13.4.08

GUARDAR A ROLHA DE CORTIÇA




A Quercus com o apoio da Unesco, está a desenvolver uma campanha de reciclagem de rolhas de cortiça. Para além de promover a recolha e reciclagem das rolhas de cortiça, já usadas, esta iniciativa pretende angariar fundos para financiar a recuperação e conservação de ecossistemas, através do programa "Criar Bosques, Conservar a Biodiversidade".
Os hipermercados "Continente" vão ter à disposição recepctáculos próprios para depositar as rolhas usadas, que serão posteriormente encaminhadas para reciclagem. O dinheiro adquirido com reaproveitamento de cortiça, a cargo da Corticeira Amorim, será usado para plantar carvalhos, azinheiras e sobreiros país.

A ideia da campanha é fantástica. Lamento é que as pessoas tenham que ir depositar as rolhas usadas às portas do hipermercado. Porque não espalhar por todo o país receptáculos para recolher as rolhas de cortiça? A rolha de cortiça é usada na maioria dos gargalos das garrafas e garrafões. Quem não faz compras nos hipermercados também devia ter a oportunidade de participar nesta campanha. Quantos mais pontos de recolha de rolhas, maior número de rolhas se irão recolher. E se aumentar o número de rolhas recicladas, aumenta-se também a cortiça reciclada, logo aumenta também o dinheiro a ser usado para plantar carvalhos, azinheiras e sobreiros. Ou estas campanhas são campanhas de marketing que os empresários utilizam para se promoverem? Que eu saiba nas aldeias como a de Malcata, rolhas de cortiça usadas deve existir uma por cada garrafa cheia de vinho e ainda haverá algumas rolhas nos pipos e pipas das adegas.
Quando a finalidade das campanhas é de facto criar bosques, quantas mais árvores plantadas mais estamos a contribuir para um melhor ambiente.

7.4.08

DIA NACIONAL DO MOINHO

Moinho de Malcata (entrada)





Moinho de Malcata(Rodízios)



Moinho de Malcata(Mó)

Hoje, em Portugal os moinhos têm o seu dia. Em Malcata, os moinhos movidos pelas águas do rio Côa foram completamente destruidos quando construiram a barragem. Lamento não se ter feito nada para preservar este património. A Junta de Freguesia ainda se lembrou de erguer um moinho novo e foi com a ajuda dos "moleiros" ainda vivos que a obra foi construida.
Estes moinhos, autênticas fábricas de moagem há uns anos atrás, trabalhavam graças à passagem da água que ao cair nas pás do rodízio faziam movimentar um veio ao qual estava ligada a mó de pedra. Ora o rio Côa, com tanta água que corria no seu leito, foi local priviligiado para a construção deste tipo de moinhos.
Este moinho que as fotografias mostram, para além de ser uma cópia dos antigos moinhos, foi erguido num local onde a água quase não existe. No Inverno é possível reter a água numa presa para ser encaminhada até ao moinho. No Verão, infelizmente, não há quase água e o moinho não pode mostrar o seu saber.
Contudo, foi louvável a construção deste moinho que vai ajudar a perpectuar a vida e a história de Malcata.

6.4.08

BARRAGEM DO SABUGAL

PLANOS DE EMERGÊNCIA


A barragem do Sabugal, desde que entrou em funcionamento, não foi notícia de televisão ou jornal por causa de situações de emergência. Ainda bem!
Todas as barragens têm um Plano de Emergência. E o Regulamento de Segurança de Barragens preconiza que se deve desenvolver um documento onde estejam definidas as regras e as recomendações relativas aos controlos de segurança.
Os Planos de emergência têm em vista uma rápida e adequada intervenção das autoridades e da população potencialmente afectada no caso de ocorrência de um acidente na barragem. É um documento que determina as obrigações hierárquicas e funcionais dos principais intervenientes, fixando as respectivas missões e coordenações dos meios materiais, recursos técnicos e humanos necessários para fazer face ao acidente e obriga também à definição de zonas de risco e de exercícios periódicos, entre outras obrigações.
Há em Portugal muitas barragens e há gente que se preocupa em manter os Planos de Emergência em estado de rápida intervenção, como demonstram as fotos a seguir. E até procuram ajuda e colaboração de "nuestros hermanos", pois, o exercício periódico de "acidentes simulados" para além de obrigatório, serve de aperfeiçoamento dos procedimentos a realizar numa situação real.








Será que as populações de Sabugal e Malcata podem confiar numa rápida e adequada intervenção da corporação dos Bombeiros Voluntários do Sabugal no caso de ocorrência de um acidente ou de uma situação de emergência com origem na albufeira da barragem do Sabugal?
Que meios técnicos, materiais e recursos humanos possuem os Bombeiros do Sabugal e outras entidades responsáveis pela Segurança das populações?
Antes que nos assaltem a casa devemos tomar providências para evitar males maiores.O nosso concelho nos meses mais quentes é refúgio para muitos e como nem todos têm dinheiro para pisar areia e molhar os pés na água do mar, mergulham nas águas calmas e cristalinas da barragem do Sabugal. Era bom que as autoridades investissem na prevenção e em meios materiais,técnicos e humanos para uma efectiva segurança daquelas pessoas que aqui vivem e também dos que nos visitam.

4.4.08

A DESERTIFICAÇÃO DAS ALDEIAS


A desertificação e desenraizamento acontece em todo o mundo. Não se trata de um fenómeno exclusivo apenas das aldeias portuguesas. As pessoas sentem necessidade de procurar a felicidade e muitas partem da sua terra com a esperança de um dia a encontrarem.
"A desertificação significa o movimento contínuo e crescente de abandono das terras do interior por parte da sua população e a sua deslocação massiva para outras mais litorais e, sobretudo, para as duas grandes áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Não é que esse êxodo aconteça porque os lugares de origem estejam a transformar-se em desertos mas, antes, porque neles, já ninguém acredita e, pior que isso, já todos terão perdido a esperança.
..."As pessoas quando abandonam uma pequena aldeia do interior que, subitamente se viu reduzida a uma centena ou menos de vizinhos, para se ir fixar na vila mais próxima, forçasamente que deixa no sítio de onde saíu uma importante carga de memória que não vai encontrar, nem construir, nem reconstruir a curto prazo, no novo lugar que escolheu.
Outras vezes, a mudança é, porém, súbita e radical e faz-se mesmo, directamente da aldeia para a metrópole. Em qualquer caso, a mudança é, fatalmente acompanhada da alteração brusca do quadro de referência de vivências e valores, produzindo, por isso, o fenómeno que podemos designar de "desenraizamento". A característica principal deste fenómeno é, essencialmente, a não identificação do (e com o) novo lugar por parte de quem chega e desde logo, por inevitável incapacidade de leitura dos mais elementares sinais da memória da comunidade de "acolhimento" que, por sua vez, também não reconhece quem chega.
Acontece, porém, que, do fenómeno da "desertificação" resulta um outro que é possivelmente mais grave e de consequências mais destrutivas que é o do "desenraizamento". Ambos decorrem da incompreensão do novo e, simultaneamente, do apagamento(mais ou menos deliberado) do que já é passado, da não ligação aos diferentes "lugares"- aquele a que já não pertence e aquele a que ainda se não pertence - e, portanto, da importância fundamental dessa ligação para a construção da identidade individual e colectiva, como elemento essencial da cidadania que se perde quando, de pessoa se passa a um simples número que, por definição, não tem "lugar".
Este artigo foi escrito pelo arquitecto Manuel Correia Fernandes e publicado no Jornal de Notícias de 4/04/2008.

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2.4.08

ANTIGAS HABITAÇÕES SOCIAIS DO SABUGAL TRANSFORMADAS EM PÓLO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

A Câmara Municipal do Sabugal vai transformar 27 antigas habitações sociais num pólo de formação profissional que deverá começar a funcionar em Setembro deste ano, com dois cursos, disse ao Jornal A Guarda o presidente da autarquia, Manuel Rito.
O autarca explicou que a Câmara, em vez de optar pela venda dos edifícios, decidiu instalar naquele local um Centro de Formação Profissional, em parceria com a Associação para a Formação Tecnológica e Profissional da Beira Interior (AFTEBI), com sede na Covilhã, com quem já estabeleceu um protocolo de colaboração.
O projecto prevê que as antigas habitações sociais, que se encontram devolutas, sejam utilizadas como salas de aulas e residências de estudantes, e as garagens como oficinas.
in Jornal A GUARDA