26 maio 2008

O PREÇO DA GASOLINA EM PORTUGAL



"O engenheireiro arranja sempre uma maneira de embrulhar as suas políticas para o seu lado.
Vejam só a pérola dos aumentos do combustível:
"Quando os senhores estavam no governo, o ISP era de 70%, ao passo que agora baixámos para 65%".
Vamos então fazer as contas:

no tempo da "outra senhora":
70% x 1 € = 70 cent
70 cent x 1 $/€ = 0.70 $

agora, com a descida socrática:
65% x 1,5 € = 97 cent
97 cent x 1,5 $/€ = 1.4 $

É a engenharia no seu sentido mais sublime, ao serviço da aldrabice ao zé pacóvio!


24 maio 2008

A HISTÓRIA DOS NOSSOS EMIGRANTES CONTADA POR JOSÉ VIEIRA

A história dos milhares de emigrantes portugueses por terras de França ainda está por contar.
José Vieira, luso-francês, hoje realizador de cinema, também foi emigrante e tem procurado tirar da amnésia social esta parte da história portuguesa. Ainda este mês passou num canal francês um filme acerca dos emigrantes portugueses onde se retratavam as condições em que eles se encontravam. As histórias dos nossos emigrantes, onde se inclui o meu pai, são anos de vida passados nos arredores de Paris e ainda hoje continuo sem saber muito bem o que lá fizeram, como lá viviam, como lá passavam os dias...o José Vieira afirma que é uma história que podia continuar blindada pelo silêncio, porque não enaltece ninguém: nem Portugal, nem França e nem os seus protagonistas. Nos anos 60 havia uma centena de bairros de lata na região parisiense, os chamados bidonvilles para onde iam os portugueses que chegavam à França. O próprio José Vieira cresceu no bidonville de Massy, no Sul de Paris.

Eram como os bairros de lata que há hoje à volta da cidade de Lisboa. Locais lamacentos que se propagavam ilegalmente em baldios e terrenos abandonados à beira de edifícios e torres modernas. Viviam em barracas com água a brotar do solo húmido. Por causa da lama, conta José Vieira, "as pessoas tinham dois pares de sapatos-um par para andar no bairro, outro para sair".

"Eu não me vim embora por vergonha!" admite um ex-emigrante no filme de José Vieira.




José Vieira


Foi assim que Malcata( aldeia dos pais de José Vieira) foi perdendo os seus filhos para os bidonvilles franceses. E poucos voltavam para contar como se vivia lá. Os emigrantes portugueses trabalhavam na Renault, na Citroen, na construção civil, nas auto-estradas, nos jardins e a maioria vivia nos bidonvilles à volta de Paris.


Pessoas entrevistadas pelo José vieira?! Conhecem algumas...penso que sim.

"O Belmiro, o homem que fazia o transporte dos emigrantes portugueses, passou o mês todo a fazer viagens entre Malcata e os bairros de lata." diz o José Vieira a uma revista de cinema.
Os filmes de José Vieira vêm ao encontro da necessidade dos filhos dos emigrantes conhecerem melhor a história dos seus pais. Dois filmes de José Oliveira: A fotografia rasgada, de 2001, e O País onde nunca se regressa.



21 maio 2008

SABUGAL CONVIDA-NOS A IR LÁ COMER

CIRCUITOS GASTRONÓMICOS, de 21 a 25 de Maio




Os “Circuitos Gastronómicos”, a decorrer entre os dias 21 e 25 de Maio, terão por palco vários estabelecimentos de restauração aderentes do Concelho do Sabugal e da Mancomunidad do Alto Agueda.
A cozinha tradicional típica da região, a animação e o bom atendimento, são alguns dos motivos porque não pode perder este evento... venha surpreender os seus sentidos!

Com subordinação ao tema «uma viagem pelo património do saber-fazer», o Município do Sabugal no sentido de colaborar com os operadores da restauração e similares promove a acção “Circuitos Gastronómicos”, tendo como principais objectivos a divulgação da gastronomia tradicional da Região Raiana; a contribuição para a promoção sócio-económica e turística da Região e ainda a integração desta acção na dinâmica da Festa do Mundo Rural/Mostra Agro-alimentar do Alto Côa.

A data da realização, foi escolhida tendo em conta a previsível afluência de pessoas à região tendo em conta o feriado de 22 de Maio.

Os Circuitos Gastronómicos são uma acção aberta a todas as entidades comerciais de restauração e similares da região transfronteiriça, desde que integrem os objectivos da realização e cumpram o estipulado nas “Normas de Funcionamento”.

CLIQUE AQUI para visualizar o programa com os menus gastronómicos.

EVA-UM BOM PROJECTO PARA AS ESCOLAS DO SABUGAL

EVA-Espaço "Vida Activa", é um programa que vai ao encontro das reais necessidades dos alunos que frequentam a escola. Todos sabemos que os nossos filhos fazem um percuso de 9 anos de escolaridade obrigatória. Agora está na moda os Currículos Alternativos, com várias actividades práticas, trabalhos manuais, carpintaria, informática, que visam a integração do aluno na vida activa. Quando chegam ao fim desses 9 anos o que acontece a estes adolescentes?
Na maioria das escolas não acontece nada.Mas felizmente que há excepcções, e este é o caso da Escola EB 2.3 de José de Passos em Guifões, Matosinhos.

Espaço "Vida Activa"


Este EVA é constituído pelas áreas do Saber Fazer/Estar/Ser da vida diária do adolescente, futuro homem ou mulher( cozinha, sala, quarto, área de estudo e de criatividade ), onde aprendem a cozinhar, a fazer a cama, a engomar roupa e a coser.
O objectivo do EVA é que os alunos com necessidades educativas especiais ( e também os do regime de educação normal) adquiram competências que lhes permitam independência pessoal, promovendo a total autonomia na idade adulta.
Este espaço foi inaugurado ontem, 20 de Maio de 2008, na Escola EB 2.3 de José de Passos, a uns mil metros da minha residência e é de louvar este tipo de iniciativas por parte das escolas.
Este projecto tem cabeça, tronco e membros e não tem nada a ver com o currículo alternativo do Centro de Emprego da Guarda ( Equivalência ao 9ºAno=Jogador de Futebol).
Este projecto tem o apoio de mecenato e da Câmara Municipal de Matosinhos.

A Câmara Municipal do Sabugal e o Agrupamento escolar do Sabugal, têm aqui um exemplo prático e útil para o ensino dos alunos do concelho.



20 maio 2008

A REVOLTA DAS PESSOAS DO SOITO IMPEDE O FECHO DA ESTAÇÃO DOS CTT




DECISÕES INCOMPREENSÍVEIS E FASCISTAS!!!

"Na manhã de 19 de Maio, o povo soitense reuniu-se junto à Estação de Correios do Soito, em manifestação contra o fecho daquela dependência. A população reivindica que o horário se mantenha, dado que foi alterado.

Em sinal de protesto contra aquilo que julgam «mau» para o Soito, a população desta vila, concentrou-se junto às instalações da Estação dos Correios, perto da hora de fecho da manhã, para impedir que o novo horário imposto entrasse em vigor.
Em declarações ao Cinco Quinas uma residente do Soito presente na manifestação disse que foram informados desta decisão «à última hora», ou seja, na sexta-feira, altura em que afixaram um papel a informar quanto ao novo horário. «Nós estamos aqui a impedir, para a estação não fechar», referiu, argumentando: «Queremos a estação aberta porque é necessária.»
Roberto Lavrador, tesoureiro da Junta de Freguesia do Soito, referiu ao nosso jornal que «Os correios de Portugal decidiram fechar a estação do Soito da parte da tarde sem pedir autorização à junta de freguesia do Soito. Não nos enviaram nenhum comunicado a explicar as razões do fecho. Simplesmente decidiram colocar este papel na sexta-feira e ficou o facto consumado, e não é assim, as coisas não se processam assim», explicando: «Seria para entrar hoje em vigor. Foi feito à revelia de toda a gente com o desprezo total à população do Soito, sem dizerem nada a ninguém, nem comunicaram à junta de Freguesia, nem ao posto da GNR. Foi tudo feito à moda antiga, à moda fascista.»
Os populares mantiveram-se unidos na manifestação, não deixando sair o funcionário dos CTT «enquanto isto não for resolvido», disse o tesoureiro, reivindicando: «O funcionário tem de cumprir o horário que estava, nós não aceitamos este horário.»
«Já foi enviado um ofício na quarta-feira passada, dia 14, a pedir explicações sobre este assunto, até à data não responderam. De qualquer forma aguardamos uma resposta», explicou Roberto Vaz Lavrador.
José Matias, presidente da Junta de Freguesia junto às instalações dos CTT dirigiu-se aos presentes apelando «para que o povo se mantivesse durante a tarde junto à estação de correios», referindo que «eles mentiram-nos, porque querem fechar isto duas horas da parte da tarde, e não nos disseram nada, que era fechado por eles quererem. Estou a negociar com a Directora dos Correios de Portugal, Maria Portugal, para não fecharem.»
Neste momento, e após uma conversa telefónica com a administração há a indicação de que, para já, e durante a semana que agora começou vai haver negociações para solucionar o problema, mantendo-se a funcionar no horário normal".
in "Jornal Cinco Quinas"

Se esta ordem dos CTT fosse numa estação da cidade de Lisboa, Porto ou numa cidade como por exemplo, Paris, as pessoas protestariam e os jornais e televisões massacrariam os portugueses com directos do local e até eram capaz de mostrar o cão, o periquito, as explicações por parte de algum Gestor dos correios. Só que este facto aconteceu na Vila do Soito, no concelho do Sabugal, distrito da Guarda e em pleno século XXI. Nós, os que lá vivem, aqueles que lá nasceram mas tiveram que sair de lá e "fazerem-se" à vida, sabemos onde fica a Vila do Soito e a necessidade e importância que algumas instituições têm para nós. Os correios, infelizmente continuam a ser os únicos, é um serviço necessário para as populações que vivem no interior do país. As tecnologias de informação não vieram solucionar os problemas e as necessidades desta gente. Quem lhes fecha uma estação "porque Lisboa assim escreveu" não tem o juizo todo, não conhece o verdadeiro país em que vive. São decisões tomadas com os cotovelos apoiados numa secretária onde tem um computador, telemóveis, pen-drives e trabalha em ambiente bem climatizado. Esses senhores nunca desceram ao Soito, a Malcata ou a uma destas aldeias do Sabugal. Saiam da área de conforto em que tomam estas decisões e venham ver a m..e..r..d..a que fazem.Se não acreditam, reflictam nisto até sexta-feira, data que a população do Soito aceitou para ver a situação resolvida: A Câmara do Sabugal está a terminar a construção do Centro de Negócios do Soito. Trata-se de um centro preparado para receber 32 pequenas empresas, nas quais todos depositam muitas esperanças e começam a ver o futuro das suas vidas mais alegre, mais airoso. São novas oportunidades de negócio, de trabalho e de aumento de serviços para os CTT. Será que quem decidiu fechar a estação dos correios do Soito desconhecia estes investimentos e o potencial que pode trazer aos próprios correios? A Câmara do Sabugal está a investir dinheiro e nós sabemos que os recursos desta autarquia são escassos e tudo tem que ser bem investido. Será que algum empresário ou novo empreendedor que surja, vai investir no Soito sabendo que os serviços de correio só funcionam durante a manhã? Onde é que já se viu abusos destes?
Razão têm os habitantes da Vila do Soito. Força amigos, mostrem que têm sangue raiano, abram as gargantas e gritem bem alto por respeito, justiça e não esmoreçam nem tenham medo de incomodar o sono do lince da Malcata, até porque se ele vos ouve aparecerá à porta dos correios também a protestar pelo abandono e desprezo da sua espécie.