8.7.09

CASTANHEIRO DE MALCATA É NOTÍCIA

O jornal Diário XXI na sua edição de hoje, 8 de Julho de 2009,publica esta notícia:



Para ler mais clique aqui: http://www.diarioxxi.com/

7.7.09

RASGAR A INTERIORIDADE




Aos jovens do nosso concelho não tem restado outro caminho nas últimas décadas, a não ser de reagirem com os pés (indo-se embora para outras paragens), já que os responsáveis económicos e políticos não têm sabido nem querido reagir com a cabeça, através de políticas e de estratégias adequadas.. É cada vez mais necessário e urgente assumirmos e praticarmos um grito de alma, mobilizar as consciências e responsabilizar os decisores políticos e económicos, já que está em causa o equilíbrio de toda a sociedade, em que as comunidades urbanas e rurais podem e devem completar-se e interagirem. É necessário mobilizar os meios e os instrumentos adequados, enquanto existe população com os saberes, as tradições e as tecnologias que nos caracterizam e diferenciam pela positiva e constituem marcas autênticas de identidade e cultura próprias.




Cidade do Sabugal

A Mudança de mentalidade

Ao longo da segunda metade do século passado, a par do progresso tecnológico e do crescimento das cidades parecia que o desenvolvimento estava garantido nas sociedades urbanas e o atraso nos campos. Parecia que as cidades estavam cheias de oportunidades ilimitadas, abertas ao conhecimento e ao progresso, enquanto o mundo rural se afundava na ignorância, parado no tempo. Parecia que o homem da cidade desfrutava de mais liberdade, era instruído e culto. O futuro parecia pertencer às sociedades urbanas, enquanto nos campos as pequenas aldeias e vilas estavam fechadas no passado.




Parecia, caros leitores! E até interessava ao pensamento e atitude política e cultural dominante e é isso mesmo que ainda hoje pensa uma certa elite urbana bem instalada no grande comércio, na indústria e na alta finança, bem como as castas partidárias sentadas e acomodadas à farta mesa do Estado, numa autosustentada rotatividade entre os principais Partidos. Parecia, mas já não é, ou é cada vez menos! Nem as grandes cidades e concentrações urbanas são o paraíso do desenvolvimento - aí está a violência e a insegurança, o desemprego crescente, a confusão dos transportes com a ruptura das acessibilidades aos grandes centros, o individualismo e a competição selvagem, as rupturas familiares, a educação nas ruas e na noite violenta, o salve-se quem puder, os dormitórios por vezes em casas de cara lavada por fora, mas cheias de droga, doenças e solidão por dentro! Por outro lado, nem as pessoas do campo são as mais ignorantes e tacanhas de outrora já que romperam com a miséria, conheceram e conquistaram novos

horizontes e direitos. As acessibilidades, as infra-estruturas e equipamentos sociais e culturais salpicam por toda a parte o mundo rural, fruto da Administração Autárquica democrática. As condições de vida, quanto ao usufruto de paz, sossego, ar puro e águas cristalinas, ao usufruto de bens culturais, serviços de saúde e de

educação, são já uma realidade positiva no mundo rural. As auto-estradas da informação, com os computadores e outros suportes digitais cada vez mais generalizados, anulam a rígida e imposta centralidade dos grandes centros e permitem rasgar a marginalidade da periferia.

repulsão, factores negativos de perturbação nas grandes concentrações urbanas e há atracção, factores positivos estimulantes de viabilidade do interior, como sejam: a matriz solidária do homem rural, a fidalguia rural no receber e no partilhar, os saberes e os sabores únicos. E o tempo, o tempo natural para os afectos, a participação numa efectiva cidadania de proximidade. Tempo para o silêncio, para a sinfonia do silêncio pontuado pelo recorte da luminosa alegria dos pássaros e o sentimento de partilha de liberdade com a natureza, em saudáveis bebedeiras de cores, cheiros e sabores!


O EMPREENDEDORISMO

Tendo como referência os factores de enquadramento e o movimento de mudança de mentalidade atrás referidos, ser jovem e, sobretudo, jovem empresário no interior e no mundo rural, não sendo fácil, já não é estigma de inferioridade! Há bastantes casos que carecem de ampla divulgação e reflexão para exercerem o natural efeito de demonstração e rasgar janelas de oportunidades no nosso território.

Mas, há o mercado, a falta de mercado e as imposições de modas e caprichos do mercado que representam tantas vezes obstáculos intransponíveis à iniciativa e esforço individuais e isolados. Mas, há também as instituições, as organizações de carácter associativo, as Autarquias Locais e os Departamentos especializados da Administração

Pública. Será que funcionam bem e em rede?

É, exactamente no seu funcionamento em rede, sendo complementares, que reside um dos saltos qualitativos mais decisivos. É, também, fundamental a alteração do perfil dos investimentos das Autarquias Locais - das infra-estruturas e do betão para o apoio aos investidores locais e que aproveitem os produtos e saberes locais. Seja premiando directamente projectos válidos, seja criando condições físicas e/ou organizativas que viabilizem tais projectos.


Uma Proposta

Algumas ideias com Marca


A auto-estrada, A23, tem de se constituir num agente estruturante do desenvolvimento local e regional. O atravessamento rápido de um território de baixa densidade e pobre como o nosso interior gera efeitos positivos mas, também negativos.

Para que os negativos se não sobreponham, tem que ser acautelada a sua inserção numa estratégia de desenvolvimento. De facto, chega-se ou passa-se por cá mais depressa mas, também, facilita a saída! O chamado

“efeito de túnel”, passando-se por cá a grande velocidade mas sem se ficar, não é positivo.

Assim, é necessária uma atitude voluntarista, activa e empenhada, que conduza à constituição de parcerias entre o poder local, a hotelaria, a restauração, o comércio e o artesanato – visando valorizar a economia

local, criar emprego e fixar jovens.

Trata-se de um eixo de modernidade que pode e deve impulsionar os mercados locais, pela divulgação e escoamento dos nossos produtos e bens culturais. Não serão as áreas de serviço da auto-estrada, montras privilegiadas para a divulgação dos produtos, do património, das actividades culturais e eventos locais, através de folhetos, mapas e roteiros, exposição e venda com animação cultural em quiosques típicos de arquitectura e materiais representativos da região? Em um conjunto de placares verdadeiramente informativos e apelativos à visita das nossas terras? Não foram tais pontos de divulgação e venda previstos no planeamento das áreas de serviço, mas podem ser implementados e, desejavelmente, em rede que incluísse as estruturas hoteleiras, de restauração, bem como os agentes produtivos dos produtos culturais genuínos. Poderão, deste modo, surgir novas oportunidades para jovens empreendedores que venham a fazer a ligação entre a produção tradicional e genuína e os pontos de divulgação e venda.

É absolutamente inaceitável que as auto-estradas, sobretudo as gratuitas para os utilizadores e pagas ao longo de muitos anos por recursos financeiros do Estado, tenham nas áreas de serviço estruturas comerciais iguais em todo o país, planeadas lá nos gabinetes centrais, de costas voltadas para os territórios concretos que têm características

diferentes. É a ligeireza e até mesmo incompetência social e política de tratar da mesma forma territórios diferentes, terras e gentes diferentes! É o planeamento cego da massificação e a rasoira nas identidades locais.

Tais tecnocratas, divorciados do país real, actuam desta maneira e nós, calamo-nos?

Ficamos bloqueados? E os nossos representantes políticos locais e centrais, também permanecem bloqueados? Até quando?

Lopes Marcelo

ADRACES

Texto publicado na revista Viver, Julho/Agosto 2006

(Adaptado e copiado )











6.7.09

ANJOS NA TERRA

Aconteceu no passado dia 30 de Junho, por volta das 17 horas. Depois das aulas regressava a casa a pé pelo caminho do costume. Uma falta de atenção e uns segundos depois o metro derrubou o seu jovem corpo para o chão. Tudo parou. Muitos acorreram, muitos viram pela janela da carruagem, do café e alguns observaram, incrédulos, o embate entre carne e ferros.Veio maquinista, INEM, povo e polícia em socorro. Mãe estava na cidade do Porto e o pai encontrava-se a trabalhar num hospital. A irmã depois de receber uma chamada em casa, correu, correu e de chinelos na mão só parou junto da irmã. A mãe veio rápido e encontrou-se na urgência do hospital. Depois de 12 horas de trabalho, recebo uma chamada às 20:00: "traz jantar, acabei de vir do hospital e não há nada para comer". Para mim naquele momento parei e parou tudo. Penso que nunca cheguei a casa tão depressa, mesmo depois de ter escutado a voz dela a transmitir-me tranquilidade e calma. Felizmente tudo está a ficar como estava.
Ontem, soube que afinal não caminhava sozinha da escola para casa. Ela acredita que tinha um anjo a protegê-la durante o caminho e foi "ela" que a empurrou de maneira a que o seu corpo não fosse arrastado pela composição do metro. Acreditam? Nós acreditamos, os outros não importa o que pensem disto.

JARDIM DO CASTANHEIRO














Malcata está cada vez mais receptiva a quem a visita. Veja-se este exemplo de embelezamento, mesmo ao lado da ponte nova. Quando a ponte foi construida ficou neste espaço um monte de terra, serviu de local para depositar entulho e agora, após as obras levadas a cabo pela Junta de Freguesia, transformou-se num bonito recanto. Eu batpizei-o de "Jardim do Castanheiro". Esta árvore já abundou por terras de Malcata. Hoje estão em vias de extinção e parece que lhes vai acontecer quase o mesmo que sucedeu ao lince da Malcata, apenas com uma pequena diferença: a terra não os deixa renunciar à sua nacionalidade, portanto, é em terras malcatenhas que perecerão. Este velho tronco de castanheiro serve de símbolo, é uma homenagem que as gentes da aldeia querem prestar aos castanheiros.

4.7.09

ABRIU O NOVO SITE DE MALCATA


Consultem e participem nesta nova ferramenta que muito pode contribuir para aproximar todos os malcatenses.

3.7.09

CASTANHEIRO MONUMENTAL EM MALCATA

Visita ao Castanheiro de Malcata
Foto copiada daqui: http://www.flickr.com/photos/pedro_teixeira_santos/tags/malcata/


O notável e monumental castanheiro situado nos jardins da Associação de Solidariedade Social de Malcata ( Centro de Dia ) foi motivo para a visita guiada que os organizadores do seminário "Árvores Monumentais:Importância e Conservação no Sabugal" recentemente reaalizado no Sabugal. A fotografia testemunha esse momento e regozijo-me com este acontecimento, pois, tenho a certeza que o trabalho levado a cabo pela Associação Árvores de Portugal, em especial, pelo doutor Pedro Nuno Teixeira Santos, finalmente vai ser recompensado. Vivemos num país onde as árvores por vezes não servem para outra coisa a não ser ocupar espaço e outras vezes para serem transformadas numa mesa, numa cadeira ou simplesmente viver até um dia secar a seiva que no seu interior circula. Mas, neste mundo há pessoas que vêem nas árvores uma boa sombra, um frondoso ramo carregado de ouriços, umas castanhas que depois de assadas e acompanhadas de um bom quartilho de vinho ou mesmo num caldudo bem quentinho, ajudam a viver e a comparar as suas vidas às da árvore. Enfim, eu estou mesmo contente porque há gente interessada em algo que a aldeia de Malcata ainda possui.

2.7.09

EÓLICAS DE MALCATA



O Parque Eólico está quase pronto a funcionar. Quase meia centena de torres foram implantadas à volta da aldeia de Malcata. A paisagem modificou-se e o horizonte está diferente. Malcata já não é o que foi e as pás das eólicas vieram provocar algum desassossego nocturno. Estão lá longe, mesmo ao lado da RNSM, mas há noites em que o ruído provocado pelas torres eólicas se ouve.O mesmo já não dirão os habitantes de Penamacor. Os políticos souberam afastar, e de que maneira, a localização das torres eólicas.