24.1.08

A SAÚDE QUE TODOS DESEJAMOS


A saúde é o que as pessoas mais desejam para a vida. O Serviço Nacional de Saúde(SNS) está a passar por uma enorme mudança. Há serviços a encerrar, outros acabados de construir mas de portas fechadas aguardando ordem para abrir. Hospitais que foram remodelados e agora veêm os seus serviços transferidos para outras unidades de saúde. Gastou-se o dinheiro, criaram-se espectativas nas pessoas que iam beneficiar de melhores cuidados de saúde e são confrontadas com o contrário.

Os casos de falta de assistência em casos de emergência são cada vez mais noticiados. Hoje , o jornal dá voz às pessoas de Castelo, lá para os lados de Alijó, no norte de Portugal. O senhor António, de 44 anos, faleceu na madrugada da passada terça-feira. Porquê? Dizem os seus conterrâneos que a assistência foi demorada e...
"Vila Real é demasiado longe para nós. São 60 quilómetros, mas não é como na auto-estrada, que é tudo mais rápido. Não deviam ter fechado o Serviço em Alijó."

"Imagine eu, com 76 anos. Se me acontecer alguma coisa, para eles é igual. Já passamos do prazo, não interessamos a ninguém."

O senhor António vivia lá para os lados de Vila Real. Precisou de assistência médica urgente e demorou uma eternidade a ter essa assistência. O 112 diz uma coisa, os bombeiros outra e os familiares e amigos do António outra. A verdade, é que o António perdeu a vida, ou seja, o auxílio de que necessitava não veio a tempo. O concelho do Sabugal estende-se por uma extensa área. As pessoas, quando precisam de cuidados de saúde, têm que percorrer dezenas de quilómetros até ao Centro de Saúde. Quando é necessário transporte de urgência, têm de esperar que os bombeiros do Sabugal ou Soito cheguem. E o tempo passa, passa ao mesmo tempo que a vítima luta pela vida. Claro que não podemos ter um médico à porta de casa, ou um enfermeiro, ou um Centro de Saúde em cada aldeia. Mas se o Centro do Sabugal possuissse uma equipa de emergência com a respectiva ambulância devidamente equipada, o socorro passaria a ser mais rápido e a vida dos sabugalenses teria outra qualidade e longevidade. É urgente melhorar a assistência aos cuidados de saúde críticos e de emergência. Os hospitais da Guarda, Covilhã ou Coimbra estão demasiado distantes para as estradas que o concelho do Sabugal tem. É urgente que a cidade do Sabugal tenha melhores ligações rodoviárias às auto-estradas que passam ao lado e que depressa chegam aos hospitais da Covilhã, da Guarda e até de Coimbra. Tudo é importante quando uma vida humana está dependente dos outros e do lugar onde vive. As pesoas, mesmo as que já têm 76, 80 ou mais anos, contam e são vidas que têm o direito à vida.




21.1.08

PRESERVAR O PATRIMÓNIO DE MALCATA


Lembram-se das cangalhas? Agora, com a evolução dos transportes e o desaparecimento quase dos jumentos(burros) poucos das gerações mais novas sabem da existência e da utilidade das cangalhas.
As cangalhas, havia várias maneiras de as construir, mas todas eram colocadas por cima da albarda do animal e serviam para o agricultor transportar os feixes de "ferrem", os feixes de lenha ou de milho. Era colocado um feixe de cada lado de maneira a criar um equilíbrio nos dois lados e muitas vezes, colocavam um terceiro a meio e estava a carga completa. Por cima dos feixes passava-se a "cilha"(dava a volta completa) que se apertava com a ajuda do "arroxo" cujo "arroxar" tinha de ser feito por sabedores. É que uma "cilha" mal apertada podia ter como consequência a queda para o chão da carga que tanto custou a carregar.
As cangalhas da foto encontrei-as assim como as veêm e penso que alguém, por exemplo, a Junta de Freguesia, devia falar com o dono(a) e propor-lhe que as doasse para integrar o espólio de um futuro museu( no antigo forno?) que possa perpetuar as memórias dos nossos antepassados.
E quem diz cangalhas, podemos acrescentar todos os utensílios e alfaias agrícolas que hoje já não se usam, mas os nossos avós, os nossos pais e muitos de nós ainda utilizámos em muitas ocasiões.

AS OBRAS NA ESTRADA DE MALCATA VÃO FINALMENTE A TODO O VAPOR!






Estive em Malcata no dia 19 de Janeiro e pelo que me apercebi vai ser desta que as obras na estrada vão andar mais depressa. Quando me dirigia para a aldeia, pouco depois da "placa" lá andava um grupo de trabalhadores nas obras da estrada.
As imagens retratam as máquinas que neste momento estão prontas a ajudar na conclusão da referida obra. As primeiras estão ao lado do campo de futebol, onde também já há muita brita, areia e terra que serão necessário para a obra e as últimas estão a aguardar junto à serração, antes da "placa" para Malcata.
Oxalá que todo este aparato seja mesmo para acabar com as obras depressa e bem, caso contrário, as valetas começam a parecer um campo cheio de crateras e lama. Agora, há que apoiar a "Socongo" para que Malcata possa orgulhar-se d "nova estrada".

13.1.08

M A L C A T A - AO SABOR DA TRADIÇÃO




"A história e tradição estão connosco.
A história e tradição estão connosco. Sendo também a história "a narração de factos ou acontecimentos sociais, políticos, económicos, intelectuais, etc, que mais ou menos influíram na existência dos povos" (sfr. grande dicionário da língua portuguesa de Cândido de Oliveira) e a tradição "a transmissão desses factos, de idade em idade, através da transmissão oral ou de hábitos", (sfr. grande dicionário da língua portuguesa de Cândido de Oliveira), podemos dizer que Malcata fez história e tradição neste Natal de 2007. Foi uma véspera de Natal em cheio. A ACDM e a Junta de Freguesia organizaram a festa da matança da porca, com os rituais sobejamente conhecidos e o almoço aberto a toda a povoação. Muita gente participou nas tarefas exigidas. De tarde, homens e rapazes ocuparam-se alegremente em acarretar os madeiros e a fazer a fogueira que, diga-se a verdade hà anos não se via tão grande. Depois vem a ceia de Natal em família seguindo a tradição. Pelas 11 horas pega-se o lume à fogueira, e perante a expectativa geral comenta-se a direcção do vento, a orientação do fumo e das "mechanas", a queda dos grandes cepos, etc ... etc ... À meia-noite em ponto é o auge: A missa do galo com cânticos, representações, celebrando o nascimento do menino Jesus. Ao beijar do menino canta-se desalmadamente ("até que a voz me doa"), e este fervor é transportado depois para junto da fogueira. Culmina com a ronda do Menino Jesus, (pena é que este ano pouca gente tenha aderido) e o convívio no largo da igreja ao calor do lume e saboreando alguns petiscos e bebidas (as carnes da matança e as castanhas assadas). É com momentos assim que a tradição se mantém, que se transmitem valores do passado e se vive o presente. Em Malcata respeitou-se e viveu-se a tradição, fazendo história para o futuro (os novos que o digam)."
Por: Rui


Texto retirado do Jornal Cinco Quinas.

9.1.08

CÁRITAS PAROQUIAL DE MALCATA






Maria Isabel Varandas Esteves
Presidente da Cáritas Diocesana da Guarda
Naturalidade: Vale de Espinho





Extratos da entrevista concedida ao jornal "A GUARDA" de 3 de Janeiro de 2008:
A Guarda: Como é que funciona a Cáritas da Guarda?
Isabel:
O seu objectivo fundamental é a animação sócio-caritativa da Diocese da Guarda. Em cada paróquia deveria existir um serviço permanente de acção social. No entanto, não tem sido fácil de implementar. Existem cáritas paroquiais na Covilhã, Gouveia, Aldeia de Joanes, e Seia, São Romão, Vide e Malcata.


"Os rendimentos dos idosos são insuficientes para fazer face às suas necessidades".
Palavras ditas por Isabel Varandas, ao jornal "A Guarda".

3.1.08

A MATANÇA DO PORCO E A ASAE


António Nunes, o responsável máximo da ASAE afirmou no dia 29 de Dezembro de 2007, numa entrevista ao semanário "Sol" isto:


"Tudo o que se fazia antigamente, dentro das casas das pessoas, continua a fazer-se; tudo o que diga respeito ao consumo público, tem que estar protegido por normas de inspecção sanitária. Se eu matar o meu porquinho, convidar uns amigos, e tudo isso se mantiver no domínio privado, não há problema nenhum".




Entenderam? Está claro como a água que bebemos na fonte de Malcata. A matança do porco do Ti Manel, do Ti João e de todos os tios e tias, primos e primas, vizinhos e amigos, desde que seja para consumo em casa desses familiares ou amigos, a Asae, através do seu dirigente máximo, diz que não há problema nenhum, desde que se coma em casa. Nada de fazer negócio de carne, de enchidos ou de presuntos...é que aí já a Asae entra em acção.

2.1.08

EM DEFESA DO LINCE E DA RESERVA NATURAL DA SERRA DA MALCATA




Deputado Luís Marques defende Centro Nacional na Reserva da Malcata

O Deputado Luís Carloto Marques (membro do MPT, eleito na lista do PPD/PSD pelo círculo eleitoral de Setúbal) questionou, recentemente, o Governo sobre a localização do Centro de Reprodução do Lince Ibérico. Em requerimento, enviado à Assembleia da República, com data de 6 de Dezembro, Luís Marques pede, ao Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, explicações sobre a “reprodução do lince ibérico em cativeiro”, nomeadamente a localização do futuro Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do felino mais ameaçado do mundo.
De referir que em Julho deste ano, o ministro do Ambiente anunciou a instalação, em Silves do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do Lince Ibérico, esquecendo todo o trabalho realizado na Reserva Natural da Serra da Malcata. De salientar que a reprodução em cativeiro vai acontecer ao abrigo de um programa ibérico de repovoamento.
Perante estes dados o Deputado Luís Marques lembra que a Reserva Natural da Serra da Malcata foi declarada uma área protegida em 1981, exactamente para salvaguardar o habitat do felino mais ameaçado do mundo. “Apesar de as populações deste felino estarem extintas em Portugal, toda a estratégia que seguiu a Reserva Natural da serra da Malcata, teve sempre como primeira prioridade o lince ibérico” refere o documento. E acrescenta: “depois da sua extinção, que terá ocorrido na segunda metade da década de noventa, o esforço orientou-se para consolidar o seu habitat preferido, na esperança de atrair populações da Serra da Gata ou a sua reintrodução a partir de indivíduos nascidos em cativeiro”. O Deputado adianta também: “adquiriram-se terrenos, instalaram-se pastagens, efectuaram-se marouços, introduziram-se coelhos, contrataram-se técnicos qualificados, efectuaram-se inúmeras acções de educação ambiental, impediu-se a colocação de torres eólicas, as zonas de caça estão condicionadas ou interditas, tudo em nome de uma espécie prioritária. As populações e os empresários que investiram na região, ou que tencionavam efectuá-lo tiveram os seus projectos condicionados ou direccionados para outras zonas”.
No âmbito de uma reunião com o Governo de Espanha, o Governo Português acabaria por anunciar um protocolo para a cedência de linces do Centro de Reprodução de El Acebuche, destinados a um Centro Nacional para a Reprodução em Cativeiro que, de acordo com o ministro do Ambiente ficará localizado no Algarve.
Através do requerimento apresentado na Assembleia da República, Luís Marques, quer saber “quais foram os imperativos técnicos que impediram que o centro de Reprodução do Lince Ibérico fosse instalado na Reserva Natural da serra da Malcata”. Para o deputado “os concelhos de Sabugal e Penamacor foram, de alguma forma, penalizados pela criação da Reserva Natural da Serra da Serra da Malcata, mas o interesse nacional e mundial que representa o Lince Ibérico foi justamente considerado prioritário, sendo por isso de elementar justiça que o Centro Nacional para a Reprodução do Lince Ibérico, que receberá animais do centro andaluz de El Acebuche, se localize dentro da Reserva Natural da Serra da Malcata”.
De acordo com os dados disponíveis, até final de 2008, a Águas do Algarve estará em condições de activar o primeiro Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do Lince Ibérico em Portugal, um projecto que decorre no âmbito da construção da Barragem de Odelouca e, em particular, das medidas para restauração de habitat e presas de lince-ibérico na área de influência da barragem, bem como a sua reprodução em cativeiro e posterior reintrodução em território nacional. Ao que tudo indica o futuro centro ficará situado num terreno adjacente à barragem do Arade, no concelho de Silves, no Algarve, e terá capacidade para acolher 16 animais.
Recorde-se que o lince-ibérico (Lynx pardinus) é considerado o felino mais ameaçado do mundo (Nowell & Jackson, 1996), estando originalmente confinado apenas à Península Ibérica. Neste momento, as últimas populações viáveis de lince-ibérico encontram-se na Andaluzia.
in "Jornal A Guarda" de 27/12/2007