06 maio 2024

QUEM TEM MÃE TEM MUITO

Benvinda Nunes

 Cada um de nós é único, é como é e pronto. Eu infelizmente já vivo sem a minha mãe desde 2008. Não me lembro do rosto dos primeiros anos de casada com José Martins, o meu estimado e querido pai. Sei que teve uma infância e uma adolescência bem diferente da minha. Eu fui para a escola e aprendi a ler e a escrever. A minha mãe não deixaram fazer o mesmo, cresceu demasiado depressa e ficou responsável pelos outros seus irmãos e irmãs. E depois de casar, não tinha tempo nem cabeça para não continuar a cuidar da casa, do marido e depois dos filhos e da casa, dos campos, porque o marido sentiu necessidade de fazer o que tantos como os homens da sua idade ousaram fazer, emigrou para terras de França. Quando vinha à aldeia, a minha mãe suspirava de alívio e a alegria, a felicidade reinava na nossa casa.

   Como cada mãe é a melhor do mundo, a minha mãe foi mesmo de verdade a minha melhor mãe do mundo. O resto é foguetório, é tentar agradar e no dia seguinte já ninguém se abraça à mãe. Muita fotografia nas páginas do Facebook e muitos bonecos a rir e a festejar um dia que dizem ser especial. Sim, haverá amor e carinho, mas não sei se interiormente o coração de muitos filhos e filhas sentem e vivem um verdadeiro amor pela mãe. Fazer é mais importante e se não der nas vistas, melhor para o verdadeiro amor.
   Eu não costumo dar importância a festividades comerciais, que é assim que defino o dia de ontem e que o consumismo quer convencer-nos de que temos de oferecer flores, perfumes, almoços ou jantares e outras prendas às mães.  O principal interesse de muitos é aproveitar a ocasião para ganhar dinheiro, mesmo que seja embrulhado com papel, lacinho, um cartão e uma frase a condizer. Desta vez é às mães que é dedicada toda a atenção e a elas temos que oferecer qualquer coisa, porque nos disseram que é dia da mãe. Mãe, o teu rosto foi o de uma santa, deu-me esperança quando estavas comigo, mesmo agora que nos afastámos, continuas a ser minha mãe, sempre e todos os dias, simplesmente por seres mãe, minha mãe. 
                                                                                                  José Nunes (João)



04 maio 2024

NOTA DE FALECIMENTO





Fernanda Antunes

   Faleceu Fernanda Antunes, de 71 anos de idade, natural de Malcata, onde residia. A celebração é no dia 4 de Maio, às 15 H, na Igreja Matriz de Malcata. Findas as cerimónias em Malcata, será transladada para Mangualde e as cerimónias da cremação estão marcadas para as 15 H do dia 6 de Maio, no crematório de Mangualde.

   Sentidos sentimentos a todos os familiares.
   Paz à sua alma !

21 abril 2024

É URGENTE ACABAR COM AS PODAS DRÁSTICAS EM MALCATA

 

Cuidar das pessoas é tratar bem os seres vivos
                                        

   Já alguém reparou o estado em que deixaram as três árvores junto à entrada do cemitério?
   Para mim é gritante a falta de respeito pelas árvores e até diria que estamos perante um crime ambiental. Não há um único ramo digno desse nome e não há sombra que refresque nos dias de calor. É uma tristeza e um mau exemplo para uma freguesia que se quer afirmar Malcata, Naturalmente!
   Qualquer pessoa sabe que as árvores são seres com vida, dão sombra, abrigo e ajudam a purificar o ar. Tratar das árvores é cuidar delas. Não se cortam ramos das árvores de forma tão drástica. Onde está a copa e porque insistem nestas podas assassinas? Há erros que acontecem e compreendemos que todos erramos. Mas no que diz respeito a estes erros de podar árvores nos espaços públicos da nossa aldeia, repetem-se e ninguém se manifesta. Esta prática e esta tão “carinhosa” forma de cuidar do património comum, tem de acabar! Será que pensam que lhes estão a dar força e saúde ao tratá-las assim? Estes procedimentos só podem ser mandados executar por gente fraca, egoísta, sem coração e irresponsável. Podem até pensar que as árvores não deviam estar naquele local, ou que não embelezavam a entrada do cemitério, que tinham interferência no bom funcionamento dos portões de ferro. São três árvores públicas e fazem parte do património público, logo posso chamar-lhe um crime contra o património da freguesia e um crime ambiental. Acabaram por destruir um bem que tinha a função de colorir aquele local onde estão muitas saudades escondidas. Já aconteceu a mesma tragédia com o chorão verde do jardim da ponte. Lá continuam os cotos secos e com os cabos eléctricos a abraçá-los. Será por uma questão de ódio às árvores e os malcatenhos não temos direito a usufruir das árvores no espaço público?
   Deitar árvores abaixo é o que se tem feito. É um trabalho fácil e rápido e está à vista de todos e passando aquela ideia de se estar a fazer obra que se veja!
   Malditos homens das motoserras!
   Foi assim que encontrei as três árvores:






20 abril 2024

MALCATA: JÁ NÃO HÁ PACIÊNCIA

 

   Esta semana tive de vir à aldeia e tenho aproveitado para arrumar a casa onde viveram os meus pais. Como tenho uma carrinha tenho mais facilidade de tratar dos assuntos pessoais fora da freguesia. E é natural passar por vários caminhos e às vezes mais do que uma vez durante o dia.
   Desta vez encontro demasiadas coisas que me estão a perturbar a mente e não tenho memória de tanta desgraça!
    Atribuir responsabilidades das situações à oposição política está descartada logo à partida, porque não há oposição. Muito território e muitas estruturas para manter minimamente em bom estado de conservação e utilização e sem força humana capaz de responder às necessidades . Mas caros conterrâneos, que viveis durante o ano na aldeia, as situações anormais encontram-se à vista de toda a gente e não as devem avaliar como normais, naturalmente são tudo menos isso.
   Ora, perante as situações que já vi e algumas sendo em vias públicas e que pode causar perigo a pessoas e bens, tirei fotografias para ilustrar o que acabei de afirmar e deixar um aviso às pessoas para pressionar a autarquia a tomar medidas urgentes que resolvam estas perturbações.

  

























06 abril 2024

MALCATA ANTES DE ABRIL DE 1974

Merece uma visita.

 


   Este mês comemoramos 50 anos da Revolução de Abril que tem marcado a História dos portugueses quer vivam no país ou fora. É uma celebração da libertação do nosso país de um regime ditatorial para uma democracia participativa. Estes anos que passaram muitos de nós ainda têm dificuldade em compreender o que aconteceu e alguns ainda têm saudades dos tempos da “outra senhora”, principalmente do professor Marcelo Cetano.
   Quem se lembra como era a nossa freguesia de Malcata antes do 25 de Abril de 1974?
   Imaginem que são realizadores de cinema e a Junta de Freguesia escolheu-vos para escreverem uma redacção com o título:
“Como era a minha aldeia até 25 de Abril de 1974?”
   Algum de vós aceita o desafio de relatar a vida nas aldeias portuguesas, como viviam, como eram as casas, as ruas, o medo das autoridades, o que podiam fazer e o que o Estado proibia…a alimentação, o vestuário, a educação, a escola primária…a emigração,
as guerras nas Províncias Ultramarinas, etc…e terminar a redação com as mudanças que o 25 de Abril trouxe à nossa terra nestes 50 anos.