14.10.08

A VERDADEIRA VALSA

Ainda há jornalistas em Portugal que pensam e escrevem com seriedade e têm como objectivo informar os seus leitores. Mário Crespo é um desses jornalistas e por várias vezes tem escrito a notícia que outros escondem. Eis mais um desses exemplos que o Jornal de Notícias de 13-10-2008 publicou:

A valsa
"Dancemos, já que temos a valsa começada e o nada há-de acabar-se como todas as coisas"
Várias vezes ao dia figuras do Estado e do sector privado desdobram-se a anunciar que Portugal está em óptima posição para enfrentar a tormenta. O argumento é o mesmo. O nosso sector bancário é do melhor que há. Os gestores do passado e do presente tudo previram, até o imprevisível. Podemos dormir descansados porque os nossos bens, tal como as G3 desaparecidas no 25 de Abril, estão em boas mãos. Não é verdade. Os nossos bens não estão seguros e nós não estamos em melhor posição do que outros. Temos fundos de reforma públicos e privados aplicados em bancos estrangeiros que já faliram, e cujo futuro é incerto. Para evitar a corrida aos bancos, quem nos governa e gere é obrigado a participar nesta farsa para nos serenar porque, como disse o poeta moçambicano Reinaldo Ferreira, "Dancemos já que temos a valsa começada e o nada há-de acabar-se como todas as coisas.".
Os primeiros acordes da valsa vieram de longe sob as batutas do Primeiro-Ministro Cavaco Silva e do Governador do Banco de Portugal Tavares Moreira que empenharam 17 toneladas de ouro num sonho de rendimentos fabulosos prometidos por um especulador chamado Michael Milken, dono da Drexel, na mais pura tradição da Dona Branca. Investir na Drexel, era de facto o tal "gato por lebre", que o Professor Cavaco Silva viria a denunciar na Bolsa de Lisboa, causando o grande crash no mercado em Portugal. Pena é que essa sensatez não se tenha aplicado na Drexel. Desse desastre de 1990, Portugal só conseguiu reaver uma parcela menor, esgravatada nas sobras da falência fraudulenta, já com Milken na prisão. O que se recuperou foi ainda mais irrisório depois de abatidos os custos da acção movida em nome do Banco de Portugal pelos advogados de Wall Street da Cadwater, Wickersham & Taft, que foi o litígio mais caro da nossa história.
Há duas décadas havia evidência concreta que Portugal não tinha nem a regulação adequada nem o bom senso para aplicar medidas que evitassem investimento jogador e ganancioso com dinheiro público. Não só não havia prudência como não havia vontade política de impor salvaguardas prudenciais. O populismo sempre se sobrepôs ao bom senso. Em Março de 1999 um governante veio a público anunciar aos portugueses endividados que o Governo tinha uma lei para equiparar as falências das famílias às falências das empresas, portanto com as mesmas garantias patrimoniais na administração de massas falidas. Traduzido, o que isso dizia era: comprem o carro, a playstation e as férias em Punta Cana com o cartão, porque quando não puderem pagar o governo dá uma ajudinha. Isto aconteceu há uma década e arauto deste maná era Ministro-adjunto no Governo de António Guterres e chamava-se José Sócrates. É bizarro e preocupante que estes actores do passado e do presente, acolitados por executivos de uma banca em dificuldades, nos venham de hora a hora dizer que está tudo bem. Não está. Deviam dizer-nos para deitar fora o cartão de crédito. Deviam obrigar os anúncios do Credito na Hora a ser exaustivos na explicação do que oferecem. Deviam sugerir que muitos de nós não temos dinheiro para ter nem plasma nem carro. Que, de facto, já não temos casa. Que temos que fazer opções entre aceitar o canto dos prestamistas que, com ou sem fraque, nos virão cobrar, e fazer economias para a educação dos nossos filhos, porque só essa nos pode garantir algo de sólido no futuro. E isso não vem com computadores à borla e "garantias" de segurança de quem nunca as assegurou.

9.10.08

UIVO DO LINCE FÉLIX: "QUERO SOBREVIVER"















LEVEM-NOS PARA MALCATA

O lince Ibérico contínua seriamente ameaçado. Os especialistas internacionais dizem que o felino está incluído no grupo dos 188 mamíferos de ameaça máxima, corre mesmo o risco de desaparecer por completo.
Em Portugal, o Governo diz que vai construir um Centro de acolhimento do lince em cativeiro e depois construirá um Centro de Reintrodução, talvez na Serra da Malcata.
As Universidades espanholas, como a Universidade Rei João Carlos, Universidade Complutense de Madrid e os cientistas da CSIC ( Conselho Superior de Investigação Científica) têm-se ocupado da reprodução do lince ibérico. Têm desenvolvido projectos para manter viva uma espécie condenada há muito tempo ao seu desaparecimento se não fizermos nada para inverter a situação.
O professor universitário, Urs Breitenmoser, da Universidade de Berna ( Suiça ) e co-presidente do grupo de especialistas de felinos da União Mundial para a Conservação da Natureza disse que “ é urgente a re-introdução controlada de linces noutras zonas para reduzir os riscos de desaparecimento total. Esta medida solucionaria o isolamento genético de que padece o lince há já uns anos. Há que parar o seu declínio genético.”

Espanha tem neste momento três centros que desenvolvem planos de criação em cativeiro do lince ibérico: Acebuche, na Reserva Natural de Doñana, o Zoobotânico de Jerez de La Frontera e Olivilla. Neste último, ainda recentemente morreu electrocotado um lince ibérico. O animal foi vítima de uma descarga eléctrica originada por um cabo eléctrico que alimenta uma das câmaras de vigilância do centro.
Em Portugal, nos 156 hectares da Herdade das Santinhas, em Silves, o nosso ministro do Ambiente, diz que está a ser construído um Centro de Recuperação do Lince Ibérico.
Esta decisão foi tomada, como todos sabemos, como contrapartida pela construção da Barragem de Odelouca. Para além desta obra que mais tem feito o nosso ministro em defesa do Lince Ibérico? Na Reserva Natural da Malcata há espaço e condições naturais para o lince viver. Fala-se agora do Centro de Re-introdução do lince ( talvez na Malcata). E até lá que andam os nossos biólogos a estudar? Porque não criar grupos de cientistas, professores e alunos e planear umprojecto ou projectos que ajudassem esta espécie a sair da lista vermelha dos mamíferos em perigo de extinção.

FÉLIX, O LINCE PERDIDO



É um filme de animação computadorizada e produzida por Kandor Graphics e Perro Verde.
O Lince Perdido é uma produção espanhola apadrinhada por António Banderas. Foi escrito e dirigido por Raúl Garcia e Manuel Sicilia.
O filme conta as aventuras de um grupo de animais que tentam escapar das redes de um caçador sem escrúpulos. Félix, o protagonista, é um lince que acredita que a sua má sorte é a causa da sua espécie se encontrar em perigo de extinção. Depois de ter passado por vários centros de acolhimento de animais, a sua chegada a Acebuche (Parque Doñana) , encontra surpresas ainda maiores. Há estranhos desaparecimentos de animais na região. Fala-se de um caçador que ninguém sabe onde anda. Há um excêntrico milionário que tem um plano secreto. Félix e os seus amigos terão de unir-se para sobreviver e acabar com o mistério.

7.10.08

MALCATA ANDA SEM SONO






Vítor Fernandes, Presidente da Junta de Freguesia de Malcata, em entrevista ao Jornal Cinco Quinas disse que «a Junta de Freguesia aprecia muito o projecto, porque vai ter influência positiva em toda a região, seja na aldeia, no concelho ou no distrito. Desde que seja um projecto de desenvolvimento, apoiamos sempre».


Vítor Fernandes tece ainda elogios à Câmara Municipal do Sabugal, ao dizer que «a autarquia está a envidar todos os esforços. Este é um investimento de credibilidade, um motor de desenvolvimento. O concelho vai ficar tão beneficiado como Malcata».


E as informações vão surgindo aqui e ali. O senhor João Nuno escreveu para o Jornal Cinco Quinas a comentar a notícia do Ofélia Club:
"Não é de estranhar que o grupo existence queira investir no Sabugal, já que o presidente do grupo, o senhor António Guilhermino Baltazar Reis, é natural do Sabugal. Ou seja, o bom filho à casa torna."





5.10.08

O PODER DO SABUGAL FOI AO ENCONTRO DO POVO DE MALCATA

Manuel Rito, Presidente da Câmara Municipal do Sabugal








O povo quis estar presente











O presidente da Junta de Freguesia de Malcata também falou ao povo





O assunto era do interesse de toda a população de Malcata. Estes últimos dias as notícias sobre o empreendimento da Existence dominam as conversas nos cafés, nas ruas e em todo o lado onde duas ou mais almas se encontrem. De facto, nunca Malcata foi alvo de um investimento desta envergadura e alcance. É com agrado que hoje li no Cinco Quinas, On Line, a atenção dada pelo presidente da Câmara do Sabugal, bem como os outros elementos que o acompanharam, disponibilizzando-se para explicar ao povo de Malcata o que pretendiam construir nas suas terras e sensibilizar todos para contribuirem para o sucesso do empreendimento. É assim que o poder deve ser exercido. O povo, neste caso, o de Malcata, com certeza que prefere ser esclarecido pelo próprio Presidente e seus vereadores. Assim têm a oportunidade de cara a cara e olhos nos olhos ouvirem, discutirem e esclarecerem aquelas dúvidas que andavam nas suas mentes. Acredito na boa fé desta iniciativa. Estão de parabéns todos aqueles que contribuiram para a realização deste encontro, em especial o presidente da Junta de Freguesia de Malcata.

O texto e as fotografias que se seguem foram copiadas do Jornal Cinco Quinas.






Malcata – Presidente do Município reuniu com a Junta, Assembleia e populares

Manuel Rito, Presidente do Município, Manuel Corte, Vice-presidente, António Robalo, Vereador e Vítor Proença, adjunto do Presidente, marcaram presença em Malcata, onde reuniram, na sede da Junta de Freguesia, com mais de uma centena de populares.


A sede da Junta de freguesia de Malcata encheu-se, até não caberem mais, para ouvir o Presidente do Município e o Presidente da Junta de Freguesia, prestarem algumas informações, sobre o projecto de quarenta e cinco milhões de euros, que a francesa Existance S.A., pretende implantar na envolvente daquela localidade.
Manuel Rito explicou aos presentes todas as valências que fazem parte do projecto, bem como os benefícios que o mesmo pode trazer, não só para a freguesia, como também para todo o concelho e região.
Às questões que lhe iam sendo colocadas, pelos populares, Manuel Rito respondeu, e clarificou toda a gente, acerca do que está previsto nesse projecto.
Ficou decidido que uma equipa de topógrafos da Câmara Municipal, viria ao local onde está prevista a localização, de todo o complexo, para identificarem os proprietários desses terrenos.
Depois de identificados os proprietários, reunirão com a Junta de Freguesia e entre todos calcularão o preço por m² que devem pedir ao Município.
Apurado esse valor, o Presidente da Junta comunica-lo-á ao Presidente do Município que o levará à discussão em reunião de Câmara.
Espera-se que tudo isto não demore mais que três a cinco semanas a decidir, para que, com a maior brevidade possível, se comece a ver nascer a obra.
Recorde-se que o prazo de execução da mesma, está calculado em dois anos.
No fim da reunião muitos dos presentes bateram palmas, em sinal de concordância, pois vêem neste projecto, não só a melhor maneira de impedir a desertificação, como também o regresso do movimento à ruas da freguesia, a reabertura da escola, entre outros benefícios.



in Jornal Cinco Quinas, On Line