18 junho 2010
16 junho 2010
AS HORTAS EM MALCATA
Hortas no Vale da Fonte
Estamos na época de cuidar das hortas. A horta não é mais do que um pedaço de terreno, quase sempre próximo das habitações, junto de água, onde as pessoas gostam de consumir os seus ócios, mas a produção é apenas para consumo familiar.
"Nos espaços reservados às hortas, os diversos tipos de culturas sucedem-se sem nenhuma interrupção, tendo-se em atenção, não propriamente a distribuição das plantas, mas a economia de espaço. Assim, o mais pequeno canto de terra é cultivado. A cultura hortícula exige muitos cuidados e, estando sujeita a colheitas constantes, por causa das suas funções alimentares quotidianas, fica situada o mais possível da habitação. Nos casais do interior da Serrai ficava, normalmente, junto à linha de água, nos solos mais húmidos e fortes, mas não muito afastada da habitação. Excepcionalmente, ocorrência ainda actual, por falta de propriedades apropriadas para a cultura hortícola, próximo do povoado, a horta era feita em terra situada até ao limite de cerca de quinze minutos de marcha. As principais culturas hortícolas são, desde há muito, o feijão, o grabanço ( grão de bico ), a ervilha, o alho, a couve, a alface, a cebola, a cenoura, o pimento, a ginja (malagueta), a abóbora, a couve portuguesa, o tomate e o morango. Acrescem ainda diversas flores ( malmequeres, despedidas de Verão, rosas, carrulos, etc.) e ervas aromáticas ( salsa, oregãos, mangericão, hortelã-pimenta e erva cidreira)", escreveu o nosso conterrâneo Dr.José Manuel Lourenço Rei, ( Zé Rei ) na sua Dissertação de Mestrado na Especialidade de Arqueologia da Paisagem e Planeamento, apresentado na Universidade do Minho(Braga) a que deu o título "O HOMEM E A SERRA DA MALCATA, Uma Relação Inscrita na Paisagem.
MALCATA: CÃES NO DESEMPREGO
Cão pastor no desemprego
O animal adormeceu ao sol, apesar de ter sombra por perto. Preferiu as pedras em vez da erva. Nada o incomoda e a soneca está-lhe a saber pela vida. "Agora, disse-me a Ti Ana, o pobre só dorme. Antes, não largava as cabras, mas tive-as de vender. Sabes, João, já estou cansada e a saúde anda fraca.As pastagens são muito longe e o gado tem que comer todos os dias. Eu já não posso andar nesta vida, bem pena tenho mas que vamos fazer?!"
Depois desta breve conversa fiquei a olhar para o cão e a pensar nos milhares de pessoas que agora têm mais tempo para dormir, para ver a selecção no mundial, porque alguém lhes retirou o trabalho. Para mim, o cão continua a ser o animal com mais sorte, pois, não precisa de trabalhar para viver, comer e dormir. O ser humano, necessita de trabalhar para poder viver e satisfazer as suas necessidades básicas. A boa vida está para os cães, mesmo aqueles que nasceram com o "faro" para guardar cabras e ovelhas.
14 junho 2010
MALCATA: BOM PORTUGUÊS
Legenda: Salão da Freguesia e Sede da Associação
Quem me sabe decifrar esta placa? Salão da Freguesia ? E que freguesia tem este salão? Ah! Eu sei que muitos da aldeia sabem o nome da freguesia, mas e quem não é da aldeia? E o erro repete-se com "Sede da Associação" que também ficamos na mesma. Todos os da aldeia, mesmo aqueles que nunca aprenderam a ler ( por várias razões ) sabem qual é a associação que ocupa este espaço. Que mais não fosse, pelos almoços e churrascadas que se fazem por ali e quase sempre de borla. Esta placa diz que foi inaugurada a 22 de Fevereiro de 2009. Já lá vai mais de um ano e hoje ao rever o meu arquivo de fotografias sobre Malcata, dei com esta placa que não esclarece todos os que a lerem. Portanto, solicito à direcção da ACDM ( Associação Cultural e Desportiva de Malcata ) e talvez à Junta de Freguesia de Malcata, o favor de substituir a placa por outra mais esclarecedora para todos os que a lerem.
08 junho 2010
MALCATA VIVA 2010
O texto que se segue foi copiado da internet do sítio da Junta de Freguesia de Malcata. Este texto, escrito com alma e com autenticidade, pelo Carlos Gonçalves, só vem confirmar o que eu já sinto e vivo em relação a Malcata. É tempo de deitar para fora e partilhar essas vivências interiores e que nos ajudam a compreender a vida da nossa aldeia. As pessoas são o mais valioso que Malcata possui.
Leiam com atenção este texto e respondam à pergunta do Carlos Gonçalves:
MALCATA VIVA
Malcata é, sem dúvida, especial.
Digo isto não só por ela ser a minha aldeia, mas porque de facto, num concelho com um saldo fisiológico bastante preocupante, ter assistido a uma manifestação associativa como a de Domingo passado, foi uma espécie de ambrósia para os sentidos.
Elogio em boca própria sabe a vitupério? Pois que saiba! Não contem é comigo para enveredar pelo trilho da falsa modéstia e inibir-me do que me vai na alma. O que sinto por esta aldeia (e por todo o meu concelho) é tão grande que não o poderei tradu¬zir com palavras de modéstia…só de grandeza.
Analisando friamente aquela “terra”, é fácil constatar um aglomerado bem ordenado, limpo, acolhedor, tranquilo e sobretudo muito hospitaleiro.
Está recheada de gente que tem vontade de fazer e faz. Arregimenta voluntarismos incríveis e paixões que as distâncias euro¬peias não diluem - veja-se a enorme quantidade de blogues que os nossos jovens mantêm quer a partir do estrangeiro quer a partir dos mais variados cantos do país. É absolutamente notável. Como corolário de tudo isto, esta aldeia tem uma vida associativa invulgar.
Tem três associações e todas elas com uma pujança que ultrapassa de longe a dimensão do meio que servem. É um movimento associativo gerador de dinâmicas locais e também propiciador de bem-estar social, cultural e até material (por via dos postos de trabalho que esta dinâmica vai gerando).
E, como que a querer contrariar uma inércia quase endémica deste nosso interior português, estas três associações e Junta de Freguesia decidiram, pela primeira vez (e com promessas que outras haverá), juntar esforços e galvanizar por um dia esta lindíssima localidade. Foi um espectáculo inter-geracional digno de nota e, foi incrível ver como a partir deste associativismo se consegue uma tal mobilização.
Desde as actividades desportivas às cinegéticas, tudo aconteceu neste Domingo. Foi um rodopio de participantes. Que mobilização, que espírito comunitário. Se os mais ágeis e vigorosos se cansavam nas bicicletas todo terreno, outros, já menos jovens, mobilizaram-se para prepararem o repasto para toda a comunidade, repasto esse que envolveu todos os cafés que se responsabilizaram pela confecção do prato principal.
Que aldeia!
Para servir todo este voluntarismo, a aldeia dispõe agora de um sumptuoso (digo bem…sumptuoso) salão polivalente construído pela Associação de Solidariedade Social e que para além de servir as necessidades do nosso lar de idosos, está ao serviço desta comunidade e que, neste dia, serviu de sala de jantar. Dignidade é o que este edifício imprime a esta aldeia, às instituições concelhias e supra concelhias que o utilizarem no futuro e às acções que aí forem dinamizadas.
Se num Concelho como o nosso for necessário dar um exemplo de esforço para contrariar as adversidades, então direi que Malcata foi, neste dia, o paradigma.
A vida associativa terá, ”per si”, capacidade regeneradora suficiente do tecido social e económico de um concelho?
A resposta é naturalmente negativa.
No entanto, se gente que trabalha arduamente todos os dias, ou já tanto trabalhou durante tantos anos (cá ou no estrangeiro), é capaz de se mobilizar para façanhas destas ao abrigo do amor à sua terra e às suas associações, o que não se poderia fazer se esta dinâmica se generalizasse e se tornasse contagiosa?
Deixo a interrogação.
Texto: Carlos Gonçalves
Fotos: Vitor Fernandes
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