31.12.07

MENSAGEM DE ANO NOVO





FELIZ ANO NOVO!!!
Porque razão desejamos "Feliz Ano Novo"?
Porque celebramos a passagem do ano?
Por esta altura do ano, é normal e geral "fazer uma limpeza",
esquecer o passado, pensar no ano novo que aí vem e desejar um futuro mais promissor.
Apesar de não termos alcançado todas as promessas feitas na passagem de ano do ano que está a chegar ao fim, o desejo de recomeçar volta sempre. O desejo da maioria de nós é o de "atirar o passado para trás das costas", "passar uma esponja no passado", estabelecer novos objectivos e trabalhar para um futuro próspero.
Em vez de decidir "Eu não vou fazer isto" ou "Eu não vou fazer aquilo", devemos dizer "Eu vou fazer isto" e "Eu vou fazer aquilo". Existe uma grande diferença e junta-se uma motivação maior, uma maior determinação e uma maior decisão.
Além do mais, estabelecer objectivos não se restringe ao dia do Ano Novo. Pode acontecer em qualquer altura do ano. Mas quando quer que aconteça, marca de facto um "Novo Ano" na vida de uma pessoa.
Recorda-se do ditado "Hoje é o primeiro dia
do resto da minha vida"
Sim! É verdade!
Mas também é verdade dizer: "FELIZ ANO NOVO!"

29.12.07

A FESTA DE NATAL É DE TODOS


Criançada feliz


A Câmara Municipal do Sabugal organizou este ano vários eventos para festejar o Natal, tendo transformado a cidade do Sabugal num arraial onde quase nada faltou, nem mesmo os camelos que costumam mais andar no deserto. Não sei se o burro marcou presença no cortejo da festa, mas teria sido uma boa ideia.
Desde o início do mês de Dezembro e até ao dia 6 de Janeiro (de 2008), na sala de exposições temporárias do Museu do Sabugal, decorre a exposição de presépios "Natal no Museu". Aproveitem, visitem a exposição e nem sequer têm que pagar para entrar.
O concerto de Natal teve lugar no Auditório Municipal do Sabugal e foi convidada a Filarmónica Recreativa Erense(Eradas-Covilhã), também com entrada livre.
As ruas não foram esquecidas e as iluminações transformaram-nas em locais mais visíveis e mais bonitos.
No passado dia 13 de Dezembro foi a vez das crianças terem os seus momentos de festa e diversão. Vieram de autocarro até à cidade, acompanhadas pelos seus professores, deixando as suas escolas básicas ainda mais vazias. Seguiu-se um cortejo pelas ruas do Sabugal onde participaram também os funcionários da Câmara. As roupas e outros adereços ajudaram a recriar os momentos históricos dos tempos em que Jesus nasceu. Os Reis Magos distribuiram prendas pelos meminos e meninas que depois foram lanchar e participar numa peça de teatro. Também participaram e foram muito animados os saltimbancos, os jograis, as encantadoras de serpentes, os cuspidores de fogo...e a festa foi até às tantas com porco no espeto e outras iguarias.
Todos gostaram da festa de Natal.
Dar alegria aos munícipes é também um dever das autarquias.
Viva a festa!
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Eu já sou adulto e os meus sonhos já não são os de menino. Mas continuo a acreditar na boa vontade e na sabedoria de quem governa o nosso concelho.
Gosto de ver o povo feliz e a saltar mas...não posso ignorar aquilo que li há dias. É que em Reunião de Câmara realizada em 16 de Novembro de 2007, foi aprovada uma deliberação, por maioria, conceder ou "atribuir uma comparticipação no valor de 25.000 euros para a realização do evento, consubstanciado no pagamento das facturas correspondentes". Este pedido foi feito à Câmara pela Comissão Organizadora da festa de Natal 2007.O Vereador Rui Nunes votou a favor e declarou "pelo facto de ter sido a Comissão eleita a decidir, logo os funcionários estariam de acordo". Quanto a abstenções, houve duas: a do vereador José Freire e a de Luís Sanches que juntou uma declaração de voto dizendo que "abstenho-me visto que estamos num período de restrição de verbas para muitos trabalhos de interesse no concelho, para obras e a Câmara Municipal do Sabugal propôe-se gastar 25.000 euros num jantar de Natal. No meu ponto de vista não é coerente."


"Avé-Maria..."

Continuei a ler a Acta da Reunião da Câmara realizada em 16 de Novembro de 2007 e li o que se segue:
"ACÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO
Informação prestada pela reponsável do Sector, sobre a aquisição de "100 cabazes de Natal para as famílias carenciadas do Concelho".Deliberado, por unanimidade, autorizar a sua aquisição, bem como a respectiva despesa no montante de 2.304,75 euros."
Fico com a sensação de que há dinheiro mal gerido pela Câmara Municipal do Sabugal. Entendo a posição do vereador Luís Sanches e digo que há outras prioridades mais importantes do que ver camelos e serpentes num cortejo de Natal.Gasta-se dinheiro em coisas não tão necessárias e essenciais e se no concelho do Sabugal há dinheiro para festas, mas não há a mesma verba para cabazes de Natal(composto de produtos essenciais para alimentar a ceia de Natal de famílias pobres)a partilha está muito mal feita. A mensagem que o Menino nos vem anunciar é a de solidariedade, de igualdade, a de verdadeira família que dia a dia labuta por um mundo melhor. Os recursos económicos, mesmo quando são poucos, têm que ser bem administrados e consciosamente bem distribuidos. Quando se gastam 25000 euros numa festa de Natal ( não subscrevo a declaração de voto do vereador Luis Sanches quando diz que é para um jantar. Não, nesta eu não quero acreditar, mas fico com a dúvida se o "jantar" foi assim tão abastado) é porque há dinheiro para gastar.
Fico contente sempre que leio notícias de festa, de alegria das gentes do Sabugal. É de louvar as boas iniciativas. Mas não posso ignorar outras notícias que me revoltam e entristecem. Somos todos munícipes do mesmo concelho, logo, todos temos o direito a ser tratados de igual forma.
Viva o Sabugal.

27.12.07

PODIA TER ACONTECIDO EM MALCATA...

Presépio na igreja de Malcata(2006)


ERA UMA VEZ... UMA HISTÓRIA VERDADEIRA!..












O frio começava a apertar, caíam as primeiras neves, e na igreja a miudagem dava os últimos retoques na afinação das canções para o Dia de Natal. Por essa altura, chegava invariavelmente à aldeia uma tribo cigana, família larga de muita gente, avós, pais, netos de várias idades, carroças e burros e o inevitável acampamento num pinhal não longe da minha casa. Mesmo perante a
hostilidade geral, que se dizia que os ciganos roubavam, insistiam em passar aí os Natais, vá lá saber-se porquê!...
Nesse ano, os ciganitos traziam um carrito daqueles que se compunham de uma caixa de sardinha ou uma tábua em cima de dois eixos com rodas, e que era usado para os miúdos brincar aos automóveis, descendo ladeiras a velocidades estonteantes. Mas desta vez era um carro de luxo, com rodas pequeninas de aço, que deslizavam como uma pena e um guiador que agora se diria topo de gama. Contei lá em casa e logo me disseram que tinha sido certamente roubado. Ripostei que não: eles tinham-me dito que foi o avô que o fez!...
Havia um caminho bastante inclinado, ao lado da minha casa, onde se juntavam para brincar. A troco de uns bons pedaços de pão, eu era o único elemento estranho a poder utilizar o bólide, embora espaçadamente, que eles exerciam ostensivamente o seu poder soberano e punham-me no meu sítio. Andava, mas quando lhes desse na real gana!... Claro que toda a gente que passava reprovava a minha participação: um menino tão limpinho e filho da senhora professora metido com os ciganos!...E logo iam pressurosos, a avisar!...
Logo pela manhã, foi um alvoroço na minha casa, um altear de vozes que eu não percebia, correrias, um sobressalto. Como ninguém atendesse a minha curiosidade, levantei-me cedo da cama, para ver o que era. Deparei então com toda a gente da família e pessoal de fora, no curral, à volta de um enorme porco, que se contorcia com dores, levantando o focinho em assustadores espasmos. Discutia-se se se havia de chamar o ferrador, que tudo sabia de doenças dos animais, ou o veterinário. A maioria preferia o ferrador, mas o meu pai resolveu mandar alguém ao telefone público, havia um na terra, chamar o veterinário. Mas este tardava em chegar e as contorções dolorosas do bicho metiam cada vez mais dó. Nas circunstâncias, o meu Pai tomou a decisão de matar o animal, encarregando-se ele próprio da função, nos mesmos moldes da matança tradicional, uma faca enterrada no pescoço, direita ao coração. Chegado entretanto o veterinário e inteirado do estado das coisas, mandou abrir o bicho. Rapidamente se verificou que o porco tinha engolido o arganel (uma armação de arame que era espetada no nariz, com dois bicos afiados, para não fossar), e que este lhe ficara cravado na garganta, causando-lhe as dores que podemos imaginar. Descoberta a causa, discutiu-se se a carne do falecido estaria em condições de ir para a salgadeira ou não. O veterinário achou que ele nem teria chegado a ganhar febre, pelo que deixava a opção aos donos. O que fez a discussão retornar ao ponto de partida. A maioria era pelo aproveitamento, mas a minha mãe declarou jamais comer tal pitéu, pelo que, ponderados os prós e os contras, foi decidido enterrar o porco. No chão nevado da quintarola, foi feito um buraco e o animal enterrado.
Olhando por cima do muro baixo da propriedade, que confinava com a estrada, os miúdos ciganos assistiram à operação, tendo logo contado aos pais. Pelo que, passado algum tempo, apresentaram-se dois ciganos pedindo para desenterrarem o porco, pois o aproveitariam para lhe tirar o sebo ou até para comer, se estivesse em condições. Levaram um rotundo não do meu pai, pois se não servia para nós, não servia para ciganos, o que eles imediatamente desmentiram com veemência. Era Natal e até poderiam dar alguma carne aos filhos. Se ela estivesse boa, claro!…
Perante a negativa, foram embora, mas voltaram e continuaram a insistir. Os miúdos rodearam-me e prometiam que me deixavam andar o que quisesse, se levassem o porco. Perante a fortíssima abordagem conjunta, minha e dos ciganos, o meu pai disse-me: diz a eles que não quero saber de nada, mas se, quando chegar da vila, vir algum buraco, chamo logo a polícia. Contei aos ciganos e estes aos pais que me disseram de imediato: a gente tapa logo e até põe neve por cima!...
Homens e mulheres vestidos de preto lá desenterraram o porco, taparam o buraco, arrastaram a neve, transportaram-no em braços até ao muro, puseram-no na carroça e abalaram felizes rumo às tendas, acompanhados por uma chusma de ciganitos.
Passados dois ou três dias, era Natal. Chegado a casa, depois da missa, ainda pude ver a caravana que desaparecia na curva da estrada. E, ao entrar no portão, o carrito que, sem me dizerem nada, me deixaram como prenda de Natal, gratos por uma consoada porventura mais farta. Não estava embrulhado em papel nem tinha laços, mas seria, na sua singeleza, a melhor prenda do Menino Jesus.
Tinham ficado felizes com o porco; quiseram deixar-me feliz com o carrito. Não saberiam bem o que era o Natal, mas, no seu íntimo, estavam em consonância com a mensagem do Menino Jesus, cujos bracitos se abrem para com todos compartilhar e a todos abraçar, independentemente do seu estado, raça ou religião!...O significado do Natal!...

in "4R-Quarta República" e postado por Pinho Cardão
Nota: Li esta história e imediatamente fui levado à minha infância. É bom ler textos como este.

24.12.07

UMA CANÇÃO PARA ESTE NATAL


Em festa pelo Menino, o Deus Connosco, cuja Palavra é motivo de reflexão e ternura, desejo, a todos os que lerem esta mensagem, um Natal muito belo, especial, e na linha da continuidade da sua mensagem ao longo do Novo Ano.

23.12.07

A IMAGINAÇÃO DOS HOMENS





ÁRVORES DE NATAL, PAIS E MÃES NATAIS E PRESÉPIOS...IMAGINAÇÃO HUMANA



A árvore e enfeites de Natal
As primeiras referências à árvore de Natal datam do século XVI na Alemanha. Mas a origem mais antiga é anterior ao nascimento de Jesus Cristo, surgindo entre o segundo e o terceiro milénio, pelos povos indo-europeus. Nessa época era rendido um culto à árvore, sendo o carvalho, considerado a rainha das árvores. No Inverno, quando as suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diferentes enfeites para atrair o espírito da natureza, que se pensava que tinha fugido.

Assim, os enfeites que hoje em dia fazem parte da decoração das árvores de Natal, representam as primitivas pedras, maçãs, entre outros. Cada um destes enfeites tem um significado:
· as velas (antes de serem substituídas pelas coloridas luzes de natal) simbolizam a purificação;
· as pinhas como símbolo da imortalidade;
· os sinos como mostra do júbilo natalício;
· as maçãs e as bolas de cores (que no século XVIII foram desenvolvidas pelos sopradores de vidro da Boémia) simbolizam a abundância;
· a estrela que se coloca no cimo da árvore de Natal anuncia o nascimento de Jesus, a estrela de Belém.

A lenda do pai Natal
Pai Natal: homem bonacheirão e gorducho de faces rosadas e barba branca, vestido de fato vermelho, a conduzir um trenó, pelos céus, puxado a oito renas. Que segundo reza a história, desce pela chaminé e deixa presentes na árvore de Natal, no sapatinho e nas peúgas de todas as crianças bem comportadas,...! Esta foi a imagem criada pela Coca-Cola em 1931 e que persiste no espírito de todas as crianças.
Mas o pai Natal já existia anteriormente. Foram os holandeses que levaram para os Estados Unidos da América a lenda de Santa Claus (São Nicolau) no século XVII, na Alemanha a partir do século XIX, embora as suas raízes remontem ao século IV.
São Nicolau foi um bispo da Ásia Menor, que viveu no século IV, celebrizou-se pela sua bondade. A ele estão associados milagres e gestos de grande generosidade, sobretudo para com as crianças. Como resultado, foi considerado santo pela Igreja Católica e foram criadas inúmeras lendas folclóricas. A ele está associada a lenda de entregar sacos de ouro pela chaminé.
Por toda a Europa o dia de São Nicolau passou a ser festejado no dia 6 de Dezembro, mas a tradição de presentear as crianças neste dia, foi lentamente transferida para o dia 25 de Dezembro pela Inglaterra e posteriormente por alguns países como o caso de Portugal.
Hoje em dia esta imagem está associada a um consumismo desmedido, esquecendo a verdadeira intenção de São Nicolau: dar amor, carinho e generosidade.


A Missa do Galo
Conhecida também pela Missa da Meia noite, celebra o nascimento de Jesus Cristo. Este costume começou no século V, através dos romanos católicos. A denominação de Missa do Galo provém de uma lenda que diz que o galo foi o primeiro animal a presenciar o nascimento do menino Jesus, ficando encarregue de anunciá-lo ao mundo através do seu canto.

A origem do presépio:
Segundo a tradição católica o presépio surgiu no século XIII, pela mão de S. Francisco d’Assis que quis celebrar o Natal da forma mais realista: montou um presépio de palha, com uma imagem do menino Jesus rodeado de animais reais.
O sucesso desta representação na noite de Natal de 1223 foi tal que rapidamente se estendeu por toda a Itália e posteriormente pela Europa e América Latina.

20.12.07

PADRE CÉSAR CRUZ E O NATAL

A internet, quando bem utilizada, serve de veículo para levar as boas notícias aos quatro cantos do mundo. E com um simples clicar no botão temos acesso a pensamentos e exemplos de vida que nos ajudam a levar uma vida mais humana e mais cristã.
César Cruz é um mensageiro da Boa Nova de Jesus e presentemente tem a cargo a orientação espiritual(para além de outras comunidades) da comunidade de Malcata.E aproveitando bem a internet para a divulgação da Mensagem de Cristo ao mundo, publica no seu blog, mensagens, pensamentos e opiniões que têm contribuido para a minha felicidade e de muitos que por lá passam.Tomei a liberdade de "copiar" as palavras que o Pe.César publicou recentemente fazendo delas uma "mensagem" de Natal para todos os que visitam o Malcata.net.Aconselho uma visita ao blog "Pe.César Cruz" em www.pecesarcruz.blogspot.com.
Então, dou o espaço ao Pe.César:


Quando for Natal vamos viver em harmonia e em paz! Quando for Natal a humanidade pode enganar-se falando de tempos esquecidos e já quase não vividos… Enfim, quando for Natal podemos viver o que não vivemos durante o resto do ano! Será este o Natal que desejamos, ou será que o resto do ano é que anda às desavenças com aquilo que verdadeiramente queremos? Sempre que celebramos o Natal ou tentamos encetar a tarefa de lhe dedicar algumas palavras, tentamos escolher adjectivos e verbos para fazer sobressair a época festiva. Falamos de harmonia, paz, alegria... tantas palavras que soam tão bem nesta época natalícia. Pois é... tentamos criar em alguns dias do ano a ilusão de que todo o ano é assim vivido. Ficamos com o nosso íntimo pleno de satisfação por enfeitarmos uma árvore de Natal com arrebiques coloridos e transportamos para o nosso ser essa ilusão: adornamos os nossos sentimentos e o nosso ser nesta altura do ano. Podemos viver numa aversão total aos valores natalícios durante o ano mas nesta altura, sim, nesta altura parece bem! Há uma expressão de âmbito popular que diz que o Natal é sempre que o Homem quiser. Enfim, será mesmo assim? Quando era mais novo recordo-me de ter visto uma história emblemática em desenho animado. Dois bonecos simbolizavam dois povos em guerra. Estavam de costas voltadas e de armas na mão. Quando se aproximava o Natal estes dois bonecos animados voltaram-se e abraçaram-se. Durou pouco este acontecimento, pois, mal a época natalícia findou, voltaram a pegar nas suas armas e virar as costas. Esta pequena história faz-nos pensar. Temo que na nossa vida o Natal também seja assim vivido. Fala-se constantemente em mudanças e de progresso mas será legitimo julgar que o mundo pode ser mudado e nós ficarmos pávidos e serenos diante da nossa condição? Pois é... O Natal está próximo. Sentimentos e desejos para esta festa? Sim, há muitos... Mas gostaria de expressar um só neste ano: que cada dia seja vivido com a verdadeira alegria cristã do nascimento de Jesus Cristo. Que a paz e comunhão transmitidas por este tempo festivo se estendam por todo o ano. Um santo e feliz Natal para todos.
in www.pecesarcruz.blogspot.com

19.12.07

OS TRÊS NATAIS DE BELÉM


BELÉM, ANO 2007 d.c.

Belém,a cidade dos conflitos.
A terra onde Jesus nasceu é hoje um local dos mais conflituosos do Mundo. Nada se compara com a Belém dos Evangelhos e o imaginário que os Cristãos temos desta terra.

Hoje, José e Maria antes de entrar em Belém tinham que aguardar junto a um muro de cimento com uma altura de três andares e revestido com arame farpado. E se os documentos não estivessem em ordem ou se os alforges não servissem para esconder material "ilegal" do género "burro-bomba" e só depois dos soldados israelitas terem recebido ordens superiores para os deixar entrar...então podiam ir a Belém procurar uma hospedaria.



Este muro de betão, segundo o governo israelita,está a ser erguido para manter os terroristas afastados de Jerusalém. Belém fica a 9,5 quilómetros de Jerusalém.
Belém localiza-se na Cisjordânia, em território tomado por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. É uma cidade palestiniana, com uma maioria de moradores muçulmanos(90%). Mas em 1900, mais de 90% eram cristãos. Hoje cada vez são menos e a "aldeia"mais venerada durante o Natal, é um dos lugares com mais conflitos.
No interior do muro , ao longo das fronteiras de Belém, ficam três campos de refugiados palestinianos.
Ao lado do muro, mas fora dele, dominando os pontos mais altos e as colinas circundantes, avistam-se colonatos judaicos em expansão.
No cume da colina principal de Belém, situa-se a Praça da Manjedoura, em frente à Igreja da Natividade.
Praça da Manjedoura
A Igreja da Natividade está quase escondida. A entrada foi ficando mais pequena ao longo dos tempos, talvez para impedir o acesso aos cavalos e camelos dos viajantesO visitante tem de se dobrar para entrar.


Nas zonas rurais de Belém, hoje como há 2007 anos, as grutas são utilizadas para guardar animais de criação, com manjedouras escavadas na rocha.Aqui,no centro deste lugar instável, circundada de colonatos judaicos, aprisionada dentro de um muro, rodeada de campos de refugiados, escondida e aconchegada debaixo do chão de uma antiga igreja, há uma estrela de prata. Foi aqui, segundo se crê, que Jesus nasceu.

Aqui, até os próprios cristãos não são imunes às lutas intestinas. Cada metro quadrado da Igreja da Natividade é literalmente disputada pelos ortodoxos gregos, os católicos romanos e pelos ortodoxos arménios. Os homens santos das três confissões brigam entre si para decidir quem deve limpar cada parede sagrada ou quem pode andar por cada espaço da nave da igreja.
Em Belém, nnem sequer há acordo sobre o dia de Natal. Em que data é celebrado o dia sagrado na Igreja da Natividade? Os ortodoxos gregos, guiados pelo calendário juliano, celebram a missa do Dia de Natal a 6 de Janeiro(13 dias depois do calendário gregoriano). A missa da Véspera de Natal em Belém, transmitida pelas televisões mundiais, no dia 24 de Dezembro, é celebrada na recente Igreja de Santa Catarina, administrada pelos católicos romanos. Os arménios celebram o Natal na sua ala da igreja no dia 18 de Janeiro.
Por isso, em Belém, celebra-se o Natal três vezes por ano!
Seja qual for a confissão professada por cada homem, há algo naquela gruta que os une em oração, em cânticos e em emoção.

Nota:Este texto foi baseado num artigo intitulado "Belém, Ano 2007"publicado pela revista
"National Geographic", Dezembro 2007, págs.28 a 53. Comprei e li e aconselho outros a fazer o mesmo. Depois da leitura do artigo ficamos melhor informados da Belém 2007 d.c.(www.nationalgeographic.pt)