10.9.23

MALCATA: FESTAS 2023 FORAM DE ARROMBA

 


A Festa de Malcata deste ano foi de arromba! As imagens que alguns malcatenhos divulgaram nas redes sociais não são fáceis de escolher, porque todas estão bonitas e mostram bem como foi este ano a nossa festa.

   Foi uma semana que certamente as crianças não vão esquecer, pois festa é sinal de alegria, de música, de boa e muita comida e descontrolo nas guloseimas.
   A festa deste ano teve de tudo e as pessoas participaram em todas as actividades e cerimónias que a mordomia preparou ao longo de meses de muito trabalho, sacrifícios e algumas dores de cabeça, sintomas normais e que qualquer comissão de festas sabe que faz parte dessa responsabilidade voluntariamente assumida, pois o povo sempre se divertiu nas festas de Verão.
   Agora que a festa já passou, ainda andam as pessoas na ressaca, vão olhando para as fotos, os vídeos, uns riem-se às gargalhadas, orgulhosos de segurar no andor do santo ou na opa que lhe deram na igreja para segurar num dos paus do pálio ou das lanternas.
   Tudo nos é mostrado com orgulho e cada foto expõe a grandeza da festa, das diversas coisas que foram feitas e todas contribuíram no engrandecimento da festa. Houve garraiada, jogos populares, feira de artesanato com danças e cantares sevilhanos, bandas de música popular e dj´s durante as madrugadas. Bailaricos todas as noites, com bar sempre aberto, onde se comeu, bebeu, sei lá, tantos petiscos e tremoços que a cerveja não ajudou a engolir. O trabalhão que os jovens tiveram atrás do balcão, sempre prontos a estender a mão com aquilo que lhe era pedido. Com um balcão tão comprido e o ter que andar lijeirinho, os moços e moças nem deram conta que pisavam um estrado novo e que lhes mantinham os pés firmes, mesmo que as cabeças andassem cansadas.
   Muito trabalharam e aos mordomos deste ano é que todos devemos estar agradecidos pela festa que prepararam. Sem dúvida, as imagens falam mesmo e não há, porque não aconteceu, nenhum dos eventos que decorreram durante a festa, sinais de descontentamento ou de desânimo. O povo foi parte da festa, disso não se pode apontar ao povo e aos que vieram de outras terras.
   No fundo de tudo, a festa mostrou ser grande e rija, muita diversão, muita música, calor, suor, ramo, quermesse, bailes e espuma, nem a procissão e a missa ficou esquecido, pois, a festa foi em honra de São Barnabé.
   Houve Festa em Malcata. Foi uma Festa de arromba porque o povo assim pensa uns dias depois da festa acabar.
   Nota: especial agradecimento aos que tiraram as fotos. Obrigado



Cartaz da Festa de 2023

                                     Não é um erro, é um enorme esquecimento, o não ter 
                                     impresso "2023" , ano destas festas. 



8.9.23

MALCATA: À ESPERA DA PROVA DOS NOVE

  

Banda da música na Festa da aldeia de Malcata,
quando ia a casa dos mordomos dar as boas vindas.
(Carvalhão, dois mordomos ali viviam)

   

   Então como foi a festa?
   A resposta é tão variada e tão geral que se resume a uma frase:
   "Fala-se que...olha, não quero saber disso"!
   Até agora, a Comissão de Mordomos de 2023, passados estes dias todos, ainda não apresentou todas as contas relativas à festa em honra de São Barnabé (foi assim que o arraial foi divulgado como podemos ler no cartaz).
   A falha na apresentação das contas, dar conhecimento do que se fez com o dinheiro da comunidade, está a ser um erro grande. É que o dinheiro existente na conta e o que entretanto foi angariado, não pertence à Comissão de Mordomos e muito menos é uma bolsa de crédito ao dispor dos membros da  comissão de mordomos. Todos sabem que, o dinheiro está à guarda dos mordomos e que eles(as), aceitaram voluntariamente a missão de organizar uma festa, contando para isso com o dinheiro. O que se espera das comissões de mordomos, é que tenham e exerçam uma gestão responsável, na forma como usam o dinheiro,  o destino que lhe vão dando. É por isso que, é de suma importância uma constante prestação de contas e das actividades que se vão desenvolvendo nos meses anteriores à festa, dando a saber e publicar os diversos movimentos de dinheiro. E como existe muita gente que vive fora da aldeia, é ainda mais importante e necessário explicar como se está a usar!  chegando mesmo ao mundo das redes sociais, para informar. Todos têm o direito a essas informações periódicas, porque quem vive na aldeia e ainda mais os que vivem fora, ao perceberem  como os mordomos vão gastando o dinheiro, como é o meu caso, que vivo muito distante daqui, se tiver acesso a informação séria e actualizada, acabamos por nos sentir mais parte da comunidade, sentimo-nos acarinhados e sensibilizados por,  mesmo longe, contam connosco. A falta de prestação de contas tem como consequência o aparecimento de falatórios e de criticas negativas, arrastam sentimentos de desconfiança e incertezas, aumentando o desânimo na aldeia.
   Ver as contas, não é sempre sinal de transparência e mesmo quando não há contas apresentadas, aumentam as desconfianças, vêm os desânimos e cada vez maiores.
   Quando há dinheiro envolvido, seja muito ou pouco, a atitude a ter é, que se trata de dinheiro da comunidade,  um recurso que os mordomos precisam de usar  respeitando os valores da transparência e responsabilidade. É que não há outra forma de organizar uma festa e no fim ter êxito. Fazer as coisas com transparência e não esquecendo as obrigações legais quanto aos contratos de bens e serviços. Dando periodicamente informação, mesmo quando não a pedem, é assunto que interessa a todos, porque agindo nestes moldes tudo é mais fácil de controlar e ao mesmo tempo estamos a fazer as contas aos poucos e com controlo apertado. Gerir bem o dinheiro é não ter medo de apresentar as contas, nada para esconder, porque é tudo claro, assinado e conferido. E sempre que surgem dúvidas, alertas e avisos, é necessário parar para pensar e antes de continuar a ignorar, com o intuito de no fim esclarecer, procurar deixar tudo claro, com o conhecimento de toda a equipa. Ficar calado e não dizer nada, ou, fazer de conta e ficar à espera da próxima escorregadela, é no meu entender, atitude irresponsável, porque o erro, ou a falha, quanto mais depressa se anular, melhor.
   Viver o espírito de mordomo é trabalhar em equipa.
   Ora pensem comigo um pouco:
   Uma Comissão de Festas organiza um baile, procura apoios e encontra. Tudo pronto, divulga o programa, os preços e os objectivos que quer alcançar. Para chamar gente, contratam quem anime e quem cozinhe. Há trabalho, há mesas prontas e espaço preparado para receber os convidados pagantes, pois o fim do baile é angariar dinheiro para pagar a festa mais lá para a frente.
   A festa/baile/caminhada/encontro ou o que lhe queiram chamar, acontece e decorre no local indicado e na data anunciada. Nunca mais se ouviu falar do baile, do dinheiro que conseguiram angariar…quanto dinheiro fizeram??? Só depois de alguns “ais” e “diz-se que…fala-se que” e aparecem as contas, fica-se a saber que a organização, apesar das ajudas dadas, tiveram prejuízos. O que vai pensar o povo dessa freguesia?
   A resposta é simples: “Assim, não vamos a lado nenhum”
   As coisas aconteceram e todos se calaram. Porque se calaram todos? Quem percebeu que tinha havido má gestão, porque não pediram a apresentação das contas?
   Este foi o início do que mais tarde viria a repetir-se?
   O risco de assim acontecer, era enorme! Só não viu quem não quis e nunca quis saber, salvando-se aqueles valentes e corajosos mordomos que bateram a tempo com a porta e saíram.
   Há valores na vida humana que nunca devemos abdicar deles. E agora Malcata?

    

                            José Nunes Martins


30.8.23

LÁ VAMOS ANDANDO COM A CABEÇA ENTRE AS ORELHAS

 

O importante é um lugar na mesa, não venham pedir
para sentar numa cadeira da Assembleia de Freguesia.

   Na nossa freguesia de vez em quando sente-se algum burburinho sobre algumas situações, obras à vista de todos, desleixos e por causa disso, há certas coisas que se alteram.
   Todos sabem que vai haver sempre pessoas revoltadas por situações que vão acontecendo, umas a favor e outras contra. E isso pode ser por dar a cara e toda a gente fica a saber a sua opinião, mesmo que seja contrária à maioria. Pela minha experiência,
continuamos a pregar no deserto. As opiniões só contam quando vêm dos amigos. Quanto aos outros, como estão fora, continuarão a “chover no molhado” porque a maioria dos habitantes está-se nas tintas e a borrifar para essas merdinhas.
   Por muita razão que haja, aqueles que publicamente dizem o que pensam, ficam a fazer parte da lista negra, passam a fazer parte das ovelhas negras, sempre os mesmos. E claro que quando isso se repete, acaba por desmotivar e transformam-se em “Maria que vai para onde as outras também vão e deixam de ser ovelhas ranhosas.
   Em Malcata ainda há alguns bons exemplos e são a réstia de esperança que me leva a não parar. Não falta gente a viver a sua vidinha, com todo o direito a viver sem se incomodar com os problemas da aldeia. E esta maneira de ver as coisas, faz-me recordar um médico pediatra que acompanhou as minhas filhas durante uns anos. O doutor entrava mudo no consultório e saía calado…era preciso fazer-lhe perguntas para sabermos mais sobre o estado das crianças.
   E é isto que acontece na nossa aldeia, havendo pouco a fazer contra quem silencia e faz caixinha de segredo. Quanto menos perguntas, menos há que explicar e afinal as maiorias absolutas legitimam as decisões que são tomadas e as que não são. Há quem
diga que é a democracia a funcionar e quem manda pode, quem está fora, racha lenha!
   Que importância tem não colocar a bandeira na sede da Junta de Freguesia? Ninguém se importa que lá não esteja! Para que serve uma piscina estragada e sem licença? No estado em que estava, o melhor é fazê-la desaparecer e quem quiser divertir-se dentro de água, basta dar uns mergulhos mais à frente. As crianças que chateiem os avós ou os pais para uns chapadolas na água. E se não estiver lá, acabam-se as chatices com os fiscais; não é preciso arranjar as escaleras da zona de lazer, quem quer ir à praia fluvial tem a outra rua; e qual é o mal em chamar Zona de Lazer em vez de Praia Fluvial? ;  que mal faz o homem pôr a porra do cartaz do café na torre do relógio? Os outros que pusessem também e pronto! Olha que o muro ali até fica bem, vamos ir à fonte e temos onde esperar a nossa vez, mas sentados! Ah, mas aquele rego ali, quando chover muito, no Inverno aquilo ali vai ganhar gelo e alguém vai partir uma perna;  também implicar com uma coisa de nada, um alto daqueles qualquer um passa e vai à sua vida e assim facilita a vida a quem mora nessas casas e quer entrar com o carro sem bater no chão…o mal já está feito, agora deixem ficar assim, a mim não me chateia; olha as cabras que venham quando eles quiserem, podes crer que não fui ainda ver o bardo novo e o que me disseram é que é grande, as cabras vão ter franqueza, dizem que não há pastores, não sei como se vão safar quando lá tiverem as cabras... ele que se amanhem como puderem!
   Rabugento, eu? Não senhor. 
   Falo pelos que não falam e queixo-me pelos que vivem na nossa terra, principalmente os idosos que há muito andam com a cabeça entre as orelhas, alguns ainda não sabem escrever, nem uma cruz no boletim e vão pedir ajuda a quem não devia dar.
   Sendo o mundo assim, anda tudo como dantes e tá-se bem!
                                                               José Nunes Martins
  

  

28.8.23

SEM COMENTÁRIOS, TUDO NATURALMENTE


ZONA DE LAZER DE MALCATA
(Fotos de Martine Martins)





 
ZONA BALNEAR DO MEIMÃO
(Fotos da Terras de Encanto)




                                    
                   

25.8.23

AS CONTAS E AS CONSCIÊNCIAS

Registo das contas da Confraria do Santíssimo em Malcata estão 
acessíveis no Arquivo Distrital da Guarda



 

   Todos têm a obrigação de prestar contas nas instâncias próprias. Ora as festas das aldeias também envolvem verbas e as mordomias das festas têm o dever de apresentar contas. E, regra geral, isso é feito, com a consciência de terem prestado um serviço a toda a comunidade que em seu tempo lhes atribuiu essa missão. Mas, aqui e ali,ouvem-se histórias do arco da velha. E a corrupção tem muitas caras, muitas formas e artimanhas sob a aparência da honradez. Há sempre quem pense que tem o direito de cozinhar o que lhe apetecer tendo em conta apenas a sua honestidade, o seu saber e sabores. Casos de enjoos e de estômagos enfartados por causa da comida desses cozinheiros, há muitos por todo o lado. E a má disposição não passa com nada, nem com água com bolhinhas, nem com "ricard" e muito menos com uma copita de aguardente.
   Não vou atear mais a chama que anda aí pela nossa aldeia. Respeito as pessoas e os erros, só tenho de lamentar se alguém está a ser acusado injustamente e também lamento e condeno quem passe dos limites do respeito mútuo e da presunção da inocência, antes de serem conhecidas as provas e as circunstâncias dos factos.

   É importante sim assumir que precisamos de formar consciências. E quando existem contas a fazer, mais vale fazer as contas de bem com os homens do que andar zangado com Deus e os santos. Quem tem consciência madura não é qualquer cabra ou cabrão (bode) que lhe ferra os dentes a pensar que se trata de erva verde.

    Tudo na nossa vida se resolve. Com diálogo, boa fé e confiança mútua é o caminho a percorrer, porque todos desejamos viver alegres e felizes. 

                                                           José Nunes Martins