25.2.18

PASSAGEM PARA A OUTRA MARGEM

     




     Segundo as informações que recolhi, a junta de freguesia é a responsável pela construção de uma passagem sobre a ribeira. Se bem se lembram antes de terem alteado esta zona do caminho os donos dos terrenos atravessavam a ribeira de um lado para o outro. Isso deixou de ser possível e a situação permaneceu no esquecimento até este ano. Em Janeiro, ao passar por aquele lugar reparei no monte de areia e nas manilhas de cimento que já se encontravam colocadas no leito da ribeira. 
     A semana passada voltei a passar a caminho da capela e reparei que a obra estava feita. E aqui vos deixo algumas imagens dessa construção. Tratou-se de repor a passagem para os terrenos e dadas as circunstâncias actuais, penso que não haveria outra solução que não fosse a construção de uma nova passagem. Agora que venha a água lá da Porqueira e oxalá os muros agora ali construídos tenham a capacidade de aguentar a passagem da água. A mesma sorte desejo às manilhas assentes na terra, pois no meu entender, se tivessem sido colocadas em cima de uma boa camada de cimento em vez de assentes na terra, teriam mais probabilidades de resistir à erosão e ao deslizamento das terras que as suportam. E já agora, uma boa limpeza e uma boa compactação das margens naquele lugar ajudariam a manter o leito limpo e livre de obstáculos permitindo a normal passagem da água. Também me preocupa a entrada e a saída da passagem, pois se verificarmos vemos que basta chover e lá se vai a terra para a ribeira, dificultando a passagem de um lado para o outro.
    Isto sou eu a pensar em voz alta! E vós por aí que dizeis disto?
Fotos da obra:

                                               





   
    

1.2.18

O PROBLEMA DE MALCATA

   
   Cem dias de mandato já passaram desde 1 de Outubro de 2017.
Mais transparência devia ser uma das metas da Junta de Freguesia, garantir maior transparência nos actos e divulga-los com mais eficiência, apostando na utilização e no poder da internet e das redes sociais para mostrar aos malcatenhos que vivem na aldeia e a todos aqueles que vivem e trabalham longe, o trabalho da Junta de Freguesia.




   A internet e as redes sociais são um veículo de comunicação muito ágil e eficiente. Basta publicar as actas das reuniões realizadas, as obras realizadas e a informação chega a todos da mesma fonte, a junta de freguesia.
   A nossa Junta de Freguesia já tem a sua página oficial na internet e também nas redes sociais. A verdade é que não está a ser devidamente utilizada e não está a servir o fim para que ela foi criada.
   Apelo aos malcatenhos que façam chegar a sua manifestação de descontentamento aos representantes do povo. Se a internet só serve para publicar fotografias, vídeos, eventos e campanhas solidárias, se o cidadão que quiser solicitar uma informação, pedir um documento, enriquecer os seus conhecimentos gerais, etc.,etc…e nem sequer encontra a forma de fazer esse contacto via internet, para que serve a página da junta de freguesia de Malcata na internet?
    Muitos dos problemas que têm existido em Malcata são por falta de transparência e por falta de partilha de informação por parte da Junta de Freguesia, mas também porque os cidadãos não se interessam, não lêem, falam muito do tempo e da bola, têm medo de reclamar apesar de não concordar ou até de ter uma melhor ideia, no fundo, estão-se a borrifar para o futuro da nossa freguesia.





Perguntem, interpelem, exijam porque sempre ouvi dizer que perguntar não ofende. E aqueles que fazem perguntas são muitas vezes os primeiros a obter as respostas e até ficarem esclarecidos não deixam de perguntar e perguntar-se a si mesmos. Por que é que será? Simplesmente é dessa forma que os Homens encontram a resposta para o fogo, para a roda, para a lâmpada e o telefone, para a máquina a vapor e o motor eléctrico, para a estrada e para a internet. Basta de marasmo, de conformismo e deixar as coisas acontecer. Vamos todos fazer mais e melhor! Vamos todos fazer acontecer e trabalhar para o bem de todos.



31.1.18

EM MALCATA VIVER SEM ÁGUA NÃO PRESTA

   A população da nossa freguesia é abastecida pela água da rede pública que vem do furo situado num terreno ali para o Bradará. Nesta última vez que estive na aldeia, soube que a nascente que alimenta esse poço está com um caudal insuficiente para satisfazer as necessidades dos consumidores. Daí que o depósito de água tenha andado a ser cheio com água transportada por camiões cisterna. E está assim explicada a mangueira que encontrei no depósito da Rasa aquando da minha visita a este local.

   A falta de água no poço que abastece toda a aldeia merece a atenção da autarquia, pois com um Inverno tão seco é de prever ainda um agravamento da situação na Primavera e no Verão.
   Na minha opinião, aquele poço que abastece de água a povoação, não devia ter sido feito naquele lugar. É um terreno que está a uma cota muito mais baixa que o povoado e está muito afastado do depósito de armazenamento, o que obrigou à construção de uma rede para transportar a água e ainda ao seu bombeamento para o único depósito
situado numa cota mais elevada. Outra razão da má escolha do local do poço é a proximidade a que está a Etar de tratamento das águas e esgotos.
   A falta de água no depósito é um problema que deve ser resolvido agora e não no Verão.
   Outro problema por resolver é a falta de água da rede pública em algumas casas, principalmente nas que estão construídas em lugares elevados, como é as moradias e o lar, todos situados na Rua Carvalheira de Jorge.
   Esta falha no abastecimento já não é de agora e já se arrasta há uns anos. Os moradores estão cansados de lutar por água nas torneiras fornecida pela rede pública
e até ao presente nada foi resolvido. Continuam a consumir a água dos poços artesianos, mas temem que essa mesma água comece a não cumprir os parâmetros exigidos para ser consumida, pois o número das construções foram aumentando e aumentou também os riscos de contaminação da água, colocando em risco a saúde dessas pessoas.
   É preocupante o facto de haver casas na nossa freguesia que não estão servidas ou ligadas, à rede pública de água. A lei obriga as pessoas a ligarem-se à rede de água pública quando esta se encontra disponível. Todos os cidadãos têm direito ao abastecimento de água e ao saneamento no seu local de residência, de trabalho e em quantidade e qualidade adequadas à sua segurança e ao seu conforto.
   As pessoas sem água também pagam os seus impostos, mas não têm água pública!
   O direito à água, é reconhecido pelas Nações Unidas, como um dos direitos fundamentais e faz parte do direito à vida.
   Faço daqui um apelo à Junta de Freguesia de Malcata e à Câmara Municipal do Sabugal no sentido de resolver quanto antes a falta de água na torneira destes cidadãos.
                                                                                 José Martins

30.1.18

MALCATA SEM FOGOS DEPENDE DE CADA UM DE NÓS

   Até 15 de Março os proprietários de terrenos rurais devem proceder à sua limpeza. Caso não o façam, serão os municípios que deverão fazer esse trabalho e claro, multar os prevaricadores.
   Muitas pessoas foram surpreendidas com estas medidas, mas lembro que desde 2006 que existe uma lei que parece ninguém conhecer, ou dá jeito não a aplicar.
   "Se o outro não limpa, porque vou eu limpar"? ouvimos nós por aí.
   Pois é, uma grande maioria dos proprietários não limpa os seus terrenos. E as razões desse desleixo são várias. Na nossa freguesia os donos das terras são idosos, vivem da miserável reforma e já não têm forças para ir limpar e não têm dinheiro para pagar a quem faz esse trabalho. É claro que os sapadores praticam preços acessíveis, mas a verdade, é que nem todas as pessoas podem pagar o total das despesas.
   Há dias, o Secretário de Estado Artur Nunes, anunciou que o Governo em breve vai revelar alguns esclarecimentos em relação à forma de operacionalizar a limpeza das florestas. E o que existe em Malcata? Que floresta temos? Pinhais cheios de ramos, solos cheios de matos. No tempo dos nossos avós como era feita a limpeza? Ainda me lembro que não se deitava nada fora e pouco se queimava. Alguma ficava no chão e com o tempo e a chuva, transformava-se em estrume e era um rico fertilizante para a terra.
   Hoje ouvimos falar de máquinas que trituram tudo o que apanham. Também se fala muito das vantagens do uso da biomassa no aquecimento das casas e produção de energia.
   Limpar um pinhal, um terreno de giestas ou mato variado, tem os seus segredos. Hoje em Malcata há muitos tractores e as vacas são apenas miragem e memórias passadas. Estas máquinas até trabalham bem mais depressa que uma junta de vacas, mas não necessitam de "cama" para passar a noite na loja. Logo, deixou-se de dar tanta importância ao mato cortado, às folhagens das árvores e triturar mato é moda.
   Sabem, acho que não se devia plantar só aquilo que se quer. Da mesma forma também não se constrói o que se quer e onde se quer. Bem, quando se fecham os olhos, às vezes lá surgem aqueles mamarrachos feios e mal construídos.
   Estamos a chegar a Fevereiro e penso que em Malcata devíamos aproveitar esta oportunidade para fazer uma limpeza aos terrenos da freguesia.
   Em Malcata há muito trabalho a fazer, basta querer e com um bom planeamento e com uma utilização racional dos meios existentes podemos alcançar os objectivos.
   Para ajudar na limpeza das florestas temos a equipa de sapadores, o tractor da Junta de Freguesia e ainda algumas empresas especializadas neste género de trabalhos de limpeza florestal. Aos proprietários florestais, àqueles que precisam que lhe limpem o terreno à volta das suas casas ou palheiros, armazéns ou outras construções, procurem saber e perguntem uns aos outros como estão a pensar fazer. Com tanto para fazer, quanto mais depressa encontrarem a melhor solução e o mais vantajoso serviço, sairemos todos a ganhar, pois, Malcata sem fogos também depende de cada um de nós.
                                                                                                      José Martins
 

29.1.18

COSTUMES E TRADIÇÕES POPULARES EM MALCATA


Cantar as janeiras em Malcata (2012)
CANTAR AS JANEIRAS
   Nada neste mundo é definitivo e com tão aceleradas mudanças que vivemos, tudo parece transitório. Talvez por isso estamos a viver o desaparecimento de alguns lugares que nos habituámos a ver, pessoas que partem para o além, costumes e vivências comunitárias vão sendo esquecidas. Tomar essa consciência de que estamos a viver num mundo em mudança e que necessitamos de salvaguardar e registar algumas dessas memórias.
   Cantar as janeiras é uma das tradições que devem ser preservadas e merece continuar presente na nossa aldeia. Trata-se de uma tradição bem popular e que em Malcata ainda não desapareceu, mas se nada for feito, o seu desaparecimento chegará.
   Depois do Natal, as matanças do porco era o pão nosso de cada dia e de cada família. As cozinhas transformavam-se em autênticos secadores de enchido e as janeiras vinham mesmo a calhar para arrecadar umas morcelas ou umas chouriças…
   A tradição não é restrita apenas à nossa terra, por todo o país se cantavam e cantam as janeiras. Em Malcata, os garotos percorriam as casas dos vizinhos e esperavam que a porta da casa se abrisse e chovessem rebuçados. Já a juventude reunia-se no lugar combinado e em grupo, acompanhados pelo som da concertina, iam à noitinha de casa em casa a cantar as janeiras. Paravam ao fundo das escadas, cantavam e esperavam que alguém abrisse a porta da casa e lhes trouxesse as “janeiras”.
   Esta tradição de cantar as janeiras tem-se mantido viva graças à Associação Cultural e Desportiva de Malcata. Nos últimos anos esta associação tem sabido manter esta bonita tradição e as pessoas têm correspondido. Noutros tempos, as “janeiras” serviam para no fim da noite o grupo fazer uma festarola. Agora os tempos mudaram e a associação o que tem feito é distribuir parte da “receita” por instituições. Por exemplo, em 2011, ajudaram as Aldeias SOS da Guarda e em 2012, parte dos donativos foram entregues à Fábrica da Igreja para ajudar às despesas das obras da igreja paroquial.
   Mudaram-se os dirigentes e mudaram-se as vontades. Oxalá só não aconteça este ano e que a tradição de cantar as janeiras regresse para o próximo mês de Janeiro.