14.8.19

A IMPORTÂNCIA DO PATRIMÓNIO EDIFICADO DE MALCATA


 


  
A fachada de uma casa é um pouco a imagem que o proprietário quer fazer passar a quem olha de fora. Eu penso e é apenas a minha opinião, que quando uma casa de habitação tem uma fachada bonita, optaria pela construção de muros que valorizassem e mostrassem ainda mais a fachada da minha casa. Estou a pensar na colocação de grades, vidros, pedra igual aquela com que revesti as paredes da casa e num jardim simples.
   Para mim a parte frontal da casa é a principal, é aquela parte que todos vêem e que nos transmite o que podemos encontrar por dentro, ou simplesmente, aquela fachada de mau gosto que por muito dispendiosa que ela tenha sido, é apenas uma fachada.
   Lembro-me de olhar para aquela casa reconstruida, sem muro de cimento pintado de branco. Gostava muito das escadas e das grades em ferro pintado naquele tom verde-escuro. Quando ali passava, aquela casa destacava-se das outras porque podia ver a beleza da pedra de xisto combinada com a pedra de granito. Agora está tudo escondido e dá dó olhar para aquele lado da rua. Ainda não compreendi como foi possível tamanho desrespeito pela harmonia e beleza alcançada com as obras anteriores. Lá diz o povo que no "melhor pano pode cair a nódoa!"
                                                                          José Nunes Martins

1.8.19

PEDRA COM HISTÓRIAS PARA CONTAR

  

   A fotografia mostra-nos uma pedra. É de granito, tem a forma de um cubo e para além de ter uma cova, que me parece não ser obra do acaso, tem nas faces um conjunto de letras que até hoje não consegui decifrar.
   Pela curiosidade que me despertou, para além do sítio onde ela se encontra, esta de estar gravada e com uma cova, que pela sua configuração, tudo indica que já serviu para apoio de qualquer coisa ali encaixada e dado o peso da pedra, permitia segurar bem, por exemplo, um barrote de madeira na vertical.
   Ao observar esta pedra, penso tratar-se de uma pedra com uso e desempenhou uma função de alguma importância e com certeza tem que ter história. Talvez o seu elevado peso tenha contribuído para que lá continue e ninguém lhe dê valor ou se preocupe em guardar aquele pedação de cantaria. Por isso, apelo à Junta de Freguesia o favor de recolher aquela pedra, para a preservar e protegendo-a de um possível roubo ou simplesmente ser destruída aos poucos. Uma pedra como esta não deve e não pode continuar naquele espaço que funciona como lugar de espera das camionetas, é que mesmo para servir de banco, a sua dureza e rugosidade não convida a pessoa a nela sentar as nádegas. Mesmo sendo apenas uma pedra, aquela pedra não podemos relega-la ao seu esquecimento.
                                                        José Nunes Martins
                                                                                                                      

14.7.19

OS DE BAIXO COM MUITA ÁGUA E OS DE CIMA EM BANHOS DE LAMA

Foi em Setembro e este ano será em Agosto?







   Desde os anos 50 que não parou a abalada de pessoas da nossa aldeia para outras terras, outros países. Por necessidades de melhorar as condições de vida familiar,  foram muitos os que foram obrigados a emigrar e longe da sua terra aprenderam a mostrar que eram pessoas trabalhadoras.  Alguns desses primeiros que abalaram já regressaram e aqui estão a viver a reforma.
   Hoje já não emigram assim tantos, mas agora quem emigra são os nossos recursos de água. Tal como aconteceu com os emigrantes, a água das nossas nascentes está a ser rentável para aqueles que vivem na Cova da Beira. Preocupa-me olhar para o nível a que se encontra a água da albufeira da barragem do Sabugal, nomeadamente na zona envolvente a Malcata. Há dias visitei a albufeira da barragem do Meimão/Meimoa. Lá não falta água em toda a extensão da albufeira. Não estava em pleno armazenamento, mas se compararmos com o estado em que se encontra a albufeira da barragem do Sabugal, sou levado a pensar que não estão a ser justos no controlo dos níveis de água nas duas albufeiras. Enquanto os malcatenhos ficam a ver os esqueletos da antiga estrada e a antiga ponte, dando quase para voltar a caminhar pelo velho alcatrão, as gentes da Cova da Beira e os utentes da Zona de Lazer do Meimão desfrutam e abusam de tanta água à disposição. Lá para baixo ficam mais ricos, mas cá os malcatenhos não podemos ficar mais pobres simplesmente pela inexistência de pressão política sobre os responsáveis dos transvases da água de Malcata para o Meimão. Alguma acção deve ser feita para que se faça justiça.
                                                                      José Nunes Martins

7.7.19

ESTÁ TUDO NA MESMA

Continua tudo na mesma


   Há situações que não mudam, por muita água que passe por baixo da ponte nova de Malcata. Gostava de saber qual é a expressão correcta para dizer aos que visitam a nossa aldeia que estimo a sua visita. Escreve-se Benvindos ou Bem-Vindos, a Malcata? Por exemplo, à entrada do Meimão, vindo do lado da Meimoa, eu encontrei uma placa onde li “Bem-Vindos” e por baixo o nome da aldeia.
   Em Malcata, logo à entrada, ali junto à Senhora dos Caminhos, continuamos na mesma. Mantém-se a palavra “Benvindos” e respectivos sarrabiscos negros e indicação de coisas que já passaram à história.
   Mais uma vez, aqui estou a mostrar que não pode continuar assim, ou não devia continuar tudo na mesma. Depois não me venham dizer que só eu é que me incomodo com estas coisas!
                                                                   
José Nunes Martins
josnumar@gmail.com