10.5.13

MALCATA SOLIDÁRIA

Homenagem ao Presidente da ASSM
(
Foto do jornal Cinco Quinas )
    Foi em ambiente de festa que o povo de Malcata celebrou os 18 anos de vida do lar da ASSM (Associação de Solidariedade Social de Malcata ) e que este ano teve como ponto alto a homenagem ao seu presidente, senhor Carlos Clemente, cargo que ocupa desde 1995. "Pavilhão Carlos Clemente" é o nome com que agora passa a ser conhecida a obra que foi construída em 1998 e que todos chamavam pavilhão multiusos.
Carlos Clemente agradece a homenagem
                                                              ( Foto do Jornal Cinco Quinas )
 
   


A homenagem a Carlos Clemente foi acompanhada pelo senhor Jacinto Dias, actual Director do Centro Distrital da Segurança Social da Guarda, pelo senhor António Robalo, actual presidente da Câmara Municipal do Sabugal e pelo senhor Carlos Gonçalves, actual presidente da mesa da Assembleia Geral da associação.
   E antes de todos cantarem os parabéns, houve comes e bebes, música e cantares pelo Grupo de Cantares da Meimoa. A cereja em cima do bolo foi colocada pelo comovido presidente da instituição ao anunciar que brevemente se irão iniciar as obras da Unidade Residencial  Para Idosos, com capacidade para receber e apoiar 31 utentes. A unidade social ocupará os terrenos ao lado do Pavilhão Carlos Clemente.
   E pensar que tudo começou com um sonho, com a bondade doTi Cidades ( Manuel Augusto Cidades ), que doou à ASSM os terrenos onde em 1992 se iniciou a construção do lar. A sua inauguração decorreu no ano de 1994, em 1995 eram já 25 os utentes do lar, aumentando para 37 utentes em 1997, após obras de adaptação. Seguiu-se em 1998 a construção do pavilhão multiusos, um espaço que tem servido toda a população de Malcata sempre que dele necessita.
   A ASSM está VIVA e o céu é o limite dos seus sonhos. 



Funcionários do Lar


 
   Uma palavra de apreço para todas as pessoas que fizeram parte da direcção da instituição. Também uma palavra de agradecimento e de ânimo para todos os funcionários da instituição que diariamente dão o seu melhor para o bem estar dos nossos queridos idosos.


   

15.4.13

OS SINOS TAMBÉM FALAM

Campanário da igreja matriz

     Ao chegar a Malcata não se assuste se de repente ouvir o som dos sinos. É ainda normal escutar esses sons na aldeia e nos campos que a rodeiam. E é normal que quem venha a esta aldeia pense e se interrogue porque estão os sinos a tocar.
   Acredito que, se perguntar a uma pessoa da aldeia que esteja ao seu lado e já for de idade avançada, obterá uma resposta acertada, mas se fizer essa mesma pergunta a um jovem, quase de certeza que não satisfará a sua curiosidade.
   Na nossa aldeia existem três sinos em pleno funcionamento: dois no campanário da Igreja Matriz e outro na Torre do Relógio. Durante muitos anos estes três sinos têm sido importantes na vida quotidiana das pessoas da aldeia. Os sinos do campanário continuam a enviar a mensagem a quem deseja participar nas diversas cerimónias religiosas que ao longo do ano se realizam na igreja, agora de cara renovada. E também o sino da torre do relógio continua a ser o marcador do tempo para muitas pessoas.
 
   



Última chamada para a missa

   Será que o toque dos sinos sempre foi feito como o sacristão o faz hoje? E por que razão só os homens tocavam e ainda hoje, é deles o exclusivo desta tarefa? Alguma vez os sinos terão sido tocados através da ajuda de cordas? Sabiam que há variados tipos de toques?
   A verdade é que na aldeia continuamos a poder ouvir os três sinos a tocar sempre que é necessário. Por mais quantos anos vamos continuar a ouvir os sinos do campanário? Hoje já muitas pessoas deixaram de dar importância ao som dos sinos. Aquilo que hoje chamamos internet e comunicação digital, desde há muitos anos que os sinos serviam de mensageiros rápidos e sem interferências no envio das mensagens importantes que eram necessário e urgente às vezes, transmitir ao povo.
   E o sino da torre do relógio? Lá continua a resistir e a transmitir as horas e as meias horas a quem quiser ouvir. Hoje o martelo eléctrico substitui os dois pêndulos que durante anos e anos davam a corda ao relógio e ajudavam os ponteiros a passar as horas do dia e da noite. Nunca compreendi a decisão desta mudança na forma de o relógio trabalhar, mas ninguém me venha dizer que a electricidade é melhor do que as duas pedras. Na altura deviam ter reparado o que estava defeituoso e nunca terem destruído uma sistema que hoje faria  do relógio uma máquina invulgar e única. 



São 5 horas da tarde no relógio da torre
        Como vêem, os sinos também falam e ainda conseguem enviar mensagens sem erros, desde que o operador saiba badalar correctamente.
   

16.3.13

A ALDEIA DO SOSSEGO E DO VAGAR


   Há lugares neste país em que ficamos com a sensação que o tempo anda a uma velocidade mais lenta. Quando deixo a confusão da cidade e ando pelos campos e caminhos da aldeia, fico convencido que em Malcata os ponteiros do relógio andam mais devagar, as horas parecem mais longas e os dias nunca mais acabam.

   
Pequenos jardins, onde ouvimos o vento e os pássaros, levam-nos a olhar para as águas calmas da albufeira e dou comigo a olhar e não vejo senão água e mais água e mais água. Ó Senhora dos Caminhos, para onde estamos a caminhar?

 

   Na aldeia é assim o trânsito nas ruas. E cada vez passam menos e o silêncio perdura durante horas e horas e raramente se ouvem as campainhas das cabras a descer a rua e aqueles inúmeros "caraços pretos de azeitona", mas que até nem eram assim tão mal cheirosos.


Os caminhos vêm da serra e vão para a serra. São caminhos ideais para esquecer os problemas e admirar paisagens de cortar a respiração. Lá do alto da Machoca, em dias claros e azuis celeste, os olhos conseguem alcançar a outra serra, a Serra da Estrela, a aldeia de Quadrazais, imaginamos os Fóios e as terras de Espanha e pensamos se por lá, as montanhas se encheram de ventoínhas que com a ajuda do vento fabricam electricidade. E até com sorte conseguimos ver a torre do Castelo de Cinco Quinas que há muitos séculos defende a história deste povo raiano.
   
   Olhando para a imagem nem parece que é o que é. Ah meu povo, olhai para esta magnífica paisagem e digam lá se nos enche a alma! Claro que sim. Hoje Malcata proporciona estas maravilhas e muitas outras.

9.3.13

OS ESPAÇOS DA ALDEIA


O ESPAÇO PÚBLICO NA ALDEIA DE MALCATA


Que espaços públicos existem na aldeia?
Como é que eles se  encontram  hoje organizados e que transformações sofreram ao longo do tempo?

Qual a importância desses espaços  públicos  e a sua configuração, da sua envolvente e da sua adaptação às
novas necessidades das pessoas?

Quais as principais características que os espaços públicos devem possuir, de forma a responder eficazmente e com qualidade aos novos e futuros desafios de Malcata?

A PRAÇA DO ROSSIO

(Torrinha)



  A Praça do Rossio, também conhecida pela Torrinha, foi e ainda continua a ser o espaço público mais concorrido da aldeia. Desta praça partem, ou confluem, cinco das ruas principais da aldeia: Rua da Fonte, Rua do Carvalhão, Rua de Baixo, Rua da Ladeirinha e a Rua da Moita.



Início da Rua do Carvalhão

 Rua da Ladeirinha, ao fundo, para a direita e
Rua da Moita para a esquerda

 Rua da Fonte



Rua de Baixo



Praça do Rossio ( Torrinha )



 Fonte e tanques

 Torre do Relógio


 A Torre do Relógio

   A Praça do Rossio, sendo o espaço público com maior importância na povoação, não deve ser descurado, pois tem representado um modo de vida dos nossos conterrâneos ao longo de séculos.
   Este espaço tem funcionado como o local de festas, bailes, mostras gastronómicas, etc. E quem não se lembra dos encontros e das cartadas que se jogaram nesta praça? Este lugar ainda hoje continua a ser um lugar de encontros, de convívios. A presença da Torre do Relógio, a fonte e a água sempre fresca, os comércios do Ti Tó ( casado com a Ti Rosa ), o outro comércio, do Ti Varandas ( casado com a Ti Deolinda ), muitos anos serviu como Posto dos Correios e até de posto de "enfermagem" que muitos nunca esquecem os saberes e os dons do Ti Varandas. Também nesta praça existiu a taberna mais conhecida da aldeia e não só, onde eu em garoto, via televisão, os adultos bebiam os quartilhos ou traçados, tendo sido mais tarde, o primeiro sítio a servir café expresso, muitos chamavam "bica". Esta taberna do Ti Joaquim "Rebino" e da Ti "Benbinda" muito contribuíram para que este local fosse o centro da terra.
   Era nesta praça que os homens se encontravam. Então aos domingos, no fim das missa, todos paravam por aqui e por aqui ficavam na conversa, bebiam uns copitos e as mulheres juntavam-se nas bancas dos vendedores que apareciam por aqui com as carrinhas a vender frutas, calçado, roupas, às vezes lá aparecia um latoeiro e quem tivesse caldeiros rotos ou quisesse comprar um novo, ou comprar uma almotelia para o azeite, ou comprar uma candeia nova, era de aproveitar.
   Hoje, já não é a mesma coisa.
   E tanto mais que eu tinha para escrever sobre a praça do Rossio, a fonte, o forno do pão. É por isso inquestionável a necessidade de olhar para este espaço público e estudar a forma de manter, preservar e melhorar este mesmo local continuando como sítio de encontro de pessoas.
   Olhando para o espaço da praça, observando as construções que rodeiam o Rossio e a Torrinha, que vos parece? Está bem como está? As casas e a sua conservação contribuem para valorizar este espaço público, ou pelo contrário, está a necessitar de intervenção urgente?

 
   




19.2.13

CONHECER MALCATA É PRECISO

   Como se chamam as ruas, becos, largos e praças da nossa aldeia? Todos conhecemos o seu nome? E os bairros, será que na nossa terra existem bairros?
   Hoje em dia todas as ruas, becos, praças, largos e bairros da terra estão identificados e têm o seu nome inscrito numa pequena placa rectangular de mármore. O mesmo acontece com as casas, todas possuem um número. Na altura em que este trabalho foi realizado não sei se nessa altura houve ou não a colaboração de uma Comissão Municipal de Toponímia, mas acredito que sim. A verdade é que alguns dos nomes dados às ruas de Malcata, becos e praças, têm sempre em conta alguma ligação com as pessoas que ali viveram ou ainda vivem, também têm a ver com o meio ambiente que rodeia a área ou até com outras situações.
    Vou começar por vos apresentar o Beco da Tapada. Este arruamento inicia-se ali junto aos tanques da Torrinha, em frente à casa onde durante muitos anos viveu o Ti Firmino, mesmo no princípio da Rua do Carvalhão e voltamos para a esquerda entramos no Beco da Tapada. Hoje um empedrado de paralelos em granito levam-nos até ao grande portão verde da casa onde viveu o Ti Abel Sacho, o homem do tractor David Brown e mais tarde o vermelho International. Ainda me lembro da malhadeira grande para os cereais (pão e trigo) e outra máquina mais pequena para debulhar as maçarocas do milho.Lembram-se do curral e do seu enorme tamanho?

   BECO DA TAPADA
Subir o Beco da Tapada 

 

Portão da Casa do Ti Abel
 
 Lembram-se de como era esta zona da tapada? O espaço estava muito mais vazio, não havia portões, varandas, muros. Lembro-me da casa da Ti Ana e do Ti Domingos Sarilho, lá para o fundo do largo. Aqui neste espaço, que serviu de "eira" no tempo das malhas, foi também a "praça" de algumas touradas à moda da raia. A última foi realizada neste largo e desde então não houve outra.


                                                            Antiga eira e Praça de touradas          



Tapada


Descendo o Beco da Tapada
   O tempo não parou e as pessoas que viveram nesta tapada, agora chamada de Beco da Tapada, algumas já não me lembro delas. Quem se lembra dessas pessoas, das suas famílias, de alguma história por ali vivida? O Beco da Tapada está vazio, muito silencioso e com muros que não me deixaram ver como eu o conheci. Aguardo os vossos comentários.

10.2.13

A FECHADURA SEM CHAVE

   A cravelha, uma fechadura em madeira, usada na nossa aldeia para fechar as portas das lojas e dos palheiros. Estavam sempre situadas na parte exterior das portas e mais ou menos a meio, do lado direito ou esquerdo, conforme a disposição da porta.
   Naqueles tempos, uma porta fechada com cravelha era muito usual e ninguém se preocupava com roubos ou pilhagens.

3.2.13

UM SONHO QUE PASSOU A REAL

Começaram as obras no antigo Quartel da G.F.
   Tudo tem um começo, tudo começa com um sonho. Sabemos que muitos sonhos não passam disso mesmo, sonhos. Há anos que o povo falava da necessidade de dar utilidade ao antigo quartel da Guarda Fiscal. A degradação do edifício era cada vez mais acentuada e alguma coisa havia que fazer.
   A Junta de Freguesia de Malcata solicitou à Câmara Municipal que reconhecesse de Interesse Público o referido edifício, pois a Junta tinha um projecto de interesse para a freguesia e aquele espaço era o ideal para a sua concretização. O pedido da Junta de Freguesia foi apresentado na Assembleia Municipal do Sabugal e aprovado em sessão realizada no dia 29 de Abril de 2011.
   As obras de recuperação e requalificação já começaram e vão transformar o antigo quartel num novo edifício que vai apoiar turistas e desportistas. Também está nos planos das obras a abertura de um espaço para exposição e venda de produtos locais.