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MALCATA: O PROBLEMA DA ÁGUA CONTINUA

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Água que apetece beber todo o ano                                                 Há muitos anos que a água da rede pública não chega a todas as habitações da nossa freguesia. Malcata tem um problema chamado “falta de água” nas torneiras. A falta de água é mais grave para as pessoas que habitam as zonas mais altas da freguesia, mas não só, a seca também acontece nas outras áreas da aldeia, principalmente durante os meses de mais calor. Antes da chegada da água da rede pública água havia-a à farta e não havia qualquer entrave ao consumo. Com a chegada da rede de água, as pessoas acostumaram-se a moderar os gastos e a maioria deixou de ir com o cântaro buscar água à fonte. O que alguns residentes não contavam era estar tantos anos sem água da rede em casa. Valeu-lhes as economias e a abertura de um furo para captação de água. Resolveram o seu problema e por desconhecimento, contribuíram para algumas fontes ficarem sem força na veia, quase secas com a moda dos furos artesianos.   Lembro-

RONDA PELA FREGUESIA DE MALCATA

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     Nora na Fonte Velha    Tudo o que nasce morre, diz o ditado.    Nós às vezes esquecemos que as aldeias também envelhecem. Estou a referir-me ao seu património, ao seu mobiliário urbano, ao seu edificado...casas que já foram habitadas, nelas se criaram os filhos e hoje essas habitações são um monte de pedras ou para lá caminham. Paredes com “barrigas” que podem romper a qualquer momento, janelas sem vidros, carvalhos e sabugueiros nascem entre as paredes, enfim, um dó de alma olhar para aquilo.    Vesti a roupagem de um turista e dei uma volta pela nossa aldeia. Cheguei à Fonte Velha, ali reparo na nora, uma relíquia de antigamente, arrepio-me ao ver tanta ferrugem e tanta degradação. Olho para as paredes e a tinta onde ela já vai. Disse para mim mesmo: “Valha-me Santa Engrácia! Então não seria possível arranjar a nora e pintar as paredes?” Aqui deixo o pedido, como malcatenho, a quem de direito, que devolva a beleza e a dignidade que aquela fonte merece.    Mas as coisas não ac

ALCUNHAS EM MALCATA

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                                                                                              Foto in JN                                    LISTA DE ALCUNHAS USADAS EM MALCATA                                         Quando não estamos na presença de determinada pessoa, facilmente identificamos a quem nos estamos a referir usando a alcunha ou apelido. E na nossa aldeia as alcunhas são diariamente utilizadas para identificar determinada pessoa, mesmo sem dizer o seu nome próprio. A utilização das alcunhas ajuda a conhecer a forma de pensar da nossa comunidade assim como ela realmente é: os seus valores, a sua maneira de viver, as ocupações que tem, os costumes e as tradições. É também um meio que facilita a identificação e a comunicação.    Algumas alcunhas por vezes são a forma mais rápida de identificar uma família, porque na aldeia essas pessoas conhecem-se pelos apelidos mais do que pelo nome de baptismo.    Na nossa freguesia desconheço a existência, até ao momento, de algum tra

MALCATA: É PRECISO ABRIR A JANELA

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                    MALCATA: É PRECISO ABRIR A JANELA    A página oficial da Junta de Freguesia de Malcata, ver aqui: https://www.freguesiamalcata.pt/ tem estado desaparecida.      Graças a Deus hoje voltou a estar visível e assim como desapareceu voltou a aparecer, igualzinha a ela própria: muito pobre!          Ontem o município do Sabugal apresentou a sua nova imagem digital https://www.cm-sabugal.pt/municipio-do-sabugal-apresenta-nova-identidade/ e pensei que talvez, quem sabe, a página de Malcata também tenha sido renovada. Mas não, não aconteceu nada, por motivos que desconheço, andou desaparecida das autoestradas digitais.    Para que serve uma página ( site ) assim? Informação incompleta e desactualizada, pois a última notícia no separador NOTÍCIAS, é de Setembro de 2019! Pasmem-se, onde estamos nós hoje!    A acreditar no site, em Malcata não pode visitar a Fonte de Mergulho, não existe nenhuma associação e não aconteceu nada de relevante.    Já não me refiro à publi

MALCATA JUNTA É MAIS FORTE

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                                               "Temos todos de pensar uns nos outros".                      Rui Nabeiro      Hoje, o primeiro dia a seguir á Páscoa, em muitas localidades é guardado para estar com a família e divertir-se, passear, comer ou receber a cruz.      Mas estes dois últimos anos, por causa da pandemia do Covid 19, não se realizaram os rituais religiosos habituais.      Cá para o norte, dada a falta de padres e seminaristas, são homens e mulheres, enquanto leigos, que fazem a Visita Pascal. É uma tradição já muito antiga. As famílias abrem as portas de suas casas ao compasso para assim receber a bênção. A cruz entra e todos os que estão em casa a beijam. Abençoam a casa ungindo-a com água benta. As pessoas sentavam-se à mesa que costumava ter amêndoas, doces da Páscoa, licores e vinho para oferecer aos membros do compasso.     Na época da Páscoa, havia o costume de fazer limpeza à casa, caiá-la e deixar tudo arrumado.           Mas, afinal o que

MALCATA: MEMÓRIAS E RAÍZES

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                         MALCATA:  MEMÓRIAS E RAÍZES DA IDENTIDADE       A Sexta Feira Santa era a noite mais triste do ano em Malcata. Ao princípio da noite todos iam ao enterro de Jesus Cristo. Lá dentro da igreja o ambiente ficava muito pesado, altares tapados de um tecido roxo, sacrário aberto e vazio, um enorme caixão de madeira, em cima do altar era o foco central. Lá dentro jazia o corpo de Cristo, aquele que estava o ano todo no altar-mor da nossa igreja, nesta noite de Sexta-feira Santa, retiravam-no da cruz e era depositado dentro do caixão que seria transportado em procissão pelas ruas da aldeia. A procissão saía da igreja e entrava na Rua da Ladeirinha, seguia pela Rua da Moita, descia pela Rua da Tapadinha e ao chegar à Rua da Fonte, voltavam em direcção à Torrinha, Rua de Baixo e entravam na igreja. Tudo nestas cerimónias eram muito tristes, as mulheres vestiam-se de roupas escuras, pretas mesmo, cobriam a cabeça com lenços e até os cânticos eram de morrer.

MALCATA: A PÁSCOA DAS MATRACAS E MARTÍRIOS

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        Quando tenho saudades de um sítio é porque em algum momento da minha vida lá estive e vivi experiências boas e marcantes. Esta é uma das minhas crenças em acreditar que se deve voltar aos lugares onde já me senti bem.    Malcata é para mim um desses lugares e portanto, sei que logo que possa, irei voltar. Para já e enquanto a pandemia nos condicionar as viagens e nos aprisionar em casa, resta-me apenas recordar alguns desses momentos bem vividos por terra beirã. Já que o confinamento não me deixa regressar à aldeia, faz todo o sentido partilhar aqui algumas memórias vividas noutras épocas pascais. Sabem que isto do Covid 19 está difícil de estar resolvido e nada como dar a volta por cima e aproveitar bem o tempo. Parar e reflectir sobre o Mundo, a Vida, a Morte, o Sabugal, a nossa terra, pode bem ajudar a passar o nosso tempo.    Sei que muitos de nós estamos mortinhos para andar em total liberdade. A Páscoa este ano está a ser complicado para muitas pessoas. Entrámos na Sem