23.12.14

BOAS FESTAS

Quando entro nas instalações do Lar de Malcata, salta à vista a limpeza cuidada e a dedicação dos seus funcionários para com os idosos. 
   A ASSM abriu as portas em 1995 com as valências de Centro de Dia e Apoio ao Domicílio. Em 1996 passou a ter Lar.
   São cerca de 50 idosos que estão a cargo da instituição, estando 37 no Lar, 3 no Centro de Dia e 10 em suas casas, onde recebem apoio domiciliário, ou seja, levam-lhes as duas principais refeições do dia, almoço e jantar, lavagem da roupa pessoal e da casa, limpeza da casa. Estes utentes contam também com toda a ajuda, sempre que solicitada, para acompanhar nas consultas médicas, compras de medicamentos na farmácia…
   A instituição sempre procurou e procura o bem-estar e a melhoria de qualidade de vida dos idosos. Para tal, zela para que não lhes falte o essencial, ou seja, o carinho, o amor, a alimentação, a limpeza e a saúde.
   Quero expressar o meu maior apreço a todos os funcionários e colaboradores da Associação de Solidariedade Social de Malcata, que ao longo destes anos têm proporcionado uma vida mais confortável, mais segura e com mais dignidade aos nossos queridos idosos. Graças ao trabalho de todos, os idosos, que são merecedores dos vossos carinhos e afectos, vão vivendo os seus dias e as suas noites à espera de um gesto de gratidão pelos sacrifícios que passaram nas suas vidas, para que outros beneficiassem duma vida melhor do que a que eles viveram. Todos e cada um de nós lhes devemos aquilo que somos e aquilo que temos e por isso merecem todo o nosso carinho, apoio e solidariedade, enquanto viverem entre nós usufruindo duma qualidade de vida que os faz sentir felizes e aos seus familiares e amigos orgulhosos.
   A todos vós, que ajudam a engrandecer o nome e a alma da ASSM e a todos malcatenhos, Boas Festas e um Feliz Ano Novo. 





18.12.14

MALCATA CONTESTA EÓLICAS




Habitantes de Malcata
Contestam Expansão de Parque Eólico!


 Parque Eólico de Penamacor 3B
( Até os animais da Quinta do Ramalhas deixaram de ter sossego)






Ler mais em: 
http://www.cmjornal.xl.pt/cm_ao_minuto/detalhe/habitantes_de_aldeia_do_sabugal_contestam_ampliacao_de_parque_eolico.html

E também podem ler aqui:
Ler mais: http://visao.sapo.pt/habitantes-de-aldeia-do-sabugal-contestam-ampliacao-de-parque-eolico=f804761#ixzz3MI8MfrZG
Também é importante saber que:
Em 2011 o Parque Eólico de Penamacor produziu 269.263 MWh o que corresponde a uma facturação de 27.255M€. Quanto deste dinheiro beneficiou a aldeia de Malcata?
A Lestenergia iniciou em 2010 os procedimentos necessários ao sobreequipamento ( expansão ) do Parque Eólico de Penamacor. O Parque de Penamacor é composto por vários Subparques e o de Malcata é designado por Sub-Parque de Penamacor 3B. Neste momento já estão instalados e em laboração 19 aerogeradores. E apesar de a Lestenergia escrever no seu relatório de actividades de 2011 a expansão do Parque de Penamacor, os habitantes da aldeia de Malcata foram mantidos no esquecimento e só em 2014 é que conheceram as verdadeiras intenções dos promotores do parque eólico. Embora no que diz respeito ao licenciamento do sobreequipamento, a Câmara Municipal do Sabugal tivesse solicitado a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental, o povo não foi devidamente informado. Para além do atraso do início desta obra por causa da exigência da Câmara do Sabugal, que atrasou o processo de licenciamento, no Relatório de Actividade de 2011 da Lestenergia também podemos ler que a empresa teve dificuldade na obtenção de financiamento.


14.12.14

PERGUNTAS DIFÍCEIS


PORQUÊ?

Na aldeia e por muitos outros lugares há pessoas que levaram as mãos à cara e fizeram a temida pergunta: porquê? Porquê ela e assim como foi? Porquê?
Porquê três funerais numa semana? 
Grande mistério que mesmo vivendo longe e afastado me faz pensar na morte de tanta gente querida e que partiu. 
É difícil esquecer e não pensar na morte. A verdade é que a filha da mãe leva as pessoas amigas e aquelas que nasceram no mesmo lugar que eu e muitas vezes nem nos avisa, nem uma simples sms, apesar de ser gratuito e rápido. Valha-nos os amigos que nos avisam pelo facebook!
Há coisas na vida que a minha inteligência não me consegue explicar.
Disseram-me tantas vezes que Deus é Amor!
Tão difícil acreditar quando é Ele que decide tudo.
Apetece gritar e perguntar: Porquê? Ainda tinha tanto para viver, ainda tanto tempo para servir a comunidade paroquial...mas não adianta. É mesmo verdade o que aconteceu na minha terra que parece ter sido escolhida para não fazer mais nada que passar o tempo a andar o caminho que ninguém deseja já, logo, amanhã ou depois do Natal. Que distraídos andamos a maioria de nós! Um dia...será mesmo e não adianta escapar.
Por favor, vós que chegastes primeiro, dai um beijinho à minha mãe!

2.12.14

FAZER O BEM


  Malcata é uma aldeia como tantas outras do nosso país. Cada terra tem o seu personagem que todos conhecem e sempre que passa é apontado e rotulado de tontinho, de pessoa sem acareios, de mausinho e toda a gente se ri à custa dos seus disparates, mas ninguém gosta que seja da sua família, sempre faz parte de outras famílias e não da minha, da vossa. 
   Estamos a lidar com pessoas que são vítimas de doenças mentais, de imperfeições físicas, mas que os outros apenas lhes apontam os defeitos e nunca as qualidades.   Em Malcata também viveram, vivem e viverão tontinhos e tontinhas. Cuidado, porque desequilíbrios mentais involuntários nenhum de nós está livre de um dia também vir a sofrer, por exemplo, de uma depressão mais ou menos profunda. Por isso, cada um de nós, independentemente do que faz hoje, do que sente hoje e da vida que vive hoje, está sujeito a passar por situações limite e de um momento para o outro a vida dá uma volta completa.
   Para levar uma vida feliz gozar de uma boa saúde mental é essencial para viver com alegria e em harmonia com o mundo que nos rodeia.

    A Associação Solidariedade Social de Malcata ( Lar ) felizmente tem contribuído e ajudado algumas pessoas da nossa aldeia, ajudando-as a tomar a sua medicação diária ( necessária ), ajudando-as na alimentação e até no apoio emocional. Sabemos que o nosso Serviço Nacional de Saúde não consegue ajudar todos os que sofrem e muito menos aqueles que vivem em aldeias como a nossa. Daí a importância do apoio do Lar no empenhamento em prestar a ajuda que tanta falta faz.

29.11.14

ASSM: UM LAR COM ALMA

   Num concelho fortemente envelhecido, foi com naturalidade que nasceu em 1995 a Associação de Solidariedade Social de Malcata, presidida pelo senhor Carlos Clemente. Esta instituição prima pela sua dinâmica e a sua interacção com as pessoas mais idosas, na sua maioria nascidas em Malcata.
   A ASSM tornou-se uma instituição importante na vida das pessoas que acolhe e também na vida dos colaboradores que nela trabalham. Continuar o trabalho e o serviço prestado à comunidade é o lema desta associação sem fins lucrativos.
   Carlos Clemente tem sido o rosto mais visível da ASSM e sinal disso é a sua disponibilidade desde o início até hoje, para presidir aos destinos desta instituição.
   Eu, sempre que a oportunidade surge, visito o Lar da Rua da Moita. É uma casa exemplar, limpa e asseada, com um bonito espaço exterior ajardinado onde sobressai o centenário castanheiro, um autêntico testemunho da vida longa de muitos utentes que ali são acolhidos.
   Desde 1996 que o Lar oferece aos que acolhe, um clima de bem-estar, conforto e segurança que não teriam nas suas próprias casas. Quando ali entro é fácil perceber a dedicação dos colaboradores para com os idosos que ali estão. Hoje são cerca de cinquenta idosos que recebem o carinho e a atenção dos colaboradores da ASSM, uns no Lar, outros no Centro de Dia e ainda um grupo de idosos que recebem diariamente o apoio domiciliário. Este apoio ao domicílio conta com a entrega das refeições para o almoço e jantar, lavagem da roupa e limpeza da casa. Podem também contar com o apoio da instituição sempre que necessitem de ir ao médico, ir à farmácia e outras necessidades que surjam.
   Está construído e abrirá brevemente o novo pólo para acolher mais 25 idosos. Este novo edifício foi construído ao lado do Pavilhão Multiusos da ASSM, na Rua Carvalheira do Jorge, a cerca de 500m da casa mãe. Com estas novas instalações a associação deseja colmatar as necessidades de procura que tem tido e proporcionar uma maior qualidade aos que já lá estão.
   Para quem já trabalhou na ASSM, para todos os que lá trabalham vai o meu merecido aplauso e agradecimento por tudo o que fizeram e fazem para proporcionar aos idosos condições de bem-estar, um fim de vida mais confortável, mais seguro e com muito amor e carinho ajudando os idosos a sentirem-se mais felizes. Eles, os mais velhinhos, são merecedores do carinho e da gratidão por tudo o que fizeram por nós, pelos sacrifícios que passaram nas suas vidas para que beneficiássemos duma vida melhor do que a deles. A eles lhes devemos o que temos de melhor e por isso, merecem todo o nosso apoio, todo o nosso cuidado, todo o nosso amor e carinho enquanto ainda vivem entre nós, usufruindo duma boa qualidade de vida num Lar que os faz sentir felizes e a nós orgulhosos.
   A todos os que ajudaram e ajudam a ASSM um Bem Hajam.

25.11.14

NÃO A MAIS EÓLICAS EM MALCATA

   Não sou contra as energias renováveis e amigas do ambiente, logo não sou contra os parques eólicos. O que não entendo é a localização de alguns desses parques eólicos e de algumas decisões tomadas quanto à expansão desses mesmos parques.
   As 19 torres eólicas que avistamos nos montes de Malcata parece que vão ganhar mais 6 novas espécies e desta vez ainda mais altas e mais perto das habitações da aldeia.
   Malcata, terra conhecida pela Reserva Natural da Serra da Malcata, cujo 31ºaniversário da sua criação foi recentemente lembrado a 16 de Outubro, está a passar por momentos difíceis no que respeita ao seu ambiente natural. Hoje todos sabemos que o Lince Ibérico escapou para as florestas espanholas e por Malcata restam algumas memórias que os mais velhos guardam desses outros tempos. Os habitantes de Malcata ainda não esqueceram a acusação que sobre eles foi feita quanto à destruição e descaracterização da serra provocada pelo fabrico do carvão, pelo corte de madeira, pelas caçadas ao javali, aos coelhos e outras espécies. Desde a criação da Reserva Natural muita coisa mudou e os habitantes de Malcata foram os que mais souberam  respeitar a floresta, a fauna e a flora que rodeia a aldeia. O mesmo já não podem dizer os promotores e os defensores da energia eólica. Basta olhar para o cume dos montes, olhar para a serra da Malcata, ali nos Alísios e muito perto da Machoca e rapidamente percebemos que não foram respeitadas as leis.


   Esta obra ( a expansão do Parque Eólico ) foi motivo de uma queixa apresentada à Comissão Europeia pela Sociedade Portuguesa Para o Estudo das Aves. A verdade é que as novas 6 torres eólicas que querem implantar obrigou a empresa a proceder a uma Avaliação de Impacto Ambiental.
É mais que sabido que a pressão é enorme para a aprovação deste sobreequipamento. O povo já mostrou o seu desacordo e deu a conhecer às autoridades as razões dessa posição contrária à expansão do parque eólico.
   Para além dos benefícios das rendas que estão a receber os proprietários dos terrenos onde as torres eólicas estão ( ou vão estar ) e do benefício de 2,5% que recebe a Câmara Municipal do Sabugal, que outras contrapartidas ganhou a freguesia? Que se saiba, a freguesia de Malcata não recebe nada. Mas se o que escrevo não é verdade, é importante que seja dado a conhecer os benefícios recebidos devido à instalação destas torres eólicas.
   Os efeitos negativos que esta obra provocou na paisagem de Malcata, o facto das pessoas terem que viver a ouvir aqueles ruídos que, embora digam ser uns zumbidos ou assobios, dada a sua existência durante longos períodos do dia e da noite, podem causar más interferências na saúde das pessoas que residem mais perto das torres ou que porque possuem campos de cultivo para aqueles lados e têm de por ali passar horas seguidas, dizia eu que, são questões a ser faladas e a serem estudadas. Um ambiente natural, verde, sossegado, está a ser transformado num pólo industrial barulhento que serve para aumentar os lucros da Tecneira e não traz mais valias para Malcata e para os seus habitantes.
   É por isto que eu sou contra a expansão do Parque Eólico em Malcata.

22.11.14

MALCATA: SÃO MARTINHO 2014

 
   Não resisto à transcrição deste texto publicado no Jornal Cinco Quinas ( versão on-line ):
"Cumprindo a tradição, o São Martinho passou por cá e o evento decorreu como era esperado: sem chuva (contrato antecipado com o santo), com muita castanha assada, lanche ajantarado, e com muita animação.
   São Martinho em Malcata: convívio, partilha, alegria.
   Foi no dia 15 passado. Cumprindo a tradição, o São Martinho passou por cá no intuito de reunir as gentes deste povo e de alguns amigos fojeiros para em conjunto celebrarem a sua festa de 11 de Novembro. O evento decorreu como era esperado: sem chuva (contrato antecipado com o santo), com muita castanha assada e lanche ajantarado, e com muita animação. A grande admiração à chegada foi o assador gigante repleto de castanhas que os amigos dos Fóios quiseram partilhar. Depois foi o convívio salutar da refeição recheada de castanha assada, jeropiga, vinho, sumos, carnes assadas e pão. Por fim vem o baile e a animação, a cargo do Grupo de Concertinas “ Estrelas da Serra” que muito entusiasmaram os presentes “obrigando-os” a bater as mãos e os pés, sentados ou em passos de dança durante três horas seguidas.
   É esta a grande força da festa: partilhar e celebrar a vida com alegria, unir as pessoas que tantas vezes andam de costas viradas, criar laços de amizade entre os povos. A Associação Cultural e Desportiva e a Junta de Freguesia tudo fizeram para que nada faltasse. A colaboração das instituições foi mais uma vez fortificada. É para isso que existimos: servir o povo de que fazemos parte.
   Um grande obrigado a todos os que participaram na festa, e um agradecimento especial aos amigos dos Fóios que, com a sua disponibilidade (castanhas e assador) e presença, mais uma vez fazem prova da amizade e intercâmbio entre os nossos dois povos.

   Vivam os Fóios! Viva Malcata! VIVA O SÃO MARTINHO!…."


16.11.14

OS RUÍDOS QUE INCOMODAM E NÃO SE OUVEM

OS RUÍDOS QUE INCOMODAM E NÃO SE OUVEM

   O sobreequipamento, ou ampliação, do Parque Eólico de Penamacor 3B, fica localizado na freguesia de Malcata, concelho do Sabugal e da freguesia de Meimão, no concelho de Penamacor. Estas duas freguesias vizinhas e amigas estão actualmente rodeadas pelos moinhos eólicos. Dada a localização das duas aldeias, Malcata está muito mais próxima das torres eólicas que a população do Meimão. Tendo em conta que as 19 torres eólicas que actualmente constituem o parque eólico estão mais próximas  das habitações de Malcata, os moradores desta pataca aldeia beirã estão em polvorosa e a perder a paciência porque a empresa promotora do parque eólico quer instalar mais 6 torres eólicas, agora ainda mais perto da povoação.
E pelas notícias que me chegaram, as movimentações já começaram a sentir-se e os malcatanhos preparam-se para se oporem, cada vez mais, ao projecto do aumento do parque eólico.
   Os moradores de Malcata que se interessam e preocupam com a vida em comunidade, com a paisagem e o ambiente natural que rodeia a aldeia, que desejam continuar a viver uma vida calma e tranquila, estão a ficar indignados com o que se está a passar nos gabinetes da Agência Portuguesa do Ambiente, nos gabinetes da Câmara Municipal do Sabugal e também nos escritórios da Tecneira, através da sua Lestenergia que tanto quer expandir o negócio das energias renováveis.
   O Sobreequipamento em causa, dada a localização e a dimensão total do parque, obriga a que se faça uma Avaliação de Impacto Ambiental para obrigar a empresa a respeitar o ambiente, o ordenamento do território e que o projecto contribua para promover um desenvolvimento sustentável e equilibrado dos recursos naturais e contribua também para a qualidade de vida da população de Malcata.
   Palavras bonitas de escrever, mas que pelo que está a acontecer Malcata tem uma batalha para enfrentar. Ao contrário do que dizem e escrevem, as entidades públicas e os gabinetes de consultadoria parece que estão mais interessados em levar para a frente a continuação da destruição da paisagem e a degradação da qualidade de vida desta população humilde e muito resignada ao que os poderosos lhes mostram como a solução de um final de vida mais sereno e mais rentável. E é natural que assim pensem algumas pessoas que vivem em Malcata, pois a sua idade e a sua saúde já não lhes dá para recusar rendas que nunca sonharam receber. Mas não podemos esquecer a existência de outros cidadãos que nasceram nesta terra e escolheram livremente aqui viver. Contudo, são pessoas conscientes dos valores naturais e ambientais que rodeiam Malcata e também sabem os deveres e os direitos que têm, como os têm os outros portugueses.
   Ora, perante tamanha invasão dos territórios e da qualidade de vida os cidadãos de Malcata mostraram o seu desacordo quanto à obra da construção de mais seis torres eólicas.
   Começaram por ir ouvir os senhores espertos. Ouviram mas deram a sua opinião e assinaram para que se soubesse a real intenção das pessoas. Mas o inesperado aconteceu, pois a sua posição de considerarem negativo os efeitos na saúde das pessoas sobre  Ruído e a Paisagem, pura e simplesmente não foram considerados, porque não consideraram razões suficientes para parar o projecto.
   Ainda bem que há pessoas em Malcata que não se deixaram intimidar. Ainda bem que há pessoas em Malcata que duvidam dos estudos e dos resultados desses estudos que lhes falam como sendo bem feitos e sérios. Só quem não conhece os locais onde já instalaram as 19 torres eólicas e agora querem instalar mais seis, pode concluir que não há impactos negativos na saúde das pessoas, animais e aves e graves prejuízos no meio ambiente e na qualidade de vida das pessoas. Não acreditem, pois quem conhece Malcata sabe perfeitamente que nos estão a enganar e a deitar areia para os olhos. Mas porque tanto insistem em colocar mais eólicas onde já existe uma grande concentração? Porque não apresentam locais alternativos? Lá para Penamacor, mais próximo dos gabinetes da Lestenergia, não arranjam  terrenos para as lá colocarem? É que o Parque de Penamacor 3B está mesmo, mas mesmo instalado no limite do concelho de Penamacor, ficando a maioria das torres eólicas em terrenos do concelho do Sabugal. Ora esperto foi o autarca de Penamacor ao empurrar o parque para os limites do seu território, ali ao lado da Reserva Natural da Serra da Malcata. Mas porque existe um caminho em terra que separa este refúgio natural das torres invasoras, não desrespeita  a Rede Natura 2000, não viola as directivas comunitárias dos habitates do Lince Ibérico, do milhafre e do grifo. E se fossem pentear macacos?
   Quanto à necessidade de aumentar o actual parque eólico, pergunto se a instalação de 6 novas torres de 100m, é a única solução? Estudaram outras alternativas? Não sou perito na matéria, nem pouco mais ou menos, mas uma breve pesquisa pela internet deu para perceber que hoje em dia existem técnicas alternativas para o maior aproveitamento dos aerogeradores existentes num parque, por exemplo, recorrendo a baterias acumuladoras, modificação nas pás dos aerogeradores, etc. que permitem o sobreequipamento do parque eólico de penamacor sem a necessidade de construção de mais torres eólicas.
   A questão do ruído e da influência na saúde das pessoas também não podemos de nos interrogar sobre os estudos que fizeram ou que ainda vão fazer e que poderão continuar a fazer durante a exploração do parque. A verdade é que depois do mal feito, é mais difícil de o corrigir, pois já não há volta a dar e apenas se pode remediar.
   Os efeitos na saúde humana do ruído emitido pelos aerogeradores eólicos está devidamente estudado em Portugal? Já alguém se interessou em estudar a fundo os efeitos que estes ruídos podem provocar nas pessoas de Malcata, nos animais domésticos e nos animais selvagens que diariamente, dia e noite, têm que viver próximo do parque eólico? Dizer da boca para fora que a questão do ruído não se coloca, porque se fizeram medições em seis pontos estratégicos da povoação, só isso mesmo com apresentação de números, só isso não chega. Para começar, as medições foram efectuadas sem a presença das 6 novas torres eólicas. Ora é evidente que dessa forma os resultados só servem para registar os ruídos que se ouvem agora. Os valores reais do ruído só vão ser analisados após a instalação das 6 novas eólicas, apesar de tecnicamente poderem fazer projecções futuras. Mas que raio, depois de enterradas as eólicas, mesmo que sejam ruidosas e nefastas, mais complicado vai ser arranca-las e mandar o material para a sucata.
   Lá pela Dinamarca os autarcas decidiram não erguer mais torres eólicas até que o Governo apresente  estudos independentes sobre os efeitos na saúde das pessoas por causa do ruído das eólicas. Tudo começou porque os cidadãos dinamarqueses mostraram o seu descontentamento sobre os efeitos na saúde das pessoas.
   Em Portugal, porque é que o Governo, através dos Ministérios da Saúde e do Ambiente ,não patrocina um estudo transversal sobre os efeitos na saúde das torres eólicas?
 




























12.11.14

OS IMPACTOS E AS VIOLAÇÕES DAS DIRECTIVAS EUROPEIAS

Parque Eólico de Penamacor 3B -Fonte:SPEA


No ano de 2010, era José Sócrates Primeiro Ministro, quando foi publicada uma lei especial que isentava as empresas de apresentar  os Estudos de Impacto Ambiental quando queriam ampliar ou sobreequipar os parques eólicos. Com a publicação do Decreto Lei nº51/2010, de 20 de Maio, até 9 aerogeradores , dentro de áreas classificadas e até 19 aerogeradores, fora dessas áreas, o Governo considerava que esses projectos não tinham impactos negativos importantes no ambiente.
O Parque de Penamacor à boleia deste decreto lei foi crescendo, crescendo e hoje já vai em 60 aerogeradores, espalhados por vários sub-parques eólicos, sendo um deles o Parque de Penamacor 3B, precisamente a quem pertencem as torres eólicas ( aerogeradores ) que rodeiam a aldeia de Malcata. Como sabemos, se a memória não falhar, as torres eólicas à volta de Malcata foram surgindo aos poucos e poucos.  Ou seja, o Parque de Penamacor 3B ( um dos parques integrantes do Parque Eólico de Penamacor ) começou pequeno, com 12 aerogeradores. Depois recebeu a primeira ampliação e construíram-se mais 7 torres eólicas. Sempre no cumprimento das leis.
Actualmente o Parque Eólico de Penamacor3 B tem no total 19 aerogeradores e o seu crescimento deu-se assim:
 -  Em Setembro de 2007, 12 aerogeradores iniciaram a sua exploração;
 -  Em Novembro de 2008, 7 aerogeradores iniciaram a sua exploração.
   Neste momento está em fase final de licenciamento a instalação de mais 6 aerogeradores.
   Em Janeiro de 2011, a Sociedade Portuguesa Para o Estudo das Aves ( SPEA ) discordando com o tal Decreto Lei nº51/2010, queixou-se à Comissão Europeia e o Estado Português foi alvo de um processo de infracção. Foram precisos quatro anos para que a legalidade fosse reposta. O pior é que o mal já estava feito e durante estes quatro anos, um pouco por todo o país, ampliaram-se os parques eólicos sem a necessidade de apresentar e aprovar o Estudo de Impacto Ambiental.
   A SPEA ( Sociedade Portuguesa Para o Estudo das Aves ) é uma Organização Não Governamental ( ONG ) sem fins lucrativos, que tem por missão trabalhar para o estudo e conservação das aves e dos seus habitat’s. Estiveram atentos ao desenvolvimento dos parques eólicos que nasceram e continuam a nascer como se de uma praga se tratasse, respeitadores de algumas leis e aproveitando todas as lacunas e uma enorme falta de conhecimento por parte das populações. Em particular, esta associação esteve muito atenta à evolução do Parque Eólico de Penamacor 3B, instalado na nossa freguesia de Malcata e na freguesia do Meimão. Leu e respondeu ao Estudo de Impacto Ambiental e enviou às autoridades competentes as suas análises e as suas posições quanto a este projecto. E decorreu recentemente a consulta pública sobre o Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução do Sobreequipamento do Parque Eólico de Penamacor 3B ( em causa as novas 6 torres eólicas ). O prazo da consulta pública decorreu de 10 a 30 de Outubro de 2014, mas como sempre, a divulgação ficou-se pelos editais da Câmara Municipal de Penamacor e do Sabugal, pela Agência Portuguesa do Ambiente,IP, na Amadora, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Centro e pelas Juntas de Freguesia de Meimão e Malcata. Como é habitual nos portugueses, poucos são os que ligam a estes aviso e aos editais. Contudo, as pessoas de Malcata estão mais ou menos sabedoras do que se está a passar, pois já tiveram uma reunião sobre o assunto das 6 novas torres eólicas. A reunião contou com a participação livre e daí resultou um documento assinado por 61 pessoas mostrando a sua discordância quanto à obra desta nova expansão do parque eólico. Sumariamente, a Junta de Freguesia e essas 61 pessoas mostraram-se contra a construção destas  6 novas torres eólicas porque o ruído ia ser maior, porque já tinham ventoinhas que chegassem para a contribuição da redução de CO2, porque a paisagem ia ainda ficar mais estragada do que aquilo que já estava, porque a aldeia não beneficiava  em nada com essa obra, a não ser os proprietários dos terrenos onde essas novas eólicas irão ser instaladas e a Câmara Municipal do Sabugal. Esse documento das 61 assinaturas foi enviado pela Junta de Freguesia para as entidades competentes. Nessa carta a Junta de Freguesia e as pessoas que assinaram a mesma "manifestaram  uma posição desfavorável à implantação do projecto. Consideram que o Parque Eólico de Penamacor existente, constituído por 19 aerogeradores, já induz impactos negativos significativos na sua população especialmente nos factores ambientais Ruído e Paisagem e que o acréscimo de 6 aerogeradores agravará irremediavelmente a sustentabilidade económica e a qualidade de vida da população".
   Pelo que se pode ler no relatório DIA, não foram tidas em conta e de nada adiantou a reunião realizada em Malcata. Ou seja, para a Agência Portuguesa do Ambiente no DIA afirma que"quanto aos impactos mencionados pela Junta de Freguesia de Malcata relativamente ao Ruído e Paisagem, a análise dos referidos factores ambientais realizada pela Comissão de Avaliação não identificou a ocorrência de impactos negativos significativos e não minimizáveis que pudessem inviabilizar o projecto".    Mas a Agência Portuguesa do Ambiente logo a seguir a esta posição  faz esta exigência aos promotores do projecto: " é exigido o cumprimento de conjunto de elementos ( Medidas de Minimização, Planos de Recuperação Paisagística e Monitorização), a desenvolver em fase de projecto de execução, que minimize os impactos identificados".   Razão tem a Sociedade Portuguesa Para o Estudo das Aves, que tomou uma posição também desfavorável à expansão do Parque Eólico. Esta Organização Não Governamental e defensora das aves e ambiente, considera que este projecto viola várias directivas comunitárias, não estão devidamente analizados e estudados todos os impactos desta expansão e considera ilegal qualquer novo projecto de parque eólico na área da serra da Malcata, onde este parque está implantado neste momento já com 19 aerogeradores.
 
 Caros conterrâneos de Malcata, celebram-se 25 anos sobre a Queda do Muro de Berlim. Que lição podemos aprender com a queda dessa barreira que durante tantos anos dividiu e separou dois países? Tantos alemães sonharam que um dia esse muro seria derrubado e agora é mesmo a realidade. Esta queda do muro de Berlim ensina-nos que podemos mudar a realidade e que as obras não permanecem eternas, por muito grandes que sejam os obstáculos. Podemos mudar para melhor. Assim nós queiramos e lutemos por esse objectivo

 
 . 

   
   
    

(Foto da SPEA)

   

25.10.14

MAIS 6 TORRES EÓLICAS EM MALCATA



 Eólicas em Malcata


CONSULTA PÚBLICA ESTÁ A DECORRER DE 10 A 30 DE OUTUBRO DE 2014

http://www.cm-sabugal.pt/index.php/noticias/503-consulta-publica-sobreequipamento-do-parque-eolico-de-penamacor-3b-aia-2698

ATÉ AO DIA 30 DE OUTUBRO ESTÁ A DECORRER A CONSULTA PÚBLICA SOBRE O RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO RELATIVO AO SOBREQUIPAMENTO DO PARQUE EÓLICO DE PENAMACOR 3B.
( Diz respeito aos 6 novos aerogeradores ( torres eólicas ) que a Lestenergia pretende instalar em Malcata).
Todas as opiniões e sugestões apresentadas por escrito serão consideradas e apreciadas.

ATENÇÃO:
As 61 assinaturas que em tempos se manifestaram contra esta obra e cujas assinaturas foram enviadas num documento que a Junta de Freguesia de Malcata anexou, a Comissão de Acompanhamento concluiu que "não se identificaram impactos negativos e não minimizáveis possíveis de inviabilizar o projecto":


 Resultado das assinaturas que se manifestaram contra o projecto


Consultar aqui mais informação:
http://www.apambiente.pt/

TÊM ATÉ 31 DE OUTUBRO PARA CONSULTAR OS DOCUMENTOS SOBRE A INSTALAÇÃO DAS NOVAS TORRES EÓLICAS ( 6 ) QUE PRETENDEM INSTALAR EM MALCATA.
Os proprietários dos terrenos informem-se sobre os contratos, os preços e tenham atenção que se no terreno instalarem, para além da torre, uma "cabine" e/ou linha eléctrica há direito a receber mais dinheiro.
Um senhor de Sortelha disse estas palavras acerca de eólicas:
"Todas as eólicas que estão neste momento no concelho do Sabugal,
no concelho de Belmonte e uma parte da Guarda, são terrenos que eu 
aluguei a proprietários por 30 anos"

18.10.14

OS MORDOMOS

   

Durante as festas de Malcata, José Manuel já tinha dado a entender que ia propor o Jorge para ser mordomo. E não é que o senhor prior ao anunciar os novos mordomos falou no Jorge!       Todos os novos mordomos foram saudados com uma forte salva de palmas. Logo depois da missa, o grupo dos novos mordomos reuniram no adro e contentes abraçaram-se e gritaram em uníssono: somos mordomos! Viva Malcata! Viva a Sra.dos Caminhos!
   Todos juntos iriam fazer uma festa em grande, pois ideias não iriam faltar, nem uma enorme vontade de trabalhar. Seria uma festa religiosa e profana que ficaria na memória de todos na aldeia, essa era a grande vontade do Jorge.
   E depois de receberem os parabéns de amigos e familiares, bem como de muitos desconhecidos, lá foram em grupo pela rua acima. Que alegres eles partiram…...de repente toca o despertador do rádio-relógio. Abri o olho direito e eram as 6H30 da manhã. Ufa, mas afinal onde me encontro eu? Que raio de sonho!


16.10.14

MORDOMOS SURPREENDIDOS COM NOVAS REGRAS DAS FESTAS

Não ponho em causa o que têm feito com o dinheiro da festa, muito menos desvalorizar todo o trabalho das comissões de festas.
A festa de Malcata não é só de manter, mas até de promover e estimular os mordomos a organizar uma festa digna do povo.
A confusão que se está a gerar à volta das novas regras da Diocese da Guarda quanto às Festas Religiosas, é que apanhou todos os mordomos de surpresa e a comissão para 2015 é a primeira a ter que lidar com esta alteração das regras. Desconheço os motivos que levaram ao pároco de Malcata, apoiado pelo Bispo, em querer aplicar as novas regras das festas religiosas nas paróquias que a ele lhe foram confiadas. Uma única reunião é insuficiente para alcançar acordos mútuos e muito menos efectuada num clima de ambas as partes quererem impor as suas ideias. É necessário encontrar tempo  para encontrar soluções válidas para todos. E dada a importância do assunto, porque não realizar mais encontros entre as várias comissões de festas, as entidades da igreja ou até mesmo com a participação de quem quisesse contribuir para chegar a um bom acordo.
As leis da Igreja nunca poderão reduzir-se a meras orientações jurídicas, nem podem ser impostas aos seus fiéis. As leis da Igreja devem estar ao serviço da evangelização e são instrumentos orientadores para a promoção do bem da comunidade.
Mudar mentalidades e tradições é necessário conhecer cada uma das paróquias, a sua história, a sua cultura, as suas devoções e crenças.
É tempo de olhar para o nosso interior e escutar a Voz do Vento.
A decisão é tua, minha, nossa, vossa e da Igreja.


14.10.14

FESTA SEM PESSOAS NÃO É FESTA

Procissão dos Santos

   A verdade é que as coisas não vão nada bem entre os mordomos para a festa de 2015 e o padre Eduardo. Este ano caíram mal algumas ideias do pároco e a comissão de mordomos deste ano, e bem, conseguiu ultrapassar as situações e a festa realizou-se sem problemas.
   Ser mordomo(a) é servir e trabalhar honradamente para louvar a Deus e alegrar o povo da nossa aldeia. Até este ano, as festas de Malcata têm coabitado com o religioso e o profano. O ponto alto da festa é a Missa Solene, depois da procissão com todos os Santos da igreja Matriz, ou quase todos. Pessoalmente tenho a testemunhar que estes últimos anos, por exemplo, as procissões, reina uma pequena desorganização e falta de ordem por algumas pessoas que participam nestas cerimónias religiosas. Mas, todos também sabemos que não é com vinagre que se caçam moscas!
   Caiu mal aquela ideia de arranjar espaço dentro da igreja, mmesmo que para isso se levem os andores para o adro da igreja, enquanto se celebra a Missa Solene. As pessoas não entenderam essa ideia, apesar de noutras terras isso ser até uma tradição, bem como noutras se mudou a forma de levar os andores, que de um ano para o outro os tractores substituíram os braços e os ombros humanos. Claro, uns gostaram e outros detestaram!
   A festa é tempo de alegria, tempo de partilha, tempo de orar e de diversão. As tradições têm que se manter, mas também é importante ter presente que até este ano, a festa de Malcata tem um carácter religioso e profano e sempre se soube organizar uma festa onde todos participam. E as festas religiosas/profanas têm como finalidade "promover o louvor a Deus e o exemplo e a intercessão dos Santos, aprofundar a comunhão das pessoas entre si e as relações sociais, concorrendo também para isso as actividades culturais e o são divertimento". É isto o que nos diz no Regulamento das Festas Religiosas e que a Diocese da Guarda quer que se pratique.
   Todos somos importantes, somos tão senhores da nossa verdade e de tudo, que gerimos tudo tão de acordo com os nossos preconceitos e o nosso conforto, que em grande parte dos momentos da nossa vida, nos esquecemos que trazemos Deus no nosso coração. Vamos simplificar as coisas, vamos simplificar a festa, o encontro de gerações e de tradições abrindo o coração aos outros e deixar de sermos o centro do mundo. A culpa não está na lei ou regulamento. A culpa não é só do padre Eduardo, está também em cada um de nós.
   O bem deve prevalecer sobre o mal. A comunhão deve prevalecer sobre a divisão, o rancor e o ódio.
   No passado dia 26 de Setembro realizou-se uma reunião com todas as comissões de mordomos das paróquias que o padre Eduardo tem a seu cargo. Nessa reunião esteve também D.Manuel Felício, Bispo da Diocese e o Padre Eduardo. O tema foi sobre as festas e o regulamento que a Diocese tem em vigor e a que chamou "Regulamento das Festas".
   A Comissão de Mordomos .de Malcata decidiu não aceitar as regras da Diocese e sendo assim e segundo o tal regulamento das festas religiosas/profanas, não terão qualquer celebração religiosa no 2ºDomingo de Agosto, ficando a igreja com a incumbência de oportunamente realizar as cerimónias religiosas.
   Queira Deus que eu me engane, mas sem querer ser pessimista, não antevejo nada de bom para a festa do próximo ano. E deixo estas perguntas: porquê a festa civil no 2ºDomingo de Agosto e não no 1ºDomingo, ou no 3º ? A tradição sempre foi uma festa religiosa/profana, o dinheiro sobrante da festa sempre foi
bem dividido e porque não continuar assim ?
   Penso que ainda há tempo para enterrar o machado de guerra e tudo voltar à normalidade, mesmo que isso implique cedências mútuas e perdão sem rancor.
   P.S. : endereço os parabéns a todos quantos já foram mordomos das festas de Malcata.

9.10.14

ESCLARECIMENTOS SOBRE A FESTA DE MALCATA

Alguns esclarecimentos dos mordomos sobre as festas de Malcata deste ano:
"Agora que há muitos ressentimentos e incertezas ligados aos anúncios do padre, e para completar o que foi dito na igreja e para ser o mais transparente possível, decidimos fazer um comunicado sobre a atribuição dos fundos.
Primeiro façamos um ponto da situação. A festa foi integralmente financiada pelos habitantes de Malcata. Hoje, a maioria dos fundos (75%) provêm de França e maioritariamente de pessoas com idades entre os 45 e os 70 anos. Por outro lado, mesmo se há algumas pessoas entre 30 e 45 anos para quem a festa tem importância. Infelizmente, podemos constatar que uma vez que as pessoas entre os 45 e 70 anos tenham partido, a maioria do financiamento estará perdido.
Além do mais, ficamos admirados por ver que havia muito poucas coisas nos locais destinados à festa (pouca loiça, falta de arranjo, falta de ferramentas, de instalações elétricas…).
Isto leva-nos a uma constante, se o financiamento e a organização da festa não mudarem, daqui a alguns anos não haverá fundos para o seu financiamento.
Foi partindo desta constante que organizamos a festa de 2014. Tivemos por ambição três coisas:
·         Abranger todas as idades
Atividades propostas para todas as idades
Passagens pelo Lar sempre que possível
Criação de um site facebook dedicado à festa, utilização das redes sociais
·         Sustentar a festa
Compra e recuperação de materiais de decoração que fiquem para o futuro
Criação de um quadro elétrico que fique para o futuro
Compra e recuperação de ferramentas que fiquem para o futuro
Compra e recuperação de loiça que fique para o futuro
Recuperação de numerosos materiais elétricos que fiquem para o futuro
Criação de um lavatório que fique para o futuro
Substituição de balcões do bar
Procura de patrocinadores (doação em dinheiro ou em material)
Procura de novos modos de financiamento
Criação de um dossier completo sobre a nossa festa (contabilidade detalhada, inventário, moradas úteis, contatos úteis, ...) entregue aos próximos membros da comissão de festas de 2015
·         Ser digno e respeitador do dinheiro dado pelos habitantes de Malcata
Nenhuma das nossas refeições foi paga com o dinheiro da comissão de festas
Todos os km percorridos em França foram feitos voluntariamente (mais de 8.000 km) sem pagamento de gasolina com dinheiro da festa
Investimento dos mordomos
Respeito da palavra dos habitantes na escolha de não dar nada à igreja para além dos santos comprados para o presépio de natal
Doação ao Lar ou à Associação dos excedentes de bebidas
A festa de 2014 custou cerca de 37.500 €
Uma vez pagas todas as faturas, beneficiamos de cerca de 2.650 € (em relação ao ano passado em que recebemos 1.230 €)
Decidimos repartir o dinheiro da seguinte maneira:
·         1.000 € dada à Junta de Freguesia de Malcata, unicamente para a compra das casas atualmente utilizadas para a festa
·         O restante será integralmente dado aos organizadores da festa 2015

A compra e a renovação destas casas é um meio eficaz de manter a festa e é uma coisa que nos é querida. Se a compra destas casas não se faz por este preço, será então em benefício dos mordomos de 2015 ".

Este esclarecimento foi retirado da página que a comissão de festas de 2014 teve e tem ainda, no Facebook, cujo link é este:
https://www.facebook.com/malcata.malcata?fref=nf

23.9.14

LIBERDADE DE VIVER




  Desde que o lar de Malcata abriu as suas portas já acolheu muitos idosos. Sabemos que a população da nossa aldeia está envelhecida e são poucas as crianças nascidas nestes últimos anos. São tão poucas que a escola primária já está encerrada e a creche continua também de portas fechadas.
   Afinal, quantos idosos vivem em Malcata?
   Quantos vivem nas suas casas?
   Quantos deles optaram livremente para irem viver para o lar de Malcata?
   E quantos lá se encontram empurrados pela família ?
   Dos idosos que ainda permanecem nas suas casas, quantos são apoiados pelo lar? E o apoio que o lar lhes oferece é o suficiente, é o que eles realmente necessitam?
   São muitas perguntas que me preocupam nestes últimos tempos. Espaço no lar da aldeia é coisa que parece não faltar. Se faltava espaço e as condições não eram as melhores, com a construção do novo pólo que está prestes a ser aberto, as melhorias das condições para os nossos idosos vão melhorar substancialmente.
   Olhando para os velhinhos é fácil entender que já têm muitos anos de vida, as rugas do rosto, as mãos calejadas, o andar meio encurvado são sinais que nos indicam que estas pessoas já vivem há muitos anos e agora sentem-se cansados.
   Os idosos são pessoas com muitos anos de vida, mas continuam pessoas adultas com capacidade de tomar decisões por eles próprios, como o que querem ou não fazer hoje e amanhã. São ainda donos das suas vidas, quer queiramos quer não, quer gostemos ou não das suas decisões.
   Acontece muitas vezes e até acredito que seja com boas intenções, a família intrometer-se na vida dos idosos. Os familiares não se dão conta que, às vezes, estão a pisar o risco, estão a violar a vontade própria do idoso e a sua autodeterminação, a sua vontade própria de poder gerir a sua vida, as suas coisas, o seu património, em resumo, a sua vida.
   Tanto a família mais próxima como os profissionais de saúde, desde os que trabalham nos hospitais aos que cuidam dos idosos nos lares, por vezes esquecem-se que estas pessoas, apesar de idosas, têm direitos. Todas estas pessoas não estarão a interferir demasiado na vida do idoso e nas suas escolhas de vida?
   Quantos idosos entram nos lares mesmo contra a sua vontade? E quantas famílias os vão lá retirar à força, contra a vontade deles?
   Esta é uma realidade que se vive em muitos lares, em muitas famílias e Malcata não deve ser diferente. A maior parte de nós acreditamos que os idosos, a partir de certa idade, ficam sem capacidade para tomar as suas decisões quanto à sua vida. Muitas vezes o idoso pede ajuda porque o neto ou netos o querem meter no lar, mesmo contra a sua vontade. Ou outras vezes, são os filhos do idoso que por causa da falta de trabalho, sentem-se quase obrigados a retirar o seu pai ou a sua mãe do lar, mesmo contra a sua vontade.
   Isto é violência da autodeterminação, é violência económica e se lhe juntarmos a violência emocional, temos à nossa frente um grave problema para resolver. E a solução é difícil de encontrar porque os idosos têm medo de muitas coisas: têm medo e não querem denunciar os abusos da família, da direcção do lar e dos seus funcionários. Apesar dos idosos se sentirem mal tratados e incompreendidos, vivem tristes e sofrem em silêncio porque têm vergonha de denunciar o que se passa com eles ou do que vêem ao seu redor. Ficam com medo de sofrerem represálias por parte daqueles que deles cuidam. E muitas vezes, até têm medo de serem acusados de serem eles os responsáveis pela situação por que estão a passar e acham que o melhor é calar, não dizer nada e sem querer continuam a viver numa permanente tensão. Só que estas atitudes e a aceitação destas situações, com o passar do tempo, começam por ter perturbações no sono e deixam de dormir tranquilamente, estão em constante nervosismo interior, quase com sentimento de raiva. Agindo desta forma, estão criadas as condições para o aparecimento de variadas doenças.
   O que fazer então?
   A instituição e os seus responsáveis e todos os seus colaboradores devem prestar sempre atenção a este tipo de comportamento. Detectadas as situações, há medidas que devem ser postas em prática.
   Outra acção a ser levada a cabo é que os idosos peçam ajuda e apoio. Aqueles que ainda estão de perfeita saúde e com plenas capacidades de tomar decisões, no fundo, que apesar da idade avançada, possuem uma vivência e uma independência íntegra e total, devem ajudar aquele que já não está na mesma situação. Ajudar ou pedir ajuda à instituição ou a algum cuidador em quem confie é um início. Se essa ajuda não existir, existem outros apoios externos e que os idosos podem e devem saber que existem e que estão prontos a ajudar a resolver o seu problema.
   Deixo aqui dois importantes apoios:
  
LINHA SOS PESSOA IDOSA
Telef. 800 910 100
A linha “SOS Pessoa Idosa” é um apoio feito pela Fundação Bissaya Barreto, para prevenir a violência contra pessoas idosas.
Abusos de dinheiro e atentados à autodeterminação, como o direito a escolher onde viver, são atendidos.

SAÚDE 24 SÉNIOR
Telef.808 242 424
Serviço telefónico gratuito do Ministério da Saúde. Os enfermeiros, após receber a chamada do idoso, contactam o idoso que quer ser acompanhado.