12 julho 2024

MALCATA: HISTÓRIA DO NICHO

   Tudo tem por trás uma história. 

   Hoje vou dar-vos a conhecer um pouco duma dessas coisas com história que qualquer malcatenho vai gostar de saber. Aconteceu há 56 anos, portanto, vamos viajar na máquina do Tempo até ao ano de 1968, num dia de festa em Malcata. Imaginem-se no dia 7 de Julho de 1968 a participar na inauguração do nicho da Senhora dos Caminhos
(ou de Nossa Senhora dos Caminhos) na Fonte da Cal (Fontacal).
   A ideia do nicho e depois a iniciativa surgiu do grupo de três professoras que nessa época ensinavam a ler e a escrever às crianças da nossa terra. Os seus nomes:
   D. Maria do Carmo Corrais,
   D. Isabel Ramos Barroso,
   D. Dulce Borges Alexandrino.

   A obra ficou por conta do senhor Joaquim Vieira, construtor civil, que também ofereceu a mão de obra, materiais para a sua construção e foi incansável enquanto a obra se construiu.
   Neste dia 7 de Julho a aldeia viveu um dia de festa, com muita alegria e religiosidade.
   Lembro-vos estas palavras:
   “ Tudo correu da melhor maneira e outra coisa não era de esperar das pessoas de Malcata. É por isso que aqui ficam para todos vós os nossos agradecimentos, parabéns
e uma prece muito fervorosa a Nossa Senhora: que a Senhora dos Caminhos nos
abençoe e nos proteja em todos os caminhos da vida”, foram as bonitas palavras da professora Dulce Alexandrino.

                                                                                  José Nunes Martins

Continua...



11 julho 2024

O QUE ESTÃO A FAZER COM A FESTA EM MALCATA?

 


   Estamos a um mês da festa em Malcata. O mês que terminou há poucos dias serviu de estágio de preparação para o mês de Agosto, que não fica atrás do mês dos santos populares. O mês de Agosto é aquele mês que todos os domingos se celebram festas em honra de santos e santas.
   Eu também gosto de festejar, mas confesso que não é no mesmo estilo e género como a maior parte da gente gosta. Muitas pessoas, multidão toda aos empurrões, mesmo até nas filas do bar, das carnes, dos carrosséis, das farturas ou das pipocas. Conviver sim, mas num estilo mais tranquilo, mais calmo e não me sentir mais do que sou, exibindo para os amigos as mãos a agarrar no copo cheio de cerveja e aos pulos andar em volta da caixa de minis. Muitos dos festivaleiros é assim que gozam nas festas, pois são todas iguais umas das outras e as diferenças só o local dos festejos. Nestes últimos anos a programação das festas é mais do mesmo só que em dias e lugares diferentes, na sua maioria, abençoados por pessoas santas.
   E como já é costume, a festa na nossa freguesia têm-se realizado no 2ºDomingo de Agosto. Normalmente são três dias de festa organizada pela comissão de mordomos. As cerimónias religiosas estão sob a responsabilidade do pároco da freguesia. Todos os outros eventos que se fazem, há muitos anos que saíram da esfera da Fábrica da Igreja e são os mordomos que se ocupam e assumem a organização de tudo.
   Ultimamente na nossa terra o desconhecimento e a incompreensão do território, dos nossos valores e também de pessoas com alguma falta de sensibilidade, noto uma crescente falta de sentido crítico quando os factos acontecem. Por desconhecimento, por receio de ser incómodo e de ser incomodado, há silêncios que são gritos.
   Na aldeia a terra é da comunidade, nela vivem todos os que querem lá estar em permanência ou nos tempos disponíveis para poder estar. Nesta terra muitas pessoas construíram a sua habitação ou herdaram. Por ser assim, há que cuidar bem dela.
   A aldeia que eu chamo minha não é uma ilha, mesmo que a vejamos rodeada por muita água. Vivemos num território agrícola, com muitos usos e costumes bem enraizados. E a festa no mês de Agosto é um desses costumes. Mesmo com as mudanças, em que o profano tomou conta do que mais rende, do bar e do ramo.
   É com bastante preocupação que escrevo, mas sinto que muitas pessoas estão a passar uma esponja pelas festas mais antigas, da forma como os mordomos trabalhavam e organizavam. Numa comissão de mordomos nem todos eles sabiam ler e escrever. As responsabilidades de tesouraria ficavam a cargo dos que liam e escreviam. Havia sempre a preocupação de encontrar alguém dos mordomos que se dedicasse às contas do deve e do haver, do saldo e da dívida, pois quando o dinheiro não chegava, eram os mordomos que assumiam o fecho das contas.
   Não estou a pôr em causa a seriedade das mordomias, pois tenho certo de que para mim todos tentam fazer o melhor e todos querem que seja uma festa grande, forte e que todos se divirtam. É assim que o povo espera que aconteça em todas as festas.
   O ano passado, a festa foi boa e divertida, quem lá esteve viu as pessoas a sorrir e a dançar, a beber e a aplaudir. Correu sempre tudo muito bem, tão bem que não tinham tempo para tomar apontamentos e transcrever para o livro as várias fontes de receitas e as despesas. No fim de tudo, sabe-se hoje que, alegadamente, aconteceram coisas estranhas que deixaram o povo enfadado.
   É caso para perguntar: o que estão a fazer com a festa de Malcata?
  

08 julho 2024

OBRAS VÃO CONDICIONAR O TRÂNSITO EM MALCATA

                                                
                   240 DIAS COM TRÂNSITO
                     CONDICIONADO
                        PARA MALCATA

      
 AVISO COM IMPORTÂNCIA A QUEM CIRCULAR
 NA ESTRADA MUNICIPAL PARA MALCATA

A Câmara Municipal do Sabugal publicou este aviso:

A PARTIR DE 8 DE JULHO DE 2024 ATÉ 10 DE JANEIRO DE 2025 o trânsito na estrada de Malcata 
vai manter-se condicionado por causa das obras da instalação dos tubos para abastecimento de água 
da rede pública à nossa aldeia. 
Saiba mais aqui:
https://www.cm-sabugal.pt/aviso-execucao-de-adutora-a-malcata/?fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTAAAR07UMNvwywMlgrmqHJFFDJjJMi_AvnbnWD4JPtH5hq1Rw8uEVaM7T52W0k_aem_jAKTX-59_InZ3i6f_71ZBg

 

   Neste aviso da Câmara Municipal do Sabugal vem, em anexo, alguma informação que, dada a sua importância, deve ser amplamente divulgada. 
   A empreitada é longa, tendo um prazo previsto de 240 dias. A sinalização da obra vai acompanhar o andamento da mesma. Segundo foi decidido a obra é para começar no princípio da estrada, à "placa" e acompanha o traçado da via até passar a ponte sobre a albufeira da barragem e sempre pela berma da estrada, quando isso o permitir. 
   A entrada e saída de viaturas vai acontecer muitas vezes. Circular com cuidado mesmo quando for avistado o "sinaleiro".
   Os sinais de trânsito condicionado também vão contribuir para a segurança de todos. 

Para mais informações, ou qualquer outro esclarecimento, contacte a Divisão de Obras e Serviços Municipais do Sabugal, através do seguinte contacto telefónico: 271 751 040.

10 junho 2024

OS SÍMBOLOS NACIONAIS


 


Bandeira Nacional


Sede da Junta de Freguesia de Malcata


    A bandeira do nosso país tem um simbolismo maior que muitos dos outros não têm.
    Há pessoas cujos cargos que desempenham lidam com bandeiras oficiais e sempre que algum acontecimento nacional de relevo aconteça, a bandeira é hasteada.
   Sou do tempo em que em Portugal quando se celebrava um feriado nacional, aos domingos e noutras ocasiões importantes, todas as instituições ao serviço do Estado,
tinham de assinalar a data ou acontecimento, hasteando a bandeira nacional no mastro.
    Lembram-se do campeonato de futebol europeu que aconteceu em Portugal? Havia bandeiras nas varandas, janelas, no topo de uma vara, uma verdadeira onda de verde, vermelho e amarelo.
    Os portugueses continuam a ter um respeito enorme pelos símbolos nacionais da República Portuguesa. E se há tamanho respeito e cumplicidade, no que respeita às bandeiras, muitos são os que respeitam, veneram, amam e preservam a bandeira do santo/a que mais os toca no coração ou a bandeira do seu clube, confraria ou associação.
   Hoje celebramos em Portugal o “Dia Nacional de Camões” e das “Comunidades Portuguesas”. Quem passar pela sede da Junta de Freguesia vê a bandeira nacional colocada de harmonia com a lei?
   Esta minha pergunta é justificada pelo que tem acontecido nos feriados nacionais, municipais e outros, na nossa freguesia. E esta questão já a fiz noutras alturas, como ninguém respondeu, será que tudo continua na mesma? E para que conste, deixo aqui o link: https://aldeiademalcata.blogspot.com/2023/10/monarquia-republica-democracia-em.html
         
   Espero que a mensagem chegue aos senhores da junta, a quem o povo confiou a nobre missão de administrar as coisas públicas.
                                                      
                                                           José Nunes Martins

 

17 maio 2024

MALCATA: A PEDRA NOS SAPATOS DOS MORDOMOS NÃO INCOMODA?

 

Cartazes de várias festas em Malcata


   Estamos cada dia mais perto das festas de Malcata. Algum dia quando alguém quiser escrever sobre as festas da nossa terra, quando chegar ao capítulo dedicado ao ano de 2023, para além de ficar a saber que as proibições do governo em relação à epidemia covid 19 tinham finalmente sido levantadas, fica também com a pulga atrás da orelha e vai tentar descobrir o estranho desaparecimento de parte das receitas da festa, notícia que correu depressa pela região, deixando os habitantes da freguesia incrédulos e tristes. Tudo tem uma primeira vez…e desta vez, os mordomos não estiveram à altura das e o serviço que voluntariamente prometeram fazer saiu manchado pelo caso das contas da festa. Pessoas, programa, luzes e arcos parece não ter faltado nos dias da festa. A alegria e a boa disposição, os bailes, a garraiada, o bar e as sandes foram servidas e tudo acompanhado de bom tempo.
   Foi mesmo no fim que os mordomos sentiram o peso da responsabilidade de organizar bem as festas. E o assunto era mesmo sério, de solução difícil e com forte probabilidade de ficar na história das festas como o grupo de mordomos que não souberam estar à altura das expectativas do povo e das responsabilidades  que todos neles depositaram. Parece que, durante a caminhada, alguns mordomos, descontentes com o caminho já percorrido, mostraram o seu desacordo e abandonaram de vez o caminho e os caminhantes. Diz o povo que só erra quem faz alguma coisa; também diz que quem anda acompanhado por um coxo, se não tiver cuidados redobrados e atentos, aprende a coxear como se fosse também coxo. Por isso, não é espanto que chegados ao fim da caminhada (festa), todos se queixaram das pedras e das pequenas falhas nas pernas e na vista. Passados que são estes meses e a nova mordomia andar atarefada na preparação da festa de 2024, ainda não se sabe a verdade e o que realmente aconteceu nas contas da festa de 2023. Também estranho a atitude do povo, nada foi feito para esclarecer o assunto. Nem sequer ouvi ou assisti a uma “defesa da honra” e “transparência” aos responsáveis disto tudo. Dá a ideia que nada de grave aconteceu e que a freguesia gosta das coisas assim, tanto se lhes dá como se lhes deu, querem lá saber o que sucedeu e as consequências que daí possam vir para o futuro. Em Malcata, tudo vai bem, fica tudo como dantes, quartel-general em Abrantes. Ninguém ousa perguntar no sentido de esclarecer e até ajudar os mordomos da festa deste ano?

   A mim já nada me espanta. Um dia em Malcata alguém me disse na cara:
   “tu já não és daqui, vai mas é para a tua terra!”
   Um sorriso, meia volta e andar à minha vidinha cuidar dos cães que me respeitam e compreendem melhor… mas sou muito teimoso, continuei e continuo a tentar fazer algo que consiga mudar 
alguma coisa. É o que estou agora a fazer! Quando a voz me doer, calo a boca.