25 julho 2013

MALCATA; ROGÉRIO OU VÍTOR ?

Sede da Junta de Freguesia de Malcata
   Já há dois candidatos à presidência da Junta de Freguesia de Malcata. Se o PS já tinha apresentado o seu escolhido, agora o PSD já fez também a sua escolha. Rogério da Silva Cruz veste a camisa do PS e Vítor Manuel Fernandes, actual presidente da Junta, é o nome escolhido pelo PSD.
   Depois da apresentação do candidato do PS a um grupo de amigos, é a vez do candidato do PSD dar a conhecer ao povo de Malcata que aceitou o convite endereçado pelo PSD, após esta força partidária ter aceite algumas exigências impostas, para benefício da freguesia. Isto deixou expresso Vítor Manuel Fernandes na entrevista que o jornal Cinco Quinas está a divulgar.
   Quem os acompanha nesta corrida para o lugar de Presidente da Junta de Freguesia ?
   Vamos aguardar.

   

15 julho 2013

ALCUNHAS

 
   O nome próprio marca a individualidade de cada pessoa e é fundamental para o resto da vida de cada um de nós. Mas, quem não conhece pessoas a quem chamamos um nome e esse não é o próprio nome? O que nos espanta é que essa pessoa responde ao nome que não é o seu próprio nome, mas uma alcunha!
   Para ser sincero, não sei com que idade eu percebi que em Malcata havia e há pessoas que têm nomes que não são os seus próprios nomes. As alcunhas são por isso muito importantes na vida da nossa aldeia. Elas fazem parte do património humano e são a forma mais rápida e eficaz que o povo encontrou para identificar uma determinada pessoa. E a variedade é tanta que não as conheço todas. Umas fazem-nos sorrir e o próprio visado não se importa, acabando até alguns por a incluir no seu próprio nome.
   Por isso, quando um estranho aparece na aldeia e pergunta por alguém, ao usar o seu nome verdadeiro, pode sentir alguma dificuldade em que a resposta seja rápida e eficaz. As pessoas são conhecidas muitas vezes pela alcunha e não pelo nome registado no bilhete de identidade, hoje chamado Cartão Único.
   E as alcunhas nada têm de maldade sendo muitas vezes a forma que o povo encontrou para identificar uma determinada pessoa associando-a à terra onde nasceu, à rua onde vive, a uma deficiência física ou até a um simples hábito do quotidiano, ou até da maneira de falar ou andar, entre muitas outras razões.
   Malcata não é diferente às outras terras portuguesas e alcunhas existem muitas e para todos os gostos.
   Com certeza que cada um de vós se lembra de algumas alcunhas. Eu lembro-me destas:
Barroco, Borrego, Cagão, Carvalhão, Cabeço, Cavaca, Coxo, Cuco, Estrelado, Fachó, Forneira, Gravanço, Mudo, Fama, Pataco, Peca, Padre, Pataquinha, Pelão, Tareco, Triste, Ratinho, Reta, Sapateiro, Sacho, Chichi, Medalhas, Fai Fai, Moleiro, Bico, etc, etc, etc,.

   E já agora, a alcunha dos habitantes de Malcata : Carvoeiros.

11 julho 2013

MALCATA E FÓIOS DÃO CARTAS

ENVIDO  UNE  MALCATA   AOS  FÓIOS

Jogo de cartas junta Fojeiros e Malcatanhos
   No dia 14 de Julho os malcatanhos voltam a receber na sua terra os Fojeiros. Com o apoio das duas Juntas de Freguesia e pelas suas respectivas associações, vão voltar a reunirem-se em Malcata para uma animada jornada em que o jogo do envido é apenas o pretexto para o fortalecimento das relações humanas e sociais das duas aldeias. Entre jogos de cartas, onde os olhares e os pormenores valem vitórias, também há lugar para cantorias à capela, com acompanhamento de guitarra ou cavaquinho ou umas bombadas nos bombos emprestados, umas grades de minis ou litronas, tudo numa sã e alegre convivência raiana.
   Viva Malcata e Fóios.

10 junho 2013

AMPLIAÇÃO DO QUARTEL DA GUARDA FISCAL

    A Junta de Freguesia de Malcata está a  recuperar o antigo quartel da Guarda Fiscal, o qual passará a servir de apoio para actividades desportivas e para centro de exposição de produtos locais.

As obras contemplam a melhoria das divisões interiores mas o exterior vai manter a construção original.



 

   O antigo quartel irá apoiar os caminheiros, os cicloturistas e outros praticantes das mais variadas actividades desportivas. Para que esse apoio seja apropriado serão colocados à disposição das pessoas aréas para vestiários e banhos.
   O anexo que está a ser construído nas traseiras do edifício antigo vai servir para exposição e prova de produtos da aldeia podendo até servirem-se refeições ligeiras.







 Melhoramentos interiores






 Rampa na entrada principal
    Uma rampa  permitirá que as pessoas portadoras de dificuldades de locomoção tenham o acesso facilitado ao interior do edifício.



   Anexo 
   





A obra da ampliação do quartel foi entregue por "ajuste directo" à empresa "Bem Constrói" da Bendada.





Preço e prazos da obra anunciada: 81.938.88 €
   Lendo o anúncio publicado na página dos Contratos por Ajuste Directo, ficamos a saber que a empresa tem 365 dias para executar a obra.
Detalhes do ajuste: 80.186.92 €
Consultar aqui:
http://www.base.gov.pt/base2/html/pesquisas/contratos.shtml

02 junho 2013

MALCATA: UM PRESENTE DIFERENTE DO PASSADO



Em 1960 as pessoas da aldeia de Malcata conservavam as carnes numa arca em madeira a que chamavam salgadeira. Em alturas de aflições fisiológicas, dependendo do lugar onde me encontrava  tinha que me desenrascar e a loja ou o penico davam cá um jeitaço que todas as casas tinham o cuidado de ter esse objecto ali à mão escondido dentro da mesinha de cabeceira. Às noites as lanternas de pilhas andavam sempre connosco para irmos do Carvalhão ao Cabeço a casa do meu avô Pires. Como o lume da lareira não era suficiente, o meu avô tinha uma candeia pendurada na parede da cozinha. E como estudava nesses tempos da escola primária? Um candeeiro de vidro, petróleo e uma torcida em tecido a que se aproximava um palito ( fósforo ), iluminava a mesa e os livros da escola.
Já quando a sede apertasse dirigia-me à cantareira, pegava no copo e mergulhava no interior do cântaro de barro e deliciava-me a beber água que horas antes a minha mãe tinha trazido da Fonte da Torrinha.
Passaram mais de 50 anos e o que mudou?
Malcata mantém o mesmo nome e tudo o resto já não é como era.
Portugal nestes cinquenta anos mudou e de que maneira. A nossa aldeia começou a mudar com a chegada da electricidade. A maioria das casas aceitou as baixadas da luz e arrumou para o sótão os velhos candeeiros e candeias. Compraram televisores, frigoríficos, rádios elécticos, ferros de passar a roupa, máquinas de lavar a roupa, secadores de cabelo, etc. .
Nos anos oitenta Portugal torna-se membro da Comunidade Económica Europeia.E a vida do país começa a mudar aos poucos. Malcata também é beneficiada com dinheiro vindo da Europa. Eis alguns exemplos:
o saneamento básico e a água nas torneiras, a construção da Etar, alargaram-se ruas e substituíram-se as pedras desiguais e irregulares pelos cubos de granito, renovou-se a escola primária para anos depois encerrar por falta de crianças que a frequentassem e ainda hoje esse cenário se mantém. A Junta de Freguesia instalou-se na antiga escola primária e mais tarde foi restaurada e até  chegou a funcionar uma creche nas salas do lado. Construiu-se uma Queijaria Tradicional, um moinho de água, a estrada foi requalificada e corrigiram-se alguns troços mais perigosos, construiu-se a barragem do Sabugal e uma nova ponte foi construída para manter a aldeia ligada ao resto do mundo por via terrestre, pois que a ligação via internet também chegou um dia ao povo.
O dinheiro ainda chegou para que alguns malcatanhos tivessem frequentado algum curso de formação profissional, também subsidiado por algum fundo europeu.
O nível de vida da população da aldeia de Malcata melhorou e muito. Penso que poucos saberão qual o impacto que os dinheiros da Europa tiveram no desenvolvimento da nossa aldeia. Mas uma verdade não podemos esquecer e que todos sentimos quando acordamos e nos vemos em Malcata:a vida em Malcata é agora mais fácil e mais saudável, contudo mantemos o mesmo nome e a serra da Malcata continua lá no alto e com a mesma altura, aguardando a chegada do lince.


31 maio 2013

AS RAÍZES DA VIDA


Rui Chamusco e as raízes da sua vida

 
 Pequenos gestos que engrandecem a humanidade


 
Foi no dia 27 de Maio no IPO de Lisboa. Em consulta de vigilância e à espera da minha vez, com a sala repleta de pacientes, ouvem-se vozes delicadas que falam com cada um dizendo: “Olá, Bom dia! Aceita uma sandes e uma bebida?” A quem nada desejava faziam questão que aceitassem ao menos um rebuçado. Creio fazerem parte do serviço de voluntariado. Pois é! Um pequeno gesto que faz toda a diferença. Num ambiente em que cada um tem os seus problemas, em que a ansiedade e a expectativa são constantes, fazem ideia o que isto representa? A simpatia e a amabilidade das pessoas que integram os serviços são uma força que muito ajuda os utentes a aliviar o stress característico destes ambientes e a enfrentar as notícias e os problemas que a cada um são prestados. Todos ficamos com uma disposição diferente. Bem hajam!
De seguida, outro episódio a remarcar. De um dos gabinetes de consulta, sai uma senhora que se agarra ao filho a chorar. Logo uma voz amiga de um senhor sentado ao lado, peremptoriamente tentou animá-la, dizendo:
 “minha senhora não chore que o seu problema se irá resolver. Sabe quantas vezes eu já fui operado? Quatro. E cá ando como você pode ver. Com a sua idade e com essa força toda não se pode deixar ir abaixo…” Palavras consoladoras que aparentemente provocaram algum alívio.
Como diz o cantor Sérgio Godinho “a vida é feita de pequenos nadas”. Pequenos gestos que engrandecem a humanidade e sobretudo quem os pratica. Ao reflectir sobre estes episódios continuo a acreditar que vale a pena viver, mesmo enfrentando problemas; que a vida é bela mesmo que as dificuldades nos apoquentem; que a vida é um dom de Deus que devemos cultivar e agradecer. Em condições de privação, mesmo da saúde, qualquer sinal de vida nos faz bem. É observar a natureza, é contemplar o nosso mundo em constante movimento, é olhar para as pessoas sobretudo as mais necessitadas e logo uma vontade enorme de viver e lutar por um mundo melhor nasce dentro de nós. Será que com os nossos pequenos gestos o mundo não poderá ser melhor?!
Estamos em plena primavera. E as manifestações de vida, particularmente na natureza, são abundantes. Ao estilo de Francisco de Assis apetece-me tocar e cantar o “Cântico das Criaturas” ou “Cântico do Irmão Sol” por tudo o que existe no mundo (sol, água, vento, terra, fogo, árvores, flores, pessoas, etc… e até pela morte natural).
Louvado sejas, ó meu Senhor, Maravilhosas são as tuas obras.
A Ti a glória e o louvor!
Louvado sejas, meu Senhor, nós te cantamos com todo o amor.
 OBS.: Agradeço e informo todos os meus amigos que têm manifestado o seu apoio sobre o meu estado de saúde que, depois dos últimos exames e consultas realizados, tudo está em ordem e a decorrer da melhor forma.
 Rui Chamusco

Nota:
Este texto escrito pelo Rui, está publicado no Jornal Cinco Quinas. Como o texto é público e sendo o autor natural da nossa aldeia e pessoa muito querida por todos os malcatanhos, pensei que o devia publicar para mais pessoas o lessem.
Desejo a continuação da plena recuperação ao Rui.

23 maio 2013

MALCATA, A SERRA E A CARQUEJA



   E como tem sido costume, o nosso querido Rui Chamusco escreveu para o Jornal Cinco Quinas umas palavras sobre a Festa da Carqueja. Para quem não tem acesso a este texto aqui vai:







"Mais uma vez um sucesso. É assim há 25 anos e está para durar. As pessoas de Malcata, da região e do país já não podem passar sem ela. Com efeito, é sempre uma grande honra e alegria podermos organizar e realizar este evento.


 A ACDM (Associação Cultural e Desportiva de Malcata )tudo fará para lhe dar continuidade. O espírito e o objectivo que presidiu à sua criação são cada vez mais pertinentes e atuais. Malcata e as povoações vizinhas que confinam a Serra sempre tiveram uma relação de amizade e de agradecimento para com ela. Outrora fonte de sustento (de lá vinha o carvão, lá se semeava e ceifava o pão, por lá se palmilhavam as veredas e os caminhos para se ir ao contrabando, lá viviam famílias com o seu pastoreio e os seus campos de cultivo). Com o aparecimento da emigração para França a serra foi progressivamente abandonada até que, pela década de setenta, pelo que a empresa Portucel surgiu com um projecto de plantação que ocupou uma boa parte dos seus terrenos. De seguida foi a criação da Reserva Natural da Serra da Malcata começou a ganhar corpo levando-a à sua criação em 1981, com um objectivo e uma campanha de âmbito nacional: “Salvemos o Lince e a serra da Malcata”. Adquiriu terrenos onde pode levar a efeito alguns projectos específicos, sobretudo de vigilância e de preservação da natureza. Estendeu depois a sua influência com a criação das áreas protegidas que, para bem da verdade mais não passa de limitações e obrigações aos proprietários de terrenos. O lince desapareceu por falta de habitat e as estruturas da reserva continuam bem ou mal.


Mas a Festa da Carqueja quis sempre que esta relação de amizade entre a serra e a terra continuasse e se fortificasse. Por isso o dia principal, que tem sido o segundo ou o terceiro domingo do mês de Maio, datas em que a carqueja e o resto da flora está em flor, é uma jornada vivida no meio da serra, no aprazível Espigal, onde a partilha da fé (eucaristia), do pão (almoço) e da amizade (convívio) tem sido uma constante. Esta serra é um dom de Deus. É uma pérola preciosa que não podemos desperdiçar e que devemos usufruir com respeito e amizade. Queremos viver em empatia com ela e não com antipatia. Saibam os poderes locais ou centrais que não abdicaremos desta relação, custe o que custar. A serra é nossa e nós somos da serra. Queremos respeitar a legislação feita pelos sábios e doutores mas também exigimos que nos respeitem a nós. Sempre prontos para colaborar, assim como foi no princípio, agora e sempre.
VIVA A SERRA DA MALCATA!… VIVA A FESTA DA CARQUEJA!…
OBS.: Obrigado a todos os que vieram à nossa Festa. E já agora, porque não pensar numa Festa da Carqueja mais envolvente, em que participassem activamente as povoações que, de todos os quadrantes, confinam com ela? Esta ou outras iniciativas talvez possam ser uma forma de melhor defendermos e preservarmos a Serra da Malcata. Aqui fica o repto…"
Rui Chamuscopublicado no Jornal Cinco Quinas