18.11.10

MANUEL ANTÓNIO PINA: SABUGALENSE ILÚSTRE

Manuel António Pina-Sessão de autógrafos na Guarda
(Foto do JL)
   
    Nasceu no Sabugal em 1943 e como muitos outros sabugalenses, foram estudar  para outras terras e por lá ficaram. Escritor, com uma veia poética única, é também cronista no Jornal de Notícias e na Notícias Magazine. Escreve palavras claras e directas para os adultos e faz sonhar os mais pequenos quando estão a ver os seus teatros ou a ler as suas histórias. 

Uma vida de aventuras
«O meu nome é Manuel António Pina. Nasci numa terra com um grande castelo, nas margens de um rio onde, no Verão, passeávamos de barco e nadávamos nus. Chama-se Sabugal e fica na Beira Alta, perto da fronteira com Espanha. Quando era pequeno, olhava para o mapa e pensava que, por um centímetro, tinha nascido em Espanha.
Mais tarde descobri que as fronteiras são linhas inventadas que só existem nos mapas. E que o Mundo é só um e não tem linhas a separar uns países dos outros a não ser dentro da cabeça das pessoas.
A verdade é que, por causa da profissão de meu pai, vivi (depois de ter nascido, antes não me lembro…) em muitas diferentes terras e, por isso, não tenho só uma terra, tenho muitas. Uma delas é o Porto, onde vivi mais tempo do que em qualquer outra, onde nasceram as minhas filhas e onde provavelmente morrerei um dia.
Como fui durante muitos anos jornalista, mais de trinta, viajei um pouco por todo o Mundo, da América ao Japão, da China ao Brasil, da África ao Alaska. E como sou escritor tenho viajado também por dentro de mim mesmo. E por dentro das palavras. Assim, apesar de ter nascido numa terra com um grande castelo, nas margens de um pequeno rio, não pertenço a lugar nenhum, ou pertenço a muitos lugares ao mesmo tempo. Alguns desses lugares só existem na minha imaginação. Porque a imaginação, descobri-o também, é o modo mais fantástico que há de viajar.»
Texto copiado daqui:

8.11.10

MALCATA: O FUTURO ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS

   No passado sábado decorreram em Malcata as primeiras jornadas micológicas. Sob a orientação do Engenheiro António Borges, chefe da Unidade de Gestão Florestal da Beira Interior Norte, os participantes iam aprender mais sobre o mundo dos fungos. Depois da saída para o campo e da apresentação dos cogumelos recolhidos houve oportunidade de provar algumas espécies e também presenciar a pisa da castanha seca com métodos "tradicionais e ecológicos", que acabaram dentro de uma panela e transformarem-se num delicioso caldudo.
   Pelo que relata o senhor José Manuel Campos, coube ao Abílio o aprimorar do caldudo que com certeza deixou muita gente bem comida e de barriga cheia.
   É um começo e estas iniciativas devem continuar a realizar-se na aldeia de Malcata e também na nossa região. O mês de Novembro está cheio destas iniciativas e de outras de não menos importância e sabores.
   O Engenheiro António Morgado, Presidente da Câmara do Sabugal, a respeito destas actividades organizadas pela Câmara e em colaboração com as Juntas de Freguesia disse à Local Visão que "É importante dinamizar o território e promover aquilo que nós temos. Nesse sentido, quer a micologia quer as castanhas, os doces e licores, as compotas, os enchidos...é tudo importantíssimo para nós valorizarmos esse aspecto do nosso território".
   Também o Presidente da Freguesia dos Fóios, professor José Manuel Campos, à mesma televisão falou de que "lamento que nós ´não nos governamos nem nos deixamos governar. Não sabemos aproveitar as nossas potencialidades e aquilo que nós temos. Eles, os espanhóis, vêm cá buscar cogumelos e depois de transformados, os portugueses vão lá comprá-los. No fundo, quem ganha o dinheiro são os espanhóis. Temos muito que aprender...".
    Sabemos que até Dezembro as actividades dos sabores e tradições vão continuar um pouco por todas as aldeias. Por vezes até realizando actividades em vários locais e no mesmo dia. Sim, as pessoas não podem estar presentes em todas, tudo bem. Concordo com o José Manuel Campos quando ele diz que "temos muito que aprender". É verdade, há que aprender a conjugar estas actividades juntamente com ofertas turísticas, ou seja, através dos cogumelos, das castanhas, dos doces, dos licores, do pão no forno a lenha, do cabrito, do bucho, dos agriões, criar programas bem elaborados e planeados conjuntamente com as unidades de alojamento e restauração de modo a oferecer uma oportunidade aos portugueses e a qualquer pessoa que tenha dinheiro, tempo e desejo de conhecer uma região que existe realmente em Portugal.
   Realmente os espanhóis já levam algum avanço. Mas em Portugal já há regiões, como por exemplo, Paredes de Coura, que já estão nesse caminho...o "micoturismo" é uma actividade com uma influência positiva na vitalidade sócio-económica das regiões rurais. Planeam-se programas com jornadas, passeios pedestres, colóquios, oficinas, provas de produtos e os participantes pagam para participarem.
   Exemplos:
   Entendem agora porque eu há dias escrevi que estas actividades não podem continuar a ser gratuitas...se temos de valorizar o "território" e é "importantíssimo" tem que ter um preço. Lembrem-se que os produtos e serviços com qualidade têm sempre saída. Apoiar é ajudar, auxiliar, amparar...não podemos continuar a oferecer almoços grátis. Esses procedimentos mais tarde acabam por serem pagos com os nossos impostos e se as pessoas que assim exercem o seu poder e aquelas organizações que aceitam trabalhar dessa forma, por vezes, acabam todos aprisionados numa teia de onde é difícil libertarem-se sem sofrimento e dor e continuar a viver com o cérebro limpo de ferro velho.
    E cá para nós, já alguém pensou na produção de cogumelos? A sua produção é rentável para os nossos vizinhos espanhóis, logo, deve ser rentável também para os portugueses! Há que descobrir os segredos e quanto mais cedo, mais depressa se ganhará dinheiro.
   Este ano Malcata viveu uma experiência nova. Foi um começo de algo que pode ser mais certo e mais rentável, para os malcatanhos, do que os mega projectos que dizem querer construir nos terrenos da aldeia.

30.10.10

MALCATA : QUEIJARIA REABRE

   Queijaria de Malcata
 

A queijaria, encerrada há muito tempo, vai retomar a sua laboração já a partir do início do mês de Novembro. A APQSM ( Associação de Produtores de Queijo da Serra da Malcata ) assinou um protocolo com a Coopcôa ( Cooperativa Agrícola do Sabugal ) em que esta última entidade ficará responsável pela exploração da queijaria.
   Pode ler mais sobre o assunto aqui:
http://www.jornalaguarda.com/index.asp?idEdicao=373&id=20504&idSeccao=5129&Action=noticia
 
    Há quatro anos, em 2006, a queijaria estava em plena laboração:
    
    Esta reabertura é importante para Malcata e para o concelho do Sabugal.

27.10.10

MALCATA: UMA RESERVA À ESPERA DA FÉNIX

Aí está o 1ºSeminário do Lince Ibérico em Portugal. É promovido pela LPN ( Liga para a Protecção da Natureza ) e patrocinado por muita gente poderosa. Esses que não descansaram enquanto não levaram para o Algarve a marca "Lince" que tanto custou e está a custar a Penamacor e ao Sabugal em transformar a RNSM  num pilar do seu desenvolvimento.
A LPN que tanto lutou pela criação da Reserva Natural da Serra da Malcata, andou pela Serra da Malcata a estudar, a planear e sempre com conclusões de que esta é uma área para preservar e a casa natural para o lince, afinal, foi de malas e bagagem para os ALLgarves e a Serra da Malcata seja o que o ICN quiser.
Actualmente a direcção da Reserva Natural da Serra da Malcata está em Coimbra. O Centro Nacional de Recuperação em Cativeiro do Lince Ibérico foi construído em Silves, as três zonas portuguesas para acolher os linces em habitat natural são uma no Baixo Guadiana, a segunda em Moura-Barrancos e a terceira na Serra do Caldeirão.
   E a Reserva Natural da Serra da Malcata, que foi criada com o objectivo de defender e preservar o Lince, fica de fora destas áreas de reintrodução? Eu sei que a região de Penamacor e do Sabugal têm uns Invernos frios e chuvosos. Mas, o lince sempre por aqui andou e não se queixou do frio, da chuva ou da neve.
   O poder e os lobbys conseguiram transformar Silves e arredores no local ideal para o lince. Penamacor, honra lhe seja feita ao Dr.Sarmento e ao Dr.António Cabanas, tudo têm feito para que a Serra da Malcata tenha a importância e o valor que realmente possui. O mesmo já não digo do Município do Sabugal e de quem por lá tem andado estas dezenas de anos. A Reserva Natural da Serra da Malcata é uma mina que aguarda a chegada da cápsula FénixII para ser resgatada do poder daqueles que em Lisboa ou em Coimbra
a têm mantido bem soterrada. Resta-nos apoiar o Dr.António Cabanas,ao participar na mesa redonda do 1º Congresso Português do Lince, com o tema "O Valor da Marca Lince" na próxima sexta-feira, convença esses poderosos que a Serra da Malcata ainda não ardeu, mesmo apesar de terem por lá crescido torres eólicas.

20.10.10

SABER SER GRANDE SENDO PEQUENA




"Entrai filhos, vá sentai-vos aí e comei alguma coisa. Estai à vossa vontade".
Era assim que a Ti Irene nos recebia em sua casa. A sua alegria e a sua simpatia, mesmo de baixa estatura, fazem dela uma rainha.
Amanhã quando chegar à sua casa, não vou ver e ouvir a Ti Irene. Hoje de tarde passou a morar noutra casa, bem ao lado da minha mãe e por lá vai continuar a dizer o que muitas vezes me disse a mim.

NÃO AOS CALDUDOS GRATUITOS

   O mês de Novembro não tarda muito e já aí está. Este ano a Câmara Municipal do Sabugal em parceria com as Juntas de Freguesia baptizou o mês de Novembro como "Mês da Tradição e dos Sabores".
   E com este lema, durante todo o mês realizam-se várias actividades que vão desde as Feiras de Sabores, Feiras de São Martinho, Mega Magustos da Raia, Provas de Água Pé e de Vinhos, Matanças de Porco, degustação de cogumelos, mostra de doces e compotas locais...ou seja, as aldeias do concelho vão viver uns dias de folia, talvez para esquecer as amarguras da vida e do mau momento que o país atravessa.
   Malcata também vai ter o seu dia de festa. Ou vão ser dois? É que ao ler a AGENDA MUNICIPAL, editada pela Câmara do Sabugal, nos dias 6 e 7 de Novembro, na Aldeia de Malcata, vai ter lugar as Jornadas Micológicas, como se pode ler aqui na foto dessa mesma agenda:
Recorte da AGENDA MUNICIPAL
   
   Agora se formos consultar o sítio da Câmara Municipal do Sabugal, e observarmos atentamente o cartaz deste evento, ficamos informados que a Jornada Micológica de Malcata e a sopa de castanha -CALDUDO, se vai realizar no dia 6 de Novembro, ou sou eu que leio mal?
Cartaz oficial da C.M.Sabugal
   E  agora se lermos o folheto informativo deparamo-nos com este programa:
   E afinal, quem são os parceiros desta jornada em Malcata? Na agenda Municipal dizem que é a ACDM (Associação Cultural e Desportiva de Malcata). Mas no cartaz oficial da Câmara o parceiro passa a ser a Junta de Freguesia de Malcata. Claro, eu sei que estas coisas são pormenores, o importante é que as Jornadas se realizem, o caldudo seja apreciado por quem o comer. Fico é a pensar no real interesse que os organizadores têm e na atenção que dão à preparação destas actividades. 
   Todas as actividades são gratuitas para os participantes? Todos sabemos que hoje, nada é gratuito, nem almoços...tudo tem um preço. A Câmara e as Juntas de Freguesia têm dinheiro para pagar? É bom para quem participa, mas que raio, tudo sem pagar também é demais. Aqui, como nas auto-estradas, devia prevalecer a regra de "participante" logo "pagante", mesmo que pouco fosse. Sei de autarquias que o fazem. Porque não faz o mesmo a Câmara do Sabugal?

14.10.10

29ºANIVERSÁRIO DA RESERVA DA MALCATA




Na Reserva Natural da Serra da Malcata no próximo sábado, dia 16 de Outubro,  vão decorrer dois passeios por esta área protegida dos concelhos de Penamacor e do Sabugal. Ao longo do dia vão decorrer dois passeios:  
   O primeiro inicia-se às 11h30 e vai seguir por mais de quatro quilómetros do percurso pedestre do Espírito Santo, na zona de Quadrazais. 
   O segundo inicia-se às 14h30 no Centro de Educação Ambiental da Senhora da Graça, situado junto ao paredão da barragem do Sabugal.
   Este “dia aberto” coincide com os 29 anos da criação da Reserva Natural da Serra da Malcata.