13.1.08

M A L C A T A - AO SABOR DA TRADIÇÃO




"A história e tradição estão connosco.
A história e tradição estão connosco. Sendo também a história "a narração de factos ou acontecimentos sociais, políticos, económicos, intelectuais, etc, que mais ou menos influíram na existência dos povos" (sfr. grande dicionário da língua portuguesa de Cândido de Oliveira) e a tradição "a transmissão desses factos, de idade em idade, através da transmissão oral ou de hábitos", (sfr. grande dicionário da língua portuguesa de Cândido de Oliveira), podemos dizer que Malcata fez história e tradição neste Natal de 2007. Foi uma véspera de Natal em cheio. A ACDM e a Junta de Freguesia organizaram a festa da matança da porca, com os rituais sobejamente conhecidos e o almoço aberto a toda a povoação. Muita gente participou nas tarefas exigidas. De tarde, homens e rapazes ocuparam-se alegremente em acarretar os madeiros e a fazer a fogueira que, diga-se a verdade hà anos não se via tão grande. Depois vem a ceia de Natal em família seguindo a tradição. Pelas 11 horas pega-se o lume à fogueira, e perante a expectativa geral comenta-se a direcção do vento, a orientação do fumo e das "mechanas", a queda dos grandes cepos, etc ... etc ... À meia-noite em ponto é o auge: A missa do galo com cânticos, representações, celebrando o nascimento do menino Jesus. Ao beijar do menino canta-se desalmadamente ("até que a voz me doa"), e este fervor é transportado depois para junto da fogueira. Culmina com a ronda do Menino Jesus, (pena é que este ano pouca gente tenha aderido) e o convívio no largo da igreja ao calor do lume e saboreando alguns petiscos e bebidas (as carnes da matança e as castanhas assadas). É com momentos assim que a tradição se mantém, que se transmitem valores do passado e se vive o presente. Em Malcata respeitou-se e viveu-se a tradição, fazendo história para o futuro (os novos que o digam)."
Por: Rui


Texto retirado do Jornal Cinco Quinas.

9.1.08

CÁRITAS PAROQUIAL DE MALCATA






Maria Isabel Varandas Esteves
Presidente da Cáritas Diocesana da Guarda
Naturalidade: Vale de Espinho





Extratos da entrevista concedida ao jornal "A GUARDA" de 3 de Janeiro de 2008:
A Guarda: Como é que funciona a Cáritas da Guarda?
Isabel:
O seu objectivo fundamental é a animação sócio-caritativa da Diocese da Guarda. Em cada paróquia deveria existir um serviço permanente de acção social. No entanto, não tem sido fácil de implementar. Existem cáritas paroquiais na Covilhã, Gouveia, Aldeia de Joanes, e Seia, São Romão, Vide e Malcata.


"Os rendimentos dos idosos são insuficientes para fazer face às suas necessidades".
Palavras ditas por Isabel Varandas, ao jornal "A Guarda".

3.1.08

A MATANÇA DO PORCO E A ASAE


António Nunes, o responsável máximo da ASAE afirmou no dia 29 de Dezembro de 2007, numa entrevista ao semanário "Sol" isto:


"Tudo o que se fazia antigamente, dentro das casas das pessoas, continua a fazer-se; tudo o que diga respeito ao consumo público, tem que estar protegido por normas de inspecção sanitária. Se eu matar o meu porquinho, convidar uns amigos, e tudo isso se mantiver no domínio privado, não há problema nenhum".




Entenderam? Está claro como a água que bebemos na fonte de Malcata. A matança do porco do Ti Manel, do Ti João e de todos os tios e tias, primos e primas, vizinhos e amigos, desde que seja para consumo em casa desses familiares ou amigos, a Asae, através do seu dirigente máximo, diz que não há problema nenhum, desde que se coma em casa. Nada de fazer negócio de carne, de enchidos ou de presuntos...é que aí já a Asae entra em acção.

2.1.08

EM DEFESA DO LINCE E DA RESERVA NATURAL DA SERRA DA MALCATA




Deputado Luís Marques defende Centro Nacional na Reserva da Malcata

O Deputado Luís Carloto Marques (membro do MPT, eleito na lista do PPD/PSD pelo círculo eleitoral de Setúbal) questionou, recentemente, o Governo sobre a localização do Centro de Reprodução do Lince Ibérico. Em requerimento, enviado à Assembleia da República, com data de 6 de Dezembro, Luís Marques pede, ao Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, explicações sobre a “reprodução do lince ibérico em cativeiro”, nomeadamente a localização do futuro Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do felino mais ameaçado do mundo.
De referir que em Julho deste ano, o ministro do Ambiente anunciou a instalação, em Silves do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do Lince Ibérico, esquecendo todo o trabalho realizado na Reserva Natural da Serra da Malcata. De salientar que a reprodução em cativeiro vai acontecer ao abrigo de um programa ibérico de repovoamento.
Perante estes dados o Deputado Luís Marques lembra que a Reserva Natural da Serra da Malcata foi declarada uma área protegida em 1981, exactamente para salvaguardar o habitat do felino mais ameaçado do mundo. “Apesar de as populações deste felino estarem extintas em Portugal, toda a estratégia que seguiu a Reserva Natural da serra da Malcata, teve sempre como primeira prioridade o lince ibérico” refere o documento. E acrescenta: “depois da sua extinção, que terá ocorrido na segunda metade da década de noventa, o esforço orientou-se para consolidar o seu habitat preferido, na esperança de atrair populações da Serra da Gata ou a sua reintrodução a partir de indivíduos nascidos em cativeiro”. O Deputado adianta também: “adquiriram-se terrenos, instalaram-se pastagens, efectuaram-se marouços, introduziram-se coelhos, contrataram-se técnicos qualificados, efectuaram-se inúmeras acções de educação ambiental, impediu-se a colocação de torres eólicas, as zonas de caça estão condicionadas ou interditas, tudo em nome de uma espécie prioritária. As populações e os empresários que investiram na região, ou que tencionavam efectuá-lo tiveram os seus projectos condicionados ou direccionados para outras zonas”.
No âmbito de uma reunião com o Governo de Espanha, o Governo Português acabaria por anunciar um protocolo para a cedência de linces do Centro de Reprodução de El Acebuche, destinados a um Centro Nacional para a Reprodução em Cativeiro que, de acordo com o ministro do Ambiente ficará localizado no Algarve.
Através do requerimento apresentado na Assembleia da República, Luís Marques, quer saber “quais foram os imperativos técnicos que impediram que o centro de Reprodução do Lince Ibérico fosse instalado na Reserva Natural da serra da Malcata”. Para o deputado “os concelhos de Sabugal e Penamacor foram, de alguma forma, penalizados pela criação da Reserva Natural da Serra da Serra da Malcata, mas o interesse nacional e mundial que representa o Lince Ibérico foi justamente considerado prioritário, sendo por isso de elementar justiça que o Centro Nacional para a Reprodução do Lince Ibérico, que receberá animais do centro andaluz de El Acebuche, se localize dentro da Reserva Natural da Serra da Malcata”.
De acordo com os dados disponíveis, até final de 2008, a Águas do Algarve estará em condições de activar o primeiro Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do Lince Ibérico em Portugal, um projecto que decorre no âmbito da construção da Barragem de Odelouca e, em particular, das medidas para restauração de habitat e presas de lince-ibérico na área de influência da barragem, bem como a sua reprodução em cativeiro e posterior reintrodução em território nacional. Ao que tudo indica o futuro centro ficará situado num terreno adjacente à barragem do Arade, no concelho de Silves, no Algarve, e terá capacidade para acolher 16 animais.
Recorde-se que o lince-ibérico (Lynx pardinus) é considerado o felino mais ameaçado do mundo (Nowell & Jackson, 1996), estando originalmente confinado apenas à Península Ibérica. Neste momento, as últimas populações viáveis de lince-ibérico encontram-se na Andaluzia.
in "Jornal A Guarda" de 27/12/2007

31.12.07

MENSAGEM DE ANO NOVO





FELIZ ANO NOVO!!!
Porque razão desejamos "Feliz Ano Novo"?
Porque celebramos a passagem do ano?
Por esta altura do ano, é normal e geral "fazer uma limpeza",
esquecer o passado, pensar no ano novo que aí vem e desejar um futuro mais promissor.
Apesar de não termos alcançado todas as promessas feitas na passagem de ano do ano que está a chegar ao fim, o desejo de recomeçar volta sempre. O desejo da maioria de nós é o de "atirar o passado para trás das costas", "passar uma esponja no passado", estabelecer novos objectivos e trabalhar para um futuro próspero.
Em vez de decidir "Eu não vou fazer isto" ou "Eu não vou fazer aquilo", devemos dizer "Eu vou fazer isto" e "Eu vou fazer aquilo". Existe uma grande diferença e junta-se uma motivação maior, uma maior determinação e uma maior decisão.
Além do mais, estabelecer objectivos não se restringe ao dia do Ano Novo. Pode acontecer em qualquer altura do ano. Mas quando quer que aconteça, marca de facto um "Novo Ano" na vida de uma pessoa.
Recorda-se do ditado "Hoje é o primeiro dia
do resto da minha vida"
Sim! É verdade!
Mas também é verdade dizer: "FELIZ ANO NOVO!"

29.12.07

A FESTA DE NATAL É DE TODOS


Criançada feliz


A Câmara Municipal do Sabugal organizou este ano vários eventos para festejar o Natal, tendo transformado a cidade do Sabugal num arraial onde quase nada faltou, nem mesmo os camelos que costumam mais andar no deserto. Não sei se o burro marcou presença no cortejo da festa, mas teria sido uma boa ideia.
Desde o início do mês de Dezembro e até ao dia 6 de Janeiro (de 2008), na sala de exposições temporárias do Museu do Sabugal, decorre a exposição de presépios "Natal no Museu". Aproveitem, visitem a exposição e nem sequer têm que pagar para entrar.
O concerto de Natal teve lugar no Auditório Municipal do Sabugal e foi convidada a Filarmónica Recreativa Erense(Eradas-Covilhã), também com entrada livre.
As ruas não foram esquecidas e as iluminações transformaram-nas em locais mais visíveis e mais bonitos.
No passado dia 13 de Dezembro foi a vez das crianças terem os seus momentos de festa e diversão. Vieram de autocarro até à cidade, acompanhadas pelos seus professores, deixando as suas escolas básicas ainda mais vazias. Seguiu-se um cortejo pelas ruas do Sabugal onde participaram também os funcionários da Câmara. As roupas e outros adereços ajudaram a recriar os momentos históricos dos tempos em que Jesus nasceu. Os Reis Magos distribuiram prendas pelos meminos e meninas que depois foram lanchar e participar numa peça de teatro. Também participaram e foram muito animados os saltimbancos, os jograis, as encantadoras de serpentes, os cuspidores de fogo...e a festa foi até às tantas com porco no espeto e outras iguarias.
Todos gostaram da festa de Natal.
Dar alegria aos munícipes é também um dever das autarquias.
Viva a festa!
*************************************************************************************
Eu já sou adulto e os meus sonhos já não são os de menino. Mas continuo a acreditar na boa vontade e na sabedoria de quem governa o nosso concelho.
Gosto de ver o povo feliz e a saltar mas...não posso ignorar aquilo que li há dias. É que em Reunião de Câmara realizada em 16 de Novembro de 2007, foi aprovada uma deliberação, por maioria, conceder ou "atribuir uma comparticipação no valor de 25.000 euros para a realização do evento, consubstanciado no pagamento das facturas correspondentes". Este pedido foi feito à Câmara pela Comissão Organizadora da festa de Natal 2007.O Vereador Rui Nunes votou a favor e declarou "pelo facto de ter sido a Comissão eleita a decidir, logo os funcionários estariam de acordo". Quanto a abstenções, houve duas: a do vereador José Freire e a de Luís Sanches que juntou uma declaração de voto dizendo que "abstenho-me visto que estamos num período de restrição de verbas para muitos trabalhos de interesse no concelho, para obras e a Câmara Municipal do Sabugal propôe-se gastar 25.000 euros num jantar de Natal. No meu ponto de vista não é coerente."


"Avé-Maria..."

Continuei a ler a Acta da Reunião da Câmara realizada em 16 de Novembro de 2007 e li o que se segue:
"ACÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO
Informação prestada pela reponsável do Sector, sobre a aquisição de "100 cabazes de Natal para as famílias carenciadas do Concelho".Deliberado, por unanimidade, autorizar a sua aquisição, bem como a respectiva despesa no montante de 2.304,75 euros."
Fico com a sensação de que há dinheiro mal gerido pela Câmara Municipal do Sabugal. Entendo a posição do vereador Luís Sanches e digo que há outras prioridades mais importantes do que ver camelos e serpentes num cortejo de Natal.Gasta-se dinheiro em coisas não tão necessárias e essenciais e se no concelho do Sabugal há dinheiro para festas, mas não há a mesma verba para cabazes de Natal(composto de produtos essenciais para alimentar a ceia de Natal de famílias pobres)a partilha está muito mal feita. A mensagem que o Menino nos vem anunciar é a de solidariedade, de igualdade, a de verdadeira família que dia a dia labuta por um mundo melhor. Os recursos económicos, mesmo quando são poucos, têm que ser bem administrados e consciosamente bem distribuidos. Quando se gastam 25000 euros numa festa de Natal ( não subscrevo a declaração de voto do vereador Luis Sanches quando diz que é para um jantar. Não, nesta eu não quero acreditar, mas fico com a dúvida se o "jantar" foi assim tão abastado) é porque há dinheiro para gastar.
Fico contente sempre que leio notícias de festa, de alegria das gentes do Sabugal. É de louvar as boas iniciativas. Mas não posso ignorar outras notícias que me revoltam e entristecem. Somos todos munícipes do mesmo concelho, logo, todos temos o direito a ser tratados de igual forma.
Viva o Sabugal.

27.12.07

PODIA TER ACONTECIDO EM MALCATA...

Presépio na igreja de Malcata(2006)


ERA UMA VEZ... UMA HISTÓRIA VERDADEIRA!..












O frio começava a apertar, caíam as primeiras neves, e na igreja a miudagem dava os últimos retoques na afinação das canções para o Dia de Natal. Por essa altura, chegava invariavelmente à aldeia uma tribo cigana, família larga de muita gente, avós, pais, netos de várias idades, carroças e burros e o inevitável acampamento num pinhal não longe da minha casa. Mesmo perante a
hostilidade geral, que se dizia que os ciganos roubavam, insistiam em passar aí os Natais, vá lá saber-se porquê!...
Nesse ano, os ciganitos traziam um carrito daqueles que se compunham de uma caixa de sardinha ou uma tábua em cima de dois eixos com rodas, e que era usado para os miúdos brincar aos automóveis, descendo ladeiras a velocidades estonteantes. Mas desta vez era um carro de luxo, com rodas pequeninas de aço, que deslizavam como uma pena e um guiador que agora se diria topo de gama. Contei lá em casa e logo me disseram que tinha sido certamente roubado. Ripostei que não: eles tinham-me dito que foi o avô que o fez!...
Havia um caminho bastante inclinado, ao lado da minha casa, onde se juntavam para brincar. A troco de uns bons pedaços de pão, eu era o único elemento estranho a poder utilizar o bólide, embora espaçadamente, que eles exerciam ostensivamente o seu poder soberano e punham-me no meu sítio. Andava, mas quando lhes desse na real gana!... Claro que toda a gente que passava reprovava a minha participação: um menino tão limpinho e filho da senhora professora metido com os ciganos!...E logo iam pressurosos, a avisar!...
Logo pela manhã, foi um alvoroço na minha casa, um altear de vozes que eu não percebia, correrias, um sobressalto. Como ninguém atendesse a minha curiosidade, levantei-me cedo da cama, para ver o que era. Deparei então com toda a gente da família e pessoal de fora, no curral, à volta de um enorme porco, que se contorcia com dores, levantando o focinho em assustadores espasmos. Discutia-se se se havia de chamar o ferrador, que tudo sabia de doenças dos animais, ou o veterinário. A maioria preferia o ferrador, mas o meu pai resolveu mandar alguém ao telefone público, havia um na terra, chamar o veterinário. Mas este tardava em chegar e as contorções dolorosas do bicho metiam cada vez mais dó. Nas circunstâncias, o meu Pai tomou a decisão de matar o animal, encarregando-se ele próprio da função, nos mesmos moldes da matança tradicional, uma faca enterrada no pescoço, direita ao coração. Chegado entretanto o veterinário e inteirado do estado das coisas, mandou abrir o bicho. Rapidamente se verificou que o porco tinha engolido o arganel (uma armação de arame que era espetada no nariz, com dois bicos afiados, para não fossar), e que este lhe ficara cravado na garganta, causando-lhe as dores que podemos imaginar. Descoberta a causa, discutiu-se se a carne do falecido estaria em condições de ir para a salgadeira ou não. O veterinário achou que ele nem teria chegado a ganhar febre, pelo que deixava a opção aos donos. O que fez a discussão retornar ao ponto de partida. A maioria era pelo aproveitamento, mas a minha mãe declarou jamais comer tal pitéu, pelo que, ponderados os prós e os contras, foi decidido enterrar o porco. No chão nevado da quintarola, foi feito um buraco e o animal enterrado.
Olhando por cima do muro baixo da propriedade, que confinava com a estrada, os miúdos ciganos assistiram à operação, tendo logo contado aos pais. Pelo que, passado algum tempo, apresentaram-se dois ciganos pedindo para desenterrarem o porco, pois o aproveitariam para lhe tirar o sebo ou até para comer, se estivesse em condições. Levaram um rotundo não do meu pai, pois se não servia para nós, não servia para ciganos, o que eles imediatamente desmentiram com veemência. Era Natal e até poderiam dar alguma carne aos filhos. Se ela estivesse boa, claro!…
Perante a negativa, foram embora, mas voltaram e continuaram a insistir. Os miúdos rodearam-me e prometiam que me deixavam andar o que quisesse, se levassem o porco. Perante a fortíssima abordagem conjunta, minha e dos ciganos, o meu pai disse-me: diz a eles que não quero saber de nada, mas se, quando chegar da vila, vir algum buraco, chamo logo a polícia. Contei aos ciganos e estes aos pais que me disseram de imediato: a gente tapa logo e até põe neve por cima!...
Homens e mulheres vestidos de preto lá desenterraram o porco, taparam o buraco, arrastaram a neve, transportaram-no em braços até ao muro, puseram-no na carroça e abalaram felizes rumo às tendas, acompanhados por uma chusma de ciganitos.
Passados dois ou três dias, era Natal. Chegado a casa, depois da missa, ainda pude ver a caravana que desaparecia na curva da estrada. E, ao entrar no portão, o carrito que, sem me dizerem nada, me deixaram como prenda de Natal, gratos por uma consoada porventura mais farta. Não estava embrulhado em papel nem tinha laços, mas seria, na sua singeleza, a melhor prenda do Menino Jesus.
Tinham ficado felizes com o porco; quiseram deixar-me feliz com o carrito. Não saberiam bem o que era o Natal, mas, no seu íntimo, estavam em consonância com a mensagem do Menino Jesus, cujos bracitos se abrem para com todos compartilhar e a todos abraçar, independentemente do seu estado, raça ou religião!...O significado do Natal!...

in "4R-Quarta República" e postado por Pinho Cardão
Nota: Li esta história e imediatamente fui levado à minha infância. É bom ler textos como este.