SOMOS TODOS POR MALCATA
Desde que entrei para lá, já estive muitas vezes ao lado deles,
sentado à sua frente, eles em cima do palco e eu na cadeira da plateia, eles a
fazer as coisas que sabem e gostam e eu também a escutar e a assimilar os seus
conhecimentos e a aprender com os seus ensinamentos. Às vezes, em certas e
importantes ocasiões, tive oportunidade de os fotografar para memórias futuras
e também por gostar de fotografar a nossa vida.
Muitas vezes a distância que nos
separa não parece existir nas nossas conversas, graças ao uso de ferramentas
tecnológicas até parece que estamos no mesmo sítio. É apenas uma sensação, pois
na realidade estamos separados por centenas de quilómetros, serras e até
oceanos. É sempre bom quando conseguimos encontrar-nos sentados no primeiro
andar, sentados na mesma mesa da associação, na esplanada do café ou até ao
lado e na mesma mesa das reuniões da junta de freguesia da aldeia, para
trabalhar, escutar, responder, decidir acções para o bem comum.
Durante este tempo e já são anos,
tenho uma relação mais próxima com uma dessas pessoas, sei que outras nos
seguem atentamente e disso nos têm dado conta, ao invés de quem vive neste
jardim à beira-mar plantado. Levamos tantos
minutos de conversa, via telemóvel e troca de e-mail’s, que já lhe perdi a
contagem do tempo. Desta troca de palavras fiquei a saber muito sobre ele e ele
sobre mim e sabemos os dois o que cada um de nós deseja para os próximos
tempos. O tema das nossas conversas tem um assunto comum a todos nós: Malcata.
Há alguns assuntos que ao
conversar um com o outro, ajudamo-nos um ao outro, num clima de abertura
mental, tranquila e que nos dá energias para continuar a trabalhar. Às vezes os
resultados do nosso trabalho não alcançam os resultados ambicionados, mas
graças à nossa forma de estar e sentir e à nossa crença e ajuda mútua,
conseguimos levantar a cabeça e retomar o caminho. Nesta relação de trabalho
associativo, mesmo sabendo que algumas vezes não estamos de acordo, em que os
outros elementos também não, sabendo todos que não somos deuses divinos e
portanto como acontece em qualquer relacionamento de trabalho, seja trabalho
profissional, vida conjugal ou assuntos do associativismo, por vezes, também
discordamos uns dos outros e às vezes até ficamos sentidos e magoados. E por
vezes ficamos com aquela espinha atravessada na garganta e não somos capazes de
logo ali expressar a nossa opinião.
Associação viva é uma entidade activa,
dinâmica, com agenda escrita e actividades marcadas para cada ano, recorrendo,
sempre que for necessário,
aos apoios externos e internos. É com esta flexibilidade de acção que as
entidades públicas e associativas melhor se conseguem encaixar na comunidade
onde trabalham e na sociedade em geral, não esquecendo que também por causa do
associativismo e da acção das associações, as nossas famílias, muitas vezes,
acabam por vir de arrasto e ao sabor das actividades associativas.
Alegra-me e deixa-me feliz quando
estou próximo de pessoas que até me são algo familiares, nasceram na mesma
aldeia ou muito perto, em quem confio e deposito confiança. São elas que muitas
vezes me animam e encorajam a enfrentar as tempestades e as ameaças de gente que
não quer mudar e não gosta daquelas que têm opiniões, ideias e gostos
diferentes. Mesmo que essa ideia ou opinião possa ser melhor, boa e viável na
sua aplicação.
A mim o que me faz continuar a
trabalhar no associativismo é reconhecer e ter a minha convicção que o
presidente é pessoa de bem, sabe trabalhar as matérias, sabe que é importante
ser pró-activo, ser bom estratega, sabe como trabalhar bem os assuntos e como
dá-los a conhecer aos decisores e sabe que o seu know how, a sua experiência
profissional beneficia e credibiliza muitos dos projectos em curso.
Já é tempo de as entidades e
instituições do nosso concelho e da nossa terra se interessarem,
desinteressadamente, pela vida de toda a comunidade, pela vida do povo.
Valorizar e saber reconhecer o trabalho técnico de pessoas como esta a que me
refiro, pessoa com inteligência, técnicas adquiridas, aplicadas na prática e
com resultados económicos elevados, graças ao trabalho da concepção,
administração e acompanhamento e liderança.
Tomaram muitas terras ter na sua
comunidade pessoas assim. Em Malcata a comunidade tem essa pessoa e todas as
instituições, caso considerem que é importante o trabalho e actividades das
instituições que dirigem, que há entre nós pessoas com saber e vontade de
trabalhar, a vida das instituições associativas, empresariais ou junta de
freguesia, ao aceitar a colaboração, o trabalho ficaria mais produtivo, menos
cansativo, mais eficaz e mais aliciante. Mais: as energias e sinergias à
disposição, aumentariam a potência para colocar em marcha projectos importantes
e necessários para alcançar uma melhor qualidade de vida de todos os
malcatenhos.
Está para breve um evento a realizar
na nossa aldeia. A reunião com a Junta de Freguesia, que foi solicitada pela
AMCF, teve como resultado o apoio e concordância da autarquia ao concurso
floral a realizar em breve na nossa aldeia. Foi um avanço e um reconhecer da
importância e do aumento de entusiamo e maiores ganhos para a freguesia, quando
de ambos os lados existe abertura, compreensão e colaboração nas actividades e
nas relações institucionais. O trabalho, a persistência, a partilha de ideias e
projectos, partiu da iniciativa do presidente da AMCF, a quem acompanhei nessa
reunião e disso vos deixo aqui o meu testemunho.
Todos queremos o mesmo.
Reconhecer que o importante é todos
estarmos mais perto e unidos naquilo que é importante para Malcata, para a
autarquia, para as associações, onde se inclui a paróquia, é um passo grande e
não pode ser de outra forma porque todos trabalhamos para o bem da comunidade
malcatenha.
Termino com o meu agradecimento
pessoal aos membros da direção da AMCF, destacando três pessoas importantes
para mim: Rui Chamusco, José Escada e José Lucas.