6.10.09

A MINHA ALDEIA


A minha aldeia
Antônio Gedeão
Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.

Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Angulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.

Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.

Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valência de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.



O FUTURO DE MALCATA

As eleições para a Assembleia de Freguesia estão mesmo a chegar. A população de Malcata vai ter a oportunidade de escolher um dos dois candidatos que se apresentam a estas eleições. Cabe aos eleitores da aldeia escolher, através do seu voto, a pessoa que se dispõe a servir os interesses de Malcata e dos seus habitantes. Para que a escolha seja a melhor, todos se devem procurar informar e depois fazer a sua parte: votar. Caso contrário, durante os próximos quatro anos, todos ficarão sujeitos a que um grupo minoritário possa assumir os destinos da freguesia. Cabe às pessoas de Malcata analisar cada um dos candidatos e cada uma das suas propostas, tentando identificar aquele candidato que melhor poderá exercer as funções de Presidente de Junta de Freguesia. Portanto, esta semana quando se encontrarem com o senhor Victor ou a senhora Sandra, olhem-nos bem de alto a baixo, fixem-se nos seus olhos e nas faces do rosto e ouçam atentamente o que eles falam e como falam. Depois, vão para onde têm que ir e até domingo pensem e reflictam nisto:
Qual dos dois candidatos oferece soluções mais harmoniosas e qual dos dois oferece soluções mais radicais?
Quem procura honestamente as soluções mais apropriadas e quem procura impor as ideias em que acredita?
Quem dos dois candidatos conhece os limites do bom senso e quem não parece olhar a meios para atingir os seus fins?
Quem tem a força interior para fazer acontecer os habitantes de Malcata e quem a não tem ou a utiliza noutros sentidos?
Faça a sua melhor escolha e a sua parte: Vote.

5.10.09

HOTEL MALCATA?!






Malcata ou Terras do Lince é o nome do hotel a ser construído na Quinta do Cafalado, em Penamacor. A Malcatur-Empreendimentos Tuísticos e Hoteleiros, Lda., é a empresa proprietária e conjuntamente com a Câmara de Penamacor  e a Martep. Este projecto já desde 2001 que se fala nele mas só agora é que foi aprovado o financiamento para a obra, no âmbito do Programa Operacional Factores de Competitividade, uma das iniciativas do QREN.
O Hotel vai ter 102 camas, piscina e restaurante, com a classificação de três estrelas e poderá gerar cerca de 20 empregos


1.10.09

DIA INTERNACIONAL DO IDOSO




A SABEDORIA DOS VELHOS
Um camponês vivia numa pequena aldeia do interior. Ele era muito respeitado, por ser um dos poucos habitantes que possuía um cavalo, que usava para lavrar a terra e também como meio de transporte. Um dia o cavalo fugiu e todos os vizinhos lamentaram este facto terrível. Mas o camponês não se abalou e simplesmente        disse-lhes:
“Talvez.”

Passou-se algum tempo e, para surpresa de todos, o cavalo voltou e trouxe com ele dois outros cavalos selvagens. Os vizinhos festejaram a sorte que teve, pois agora tinha três animais, que seriam muito úteis para tratar as suas terras. No entanto, o camponês não se deixou influenciar e disse-lhes apenas:
“Talvez.”

Pouco tempo depois, o filho do camponês tentou montar um dos cavalos selvagens, e foi atirado ao chão, partindo uma perna. Toda a aldeia lamentou a sua falta de sorte, mas o camponês respondeu:
“Talvez.”

Na semana seguinte, vieram até à aldeia os oficiais responsáveis pela convocação militar para recrutar jovens camponeses para servir na guerra. O filho do camponês foi rejeitado, pois estava com a perna partida. Mais uma vez os seus vizinhos comentaram como ele era um homem de sorte. O camponês simplesmente lhes respondeu:
“Talvez.”

Esta antiga história nos traz uma lição de grande sabedoria. O significado dos acontecimentos das nossas vidas depende da maneira como os vemos. Existem pessoas que estão sempre a lamentarem-se pelas coisas que acontecem. Eles percebem apenas o lado negativo das coisas. São pessimistas.

Outras pessoas, ao contrário, buscam nos acontecimentos, mesmo aqueles aparentemente negativos, oportunidades de crescimento e realização pessoal.

Por exemplo, uma pessoa que se envolve  num acidente de carro, pode ficar a lamentar-se pelo prejuízo financeiro que teve, pelo aborrecimento, pela perda de tempo, etc. estes são os pessimistas. Os optimistas aproveitam a oportunidade para agradecer a Deus por não se terem magoado e por terem aprendido mais uma lição de vida. Aproveitam para reflectir sobre o ocorrido e evitar que aconteça novamente.

Na história contada, ganhar dois novos cavalos, na realidade daquela pequena aldeia, parecia ser algo bom, no entanto foi o motivo para o acidente com o filho do camponês, que era algo ruim. Ter um filho com a perna partida é um facto ruim, no entanto no contexto do recrutamento para ser levado à guerra, a perna quebrada foi uma benção.

Devemos, portanto, evitar deixar-nos influenciar demasiadamente, tanto com os acontecimentos positivos, quanto com os negativos. Já houve casos até de pessoas que ganharam uma fortuna na lotaria, e tiveram as suas vidas viradas do avesso, trazendo desunião, transtornos e infelicidade para as suas famílias.

A sabedoria da vida parece estar na nossa capacidade de criar um contexto positivo para todos os acontecimentos, procurando torná-los sempre positivos. Fazer do limão uma limonada. E ao mesmo tempo, evitar deslumbrar-nos demasiadamente com factos que aparentemente são conquistas extraordinárias.

Talvez um equilíbrio no nosso estado de espírito seja o mais aconselhável. Devemos buscar a nossa realização pessoal em nós mesmos, e não nas coisas materiais ou mesmo responsabilizando outras pessoas pela nossa felicidade.

Neste Dia Internacional do Idoso, lembro-me daqueles que vivem sós, nas suas próprias casas, acompanhados diariamente, pelos colaboradores da Associação de Solidariedade Social de Malcata.
Ainda bem que esta Associação existe e trabalha em prol da humanização e solidariedade das pessoas.

HÁ CADA LAGARTO!