10.2.08

A DESERTIFICAÇÃO

















"Sinto que é urgente parar a hemorragia de pessoas no Interior. As pessoas concentram-se em caixotes em Lisboa, Porto, criando mais problemas. Não me cabe a mim definir políticas, mas algo deve ser feito. Desde sempre que os reis portugueses deram regalias e incentivaram a fixação no Interior do país."
Quem o disse foi D.Amândio Tomás, novo Bispo coadjutor de Vila Real.



7.2.08

GUERRA DAS TORRES

QUEM ME DERA TER UM FILHO "MINISTRO"

TORRE DE SANTO ANTÓNIO ( COVILHÃ )



TORRE COUTINHO (VIANA DO CASTELO)


Duas edificações polémicas. Ambas têm andado nas bocas do povo. O prédio Coutinho, em Viana do Castelo, é considerado uma aberração e desvirtua a paisagem da cidade. Está habitado desde que foi construido e quem ainda lá vive não troca a sua casa por nada. Para além de uma paisagem lindíssima, a qualidade da construção é boa.Desconheço quem foi o arquitecto, ou o engenheiro que concebeu a obra. A demolição que a Câmara quer levar a cabo, com o apoio total e incondicional do Governo, está a demorar tempo de mais e o caso vai-se arrastando nos tribunais.

A Torre de Santo António, na Covilhã, está por acabar, nunca lá habitou ninguém e os moradores que vivem ao lado acham que aquilo é um "masmarracho" que nunca devia ter sido construido.Com a fuga do empreiteiro a obra ficou parada e o Montepio acabou por ficar com o prédio(era o maior credor) e agora colocou-o à venda. A ideia parece ser acabar a sua construção e dizem que vai ser orientada pelo seu primeiro autor, nada mais nada menos que o arquitecto Fernando Pinto de Sousa, que é o pai do nosso Primeiro Ministro, José Sócrates que viveu e trabalhou alguns anos na Covilhã.

Para casos iguais, fins iguais, não acham?
Se a ASAE já estivesse a funcionar há 30 anos atrás, garanto-vos que estas coisas não se construiam...(up's...).

5.2.08

O ENTRUDO


O entrudo na aldeia de Malcata tem destas coisas. Ainda me lembro destas partidas engraçadas que os rapazes, durante a noite de segunda para terça de carnaval, pregavam aos descuidados.


Em grupo, os rapazes "assaltavam" as lojas e "roubavam" os burros, os carros de vacas, os vasos de flores...e na manhã de terça-feira as ruas apareciam diferentes, os donos que não evitaram o "roubo" tinham que ir pelos currais da aldeia saber do seu jumento. Nunca ninguém levou estas brincadeiras a mal, afinal era carnaval...entrudo como se diz na aldeia.

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3.2.08

SALVEMOS A ALDEIA DE MALCATA



Foi no princípio dos anos oitenta que a campanha "Salvemos o Lince da Malcata" fez andar muita gente, principalmente muitos jovens, a angariar assinaturas para um "abaixo assinado" a defender a preservação do lince na Malcata.
Tomás de Montemor foi um dos que encheu onze folhas com assinaturas e números de B.I. e participou activamente na campanha destinada a pressionar as entidades nacionais a proteger a Serra da Malcata da destruição que os "senhores" da Portucel/Celnorte que planeavam plantar grandes manchas de eucaliptos e outras espécies de árvores apenas para aumentarem a produção da pasta de papel. Se esses planos não tivessem sido impedidos, hoje, a Serra da Malcata e o lince estavam definitivamente mortos.
Um dia, Tomás de Montemor, na companhia de uns amigos, apareceu na aldeia de Malcata com um grupo de amigos à procura do lince e conhecer a serra que tanto defendeu.
A aventura na aldeia de Malcata e na serra é hoje descrita num artigo escrito por Tomás de Montemor, na "Notícias Magazine" que acompanha o Jornal de Notícias(3/02/2008)do qual transcrevo algumas passagens:
«... Queria ver os montes arredondados, o bosque rasteiro, os vales de vegetação frondosa, os ribeiros irrequietos...mas principalmente queria ver o lince.
Então lá fui com alguns bons amigos, mochila e tenda às costas, no comboio e autocarros que rumavam à aldeia de Malcata.»

E Tomás continua:

«Dos dias de acampamento ficam dois episódios insólitos.
Numa tarde, quando regressávamos suados e exaustos de mais uma busca infrutífera, encontrámos espalhados à «porta» da tenda, em cima de uma saca, tomate, pepinos, alfaces e pimentos que os aldeões tinham trazido na nossa ausência. Advinhava-se a preocupação que estas espectaculares pessoas tinham por uns desconhecidos malucos que deixavam o conforto da cidade para passear pelos montes e vales sem aparente objectivo.»

«Conhecendo a história da minha relação com o lince da Malcata é mais fácil perceber a alegria que senti quando li que se está a criar um centro de reprodução e reintrodução na Malcata do felino mais raro do mundo...mas a população da Malcata terá sempre um lugar especial na história e no meu coração».
Tomás de Montemor continua a escrever sobre o lince e os futuros projectos que estão em construção. É um excelente artigo que recomendo ser lido por todos os que apreciam estas matérias. Em meu nome e em nome de todos os malcatenses, expresso aqui um sincero agradecimento e já sabe, estimado Tomás de Montemor, tem sempre a porta aberta quando decidir visitar a aldeia de Malcata.

1.2.08

O QREN QUE TANTO DEMORA A CHEGAR AO SABUGAL



Li no Capeia Arraiana a carta que o ex-presidente da Junta de freguesia do Soito, Rui Meirinho, escreveu e a quem pediu para divulgar. O senhor Rui Meirinho através da dua carta vem revelar aquilo que deve ir na cabeça dos outros 39 presidentes de Junta de Freguesia do Concelho do Sabugal. Refiro-me ao agora tão falado QREN. Diz o ex-autarca:
« A presidência da Câmara Municipal do Sabugal propôs às 40 Juntas de Freguesia do Concelho, reter 50% da Verba de Capital do ano de 2006, que serviria para criar um fundo, de modo a que quando abrisse o IV Quadro Comunitário (QREN), que na altura se previa ser em Outubro(de 2006)candidatar-se-iam projectos de grande vulto, comuns a grupos de freguesias, que iriam tornar-se o «motor» de desenvolvimento sustentado do nosso concelho.
A maioria dos presidentes de Junta aderiu a esta proposta. Em vez de recebermos da C.M.S. a totalidade da Verba Capital a que teríamos direito, durante o ano de 2006...(receberam menos 40%) na perpspectiva de se vir a fazer obras estruturais cujo projecto fosse abrangido pelo QREN.
Estamos em Janeiro de 2008 e nem ainda hoje se sabe a que tipo de projectos as juntas de freguesia e os municípios se poderão candidatar.»

É assim que se desenvolve o nosso país...as freguesias ficaram com os sonhos, mas ficaram sem o dinheiro. Ele já é tão pouco e quando um Estado demora tanto tempo a dar o efectivo andamento ao QREN já os autarcas estão cansados de esperar. Acredito que o presidente do Soito não seja único a sentir a falta de inércia do poder instalado em Lisboa. Por essas aldeias do nosso concelho há obras atrasadas ou que não começaram porque, dizia-se, vem aí o QREN. Onde está?
Não conheço o senhor Rui Meirinho. Pelo que li acredito na sua entrega e dedicação e o esforço que fez, enquanto presidente de Junta, para desenvolver a terra que o viu nascer. No Soito há um tempo antes do Sr.Rui Meirinho e um tempo depois. Essa é que é essa!

OS PARVOS DA PUBLICIDADE

Parvónia, o país onde os habitantes são chamados "parvos". Nesse país imaginário, quatro parvos decidem conhecer uma loja de electrodomésticos inaugurada há poucos dias. Dos quatro curiosos também faz parte um escuteiro mais ou menos bem" uniformizado", mas todos o reconhecemos como um dos milhares que há em Portugal. Depois de ver o vídeo, fui informar-me e parece que a empresa de electrodomésticos ainda foi mais parva do que os parvónios da Parvónia. Mal ela sabe o que a espera nos próximos dias. Temo que se a empresa em causa não se redimir e não pedir desculpas aos escuteiros, vão sentir mesmo o que é aproveitar ideias parvas e ainda por cima pagar por isso. A petição on line está a decorrer na net e os escuteiros, que de parvos não têm nada, pois eu tenho duas em minha casa, estão a mostrar quem é que de facto é curto das ideias, pois eles sabem mais do que ninguém que televisores, frigoríficos, telemóveis, dvd's e todas essas coisas, felizmente, em Portugal há muitas opções e locais de compra. Há é que ter cuidado com os "xicos espertos" que com campanhas destas...os parvos vão ser eles.



31.1.08

LIGA BOMBEIROS PORTUGUESES

«Nos últimos três anos, o número de novos voluntários que ingressaram nos corpos de bombeiros foi superior aos ingressos verificados no triénio anterior», afirmou o presidente da LBP no decorrer de um fórum nacional sobre «o voluntariado nos bombeiros portugueses», hoje realizado em Pinhel, no âmbito do Ano Nacional do Voluntariado.




O encontro nacional reuniu cerca de 500 participantes que durante o dia ouviram falar de temas como «voluntariado para uma sociedade de valores», «voluntariado a uma só voz» e «o voluntariado e o homem do futuro».
«Saio daqui muito mais reforçado para dizer ao senhor ministro da Saúde que Alijó, como outros pontos do país, precisa de uma rede hospitalar para servir os 15 mil cidadãos que vivem no concelho», disse Duarte Caldeira no final dos trabalhos.

Segundo Duarte Caldeira, os participantes no congresso hoje realizado na cidade de Pinhel, concluíram que é necessário «reinventar o voluntariado, afirmando-o com convicção».
«Os portugueses não podem continuar a querer dispor do voluntariado nos bombeiros, como quem dispõe de mão-de-obra barata», frisou.

«Têm que reconhecer socialmente esta estrutura, os homens e mulheres que voluntariamente, mas competentemente, querem servir as comunidades na trincheira do socorro», disse.

O fórum sobre voluntariado foi organizado pela Federação Distrital de Bombeiros da Guarda, associação de bombeiros local, Liga de Bombeiros e Câmara Municipal de Pinhel.

in LUSA
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Socorro – O papel dos Bombeiros

Pouco adepto dos alarmismos como a Comunicação Social caseira, sobretudo as televisões,

tratam as notícias, preferencialmente referidas à discussão mais na moda, seja do foro económico

e financeiro (vulgo BCP), ou da área da saúde de todos nós (vulgo MS/SAP/INEM/Bombeiros).

Sou mais de aproveitar uma soneca no sofá que de ver/ouvir as mesmas notícias tratadas da mesma forma 365 dias no ano.

Razão mais que suficiente para não ter ouvido em primeira mão a já famosa chamada Codu/Bombeiros/ Vmer, tristemente ocorrida no distrito de Vila Real. (Poderia ter sido noutro

qualquer distrito, incluindo o da Guarda onde tenho algumas responsabilidades).

Alertado para o facto na tarde de sexta-feira, 25 de Janeiro, estive com atenção à notícia no «Jornal da Noite», e procurei na Internet notícias e comentários sobre o assunto.

Não posso, porque mais de 20 anos à frente de uma Associação de Bombeiros e o conhecimento que julgo ter do sistema mo não permitem, atribuir responsabilidades aos Bombeiros/pessoas

(aos muitos «senhores Machado» existentes no país) na sua qualidade de voluntários e

disponíveis mais vezes e mais tempo do que muitas vezes seria de esperar para uma acção

em prol dos outros. Sem querer assacar responsabilidades, ao ministro que terá algumas,

à estrutura do INEM, que terá a sua quotaparte, à descoordenação da comunicação entre as várias entidades envolvidas na emergência pré-hospitalar, não posso no entanto deixar

de produzir a minha opinião sobre o assunto.

E essa leva-me direito ao binómio voluntário/profissional, cada vez mais a merecer, a cada vez mais inadiável discussão clara, objectiva e sem restrições.

Ou não são os Bombeiros que apregoam o lema «Voluntários por opção, profissionais na acção»?

Antes de mais porque nos Corpos de Bombeiros, Voluntário, se é para entrar e sair: Durante a

permanência obrigam-se a cumprir as normas emanadas pelos superiores e os Corpos de Bombeiros são estruturas de comando único e vertical, pelo que a escala de serviço emanada

pelo Comandante ou por quem este delegue deveria ser a forma de ter a disponibilidade humana

para socorrer em qualquer momento. (ou avisar as populações que servem

e perante as quais assumem tantas não há socorro).

Uma responsabilidade moral e social, pelo menos pela tradição, de que das tantas às

As alterações sociais das últimas décadas fizeram com as populações exijam (e bem) aos Bombeiros maior profissionalismo, maior rigor na actuação

e que tenham permanentemente apontados os focos de todo o público

e sobretudo da comunicação social.

O comboio da profissionalização nos Bombeiros já arrancou e é «sud-express». Não pára e como se tem provado

ao longo dos anos, não são os Bombeiros e as suas estruturas (Federações e Liga) que têm força para o parar;

Muito menos com acções como a tomada no caso SAP/INEM em que a Liga abandonou qualquer das suas as negociações (qual birra de criança) porque as propostas e a Liga não o fez, não contemplavam pretensões.

Propostas são propostas e só se discutem estando presente, deixando que cada Município

contrate com a ARS as contrapartidas

que entenda para o encerramento dos SAP, e deixando as associações suas filiadas e que são a sua razão de existir, sem qualquer informação sobre o assunto.

Estranho é que ainda haja dirigentes e Comandantes que pareça não terem entendido esta realidade e mantenham a sua «quinta» como se de um feudo se tratasse e permitam

que haja casos como o do senhor Morgado, que está sozinho durante a noite e pelos vistos não no Quartel, já que referiu que teria de ir buscar a ambulância e estar a atender a chamada no telemóvel.

Não é admiração que tal aconteça devido aos escassos meios humanos, e

financeiros para a contratação de mais meios humanos, mas após pelo menos uma saída. A não garantir pelo menos uma saída em tempo útil, mais vale ter a coragem de comunicar

a ausência de serviço durante essas horas.

Para o bem e para o mal, este caso acontece menos de uma semana após a Liga dos Bombeiros Portugueses ter lançado o «Ano Nacional do Voluntariado nos Bombeiros», e em vésperas de ter lugar no Distrito da Guarda (Pinhel) um fórum sobre o

mesmo tema em que serão palestrantes personalidades tão ilustres como o padre

Feytor Pinto e o cientista Carvalho Rodrigues.

Este fórum iniciar-se-á poucas horas após escrever estas linhas. Não vou assistir, o que a minha qualidade de dirigente da federação que o organiza torna um dever,

porque um inesperado e muito incómodo problema intestinal

me não permite afastar-me de casa, e nem sei qual o sentido das apresentações. Mas sabendo todos que a crise

não é tanto de voluntariado, mas mais de disponibilidade de tempo para esse voluntariado, bom seria que de uma

vez por todas se respondesse às seguintes perguntas:

Que estatuto para os «assalariados» dos Bombeiros?

Por que convenção laboral se devem reger?A

Qual o papel que os Bombeiros pretendem na protecção civil e na emergência pré-hospitalar?

Parceiros e parte da solução ou como muitos deixam antever, parte do problema?

Qual a formação mínima (e quem a controla) para que se possa tripular uma ambulância? (se existe definição

para a formação técnica, o mesmo não acontece com a formação de outro tipo, como seja comunicação,

atendimento, etc.).

Quem não sabe não salva: Este é outro lema muito em voga nos Corpos de Bombeiros para incentivar a formação.

Mas como saber, se não houver profissionais que tenham disponibilidade de tempo para essa formação?

Não quero com isto minimizar as responsabilidades do Estado e estruturas tuteladas, mas não podemos com

estas esconder as nossas fragilidades que todos sabemos que as há: Seja na formação a que não há tempo para

assistir, seja na necessidade de mais meios humanos que os que o voluntariado e as verbas disponíveis permitem

juntar, seja no conservadorismo de alguns intervenientes que ainda vêm os Bombeiros nas décadas do século

passado. Há que ter a coragem de as assumir, e com os restantes intervenientes encontrar soluções para as

minimizar; Não se consegue certamente com notícias alarmantes e acusações mútuas.

Luís Carriço

Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sabugal e Vice-Presidente

da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda

in http://capeiaarraiana.wordpress.com

Capeia Arraiana, 27 de Janeiro de 2008 – Artigo de Opinião de Luís Carriço