31.8.07

ENERGIA EÓLICA E OS CONTRATOS DE ARRENDAMENTO




Malcata está com a paisagem alterada. Estas torres eólicas das fotografias fazem parte do parque eólica que a Suzlon está a construir. Quase todas, ou até mesmo todas, estão colocadas em terrenos do concelho de Penamacor. Alguns desses terrenos embora façam parte do concelho de Penamacor, os seus proprietários são de Malcata.

O que não podemos ignorar é a alteração da paisagem que rodeia a aldeia de Malcata, freguesia do concelho de Sabugal, sendo vizinhos da aldeia do Meimão que já pertence ao concelho de Penamacor. Ou seja, o que separa os dois concelhos são os marcos e os caminhos existentes por esses montes fora ao redor da aldeia.



A ENERGIA EÓLICA É UM NEGÓCIO.



UM BOM NEGÓCIO APETECÍVEL E LUCRATIVO PARA QUEM?



Os contratos para a cedência dos terrenos envolvem montantes elevados pela cedência de áreas destinadas à implantação de parques eólicos. E alguns municípios, veêm nestes parques o modo de priveligiar uma certa área do concelho em prejuizo dos lugares que a compõe, muitas vezes esquecendo ou alterando os Planos de Ordenamento do Território.



Para além das compensações negociadas baseadas na legislação existente, as autarquias têm assegurado outra receita permanente que incide sobre a facturação mensal a pagar pela entidade receptora da energia produzida, fixada pelo nº 33(AnexoII)do decreto-lei nº 339-C/2001, "é devida aos municípios, pelas empresas detentoras das licenças de exploração de parques eólicos, uma renda de 2,5% sobre o pagamento mensal feito pela entidade receptora da energia eléctrica produzida, em cada instalação .






Os proprietários que venham a alienar (arrendar) áreas para a instalação de torres eólicas( parque eólico), devem ter em atenção:



1 - Para além das áreas para a movimentação das pás dos aerogeradores impõe obrigatoriamente uma zona de protecção à sua volta numa faixa cerca de 250 metros para a circulação do vento necessário à sua movimentação. Neste espaço de protecção o proprietário fica impedido de construir ou reflorestar devendo ter em atenção quando assina qualquer contrato para cedência do terreno que não é só o espaço das torres que vai ficar alienado.

2 - Os negociadores que lhe baterem à porta, como é que se identificam? Muitas vezes como funcionários de uma Empresa de Mediação Imobiliária, interessados em alienar áreas destinadas a instalação de Parque Eólico e o restante destinado a grupo de celulose para reflorestação quando, para além da sua ligação a tais empresas, são funcionários da empresa titular dos direitos para construção do parque eólico.

3 - Nos seus primeiros contactos ficam a saber se os proprietários são idosos, onde residem ou se são emigrantes. Assim, com estas informações, avaliam a capacidade de conhecimento dos valores a propor para criar alguma estupefacção, são portadores de certidões e plaantas dos prédios pretendidos, começando por insinuar tratar-se de prédios de origem baldio por esse motivo, podem ficar sem eles.


Se neste primeiro contacto não resultar, voltam a segunda vez para empolar os seus objectivos, fazendo-se acompanhar de um administrador da concessionária que reforça e sustenta o aliciamento e, se necessário, diz que está ligado a um certo grupo de celolose citando até o seu Presidente do Conselho de Administração.

Se nem com esta intervenção não forem alcançados os seus intentos, os primeiros negociadores não desistem, por vezes, escorraçados pelas pessoas contactadas, dadas as suas insistências, procuram saber de pessoas influentes junto do proprietário contactado, oferecem luvas de montante significativo( pela porta de um já passou uma de três mil contos) para estar calado e convencer determinado proprietário a assinar o contrato.


Em Malcata, ainda não tenho conhecimento de situações destas. Mas em conversas tidas com algumas pessoas cheguei a ouvir..."alguém está a ganhar muito dinheiro com a historia destes contratos. Por que não há mais transparência e modos de convencer um humilde agricultor, proprietário de algum terreno, a quem agora muitos lhe dizem para deixar "pôr lá a cravela", pois, ao menos vai tirar algum rendimento daquilo...e o pobre homem vai para casa com a minuta do contrato, depois de conversar com a sua mulher, pega nos papeis e gaveta com eles. Um dia, um dia se "eles" quiserem lá pôr a "cravela" logo vêm falar connosco e logo se vê".
Relativamente aos prazos de alienação, a minuta que tive oportunidade de consultar, referia 20 anos, que parece ser um prazo razoável. Cuidado com o que está escrito quanto ao prazo, pois, há minutas que referem 30 anos ou então "perpetuamente". Estes prazos já não são aceites e o "perpetuamente" é o mesmo que estar a vender o terreno. O prazo de 20 anos já se aceita, é um tempo razoável e normal para, de acordo com o nível de rentabilidade e inflação ocorrida neste espaço de tempo, o proprietário tem a possibilidade de exigir compensações razoáveis o que, em princípio, serão aceites, visto que uma não aceitação significa a anulação do contrato e a consequente desmontagem de todas as infra-estruturas entretanto construidas, com custos elevadissimos para a empresa.
Aconselho aos produtores florestais, em especial aos mais idosos e mais pequenos, quando forem convidados a assinar contratos ou escrituras se façam acompanhar por um Advogado, porque os intermediários e as empresas negociadoras têm o apoio de consultores jurídicos que aparecem sempre para outorgar as escrituras. Por isso, recomendo o máximo cuidado, pode estar a assinar um arrendamento diferente daquele que lhe falaram.

Eu nada tenho contra os intermediários, desde que trabalhem com honestidade, com transparência e que abram o jogo sem terem medo ou receio de não assinar um contrato. O trabalho dignifica o homem. As grandes empresas necessitam destes intermediários e são eles muitas vezes o rosto visível dessas grandes organizações. Mas quando vão a uma aldeia tentar convencer um idoso a ceder o seu terreno, dando-lhe para as mãos uma minuta de um contrato e lhe falam de vir a receber 2.715€/ano, por um terreno que fica longe de casa, já não cultiva e a idade não perdoa...a tentação será assinar. Há que ter calma e se for preciso levar esses papeis a alguém que os entenda, uma pessoa da aldeia de confiança, mas o mais aconselhável é um advogado. Sei que em Malcata existe a Associação dos Compartes de Malcata. Penso que esta associação podia ajudar a tirar muitas dúvidas e a esclarecer quem necessita.

Um alerta também para "vozes" conselheiras e cujo objectivo é influenciar a decisão em determinado sentido, visto conhecerem melhor o proprietário, mas que recebem luvas elevadas para se manterem calados e não serem conhecidos como interessados na assinatura do contrato.

Lá diz o povo: "Amigos, amigos mas negócios à parte!"













29.8.07

UM EXEMPLO A SEGUIR PELOS EMPRESÁRIOS EÓLICOS EM MALCATA

Esta fotografia foi tirada no Parque da Cidade, no Porto.
Que bom seria se este exemplo fosse seguido também por esse país fora, principalmente, pelas empresas que se dedicam ao negócio da plantação de torres eólicas. Dizem os entendidos que a energia gerada por essas torres é limpa.
Não ponho em causa essa vantagem. Não posso é de chamar a atenção para cuidarem também da harmonização cromática das serras onde estas torres estão a nascer. Se fossem sportinguistas talvez se tivessem lembrado de pintá-las de cor verde. Aceito que não tenham clube, nem partido e que a tinta branca é mais barata. Vá lá, comprem tinta verde e disfarcem lá as torres por esses montes fora. É uma cor mais "ecológica" para os nossos olhos e sempre se confundem as torres com as árvores. É um pequeno gesto, mas penso que contribuiria para um melhor enquadramento dessas estruturas metálicas no meio paisagístico. Sigam o bom exemplo dos responsáveis pelo Parque da Cidade do Porto, embora azuis e brancos de alma e coração, pintaram de verde este equipamento instalado em pleno parque.

28.8.07

UM FIM DE SEMANA A VER OS AVIÕES NOS ARES DO PORTO E GAIA




A poucos dias da Red Bull Air Race, a primeira realizada no Porto, que entre 31 de Agosto e 1 de Setembro, animará as margens do Porto e Gaia, fui dar uma vista de olhos ao "aeroporto" de onde irão levantar voo as avionetas da prova. A pista e os hangares estão instalados no Queimódromo do Porto (mesmo ao lado do Parque da Cidade do Porto). Os flamingos e os patos do lago vão ter um fim de semana mais barulhento e mais poluido. As gaivotas e as pombas que se cuidem e que se mantenham a voar rasteirinho pelos arvoredos e relvados do parque. É melhor voar assim do que se deixar engolir pela hélice dos aviões. E se os pilotos beberem Red Bull...até eles voarão...
A prova consiste em realizar um "slalon" a uma velocidade máxima de 400 quilómetros/hora entre os pilares insufláveis e com cerca de 20 metros de altura colocados nas águas do rio Douro.
O Red Bull Air Race, iniciado em 2005, apresenta-se como uma competição em que os pilotos mais talentosos do Mundo se desafiam uns aos outros numa corrida aérea de velocidade, precisão e habilidade.
Para terem uma ideia do que isto envolve aqui deixo estes números:
Camião de material: 60
Toneladas de material: 1400
NºEcrâs gigantes: 10
Cozinheiros na zona VIP: 8
Segurança: 1200
Investimento na etapa: 14 milhões de euros.
Com estes dados e com todo este dinheiro, o nosso presidente da Câmara do Sabugal, também organizava uma boa "corrida de burros" pelas aldeias do concelho...não tem dinheiro, não tem apoio empresarial e multinacional, só pode contar com a cedência dos animais que comem palha e feno e não têm asas, logo, a velocidade e habilidade dos "pilotos" tem que ser avaliada com base noutros critérios. Ou então uma corrida de motonáutica na albufeira da Barragem do Sabugal...mas sem a RNSM saber, porque era logo considerado um atentado contra a preservação lo Lince Ibérico, animal que eles, directores e políticos, tanto dizem acarinhar. Vejam lá que até o vão reintroduzir lá para os algarves de Silves.
Se algum conterrâneo vier por estes lados assistir a estas corridas, aconselho-o a deixar o automóvel bem longe das zonas ribeirinhas de Gaia e do Porto. Venham para Matosinhos e utilizem o Metro, pois, em 10 minutos estão no local do evento e sem problemas de trânsito ou de estacionamento.

CONVÍVIO DE VERÃO Na Associação Cultural e Desportiva de Malcata












As imagens falam por si.


ACDM EM ACÇÃO

Em Agosto, a Associação Cultural e Desportiva de Malcata organizou os Jogos Tradicionais.

Eis um pequeno vídeo que mostra alguns desses momentos .