12.7.09

"OFÉLIA CLUB" DE MALCATA



Lista dos terrenos e donos
(Para ver melhor clicar sobre a imagem
)

Esta é a lista com os nomes dos proprietários dos terrenos que o "Ofélia" vai incluir na sua obra. A lista foi aprovada numa reunião de Câmara no passado 23 de Janeiro. Dessa reunião copiei esta parte:


C ÂMA R A MU N I C I P A L D O S A B U G A L

ACTA N. º 2/2009

REUNIÃO ORDINÁRIA DO DIA 23 DE JANEIRO DE 2009

PRESIDENTE:

Manuel Rito Alves

VEREADORES:

José Santo Freire

Manuel Fonseca Corte

Luís Manuel Nunes Sanches

António dos Santos Robalo

Rui Manuel Monteiro Nunes

Ernesto Cunha

………………………………………

GABINETE JURÍDICO

_ Face à informação prestada pelo Jurista sobre a aquisição de terrenos para construção de

Residências Assistidas “Ofélia Club”, na Freguesia de Malcata, foi deliberado, por unanimidade, adquirir os constantes no Mapa que se transcreve ao preço de 0,60 _ m². Ficou ainda esclarecido que se o investimento se não concretizar, da indemnização que a Câmara receber (valor em dobro), 50% desse valor será distribuído por todos os proprietários dos terrenos vendidos, sendo que os terrenos ficarão sempre propriedade da Câmara. As árvores e as benfeitorias serão objecto de avaliação caso a caso, por 2 avaliadores, sendo um da Câmara e outro da Junta de Freguesia de Malcata.


Alguém sabe em que ponto está o empreendimento do "Ofélia Club"? Há uns tempos atrás, quando a crise rebentou, sussurava-se que o senhor António ( um dos cabeças do Existence )tinha ido para França...com problemas de saúde (!!!). Lembram-se dos dois homens de Abrantes (pai e filho) que desesperavam pelo pagamento dos terrenos que venderam aos mesmos investidores? Será que receberam ?
Em Malcata nada se sabe, nada se fala e prontos, assim vamos vivendo e pacientemente aguardamos por notícias. Digam lá alguma coisa à gente, caramba!




MEL DE MALCATA TEM FUTURO DOCE


A Central Meleira do Vale da Senhora da Póvoa foi inaugurada neste mês de Julho. Esta meleira é gerida pela Meimoacoop e está para servir os apicultores dos concelhos de Belmonte, Penamacor e Sabugal. A partir de agora os agricultores que se dedicam à apicultura têm quem os apoie, quem os ajude e quem lhes venda o mel.

A Central Meleira do Vale da Senhora da Póvoa fica na Quinta do Carvalhal e já conta com 150 sócios. A Central pretende alargar a sua acção e está aberta a novas inscrições de sóios.

Actualmente a Meimoacoop produz duas marcas: " Serra da Malcata " e "Terras do Lince ".

Os apicultores de Malcata têm a partir de agora duas alternativas para escoar o mel: recolha feita pela Central Meleira ( com custos ) ou então deslocam-se às instalações da Central Meleira e aí podem deixar o mel produzido.





Na inauguração, para além das entidades oficiais, contou com a participação do Pe.César, pároco de Vale da Senhora da Póvoa ( e de Malcata ) que abençoou a nova unidade meleira.


10.7.09

O PODER LOCAL


Muitos presidentes de juntas de Freguesia são efectivamente homens de outros tempos que vêem no partido o seu senhor, nos partidos da esquerda o diabo e nas tecnologias, os instrumentos do inferno.

Outros, entendem que o lugar das mulheres continua a ser na cozinha e o dos homens nos cafés. Mostrar anseios, interesse pela sua terra, preocupação com o presente ou o futuro, é que não pode ser. Para isso, já há o partido, e eles próprios.

É nesta pobreza franciscana que o concelho do Sabugal e o país, se vão afogando inexoravelmente, na idiotia generalizada, na estupidez empedernida em conceitos infundamentados, destas almas simples e obedientes que, incapazes de um pensamento, fazem o que lhes dizem.

8.7.09

CASTANHEIRO DE MALCATA É NOTÍCIA

O jornal Diário XXI na sua edição de hoje, 8 de Julho de 2009,publica esta notícia:



Para ler mais clique aqui: http://www.diarioxxi.com/

7.7.09

RASGAR A INTERIORIDADE




Aos jovens do nosso concelho não tem restado outro caminho nas últimas décadas, a não ser de reagirem com os pés (indo-se embora para outras paragens), já que os responsáveis económicos e políticos não têm sabido nem querido reagir com a cabeça, através de políticas e de estratégias adequadas.. É cada vez mais necessário e urgente assumirmos e praticarmos um grito de alma, mobilizar as consciências e responsabilizar os decisores políticos e económicos, já que está em causa o equilíbrio de toda a sociedade, em que as comunidades urbanas e rurais podem e devem completar-se e interagirem. É necessário mobilizar os meios e os instrumentos adequados, enquanto existe população com os saberes, as tradições e as tecnologias que nos caracterizam e diferenciam pela positiva e constituem marcas autênticas de identidade e cultura próprias.




Cidade do Sabugal

A Mudança de mentalidade

Ao longo da segunda metade do século passado, a par do progresso tecnológico e do crescimento das cidades parecia que o desenvolvimento estava garantido nas sociedades urbanas e o atraso nos campos. Parecia que as cidades estavam cheias de oportunidades ilimitadas, abertas ao conhecimento e ao progresso, enquanto o mundo rural se afundava na ignorância, parado no tempo. Parecia que o homem da cidade desfrutava de mais liberdade, era instruído e culto. O futuro parecia pertencer às sociedades urbanas, enquanto nos campos as pequenas aldeias e vilas estavam fechadas no passado.




Parecia, caros leitores! E até interessava ao pensamento e atitude política e cultural dominante e é isso mesmo que ainda hoje pensa uma certa elite urbana bem instalada no grande comércio, na indústria e na alta finança, bem como as castas partidárias sentadas e acomodadas à farta mesa do Estado, numa autosustentada rotatividade entre os principais Partidos. Parecia, mas já não é, ou é cada vez menos! Nem as grandes cidades e concentrações urbanas são o paraíso do desenvolvimento - aí está a violência e a insegurança, o desemprego crescente, a confusão dos transportes com a ruptura das acessibilidades aos grandes centros, o individualismo e a competição selvagem, as rupturas familiares, a educação nas ruas e na noite violenta, o salve-se quem puder, os dormitórios por vezes em casas de cara lavada por fora, mas cheias de droga, doenças e solidão por dentro! Por outro lado, nem as pessoas do campo são as mais ignorantes e tacanhas de outrora já que romperam com a miséria, conheceram e conquistaram novos

horizontes e direitos. As acessibilidades, as infra-estruturas e equipamentos sociais e culturais salpicam por toda a parte o mundo rural, fruto da Administração Autárquica democrática. As condições de vida, quanto ao usufruto de paz, sossego, ar puro e águas cristalinas, ao usufruto de bens culturais, serviços de saúde e de

educação, são já uma realidade positiva no mundo rural. As auto-estradas da informação, com os computadores e outros suportes digitais cada vez mais generalizados, anulam a rígida e imposta centralidade dos grandes centros e permitem rasgar a marginalidade da periferia.

repulsão, factores negativos de perturbação nas grandes concentrações urbanas e há atracção, factores positivos estimulantes de viabilidade do interior, como sejam: a matriz solidária do homem rural, a fidalguia rural no receber e no partilhar, os saberes e os sabores únicos. E o tempo, o tempo natural para os afectos, a participação numa efectiva cidadania de proximidade. Tempo para o silêncio, para a sinfonia do silêncio pontuado pelo recorte da luminosa alegria dos pássaros e o sentimento de partilha de liberdade com a natureza, em saudáveis bebedeiras de cores, cheiros e sabores!


O EMPREENDEDORISMO

Tendo como referência os factores de enquadramento e o movimento de mudança de mentalidade atrás referidos, ser jovem e, sobretudo, jovem empresário no interior e no mundo rural, não sendo fácil, já não é estigma de inferioridade! Há bastantes casos que carecem de ampla divulgação e reflexão para exercerem o natural efeito de demonstração e rasgar janelas de oportunidades no nosso território.

Mas, há o mercado, a falta de mercado e as imposições de modas e caprichos do mercado que representam tantas vezes obstáculos intransponíveis à iniciativa e esforço individuais e isolados. Mas, há também as instituições, as organizações de carácter associativo, as Autarquias Locais e os Departamentos especializados da Administração

Pública. Será que funcionam bem e em rede?

É, exactamente no seu funcionamento em rede, sendo complementares, que reside um dos saltos qualitativos mais decisivos. É, também, fundamental a alteração do perfil dos investimentos das Autarquias Locais - das infra-estruturas e do betão para o apoio aos investidores locais e que aproveitem os produtos e saberes locais. Seja premiando directamente projectos válidos, seja criando condições físicas e/ou organizativas que viabilizem tais projectos.


Uma Proposta

Algumas ideias com Marca


A auto-estrada, A23, tem de se constituir num agente estruturante do desenvolvimento local e regional. O atravessamento rápido de um território de baixa densidade e pobre como o nosso interior gera efeitos positivos mas, também negativos.

Para que os negativos se não sobreponham, tem que ser acautelada a sua inserção numa estratégia de desenvolvimento. De facto, chega-se ou passa-se por cá mais depressa mas, também, facilita a saída! O chamado

“efeito de túnel”, passando-se por cá a grande velocidade mas sem se ficar, não é positivo.

Assim, é necessária uma atitude voluntarista, activa e empenhada, que conduza à constituição de parcerias entre o poder local, a hotelaria, a restauração, o comércio e o artesanato – visando valorizar a economia

local, criar emprego e fixar jovens.

Trata-se de um eixo de modernidade que pode e deve impulsionar os mercados locais, pela divulgação e escoamento dos nossos produtos e bens culturais. Não serão as áreas de serviço da auto-estrada, montras privilegiadas para a divulgação dos produtos, do património, das actividades culturais e eventos locais, através de folhetos, mapas e roteiros, exposição e venda com animação cultural em quiosques típicos de arquitectura e materiais representativos da região? Em um conjunto de placares verdadeiramente informativos e apelativos à visita das nossas terras? Não foram tais pontos de divulgação e venda previstos no planeamento das áreas de serviço, mas podem ser implementados e, desejavelmente, em rede que incluísse as estruturas hoteleiras, de restauração, bem como os agentes produtivos dos produtos culturais genuínos. Poderão, deste modo, surgir novas oportunidades para jovens empreendedores que venham a fazer a ligação entre a produção tradicional e genuína e os pontos de divulgação e venda.

É absolutamente inaceitável que as auto-estradas, sobretudo as gratuitas para os utilizadores e pagas ao longo de muitos anos por recursos financeiros do Estado, tenham nas áreas de serviço estruturas comerciais iguais em todo o país, planeadas lá nos gabinetes centrais, de costas voltadas para os territórios concretos que têm características

diferentes. É a ligeireza e até mesmo incompetência social e política de tratar da mesma forma territórios diferentes, terras e gentes diferentes! É o planeamento cego da massificação e a rasoira nas identidades locais.

Tais tecnocratas, divorciados do país real, actuam desta maneira e nós, calamo-nos?

Ficamos bloqueados? E os nossos representantes políticos locais e centrais, também permanecem bloqueados? Até quando?

Lopes Marcelo

ADRACES

Texto publicado na revista Viver, Julho/Agosto 2006

(Adaptado e copiado )