24.6.08

AS TAXAS ESCONDIDAS

É o país em que vivemos (são todos iguais).

(Esta carta foi direccionada ao banco BES, porém devido à criatividade com que foi redigida,

deveria ser direccionada a todas as instituições financeiras.)

Exmos. Senhores Administradores do BES

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. Rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria desta forma: todos os senhores e todos os usuários pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer outro produto adquirido (um pão, um remédio, uns litro de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.

Que tal?

Pois, ontem saí do BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.

Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como todo e qualquer outro serviço. Além disso impõe-se taxas de. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.

Financiei um carro, ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobram-me preços de mercado, assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.

Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.

Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de crédito"-equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar

Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de conta".

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura de padaria", pois só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.

Antigamente os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora, ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro".

Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa de existência da padaria na esquina da rua".

A surpresa não acabou. Descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".

Mas os senhores são insaciáveis.

A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.

Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de v/. Banco.

Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?

Depois de eu pagar as taxas correspondentes talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc., etc., etc. e que apesar de lamentarem muito e de nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto pela lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso, como sei também que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.

Sei que são legais, mas também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vais acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.



CASCATA DO SÃO JOÃO ( PORTO-HOSPITAL)

23.6.08

JOGOS TRADICIONAIS

20.6.08

HISTÓRIAS DA MINHA INFÂNCIA






- Oh João, acorda que já são horas.
Abri os olhos e no meio da escuridão respondi:
- Está bem, eu já me ponho a pé.
A minha mãe continuou:
- Vá, levanta-te e veste a roupa que tens na barra da cama. Tens o jarro cheio de água para deitares no lavatório e lavares a cara. Ouve, o lume está aceso, se quiseres tens pão dentro da bolsa que está pendurada no prego por cima da mesa da cozinha. Parte uma fatia e põe-na a torrar na grelha e unta com um fio de azeite. E em cima do fogão tens um copo de alumínio com leite. Liga o fogão e aquece o leite. Tem olho nele e não o deixes ferver até sair por fora. Vá, levanta-te.
A porta do quarto fez barulho quando a minha mãe saiu os meus olhos fecharam-se sem o menor ruído e toca a virar para o lado da parede para aproveitar mais um bocadinho no quentinho.
Foi a murrenhice mais rápida que me lembro. Não é que o raio do burro desatou a abrir a boca e zurrar bem alto assim que a minha mãe abriu a porta da loja! Só podia ter sido a minha mãe que foi à loja amanhar o burro e dar de comer ao gado. Que mania têm de ir à loja cedo. É sempre a mesma cantilena e o remédio é aguentar e acordar. Até parece que o burro sabe que é chegada a hora de comer palha ou umas canas de milho. O que ele nunca sabe é como é que vai ser o dia.
Com tanto zurrar, também a vaca não se ficou por menos e vai daí ouço um daqueles muus que toda a vizinhança ficou a saber que a Ti Benvinda já anda na loja.
Bom, não tive outro remédio senão sair do ninho. Sentei-me na borda da enxerga e às apalpadelas procurei a roupa que ia vestir. Toca a lavar a cara e a pentear que o dia vai começar.
Hoje, primeira quinta feira do mês, a minha mãe vai levar-me ao mercado do Sabugal. Tenho que comportar-me bem e não fazer birras. Logo, à tarde, depois de chegar do mercado, já posso ir brincar com o tractor, com reboque, pois a minha mãe prometeu que me comprava um.

19.6.08

ESTRADA DE MALCATA: TRAÇADO E PISO REMODELADO



As obras da estrada de Malcata estão a chegar ao fim. Em Maio último já senti a diferença e o aumento de conforto ao percorrer os 6 quilómetros que a estrada continua a ter. De facto, o piso de asfalto é muito, mas muito mais macio e deixa-nos a sensação de que o as novas estradas também já chegaram a Malcata. A estrada está mais larga, algumas curvas foram retocadas, outras foram eliminadas e as bermas estão agora prontas a escoar as águas da chuva. A sensação que tive ao experimentar a "nova" estrada é que podiam ter ido ainda mais longe. Há curvas que simplesmente se deslocaram uns metros, mantendo o mesmo corte ( exemplo disto é a curva que se situa antes ou depois do campo de futebol, conforme o sentido em que nos dirigimos. Há outra curva que ainda não entendi o porquê do trabalho que tiveram para ficar mais do mesmo, ou seja, a curva no traçado antigo apenas tinha um mau piso. Ouvi por aí dizerem que ficou assim porque os donos das terras não cederam nos seus direitos de proprietários. Talvez as contrapartidas também não tenham sido bem propostas e a aldeia perdeu a oportunidade de realmente passar a ser servida com uma estrada mais bem desenhada.
Contudo, o que está feito, feito está. A obra arrastou-se durante largos meses. Ainda faltam alguns pormenores no seu acabamento: pintar as faixas de rodagem, colocar os rails de protecção, respectiva sinalização vertical como a lei manda.
Fica um agradecimento ao Presidente da Junta de Freguesia de Malcata pelo empenho que colocou antes e durante a obra e há que salientar que lutou para que Malcata beneficiasse realmente com esta melhoria rodoviária.

18.6.08

FARMÁCIA CENTRAL DO SABUGAL




O Teatro Tivoli, em Lisboa, foi no passado dia 4 de Junho palco da cerimónia de atribuição dos Prémios Valormed 2007, evento que se destina a premiar as farmácias que mais se distinguiram na adesão ao SIGREM- Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens e Medicamentos fora de uso. É um projecto que visa aliar a saúde ambiental à saúde pública.

Das 2.748 farmácias aderentes ao SIGREM (nada menos do que 98% do total de farmácias do país), 46 viram assim ontem o seu trabalho destacado da melhor forma, com galardões que premeiam a sensibilização que providenciam ao público e as quantidades recolhidas de resíduos de embalagens e medicamentos fora de uso.

O Sabugal foi representado pela Farmácia Central tendo recebido das mãos da embaixadora da campanha Valormed 2008, a estilista Fátima Lopes, um novo ímpete para continuar a valorizar a recolha de medicamentos usados.