O Corpo Expedicionário Português, constituído por cerca de 60.000 homens, embarcaram com destino ao porto de Brest, na Normandia, e daí os soldados seguiram para a frente de batalha na Flandres, para as linhas das trincheiras do sector português nas aldeias ao redor de Aire-sur-la-Lys e Saint-Omer.
A “Guerra das Trincheiras” foi assim que ficou conhecida. Isto porque os soldados de ambos os lados combatiam a partir de trincheiras de cada lado. As trincheiras eram umas valas cavadas na terra, muito extensas, com o chão protegido com tábuas de madeira, em cima levavam arame farpado, pedras e sacos com areia. Metidos nestas trincheiras e a uma distância de cerca de 200 metros das trincheiras do inimigo, espaço conhecido por ser “terra de ninguém”, não desejada por nenhum soldado por muito corajoso que ele fosse. Na “terra de ninguém” eram alvo a abater e dali ninguém saía com vida ou sem sofrimento.
No começo do ano de 1918, os soldados portugueses foram fortemente atacados e viveram dias difíceis nas trincheiras. Felizmente os nossos soldados malcatenhos sobreviveram e a 4 de Maio de 1919, os dois valentes guerreiros desembarcaram em Lisboa.
«««+»»» Manuel Maio, malcatenho que integrou o CEP-foto ADG
Integrados no Batalhão de Infantaria Nº12, embarcaram em Lisboa, no dia 21 de Março de 1917, Manuel Maio e Narciso Pires dos Santos.
Manuel Maio, casado com Ana Fernandes Chamusco, filho de António Maia e de Rosa Gonçalves; Narciso Pires dos Santos, solteiro, filho de Luís Pires dos Santos e de Rosa Gonçalves dos Santos. Os dois soldados tomaram parte na Batalha de La-Lys em 9 de Abril de 1918. Em 4 de Maio de 1919, estes dois bravos desembarcaram em Lisboa.
É importante recordar, ouvir e recuperar as nossas memórias comunitárias. E estes documentos, que estão guardados nos arquivos...ajudam-nos a partilhar um pouco das memórias de dois soldados que participaram numa guerra.
Procurar e divulgar as recordações através de relatos, memórias, alguma fotografia, algum documento ou objecto, tudo é essencial para o conhecimento da nossa história como comunidade, como país e a história de cada um de nós.
José Nunes Martins