30.6.18

APRENDAMOS A BEM RECEBER

   Quando passamos a nova ponte, damos de caras com uma placa indicativa da existência na nossa aldeia uma creche infantil, uma escola primária, uma queijaria tradicional. Todos os habitantes em Malcata sabem que isso já não existe. Sabem porque vivem na aldeia ou porque lá vão muitas vezes durante o ano.
   O problema coloca-se para todos aqueles que vão a Malcata e não conhecem a aldeia, a região e que facilmente podem ser levados ao engano, sempre que lerem aquelas placas. Por exemplo: Jardim de Infância, Queijaria Artesanal, Escola Primária e a mais visível com o   erro “BENVINDOS” em vez de Bem Vindos!
   E verifico que as minhas chamadas de atenção quanto aos erros que esta placa possui, nada têm adiantado e continuam a manter-se os mesmos erros, a mesma informação errada e sinceramente, será que não há mais gente a preocupar-se com esta situação?
Desejo muito sinceramente que a placa seja retirada e substituída por outra sem erros, com a informação certa e actualizada.

José Nunes Martins
www.josnumar@gmail.com

20.5.18

MALCATA: TEMOS VALOR


 
                 SOMOS TODOS POR MALCATA
   Desde que entrei para lá, já estive muitas vezes ao lado deles, sentado à sua frente, eles em cima do palco e eu na cadeira da plateia, eles a fazer as coisas que sabem e gostam e eu também a escutar e a assimilar os seus conhecimentos e a aprender com os seus ensinamentos. Às vezes, em certas e importantes ocasiões, tive oportunidade de os fotografar para memórias futuras e também por gostar de fotografar a nossa vida.
   Muitas vezes a distância que nos separa não parece existir nas nossas conversas, graças ao uso de ferramentas tecnológicas até parece que estamos no mesmo sítio. É apenas uma sensação, pois na realidade estamos separados por centenas de quilómetros, serras e até oceanos. É sempre bom quando conseguimos encontrar-nos sentados no primeiro andar, sentados na mesma mesa da associação, na esplanada do café ou até ao lado e na mesma mesa das reuniões da junta de freguesia da aldeia, para trabalhar, escutar, responder, decidir acções para o bem comum.
   Durante este tempo e já são anos, tenho uma relação mais próxima com uma dessas pessoas, sei que outras nos seguem atentamente e disso nos têm dado conta, ao invés de quem vive neste jardim à beira-mar plantado.    Levamos tantos minutos de conversa, via telemóvel e troca de e-mail’s, que já lhe perdi a contagem do tempo. Desta troca de palavras fiquei a saber muito sobre ele e ele sobre mim e sabemos os dois o que cada um de nós deseja para os próximos tempos. O tema das nossas conversas tem um assunto comum a todos nós: Malcata.
  
Há alguns assuntos que ao conversar um com o outro, ajudamo-nos um ao outro, num clima de abertura mental, tranquila e que nos dá energias para continuar a trabalhar. Às vezes os resultados do nosso trabalho não alcançam os resultados ambicionados, mas graças à nossa forma de estar e sentir e à nossa crença e ajuda mútua, conseguimos levantar a cabeça e retomar o caminho. Nesta relação de trabalho associativo, mesmo sabendo que algumas vezes não estamos de acordo, em que os outros elementos também não, sabendo todos que não somos deuses divinos e portanto como acontece em qualquer relacionamento de trabalho, seja trabalho profissional, vida conjugal ou assuntos do associativismo, por vezes, também discordamos uns dos outros e às vezes até ficamos sentidos e magoados. E por vezes ficamos com aquela espinha atravessada na garganta e não somos capazes de logo ali expressar a nossa opinião.
   Associação viva é uma entidade activa, dinâmica, com agenda escrita e actividades marcadas para cada ano, recorrendo, sempre que for necessário,
aos apoios externos e internos. É com esta flexibilidade de acção que as entidades públicas e associativas melhor se conseguem encaixar na comunidade onde trabalham e na sociedade em geral, não esquecendo que também por causa do associativismo e da acção das associações, as nossas famílias, muitas vezes, acabam por vir de arrasto e ao sabor das actividades associativas.
   Alegra-me e deixa-me feliz quando estou próximo de pessoas que até me são algo familiares, nasceram na mesma aldeia ou muito perto, em quem confio e deposito confiança. São elas que muitas vezes me animam e encorajam a enfrentar as tempestades e as ameaças de gente que não quer mudar e não gosta daquelas que têm opiniões, ideias e gostos diferentes. Mesmo que essa ideia ou opinião possa ser melhor, boa e viável na sua aplicação.  
   A mim o que me faz continuar a trabalhar no associativismo é reconhecer e ter a minha convicção que o presidente é pessoa de bem, sabe trabalhar as matérias, sabe que é importante ser pró-activo, ser bom estratega, sabe como trabalhar bem os assuntos e como dá-los a conhecer aos decisores e sabe que o seu know how, a sua experiência profissional beneficia e credibiliza muitos dos projectos em curso.
   Já é tempo de as entidades e instituições do nosso concelho e da nossa terra se interessarem, desinteressadamente, pela vida de toda a comunidade, pela vida do povo. Valorizar e saber reconhecer o trabalho técnico de pessoas como esta a que me refiro, pessoa com inteligência, técnicas adquiridas, aplicadas na prática e com resultados económicos elevados, graças ao trabalho da concepção, administração e acompanhamento e liderança.
   Tomaram muitas terras ter na sua comunidade pessoas assim. Em Malcata a comunidade tem essa pessoa e todas as instituições, caso considerem que é importante o trabalho e actividades das instituições que dirigem, que há entre nós pessoas com saber e vontade de trabalhar, a vida das instituições associativas, empresariais ou junta de freguesia, ao aceitar a colaboração, o trabalho ficaria mais produtivo, menos cansativo, mais eficaz e mais aliciante. Mais: as energias e sinergias à disposição, aumentariam a potência para colocar em marcha projectos importantes e necessários para alcançar uma melhor qualidade de vida de todos os malcatenhos.
   Está para breve um evento a realizar na nossa aldeia. A reunião com a Junta de Freguesia, que foi solicitada pela AMCF, teve como resultado o apoio e concordância da autarquia ao concurso floral a realizar em breve na nossa aldeia. Foi um avanço e um reconhecer da importância e do aumento de entusiamo e maiores ganhos para a freguesia, quando de ambos os lados existe abertura, compreensão e colaboração nas actividades e nas relações institucionais. O trabalho, a persistência, a partilha de ideias e projectos, partiu da iniciativa do presidente da AMCF, a quem acompanhei nessa reunião e disso vos deixo aqui o meu testemunho.
   Todos queremos o mesmo.
   Reconhecer que o importante é todos estarmos mais perto e unidos naquilo que é importante para Malcata, para a autarquia, para as associações, onde se inclui a paróquia, é um passo grande e não pode ser de outra forma porque todos trabalhamos para o bem da comunidade malcatenha.
    Termino com o meu agradecimento pessoal aos membros da direção da AMCF, destacando três pessoas importantes para mim: Rui Chamusco, José Escada e José Lucas.

18.5.18

MALCATA FLORIDA FICA BEM


Quem te viu e quem te admira agora!

Mês de Maio é tempo de flores, de sementeira e de ir ao encontro da natureza que nos oferece cores e aromas gratuitamente.
   A nossa região beirã veste-se em tons de amarelo das giestas e carqueja, do rosa das urzes (urgueiras ou torgas), o lilás dos rosmaninhos e o seu aroma a alfazema, o vermelho das rosas albardeiras que nós chamamos de "carrulo", ou 
o branco da flor de salgueiro e da linda flor da pegajosa  xara. As plantas e flores autóctones dos nossos montes e serra são tão variadas quanto de belas. As tendências das pessoas para ocupar os seus canteiros e jardins têm sido mais voltadas para relvas de saco, arbustos normais, roseiras e algumas árvores adquiridas num desses hipermercados, que tudo querem mercar, ou então no mercado mensal do Sabugal.
















 Já pensaram num jardim com plantas e flores autóctones?
   Conhecem, com certeza mais do que a minha pessoa, muitas plantas com e sem flor, com cores e fragâncias naturais ímpares e que nos dão uma maior auto-estima. Manter um jardim com plantas autóctones torna-se mais diferenciador dos jardins habituais, requer menos manutenção, menos regas e um gasto de água menor. Como vêem as vantagens são mesmo muitas. Pensem nisso!








  
  
   Estamos a poucos dias da realização do 3ºConcurso de Embelezamento de Malcata. Estão todos os malcatenhos convidados a embelezar as janelas, varandas e sacadas das portas das suas casas com flores à vossa escolha, com vasos ou floreiras, com vasos suspensos ou canteiros em pedra. Não há limites para a vossa imaginação e empenho quando se trata de vestir a suas casas com “roupas” coloridas e aromatizadas. A participação é gratuita, habilitam-se a ganhar bons prémios e o mais importante é que participando estão a contribuir para que a nossa aldeia fique mais bonita, mais atraente e um local onde as pessoas mostram o bom gosto, conhecimento e vivem em união com a mãe natureza.
   Nota: as fotos acima publicadas são plantas/flores autóctones das terras de Malcata. No fim do mês espero poder encontrá-las no seu máximo esplendor.   
Pense no bem que pode alcançar ao participar no 3ºconcurso de embelezamento de Malcata e nos dois worshops…tudo gratuito!
                                                                                                    


                                                                                                                                     J osé Nunes Martins

30.4.18

COM O TEATRO TAMBÉM SE APRENDE

Anel de Pedra, grupo de teatro
 



      Ontem à noite fui ao teatro. A Associação Cultural e Desportiva de Malcata convidou o grupo de teatro "Anel de Pedra" para apresentar na sua sede a peça de teatro da autoria e encenação de José Reis, a que deu o nome de "Os Quatro Elementos". Esta peça foi já representada no dia 7 de Abril, no Auditório Municipal do Sabugal. Entre os artistas que participaram nesta representação, destaco a boa prestação da Helena, da Leonor e do Dinis, elementos todos da mesma família, mãe, filha e filho, todos malcatenhos.

   A peça de teatro faz-nos reflectir sobre aquilo que os homens estão a fazer com os quatro elementos mais importantes da vida: Terra, Água, Fogo e Ar. São quatro elementos essenciais à vida no nosso planeta e que todos devemos respeitar e cuidar aquilo que nos foi legado.
   O grupo de teatro "Anel de Pedra", no seu histórico já conta com a apresentação de outras peças de teatro: Trovas e Provas a Dona Isabel", Memórias de uma Memória", "Sentenças no Trono", "Contos  de Natal" e "Muralhas Com História.
   A peça "Os Quatro Elementos" é a mais recente peça em cena.
   Será que estas iniciativas culturais têm continuação?
   Será que já pensaram na importância de tratar bem destes quatro elementos?

 
   

16.4.18

MALCATA CONTINUA PROTEGIDA PELOS ANJOS


Malcata e a sua segurança
Na nossa região rural as propriedades florestais são de dimensão pequena. Esta característica dificulta a criação de estratégias que sejam eficazes para prevenir incêndios e aumentar o seu valor económico. Há muitos anos que a estrutura das propriedades se encontram muito divididas por muros, por heranças, por desacordos entre as pessoas. Quando uma família não se entende ou quando sabemos que são muitos os donos dos terrenos, que fazer para coordenar e trabalhar áreas maiores?
Em Malcata existe uma solução ao nosso dispor: gestão associativa ou ZIF, com ainda a vantagem de existir também os Baldios com uma equipa de sapadores florestais.
   O que nos falta então?
   Recorrer a mecanismos mais persuasivos, dos que foram usados até agora, para convencer o maior número de proprietários da importância que é apoiar a ZIF de Malcata, vinculando-se e marcando presença nas suas acções, nomeadamente nas reuniões periódicas e nas actividades que realiza.
   Alguns de nós sabemos que isto da ZIF ainda tem muito que amadurecer e o próprio Estado também tem que financiar devidamente estas entidades. Contudo, há decisões que estão apenas e só nas mãos dos proprietários e não nas ZIF’s ou organismos do Estado.
   Qual está a ser a maior dificuldade para que a ZIF de Malcata não tenha neste momento mais aderentes e mais visibilidade? Na minha opinião, sem estar aqui a apontar o dedo a alguém, o individualismo é o maior entrave à entrada de mais proprietários na Zif. Eu iria mais longe e estenderia esta dificuldade também à fraca participação das pessoas de Malcata no que toca ao trabalhar para o bem comum, sacrificando algum benefício pessoal ou familiar em favor de toda a comunidade.
   Nestes últimos meses ficámos cansados e fartos de ouvir falar da limpeza das florestas, da obrigação dos proprietários de limpar as suas propriedades, de se criarem zonas de segurança para as povoações rurais, etc. Muito se escreveu, colaram-se cartazes nas vitrinas dos cafés, na porta da torre do relógio. Limado o período das ameaças de notificações e multas, alargando no tempo os trabalhos de limpezas, podemos afirmar que a nossa aldeia está agora segura na eventualidade de ser rodeada pelos incêndios?
   O que foi feito e está ainda a ser feito deixa a população de Malcata descansada?
   Numa visita recente à nossa aldeia constatei que algumas propriedades já tinham sido limpas de matos e silvas, os espaços sob as linhas de electricidade são agora zonas sem arvoredo e mostram o trabalho feito. Ainda bem que se trabalhou para o bem de todos, mas não nos devemos contentar com o que se fez, há ainda terrenos por limpar e planos de segurança para aplicar. Agora que o Estado anunciou o programa “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras” a aplicar pelos municípios que possuem freguesias de risco, alguns “oficiais do município sabugalense” têm agora a oportunidade de tirar da gaveta os planos guardados e em colaboração com a Autoridade Nacional de Protecção Civil o demais entidades, tomem as decisões necessárias para proteger os bens e as pessoas e esqueçam a antecipação e o atrevimento da AMCF-Associação Malcata Com Futuro quando enviou um pedido de elaboração de um Plano de Segurança para a Aldeia de Malcata, no Verão de 2017, onde José Escada, presidente da AMCF e toda a direcção pensaram nas possíveis medidas a implementar e a resposta dada pela Unidade Sabugal+ foi esta:
"Relativamente ás questões que coloca sobre a proteção e defesa da aldeia de Malcata, cumpre-nos esclarecer que está expresso no Plano Municipal de Emergência e proteção civil do concelho do Sabugal compete á comissão Municipal de Proteção Civil de acordo com a Lei 65/2007 de 12 de Novembro dar resposta em articulação com as demais organizações às ações de socorro, emergência e assistência bem como tomar as decisões necessárias para alcançar os objetivos em situação de emergência seja ela causada pelos incêndios florestais, inundações ou qualquer outra situação natural.”
É em estreita colaboração com Autoridade Nacional da Proteção Civil que em cenários mais catastróficos é necessário tomar as decisões para proteger pessoas e bens assim  é pois  extemporâneo estabelecer de forma teórica locais de reunião das populações ou percursos de fuga uma vez que a arbitrariedade das situações de catástrofe é de tal maneira grande que apenas no cenário real e conhecendo todas as variáveis no momento se pode e deve estabelecer estas medidas.
Não sendo do domínio publico, por razões de segurança, a informação que solicita encontra-se na parte 2 do documento que está disponível no site do município do Sabugal.”
Que os anjos nos continuem a proteger!



                                AMCF preocupa-se com a segurança da aldeia de Malcata: