5.8.16

PARA LÁ DA FESTA,HÁ MAIS VIDA EM MALCATA



 
As Festas da Malcata estão quase, quase a começar. De 8 a 14 de Agosto Malcata tem motivos para andar feliz e contente. A começar pelo futebol, depois os jogos tradicionais e uma Caça ao Tesouro, quem quiser e gostar vai à garraiada ao meio da tarde que se realiza no campo de futebol. E os eventos continuam com o torneio de petanca, a pesca à linha, enquanto as crianças se disfarçam com rostos de princesas e índios ou outros sonhos. Os jogos de cartas também vão fazer beber umas minis e a umas boas batidas em cima da mesa, dando sinais de boa vazada. Sem novidade é o baile e discoteca na Praça do Rossio, com início na sexta-feira e fim de festa na noite de domingo.
   Este ano, a Junta de Freguesia e a ACDM vai voltar a organizar a “Feira de Artesanato e Sabores”, vai na sua 3ª edição e promete ser mais um êxito.
   Vão ser dias de muita euforia, muita animação. Talvez os assuntos menos agradáveis sejam esquecidos e muitos problemas sejam deixados para trás, apesar de sérios e importantes para a vida da comunidade.
   A semana das Festas da Malcata vão servir de cortina de fumo e vão ajudar a esconder a dimensão de alguns problemas com que os malcatenhos estão confrontados. A Festa, o futuro da Festa de Malcata é um desses problemas. Nestes dois últimos anos, por falta de acordo entre as partes, as Festas de Malcata e a Fábrica da Igreja organizam a programação festiva cada qual por si, separadamente, ou seja, as cerimónias religiosas estão a cargo da paróquia e a programação … passa a ser da inteira responsabilidade da comissão das Festas da Malcata.
   Esta falta de acordo e de coordenação esconde desacordos muito mais profundos e sérios que as pessoas mais humildes podem pensar. São conflitos de mentalidades, são conceitos de organização e de hierarquia de valores que estão na base desta diferente forma de festejar. Pelo segundo ano consecutivo Malcata festeja e ao mesmo tempo há quem não viva a alegria da festa. Uns porque defendem o novo figurino da festa e reclamam para os mordomos todas as responsabilidades e todas as decisões relativas ao programa das festas. Outros porque viveram as festas como os seus antepassados, ou seja, em sintonia com as suas crenças religiosas e cuja centralidade dos festejos estava nas cerimónias religiosas. Nelas depositavam os melhores momentos e todos os outros eventos que venham a acontecer, desde que corram bem e o povo goste, transformam a festa numa grande festa e deixa alma e corpo feliz.
   Quando a festa acabar a aldeia regressará à sua normalidade e quem sabe, as pessoas arranjem tempo para debater publicamente as festas de Malcata. Sugiro que organizem um debate público, onde com ordem e educação todos tenham oportunidade de expor as suas ideias, ouvir as ideias dos outros, aproveitar para apresentar sugestões pensadas e orientadas para o bem de toda a comunidade que vive na nossa aldeia, respeitando sempre, os seus usos, costumes e tradições. Se assim acontecer, as festas de Malcata ressurgirão com mais alegria, com mais harmonia e continuarão a ser o grande momento festejado por todos os malcatenhos e que uns dias de Agosto os une na sua terra natal.
   Aos malcatenhos e a quem os acompanha, bem como todos os que nos visitam nesta altura do ano,
bem-vindos a Malcata.


29.7.16

BENDADA, A ALDEIA METIDA NA MÚSICA



Inês Andrade, directora artística do Bendada Music Festival, após
o concerto Sinais de Futuro, na Igreja Matriz de Malcata, em conversa com Joaquim Martins,
jornalista ao serviço da Rádio Altitude da Guarda.

                                

BENDADA, A ALDEIA METIDA NA MÚSICA
 Parte do conteúdo da conversa que a Altitude FM ( Rádio Altitude da Guarda ) teve com Inês Andrade, a propósito do festival de música que se realizou na sua aldeia, Bendada.




Inês Andrade:"O Festival de música da Bendada foi ganhando forma ao longo de alguns meses e apareceu. Eu venho à Bendada desde que nasci e lembro-me de a Bendada ter ainda bastante gente, especialmente no Natal, que é quando os emigrantes voltam, e é muito triste chegar à Bendada noutra altura do ano, que não é Natal ou férias de Verão, não haver ninguém, ver meia dúzia de pessoas na rua, a escola da Bendada tem 4 alunos, portanto se não se fizer nada a aldeia está mesmo condenada a desaparecer.Pois não nascem crianças e as pessoas estão a envelhecer cada vez mais. E é de facto muito triste que aconteça. A Bendada é tão bonita, toda a gente que lá vai fica fascinada, não há razão nenhuma para que as pessoas não queiram ficar mais tempo na aldeia, porque podem ter uma qualidade de vida muito muito maior que têm nas grandes cidades.Este festival é uma maneira, claro que não vai mudar tudo, mas talvez seja uma ideia que se possa continuar ou possam surgir mais ideias para começar a mostrar às pessoas que é possível viver bem no Interior do país, até fazer melhor porque há condições especiais, há sossego, há  um ambiente especial  para que se possa ouvir música e aproveitar este tipo de coisas.
Este festival mostrou que há muita gente interessada. É muito complicado vir porque não há condições de alojamento. Este ano apareceram as pessoas da aldeia a oferecer as suas casas para as pessoas poderem ficar durante a noite, para poderem vir ao festival. E já há gente interessada talvez em começar a investir e arranjar alojamento na Bendada , restaurar casas que estão a cair, para que mais gente possa vir e possa ficar aqui. O festival tem feito perceber às pessoas que vale a pena investir na Bendada e que será uma boa aposta para o futuro".

Rádio Altitude:
Inês Andrade, filha, neta, bisneta de interpretes ou criadores musicais, e já não podemos dizer que aos vinte e poucos anos de idade  esta agora residente em Boston, nos Estados Unidos, onde frequente estudos musicais superiores,  pertença ao grupo dos mais novos. É que um dos objectivos da directora do festival de música da Bendada  é também formar as crianças da aldeia  que despertam  para a tradição que se perde nos séculos.

Inês Andrade fez o Conservatório desde os dez anos  em Lisboa, licenciou-se no conservatório de música e frequentou o mestrado em performance e ensino, por duas vezes foi distinguida com a melhor aluna do ano, depois fez mestrado em piano em Nova York e agora está a concluir o doutoramento em Artes Musicais na Universidade de  Boston, Estados Unidos. Mas a Bendada continua a ser a aldeia dos Verões e dos Natais. E foi entre férias, já depois de inaugurada a Casa da Música na aldeia, impulsionou a campanha para que a sala tivesse um piano e teve-o no último Natal ".Ouçam aqui a Inês Andrade e o seu entusiasmo quando fala da sua Bendada:

12.7.16

AS VITÓRIAS DA NOSSA VIDA

 Foto de Rui Monteiro, Jornal Cinco Quinas
Homenagem a Filipe Panto, na Final do 14ºInter-Freguesias do Sabugal, em 10 de Julho 2016
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   No mesmo dia 10 de Julho, umas horas antes da consagração da nossa selecção nacional de futebol como vencedora do Euro 2016, na cidade do Sabugal decorreu também a final do 14ºInter-Freguesias do Concelho do Sabugal. A equipa do Sabugal venceu esta edição de futsal e a equipa de Malcata ficou classificada em 14º lugar.
   Como a foto em cima mostra, a organização deste ano, não esqueceu Filipe Panto, um jovem atleta e com raízes familiares criadas em Malcata e Quadrazais, mas que nos deixou há pouco tempo, tendo ele também participado noutros jogos desta prova. E lembro que em agosto de 2014 foi um dos dinamizadores do torneio de 12 horas de futsal, incluído nas festas de Malcata.



Em França malcatenhos festejam vitória portuguesa

         Umas horas mais tarde, os nossos queridos emigrantes vibravam com o futebol. Viva a vida!


7.7.16

DESCOMPLICAR O PODER LOCAL

PILARES DE ACTUAÇÃO DA AMCF



   A Junta de Freguesia de Malcata, incompreensivelmente, continua a ignorar o trabalho da AMCF e no meu entender, a desaproveitar oportunidades de melhorar a vida da nossa comunidade. A contínua falta de postura institucional e o devido respeito democrático do poder local para com esta associação é difícil de compreender.
    A democracia, apesar de haver eleições e vencedores, não é um concurso ou um campeonato em que os vencedores ganham e durante o seu mandato consideram-se os donos da razão. A democracia existe para enfrentar e dar voz a todos os cidadãos, sejam de um país, de uma cidade ou de uma pequena aldeia. Quando os vencedores não são capazes de dar voz a todas as razões, a sua representatividade fica enfraquecida. Todos temos a obrigação de dar voz a todos e as instituições públicas devem agir em conformidade com a sua missão.
    Os malcatenhos têm hoje uma associação que sonha e quer mostrar com trabalho, com ideias, com projectos que também temos direito a sonhar e apontar caminhos que nos tirem do marasmo em que nos encontramos.
Mais importante que os nossos interesses pessoais, sejam eles de que natureza forem, é importante que os malcatenhos se convençam que há esperança e futuro em Malcata para os nossos filhos.
   A AMCF não desarma e continua a construção a que se propôs quando nasceu, vai agora fazer um ano. A formação do "Conselho Consultivo" da AMCF, dando cumprimento aos Estatutos da associação, está constituído. Surpresa das surpresas: ausência da Junta de Freguesia, porque declinou o convite formulado pela AMCF. Mas, sinceramente, quando olhamos para as entidades e pessoas que aceitaram fazer parte deste conselho consultivo, os meus olhos brilham de esperança e sinto que esta associação está a traçar e a construir caminhos que nos podem levar ao êxito.
   Aos olhos de alguns esta associação não fez nada. E para quem tem acompanhado o trabalho desta associação, é estimulante sentir e ouvir palavras de ânimo e são muitas as pessoas e entidades públicas e privadas que se têm associado a esta dinâmica que há medida que o tempo corre nos vai surpreendendo e nos leva a acreditar que em Malcata também se pode viver e ser construtor de um mundo novo.
  

  

12.5.16

QUE FAZER COM A ALDEIA DE MALCATA?


   Que fazer com a aldeia de Malcata?
   Que fazer com o território da Malcata?
   Que estratégias estão a ser desenvolvidas pelos malcatenhos para desenvolver a aldeia e o seu território?
   É ou não importante criar uma marca e investir numa estratégia de marketing e comunicação?
   O presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, um dos participantes no debate “Que fazer com o país das aldeias?”, realizado na Bendada, nas conclusões dos trabalhos referiu a “necessidade de serem criados pólos de excelência rural. E que é necessário “identificar aldeias com uma génese idêntica e que consigam especializar-se numa determinada função e conseguir fazer dessa função a marca”.
   E no concelho do Sabugal existem já alguns exemplos: a aldeia de Sortelha, todos a conhecem como ALDEIA HISTÓRICA, os Fóios dizem que são ALDEIA TURISMO, a Bendada, começa a ser conhecida como a ALDEIA DA CULTURA.
   E a aldeia de Malcata?
   A população de Malcata tem um papel fulcral no desenvolvimento da aldeia e nos futuros projectos que possam vir a surgir à sua volta.
   Os malcatenhos têm que ser envolvidos na definição de uma estratégia que empurre a nossa terra para um “pólo de excelência”, uma aldeia diferenciadora e inovadora. Sem esse envolvimento da população, o desenvolvimento social e económico fica comprometido.
   É urgente preservar a identidade de Malcata e para isso precisamos de encontrar uma ou várias estratégias de desenvolvimento correctas, que efectivamente contribuam para o desenvolvimento da nossa aldeia.
   Há perguntas que os malcatenhos devem responder:
   Houve ou não crescimento económico e social significativo em Malcata com base na criação da Reserva Natural da Serra da Malcata, com a construção da Barragem do Sabugal e com a construção do Parque Eólico?
   Um olhar atento pela aldeia e à vida dos que habitam em Malcata leva-me a concluir que as estratégias seguidas até agora, não têm dado resultados. Há então a necessidade de criar e apostar em estratégias diferentes e mais inovadoras.
   Voltando às perguntas do princípio deste texto, é necessário, importante e urgente definir claramente os objectivos e o plano de desenvolvimento de uma marca para a nossa aldeia.
   Vamos criar a marca como Aldeia do Lince? Aldeia de Montanha? Aldeia Verde( Floresta )? Aldeia do Desporto de Natureza? Aldeia Serrana? Aldeia dos Carvoeiros? Aldeia do Contrabando? Aldeia do Cabrito?
   Que fazer com a nossa aldeia, as suas gentes e o seu território?

1.5.16

MÁ DESPESA E MÁ INFORMAÇÃO

    Cada vez mais as pessoas utilizam a internet e as suas mais diversas ferramentas para se comunicarem umas com as outras e também com as instituições públicas e privadas, sejam elas empresas, escolas, hospitais, paróquias, câmaras municipais ou juntas de freguesia.
   O uso da internet tem várias vantagens e uma delas é a de permitir responder mais atempadamente às necessidades do cidadão e fomentar uma maior confiança entre ambos.
   Criar boas relações, partilhar valores e informações, tirar dúvidas, divulgar o que a nossa aldeia tem e pode oferecer a quem nos deseja conhecer ou simplesmente visitar, são outras vantagens da internet.
   Numa altura em que Malcata até possui ligações através de fibra óptica, o poder local, nomeadamente a nossa Junta de Freguesia, parece que ainda não percebeu que deve ter uma presença mais assídua e mais actualizada nas diversas formas que a internet nos permite. Vejam as imagens seguintes, retiradas hoje, 1 de Maio de 2016, da página oficial na internet da Junta de Freguesia de Malcata. Dois exemplos de descuido, de quem não dá importância absolutamente nenhuma à importância e ao verdadeiro valor da informação e ao verdadeiro e bom serviço público. Já passaram quase sete anos, não são sete meses, segundo a informação dada pela página da Junta de Freguesia, no que diz respeito ao MOVIMENTO ASSOCIATIVO e EQUIPAMENTOS, nestes anos todos estamos como em Setembro de 2009!
   A isto eu chamo má despesa pública, mau serviço público. Os malcatenhos merecem mais e melhor.

   Imagens recortadas da página oficial da Junta de Freguesia de Malcata, a 1 de Maio de 2016

   

22.4.16

O PODER NÃO É ETERNO



O PODER NÃO É ETERNO
Há pessoas que não conseguem ou não querem largar a cadeira do lugar que ocupam há uma dezena de anos. Parece que vivem coladas ao assento e ainda temem que quando se levantarem de vez, não haverá quem faça bem o trabalho.
Não estará na hora de dar o lugar de comando a outras pessoas? A  pessoas de outra geração, com ideias diferentes, mas responsáveis?
Será que na maior parte das instituições não se pode apostar em novas gerações de gestores?
Então como é que se procederá uma renovação?