O GUARDADOR DE CABRAS

   Ti Horácio, pastor de cabras


A Primavera traz aos campos da aldeia de Malcata as cores das papoilas, das giestas, do rosmaninho, mas não consegue esconder o mal feito por um Inverno frio e seco.
   O sol já quase abalou, está um vento frio e Ti Horácio deita os olhares para a pequena capela de São Domingos, ao mesmo tempo que a mão direita tira a boina da cabeça que uns segundos depois volta a tapar-lhe a cabeça. Continua a sua vida e olha para a nuvem de poeira provocada pelas cabras que regressam do Ozival para casa, depois de um dia inteiro a pastar.
   - Nem no Verão elas levantam tanta poeirada! Nem no Verão isto está tão seco! Desabafa o Ti Horácio, um pouco irritado.
   As cabras andaram desde manhã nos campos e nos caminhos à cata de mato e pequenas ervas. Mas nem as mais novas tiveram grande sorte e o pastor lança mais um desabafo:
   - Ouve João, por esta altura do ano, era para andarem aos saltos além pela serra, a encher o bandulho. Mas este ano, a falta da água é tanta, que não há comida suficiente.
   Quando o rebanho chega à Rua de Baixo, apressam mais o andar e não se enganam quando passam pela Torrinha, pois tal como se tivessem um GPS incorporado no corpo, iniciam a descida da Rua do Carvalhão e só param na loja do dono. Entram aos empurrões e atropelam-se umas às outras para apanhar o feno e a ração que a Ti Ana momentos antes já tinha espalhado pelo chão. Vêm com fome e comem até que começa a ordenha. De balde na mão e tendo já a primeira cabra pronta, inicia a tarefa de encher a vasilha de leite. E sem parar diz-me:
   - Este ano não estou a ver como vou continuar a alimentar o gado. O feno que guardei do ano passado já acabou. Cada fardo custa-me quatro euros, quando o normal é custar dois euros e meio. O leite cada vez é mais despesas e menos leite! Como é que posso acordar de cabeça erguida? Eu já disse à minha mulher que mais valia vender as cabras. Afinal, já não há quem queira ajudar, estas são uma raça boa, da charnequeira, mas como as coisas estão, não sei se as vou manter durante mais tempo.
    E foi mesmo o que aconteceu, vendeu-as ao Ramalhas, proprietário da quinta ali à entrada da aldeia.
 

RESCALDO DA 1ªMARATONA BTT MALCATA 2012

A 1ª Maratona BTT Malcata 2012 deixou marcas e os vencedores estão de parabéns. Octávio Vicente foi o vencedor da prova dos 60Km/Homens. No seu blog deixou a seguinte mensagem:
Vencedor da 1ªMaratona Btt Malcata 2012,60Km/Homem
(Octávio Vicente à esquerda, dorsal 267, com Ricardo Correia)
  

  " Vou deixar a minha opinião desta fantástica Maratona que nada ficou atrás em relação a outras com mais anos de experiência.
   Marcações de fazer inveja a muitas provas a nível nacional, abastecimentos não “olhei “ mas por aquilo que ouvi estavam 5 estrelas, pessoal do staff por todo o lado, num percurso onde alcatrão nem vê-lo foi fantástico ver tanta gente espalhada pela serra!
   Na minha opinião não houve aspectos negativos, apenas algumas coisitas que podiam ser melhoradas numa futura edição: controlo 0 foi um pouco confuso com pessoal a chegar na direcção contrária ao arranque da prova; no último posto de controlo o staff ficou baralhado onde haveria de colar: -P; e a chegada  como o meu amigo triatleta Ricardo Correia mencionou, poderia ter uma separação para cada chegada!! AH, e a água dos banhos...do fundo do poço mesmo!!! Não estive presente no almoço porque quis aproveitar a Serra para passear mas pelo que vejo aqui escrito parece que nada falhou!!
   Sem dúvida uma prova que gostaria muito de voltar no futuro...
    Em meu nome e da minha equipa Fôjo Zybez BTT Team o meu agradecimento por mais um belo  dia de btt".
   Grande abraço.
   Octávio Vicente


   E as senhoras também marcaram presença nesta prova, correndo os mesmos percursos e distâncias. A vencedora foi a atleta Bárbara  Azevedo, da Azuribike Mangualde Team.



Bárbara Azevedo, vencedora 60Km/Mulheres
da Azuribike Mangualde Team(Dorsal 208)