dos cordões à bolsa e lá tem agora também a calçada até à porta de casa! Outro, o homem andava distraído, atrasou-se na apresentação do seu pedido e a junta, dizem as gentes, recomendou-lhe que para a próxima vez faça o pedido a tempo e horas!
   Outro exemplo da estratégia errada, a meu ver, desta mesma junta de freguesia, trata-se do Vídeo publicado pela Junta de Freguesia. Já viram do início até ao fim, mas com olhos de ver e ouvidos limpos? Eu já! Tenho a comentar que a ideia está excelente, mesmo boa e louvo todo e qualquer trabalho que tenha por missão a divulgação e promoção da nossa Malcata. Para os malcatenhos, que conhecemos bem a nossa terra, o que é apresentado nesse vídeo já não é novo, já todos sabemos que em Malcata temos tudo o que lá se fala e mostra e o que não se mostra.
    Mas se é assim,  então qual é agora o “algueiro” que encontrei no meio deste vídeo que é descrito na página do Facebook da Freguesia de Malcata como sendo uma “reportagem sobre a freguesia de Malcata, que apresenta a Praia Fluvial….”
   Quem vir o vídeo até ao fim, vai concordar com o que vou dizer. Em geral, trata-se de um trabalho bem executado e como não sou técnico ou realizador de cinema, aplaudo o trabalho realizado. Agora, para uma pessoa que conhece a aldeia, interrogo-me porque não há uma imagem sequer da Queijaria Valfrades, muito menos um queijo ou cabrito, não é identificado o “Calvário”, não há uma única imagem ou referência ao movimento associativo existente e ao trabalho desenvolvido pelas associações; também esqueceram que em Malcata já existe fibra-óptica; ainda estão cafés e comércio abertos. Valha-nos o destaque para o "caldudo" do nosso conterrâneo Carlos Morais; e lembrem-se que para além do chá, faz-se um saboroso arroz de carqueja...
   A estratégia está lá e só a não percebe quem anda distraído com os turistas do Luxemburgo e da Alemanha que gostam de repousar no Parque de Auto-caravanas e que andam pelas ruas da aldeia em busca de um queijo ou sítio para comer e não encontram.
   Afirmar que existe “um parque de auto-caravanas com todas as condições para ter uma boa estadia”; “no Parque de Lazer onde há bangalows”!!!
   Depois vamos até ao Quartel da Guarda Fiscal, passamos pelo Forno e Museu do Pão, ali no Rossio. E é no museu do pão que o senhor presidente lança um desafio que é “convidava os visitantes a fazer uma visita à queijaria, porque vai valer a pena experimentarem o queijo tradicional de Malcata, feito todo de leite de cabra”. Espero pela imagem das mãos das queijeiras a fazer o queijo, mas nada aparece, com muita pena minha e mais do senhor que a explora.
   Ainda há tempo para mostrar o moinho a trabalhar e lembrar a actividade “Mãos na Massa” que numa parceria com o município e escolas, periodicamente a Junta realiza, diga-se com bastante aceitação.
   Subimos do Moinho para a Capela de São Domingos, mostra-se o Parque de Merendas e enquanto se vêem imagens da capela e da igreja Matriz, escutamos atentamente as explicações do pároco da freguesia.
   O filme acaba com a subida da Rua da Ladeirinha; “Calvário“ explicado o rito religioso por um cidadão; Largo do Rossio e Torre do Relógio.
   E chegámos ao FIM do vídeo. Mais ainda poderia escrever. O que escrevi revela como o executivo está a usar o exercício das suas funções autárquicas para promover a sua estratégia eleitoral. O dinheiro é dos cidadãos de Malcata, o proveito parece ser para quem vestir camisola da mesma cor. Ganhar eleições com os recursos dos outros torna-se mais fácil. Sou levado a pensar nesta frase:
“PROMOÇAOZÃO” AS NOSSAS OBRAS AQUI ESTÃO!

                                                                                                             José Nunes Martins,
                                                                                                        um malcatenho de 56 anos

20 julho 2017

NEM SÓ DE BOLOS SE CELEBRAM OS ANIVERSÁRIOS

   No próximo domingo, 23 de Julho, assim que forem as 18:00, vai ter início um concerto musical na igreja Matriz de Malcata.
   A Associação Malcata Com Futuro volta este ano a celebrar o seu 2ºaniversário proporcionando aos seus associados e a todos os malcatenhos momentos de elevado nível cultural e artístico, prestados mais uma vez, pelo Virtuoso Soloists Of New York. Sendo a AMCF um dos parceiros do Bendada Music Fest, cuja direcção artística está a cargo da jovem artista Inês Andrade, Malcata vai poder uma vez mais desfrutar de momentos de elevado nível artístico e tal como no ano passado, será uma experiência que vai ficar gravada na memória dos malcatenhos.
   Este ano, na abertura do concerto vamos poder ver e ouvir uma jovem que nos é muito familiar e que tem as suas raízes na nossa aldeia, berço da sua mãe e avós. Os artistas, para além de tocar o que gostam, estão ainda numa fase de amadurecimento e aperfeiçoamento constante da sua perfomance artística. Todos eles sonham com uma vida ligada à música. A presença do público para ouvir e ver estes jovens artistas a entregarem-se de corpo e alma à música, prima pela criação de momentos de verdadeira emoção e de reconhecimento dos seus talentos e através das palmas dos presentes e das vénias de agradecimento dos artistas, vamos todos viver esta festa de aniversário invulgar, mas que faz tanto sentido realizá-la na nossa aldeia.
   Então no próximo dia 23 de Julho lá nos encontraremos todos.

15 julho 2017

EU QUERO IR À SERRA VER O LINCE DA MALCATA

                                       Inês, Sara e Sofia, à procura do lince da Malcata


   - Mãe, Carmo, eu quero ir ver um lince! Quando é que vamos à serra ver o lince?
   Esta foi a pergunta que a Sofia fazia à Olga, mãe da criança e que naquele mês de Agosto aceitou o nosso convite para deixar o Porto e ir até Malcata. A verdade é que eu sabendo que já não havia linces na Reserva Natural da Serra da Malcata, mas a insistência da Sofia em ir à serra e talvez encontrar um lince pelo caminho levou-nos a ir à procura daquilo que não íamos encontrar.
  Depois de umas horas a subir e descer, de olharmos para tudo o que mexia e andava, a Sofia um pouco desanimada disse:
- Zé vamos para casa! Sara e Inês o lince está escondido, ele deve ter medo de nós e não aparece. Vamos regressar e vimos amanhã mais cedo. Está bem?
- Tens razão Sofia. Vimos amanhã outra vez, quem sabe o lince apareça!
  Depressa chegámos a casa, porque a descer todos os santos ajudaram a andar mais depressa e o burro não tropeçou.
  Chegados a casa a Sofia disse-me ao ouvido:
- Ó Zé, prometes que amanhã vamos encontrar um?
- Sim Sofia, vamos lá amanhã outra vez!

02 julho 2017

O QUE FAZER COM TANTA ÁGUA?


Albufeira da barragem
   
   Desde os anos sessenta, setenta e seguintes a aldeia de Malcata está bem diferente nalguns aspectos e igual noutros. Quando vamos hoje a Malcata, basta deixarmos a EN233 e entrar na M542 e as mudanças ocorridas na paisagem do nosso território estão à vista de todos. Ao nosso lado direito surpreende o Parque Eólico que se estende ao longo das Ferrerias e até quase à Machoca. A água da albufeira da barragem quase nos faz desviar por um daqueles caminhos em terra à nossa esquerda, pois o calor faz suar e a água hidrata e mata a sede.
   Longe vão os tempos em que conheci essas terras cheias de espigas douradas de centeio e trigo. Vinham ranchos de homens e mulheres e de foice na mão direita, dia após dia, entre cantigas e merendas, lá ceifavam até à última espiga.
   Poceirão, Ferrerias, Gorgulão, Chãos da Serra, Rasa, Ninho das Corças, Curral dos Porcos e outros lugares cheios de “pão e trigo” (centeio e trigo).
   Hoje todas estas terras deixaram de produzir cereal e encheram-se de pinhos bravos e carvalhos, outros são autênticos matagais totalmente improdutivos. 
   Em 1997 começaram as obras da construção da Barragem do Sabugal e em 2000 a água começou a sua subida até fazer cobrir os terrenos de muitas famílias da aldeia. Quem tinha terras na Fontacal, Ribeiro Grande, Várzea, deixaram de poder cultiva-los. Boa terra para produzir batata de excelente qualidade, lameiros com erva verde e fresca, moinhos movidos com a água do rio Côa, pontões e poldras para atravessar as margens de um lado para o outro, freixos, sabugueiros e amieiros, altos e frondosos, ao longo das duas margens do rio, sem dó nem piedade, foram literalmente engolidos pela subida das águas. 




                                                               Pego-Rio Côa

   Foi assim que se acabou aquela boa tradição de “ir para a ribeira tomar banho”, carregados de mantas e boas merendas. Nem o pó que se apanhava no regresso a casa, subindo a pé aquele caminho de pedra e muito pó, até chegar ao princípio da rua da Moita, fazia desistir de viver esta aventura de Verão em Malcata. Há uns tempos desci por este caminho, agora mais largo e menos poeirento e senti-me num pego invisível e irreconhecível. Muita água, mas não é a mesma água do pego, nem sequer os velhos amieiros deixaram e os barrancos também desapareceram.
   Malcata mudou e ainda hoje me pergunto se valeu o sacrifício. Hoje a maioria das pessoas que vive na aldeia são de idade avançada. Poucos são os que ainda vão para os campos trabalhar. A falta de saúde e a idade já não os ajuda a sair para os campos.
Os filhos e netos foram para longe ganhar a vida. Por isso há muitos terrenos ao abandono e não produzem riqueza.
   Como vamos mudar o estado destas coisas?
   A construção da barragem foi um alívio ou a oportunidade que Malcata precisa para se desenvolver?
   São perguntas que faço a mim mesmo e a cada um dos malcatenhos. Como vêem, vou a Malcata e dou comigo a pensar nestas coisas.
   A vós também vos acontece o mesmo?  

   

11 junho 2017

PONTOS DE VISTA

 



Será que tenho que odiar aquelas pessoas ou instituições com as quais não estou de acordo? E as pessoas e instituições a mim?
   Parece que as minhas palavras escritas têm incomodado algumas pessoas. Ultimamente, quando ando por Malcata parece que a minha presença se torna suspeita e sinto que algumas pessoas já não olham para mim como olhavam há uns tempos atrás. Chegou-se ao ponto de se bloquear ou simplesmente não interagir nas redes sociais. E muito só porque penso ou estou em desacordo com algumas pessoas.
   Nos meus escritos e nos meus pensamentos apenas exprimo a minha ideia acerca de como gostaria que fosse a aldeia onde nasci e a ela me sinto ligado afectivamente. Felizmente para mim, quando apareceu um grupo de malcatenhos que concordavam comigo em muitas ideias e noutras não tanto, mas que havia espaço para todos, lançámo-nos ao trabalho. O povo é constituído por pessoas e cada cabeça sua sentença. Claro que é uma utopia conseguir que todo o povo acredite no mesmo e que concorde em tudo o que se diga, em tudo o que aconteça ou se planeia construir. Portanto, como sei que não acreditamos e nem concordamos todos no mesmo, lá vou trabalhando naquilo que acredito ser benéfico para a nossa aldeia e aos poucos entender a sensibilidade do povo, esforçando-me sempre por criar uma certa empatia com toda a gente.
   Acredito no valor dos malcatenhos, também não ignoro que tenho uma missão a desenvolver como malcatenho. É do conhecimento de alguns que há coisas com as quais não estamos de acordo e que às vezes, ao defender o meu ponto de vista e o dos que pensam como eu,  possa até magoar alguém com palavras mais azedas, todos nós desejamos  o melhor para o povo da aldeia e sabemos que existem muitos assuntos em que pensamos da mesma forma. Eu falo por mim e tenho estado disponível para encontrar a melhor solução ou soluções para resolver alguns dos problemas da nossa comunidade.
   Se reflectirem um pouco sobre as coisas em que discordo de algumas decisões na nossa aldeia, na verdade contam-se pelos dedos e não se trata de combater e contrariar só porque sim, só porque sou do contra. Não, longe disso! Quando discordo, é porque não estou convencido que é a melhor opção para a comunidade aquilo que outros defendem e nunca por ódio ou teimosia. 

08 junho 2017

ENTRE QUEM VIER POR BEM




Junta de Freguesia de Malcata
mantém páginas da internet
desactualizadas
…há anos!


A Junta de Freguesia de Malcata tem duas páginas na internet e uma página na rede social Facebook. Infelizmente, como acontece com outras juntas de freguesia, estão desactualizadas e as informações nelas contidas são insuficientes e se comparar a página que me parece ser a mais recente: http://www.malcata.org/, com esta mais antiga: http://www.malcata.sabugal.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=39, para além de novo desenho gráfico, nada se alterou.


                 Primeira Porta:



Segunda Porta:


                                       As páginas da Junta de Freguesia na internet

   
   Um cidadão que pretenda consultar informação sobre a nossa aldeia, mais lhe vale procurar noutro sítio. É que nem a MENSAGEM  do senhor presidente temos o prazer de ler, não podemos saber quem são os líderes da freguesia, nada sobre a história da aldeia, o mesmo acontece o acesso a documentos, planos, orçamentos, porque a resposta que recebemos é sempre esta “informação brevemente disponível…” . Bem só me resta consultar as ÚLTIMAS NOVIDADES e algumas fotografias!
   Lamento que esta excelente ferramenta, diria mesmo uma boa ferramenta sobretudo para auxiliar a melhorar a qualidade de informação e de aproximação entre o poder local e os cidadãos. Mesmo aquelas pessoas mais avançadas na idade, quando lhes é dada a oportunidade de experimentar a internet, sentem-se até mais integrados na nossa comunidade e não tão distantes das ideias dos netos que se admiram porque não aproveitam a poupar tempo, dinheiro, filas de espera, ter curiosidade em saber o que se vai fazendo lá pela junta.
   A internet é considerada uma porta e todos sabemos que pela porta entram coisas boas e coisas más. Mas quando essa porta raramente se abre, pouco entra e pouco sai, pelo menos aqueles cidadãos que vivem na aldeia e já sabem e gostam de entrar por essa porta e todos os outros malcatenhos e cidadãos que por isto ou por aquilo, se interessam em conhecer melhor a aldeia de Malcata. Veja-se como hoje se marcam as férias num hotel, isso está à distância de uma consulta na internet! Eu se quiser marcar uma consulta no meu médico de família, já o posso fazer utilizando a internet…estão a ver as vantagens de manter a porta da junta de freguesia aberta dia e noite, mesmo que o pessoal da junta esteja a descansar após um dia de trabalho cansativo?
   Mas atenção, este desleixo relativamente ao funcionamento da página da junta de freguesia de Malcata não é só de agora, essa porta desde que ela foi inaugurada e pela qual todos nós pagamos, pouco ou muito, mas custa dinheiro à nossa comunidade, vem desde que foi instalada na nossa freguesia.
   Para lhes dar um exemplo concreto da utilidade de manter a página actualizada e de “porta aberta”, há uns tempos, através do sítio “A Minha Rua” a que a Câmara Municipal está ligada, pedi informação acerca do nome de uma rua em Malcata que encontrei numa das minhas pesquisas no site da Câmara do Sabugal. Entrei pela “porta” e pedi esclarecimentos a quem de direito e mostrei documentos a provar o que eu tinha visto. Depois de lerem a informação e consultarem os documentos existentes na Câmara do Sabugal, aperceberam-se que realmente tinha havido um erro e que ia ser corrigido e mais me foi dado a conhecer que as coisas ficaram em águas de bacalhau, ou seja, as possíveis alterações não tinham sido aprovadas. Como veem, desde Matosinhos, entrei na “porta” da Câmara Municipal e saí bem informado sobre a dúvida que tinha encontrado.
   Malcata já não é aquela pequenina aldeia, lá escondida aos pés da Serra da Malcata. A nossa aldeia obrigatoriamente, para o bem e para o mal, tem que abrir as portas e deixar que as pessoas entrem e saiam. Claro que há que estar vigilantes e saber quem entra e ao que vai…
mas por amor da santa, pelo futuro de Malcata e dos malcatenhos que andamos pela aldeia e por todo o mundo, vamos trabalhar mais com esta maravilhosa ferramenta, que cada vez está mais acessível, mais barata e que permite a tantas pessoas ganhar a vida!

José Nunes Martins
josnumar@gmail.com

MALCATA UMA ALDEIA INOVADORA


 Assinatura do Protocolo VPP



   No passado dia 26 de Maio de 2017, a aldeia de Malcata fez história, marcou pontos na transformação deste nosso território e na enertech 2017. Contra outras vontades e desejos, nesse Protocolo VPP-Lab “Laboratório Virtual Power Plant, devem participar os municípios de Penamacor e Sabugal, a Enerarea, a Universidade da Beira Interior e a AMCF , todos parceiros e envolvidos no mesmo projecto. Atrevo-me a dizer que há quem não queira o envolvimento da nossa aldeia, Malcata, argumentando que a VPP terá de ser do Sabugal e Penamacor. Ora, a AMCF na pessoa do seu presidente José Escada, está de acordo que os dois municípios participem neste projecto, mas defendeu acerrimamente que a aldeia de Malcata e a sua população não pode ser excluída e a sua participação neste projecto, representará o verdadeiro envolvimento de uma comunidade que irá auxiliar a aprovação de apoios comunitários, pois a VPP será para todos retirarem benefícios e a aldeia é uma das detentoras do território onde existem os recursos necessários à concretização do projecto. A VPP é a parte maior do projecto, sim porque é abrangente e inclui o concelho de Penamacor, de que faz parte, por exemplo, a aldeia do Meimão. Malcata, a aldeia e a sua comunidade humana, a sua situação económica e social, através da AMCF e de outros parceiros e entidades, está disposta e pensa que é a sua grande oportunidade para se transformar na Aldeia-Autossustentável do nosso país, para não ir mais longe. O que leva o presidente da AMCF e dos membros associados colectivos e singulares a defender a inclusão da nossa aldeia, para além da motivação pessoal dos membros que são naturais de Malcata e do verdadeiro e sincero afecto pessoal de José Escada, é todos nós vermos nesta VPP e na “Malcata-Aldeia Autossustentável” uma das poucas maneiras de trazer realmente benefícios directos para todos os malcatenhos.
   A associação continua a desenvolver a ideia de transformar a aldeia de Malcata numa aldeia diferente e a primeira das etapas deste caminho é o lançamento de um concurso de ideias que chamou de “Juntar Água para a Autossustentabilidade”.
   Toda a documentação relacionada com este projecto foi já enviada, para apreciação, dos Presidentes de Junta de Freguesia, de Assembleia de Freguesia, Associação de Solidariedade Social de Malcata (Lar), Associação Cultural e Desportiva de Malcata e da Associação de Caça e Pesca Malcatense.
  
  
   

                                   Água, sol, energia eólica, floresta...pessoas,
                                   Malcata-Uma Aldeia Autossustentável
                                    



06 junho 2017

ERA BOM ABRIR A ARCA DA JUNTA DE FREGUESIA


                                    Sede da Junta de Freguesia de Malcata

   
Para que não fiquem dúvidas: nada tenho de pessoal contra as pessoas que ao longo da nossa democracia desempenharam e desempenham funções na Junta de Freguesia de Malcata.    Também quero deixar claro que não pretendo liderar uma candidatura  às próximas eleições autárquicas marcadas para o mês de Outubro.
   Todos os candidatos quando se apresentam à comunidade é porque assumem um compromisso de honrar e realizar um determinado programa.
   O assunto que me leva a escrever sobre as próximas eleições é porque entendo que é chegado o momento de preparar as candidaturas e depois apresentar à comunidade os seus programas eleitorais.
   Um dos passos que as candidaturas devem ter em conta é conhecer e solicitar à actual Junta de Freguesia todas as informações e esclarecimentos que acharem importantes saber para a partir daí e com base nesses dados elaborar os seus programas eleitorais. Não se trata de apenas abrir a arca do passado e do presente, só porque sim. Mas se uma pessoa quer exercer a presidência da junta de freguesia, antes de avançar será normal ter particular interesse em conhecer o estado em que se encontra a autarquia. Só na posse dessa importante informação é que qualquer dos candidatos que se apresente às eleições pode elaborar um bom programa para os quatro anos do seu mandato.
   Quando sugiro que as candidaturas peçam acesso a informação importante à actual Junta de Freguesia e esta lhe seja concedida, não pretendo e nem quero que pensem que é desconfiar nesta junta ou nas que a antecederam. Mas este tipo de abertura por parte da junta de freguesia é um importante contributo para todas as candidaturas que aparecerem saibam o estado da autarquia e a partir daí, pensar e escrever o seu programa para os quatro anos de trabalho à frente dos destinos da nossa terra.
   Este ano prevejo umas eleições bem diferentes das do passado. No momento em que escrevo estas palavras ainda não sei quem vai a jogo. Espero e faço votos para que estes próximos meses as pessoas se respeitem, não cultivem ódios e inimizades, mal entendidos entre familiares ou amigos, apenas porque são de partidos diferentes, são de ideias diferentes. Nisto das campanhas eleitorais, eleições e nestes casos há vencedores e vencidos. Muitos de nós conhecemos famílias que se respeitam, que se admiram e que afectivamente vivem unidos, mas politicamente defendem e lutam por diferentes causas, pensam que com as suas ideias é que a comunidade vai progredir e para isso não passam a ser inimigos uns dos outros, mas simples adversários que também querem jogar e ganhar.
   Ser cidadão democrata e livre é valorizar cada ser humano no seu livre pensamento e respeitar a sua vontade. O papel do político é ter um ideal, pensar nas ideias para o alcançar e ter vontade e dinâmicas que o auxiliem durante o caminho, tendo sempre presente que, como todos e cada um de nós, há sempre acontecimentos que nenhum ser humano consegue controlar por completo, pois somos malcatenhos, mas também fazemos parte deste mundo que pula e avança mesmo enquanto sossegadamente estamos a dormir na nossa cama em paz e sossego.
   Já agora, quem são os candidatos à Junta de Freguesia de Malcata?
 
  

  José Nunes Martins
      josnumar@gmail.com

11 maio 2017

MALCATA: O FUTURO DECIDE-SE HOJE

   


    Em Outubro deste ano vamos votar para escolher quem nos próximos quatro anos fica com a responsabilidade de liderar o poder político autárquico.
   Três pessoas já se apresentaram ao cargo de Presidente da Câmara Municipal:
   Alberto Martins Luís Paché, independente e apoiado pelo CDS/PP, António Dionísio apoiado pelo PS e António Robalo, apoiado pelo PSD e vai para o seu
terceiro mandato.
   De quatro em quatro anos lá vai o povo participar na democracia. Por todo o país vão sendo conhecidos os candidatos e as respectivas listas. Por Malcata com certeza que também deve estar a acontecer o mesmo. A pergunta a fazer é esta:
   Quem são os candidatos à presidência da Junta de Freguesia?
   É sabido que Vítor Fernandes está impedido pela lei eleitoral de concorrer ao cargo de presidente. Ouvi uns murmúrios que este ano haverá candidatos apoiados pelo PSD e candidatos apoiados pelo P.S. . Nas últimas eleições, em 2013, também houve uma lista independente. E este ano como será?
   Outubro já não é assim tão longe como parece. É chegado o momento de o povo ser informado do que se vai passar, das pessoas que se vão candidatar. Isto é também uma atitude democrática, de os candidatos se apresentarem e começar a dizer ao que vêm.
   Para que os malcatenhos possam escolher a melhor equipa têm que saber quem são e o que querem fazer nos próximos anos por Malcata.
   E para mim as verdadeiras questões são estas:
   Sabem os malcatenhos o que querem?
   Que caminhos deve seguir Malcata?
   Para onde e por onde é que lá chegamos?
   Queremos uma aldeia que saiba acolher novas gentes, novas ideias, novos negócios, ou queremos uma aldeia com quatro cafés e um minimercado, uma aldeia com cada vez mais casas vazias e em ruínas, com pessoas sem ambição e sem futuro?
   É importante que quem está a pensar candidatar-se que escreva e apresente o seu programa eleitoral e que o assuma como o documento orientador durante o mandato. A ausência de um programa orientador é meio caminho andado para governar a freguesia dia a dia e isso não leva os malcatenhos a lado nenhum.
É agora o tempo para estar a discutir os programas e pedir esclarecimentos aos seus autores ou até contribuir para o enriquecimento desses mesmos documentos.                                                  
                                                              José Nunes Martins
                                                             josnumar@gmail.com
   

04 maio 2017

É URGENTE O DIÁLOGO






    Há uns tempos atrás falei-vos do que pensava acerca de alguns nomes atribuídos a algumas ruas de Malcata. Longe de mim imaginar que ia causar tantas reacções e comentários por ter expressado apenas a minha opinião.

   Para mim são águas que já desaguaram na albufeira da barragem. Fiquei com a sensação que pior do que não concordar e falar sobre determinado assunto, seja de que natureza for, é não estar de acordo com isto ou com aquilo e ficar calado. Para mim até é mais sossego ficar calado, deixar as coisas andar e fazendo de conta que tudo está bem, tudo está em paz. Só que na verdade essa paz é uma paz podre e não beneficia ninguém, é como se vivêssemos com a cabeça enterrada na terra para não observar o que se passa à nossa volta.
        Mas digam-me lá uma coisa, o ficar calado ou olhar para o lado, andando pelas ruas da aldeia de olhos postos nas pedras da calçada, não caminhando a olhar para a frente ajuda a esquecer ou falar sobre aquilo que nos incomoda? Analisemos então friamente e sem preconceito de espécie alguma o que tem acontecido nestes últimos anos na nossa terra. Começo por vos referir aquelas reuniões que se fizeram com a ZIF de Malcata, a reunião que a Junta de Freguesia convocou para esclarecer a população sobre a instalação da antena de telemóveis. Já sei que alguns pensam que estes assuntos não lhes dizem respeito, não vos quereis chatear, tendes receio de melindrar alguém ou então não sabem como lhes falar dos assuntos. E o mais fácil é fazer vista grossa. Só que com o passar do tempo, muito silêncio sobre muito silêncio, enchem o copo e vai chegar o momento de substituir a toalha que ficou molhada porque deixaram encher demasiado o copo vazio. Ora com toalha molhada a seguir podemos continuar a entornar a tigela da sopa, aumenta o desconforto, os nervos revoltam-se e lá se vai aquele ambiente de paz e está tudo bem. Chegados aqui, vêm as divisões, as vinganças e a raiva. Tudo isto misturado resulta numa autêntica salada russa, misturamos alhos com bugalhos, um assunto com o outro e um assunto nada tem a ver com o que naquele momento se está a falar ou a esclarecer.
        Ó quantas e quantas vezes já falei e escrevi e ninguém disse que escrevi isto ou aquilo!
        Eu sou dos que acreditam naquela ideia de que Malcata se pode transformar e acredito que as boas relações institucionais, o diálogo e a união é sempre uma possibilidade. Mas para isso acontecer há que cada um de nós e todos em comum beber os copos cheios, deixar os copos vazios, deixar esvaziar as más memórias. As memórias de dor e voltar a beber à saúde de todos para o bem de todos.
   

José Nunes Martins
josnumar@gmail.com







     

03 maio 2017

VIZINHOS...MAS AFASTADOS !


   VIZINHOS MAS...CADA UM POR SI!




   Quem são os vizinhos da nossa terra?
   Quadrazais e Meimão pela sua proximidade marcam pontos e como vizinhos até nem nos damos mal uns com os outros. De quando em vez lá se encontram aqui e ali, numa festa, num encontro de amigos e cada terra lá vai percorrendo o seu caminho.
   Lembro que em 2015, quando da realização da I Audição Pública de Malcata, organizada pela AMCF, este assunto da "vizinhança" foi bem apresentada pela senhora presidente da Junta de Freguesia de Quadrazais. E se pensarmos um pouco e tivermos em conta Quadrazais ( Ozendo ), Meimão e Malcata a cooperar uns com os outros, os benefícios mereciam maior atenção por parte destas povoações.
   É importante virar a página e abrir os braços aos nossos vizinhos.
   É importante construir relações de cooperação com Quadrazais e Meimão.
   Digam de vossa justiça!


                                                                                                        José Nunes Martins

                                                                                                              


      

02 maio 2017

COMUNICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA


   Quem como eu visita frequentemente a página oficial da Junta de Freguesia de Malcata em busca de informações úteis acaba por encontrar duas páginas oficiais da junta. Ora temos esta:
   
Primeira página da J.F.Malcata


http://www.malcata.sabugal.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=22&Itemid=54

      E também temos esta:


                                                     Segunda página da J.F.Malcata
 
http://www.malcata.org/

   
Chegados aqui e sendo verdade que  ambas as páginas se encontram abertas, facilmente verificamos que ambas estão desactualizadas. Notícias de eventos, fotografias da aldeia e de actividades que se vão realizando na nossa terra e ficamos por aqui abundam e são uma maneira de promover a nossa aldeia. Lembram-se das 7 maravilhas e do vídeo de promoção? Valeu ou não essa forma de comunicação?

   A facilidade de acesso à informação digital faz da internet uma excelente ferramenta para comunicar com as pessoas. Hoje praticamente todas as instituições públicas dispõem de página na internet e como podemos ver, a Junta de Freguesia de Malcata até tem duas.
   No meu entender e desde que foi lançada a primeira página, nenhuma das juntas de freguesia se preocupou em aproveitar da melhor maneira o potencial deste veículo de informação para melhorar o serviço prestado aos malcatenhos, estejam onde estiverem a viver e a trabalhar.
   O poder local tem o dever de garantir o acesso à informação através de documentação arquivada na sede da junta, mas também garantir e facilitar informação a todos os visitantes da página na internet.
   É mau para a imagem pública da nossa freguesia verificar tanta falta de informação e para estar como está para pouco serve.
   É verdade que também outras freguesias do nosso concelho não ligam quase nada a isto da internet. Daí não me surpreender ao ler os resultados de um estudo realizado sobre o índice de “Transparência Municipal”, estudo feito pela Universidade do Minho e de Aveiro, onde fiquei a saber que relativamente ao concelho do Sabugal, ocupa o 88º lugar!
   Serei o único malcatenho que sinto necessidade de saber, estar ao corrente, precisar por exemplo, de resolver um assunto através da internet?
   Não será uma falta de massa crítica na nossa aldeia e por parte dos malcatenhos espalhados por este país e por este mundo?
   Ninguém mais se questiona porque estão assim ou assado estas coisas?
   Então para que serve a internet, a fibra óptica que existe em Malcata?
   Todas as juntas de freguesia deviam olhar para a internet como mais uma
ferramenta de trabalho que ajuda os autarcas a melhorar a informação e a aproximar mais os cidadãos.
   
                                                                                                    José Nunes Martins,
                                                                                                     natural de Malcata
                                                                                                   
  








23 abril 2017

NOS E NÓS





   A Junta de Freguesia de Malcata, num documento enviado à Associação Malcata Com Futuro, mas ao qual tive também acesso, fez saber que
“a pedido da NOS e após estudo das possíveis alternativas ( tendo em conta a cobertura, a optimização de recursos existentes – energia, segurança, espaço público e rentabilidade para a Junta de Freguesia de Malcata”, foi depois apresentado projecto à Câmara, à semelhança de outros em várias freguesias do concelho”.
   […a Câmara após análise feita pelo DPUOT, licenciou as obras.
   A NOS iniciou as obras sem qualquer contestação da população, e na boa fé preparou
a colocação da antena de telecomunicações…]
   
   Como já escrevi e demonstrei noutros artigos, o processo da antena já vem desde 25 de Outubro de 2016, data em que o DPUOT enviou para a Câmara Municipal informação rela-
cionada com a instalação das antenas em várias aldeias do concelho. A Freguesia da Bismula, porque não aceitou as condições apresentadas, ficou de fora.
   E em Malcata o que é que se está a passar? De 25 de Outubro a 29 de Dezembro de 2016 não houve tempo para reunir uma Assembleia de Freguesia, ou pedir ao senhor prior
para ler o EDITAL Nº104/2016 onde se publica este processo da antena?
   À Junta de Freguesia de Malcata parece que lhe tinha saído uma cautela da lotaria de
Natal, pois sem nada fazer, a NOS instalava na freguesia uma antena. O mesmo já não
posso dizer em relação aos nossos autarcas dos Fóios, que se mexeram por iniciativa
própria para resolver o problema da deficiente rede telemóvel. José Manuel, o professor,
o nosso “Alberto João Jardim” que enquanto presidente mostrou sempre o sangue raiano
que de criança lhe corre pelas veias, enfrentou os bois das operadoras com o seu forcão
e qual D.Quixote, lutou até vencer: estávamos no ano 2008 e o nosso herói desencadeou um processo para melhorar as comunicações móveis, pois os seus paisanos fojeiros andavam sempre a encher-lhe aqueles ouvidos dizendo-lhe que as chamadas caíam, não eram capazes de enviar uma sms ao amigo e pior era os donos dos restaurantes que não
podiam sair do seu lugar porque o telemóvel falecia e desfalecia e os clientes e fornecedores estavam sempre a dizer-lhe que assim, sem sinal no telemóvel, perdiam
esperança na resolução do problema das deficientes comunicações. A primeira ideia foi conjuntamente com a Aldeia do Bispo, conseguir a antena que servisse ambas as freguesias. Mais tarde, essa ideia foi abandonada e segundo nos disse o “professor”,
por uma questão de economia, acabaram por abandonar essa ideia e decidiram colocar uma antena bastante próxima da povoação, visto que já não seria necessário instalar qualquer PT ( posto de transformação ) que a operadora teria que pagar à EDP.
 
   E voilà! Fóios melhorou as suas comunicações móveis, graças ao trabalho e persistência
dos representantes do poder local. Perante uma dificuldade e uma necessidade, pensando
no benefício comum, os fojeiros e quem os visitar, não se importam nada de ouvir telemóveis a tocar, a fotografar e partilhar por todo o mundo que nos Fóios é que se
está bem a beber água na nascente do rio Côa ou a deliciar-se com boa comida.
  Deixo esta pergunta:
  Tendo em conta a cobertura, a optimização dos recursos existentes-energia, segurança da saúde das pessoas, desvalorização do património particular, terreno público, aprovaria a
instalação da(s) antena(s) noutro local de Malcata (ex: junto ao cemitério e junto ao campo da bola)
sítios com energia da EDP ?
 Em Malcata há muitos que acreditam que os almoços são gratuitos. Mal vai a freguesia que perante as dificuldades e sempre que lhe é oferecido um presente, não haja quem
se interrogue e interpele o porquê dessa dádiva.
   Como sou um homem de fé e crente, não perdi a esperança e sei que um dia os problemas das comunicações no território de Malcata vão funcionar à maneira.
  
                                                                                                       José Nunes Martins
                                                                                                      josnumar@gmail.com

22 abril 2017

A NOSSA TERRA TEM FUTURO





Toda a gente deseja  que uma aldeia tenha vida, pessoas com trabalho, bem sucedidas e com muita esperança no futuro. Está nas mãos de cada um de nós contribuir para um desenvolvimento sustentável da nossa  terra. O sucesso da nossa aldeia é o de todos. O mérito também é de cada malcatenho, da nossa paróquia, das nossas associações e também daqueles cidadãos que têm exercido funções na Junta de Freguesia.
   Na aldeia de Malcata não conheço nenhuma pessoa que faça milagres e o mesmo digo em relação a todas as instituições. Contudo, era bom que não nos esqueçamos ou apaguemos da nossa memória aquilo que era a aldeia de Malcata há 40, 50 anos atrás. E essa é mesmo a pergunta importante que devemos fazer:
   Sabemos o que queremos?
   Queremos uma aldeia que faz jus à sua tradição autêntica de uma aldeia ligada à serra e à floresta, aos  rebanhos e ao cabrito, ao queijo e ao mel ?
   Queremos uma aldeia que aproveita e valoriza uma  albufeira e um parque eólico que proporcionam uma atração invulgar a quem nos visita?
   As infraestruturas existem, mas há muito trabalho por fazer para que a albufeira, a floresta e o parque eólico sejam efectivamente bem aproveitadas e sejam fontes de rendimento.   Para além do paredão, que permitirá a manutenção do nível da água junto ao Parque de Lazer junto à aldeia, a construção de alguns ancoradouros para pequenas embarcações, a construção de um parque de campismo, a melhoria da ASA de Malcata (Área Serviço Autocaravanas junto ao campo de futebol ), são elementos de valorização e de aproveitamento da albufeira, uma beleza natural que ninguém fica indiferente, fazendo de Malcata uma aldeia também voltada para o turismo de natureza, com tranquilidade, com sítios onde dormir e comer um delicioso cabrito assado, um naco de saboroso pão cosido no forno comunitário e uma não menos deliciosa fatia de queijo entregue pela queijaria da rua do Meio.
   Ou então queremos uma aldeia cada vez mais velha, com os seus idosos acomodados confortavelmente num lar e a guardar para si próprios todo o seu saber da vida de Malcata, deixando que todas as suas memórias , ricas em experiências, de conhecimento da vida da aldeia e que desapareça assim como estamos a deixar cair as casas mais antigas, aumentando o número de casas vazias e o silêncio nas ruas porque não há crianças a correr acima e abaixo, nem precisamos de baloiços no parque infantil, uma terra vencida, sem ambição e sem futuro?
   Eu não tenho dúvidas sobre a aldeia que sonho e desejo. E este desejo não começou com aminha participação numa associação, mas aumentou e muito essas minhas esperanças,  porque também acreditam que é possível dar a volta à nossa terra. E mesmo longe, ao longo destes anos, tem sido pelos malcatenhos que continuo a falar e a escrever sobre o passado, o presente e o futuro de Malcata.
   É urgente e importante trabalhar em conjunto, em rede, como dizemos agora. O longe torna-se mais cerca, porque hoje temos ferramentas que nos permitem uma maior aproximação, uma maior colaboração,uma mais rápida sintonia e eficácia.
   Para mim e para muitos malcatenhos, quando a liberdade de pensamento e acção ligada a um associativismo activo, sério, visionário em união com o poder local e os cidadãos, será aquele tão desejado milagre de Abril.
   Este verdadeiro milagre só será realidade quando cada um de nós entendermos e agirmos de forma diferente do passado. O dia de amanhã será bem diferente quando hoje fizer algo diferente daquilo que ontem fiz. Porque se hoje faço o mesmo que ontem fiz, o dia de amanhã será igual ao dia de hoje. Temos que mudar o paradigma e pensar, acreditar, trabalhar para o futuro diferente.

   Vamos acreditar?
   Eu acredito.