25.7.15

CIDADANIA PARTICIPATIVA

   
As associações locais, quando funcionam bem, assumem-se como uma peça importante na participação para o desenvolvimento social dos cidadãos e da região ou lugar onde elas exercem a sua missão.
   A resolução de alguns problemas sociais, culturais ou até mesmo económicos, juntamente com a organização e realização de actividades em favor do bem da comunidade, exigem das instituições ou associações, organização, motivação e uma dedicação que tenha como objectivo a alcançar das metas a que se propuseram, deixando de lado o individualismo, o pensar que ”a minha quinta” é melhor do que as outras e eu é que sei, dando mas é importância aos objectivos que todos querem alcançar.
   É sabido que Malcata está cada vez mais atractiva, mais conhecida e muitos eventos têm a dedicação e a entrega da comunidade que se tem agregado ao trabalho organizado por algumas  associações existentes da nossa terra e apoiadas pelo poder local, ou seja da Câmara Municipal do Sabugal e Junta de Freguesia de Malcata.
   A lei civil portuguesa consagra o associativismo como um direito e no artigo 157º do Código Civil, define as associações como pessoas colectivas que não tenham “por fim o lucro económico dos seus associados”.
   Para se formar uma associação é necessário haver união, é necessário haver um grupo de pessoas reunidas num interesse e num espírito comum de grupo.
   Qualquer cidadão é livre de constituir e pertencer a uma associação. Também ninguém pode ser obrigado a pertencer a uma associação no nosso país, na nossa aldeia.
   As associações nascem porque as pessoas sentem a necessidade de se associar, de se reunir para alcançar um bem comum, um bem para a comunidade.

4.7.15

FESTAS E TRADIÇÕES


Procissão a passar na Fonte Velha

Nas procissões de outros tempos, os homens iam à frente, alinhados em duas filas de cada lado da rua, levavam o chapéu na mão e as mulheres iam sempre atrás do padre, com a cabeça coberta por um véu ou um lenço. Naquele tempo, todos os santos desciam dos seus altares e saiam à rua na procissão e o estandarte maior e mais pesado era o mais pretendido pelos homens tidos como valentões.

19.6.15

COSTUMES E TRADIÇÕES EM MALCATA

 Procissão na Fonte Velha(1984)

   O nosso planeta Terra está sempre em rotação e não pode parar de percorrer esse caminho porque as consequências seriam catastróficas e tudo acabaria para todos. E porque o mundo não pára, a vida continua, mesmo que a cada instante ocorram mudanças. Dou razão ao poeta que escreveu que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.

   Toda e qualquer mudança afecta em maior ou menor escala a nossa consciência e depressa chegamos à conclusão que tudo neste nosso Mundo é transitório e nada é para sempre. E esta transitoriedade aplica-se aos regimes políticos, aos governantes, aos lugares, aos costumes e às pessoas e todos seres vivos.
   Aquilo que foi já deixou de ser. Aquele lugar, aquela rua ou aquela casa mudou, desapareceu e deixámos de ver como víamos, deixámos de ver como era. O mesmo no que respeita ao desaparecimento de pessoas, porque são mortais, mas pelo seu carácter, ensinamentos e originalidade de vida, deixaram marcas em Malcata; também desapareceram profissões e estilos de vida com o desaparecimento das pessoas que aprenderam uma arte e a invasão tecnológica ajudou a que fossem substituídas por ferramentas mais produtivas e mais ao alcance de mais pessoas. Também desapareceram algumas expressões e palavras que foram substituídas por outras, algumas até estrangeiradas e que acabaram com outras mais simples mas carregadas de realismo.
   Acredito que o tomarmos consciência de uma Malcata em desaparecimento, porque a nossa aldeia também está em constante mudança, torna-se urgente e importante salvaguardar os costumes, os usos e as memórias desta terra, destas pessoas. É importante salvaguardar o passado e esta coisa dos usos e costumes interessa a todos. Aos mais velhos, dá-lhes a oportunidade de reviver e lembrar as suas vidas e que ainda vivem quotidianamente; para as gerações mais jovens, esta salvaguarda e registo é mais uma ferramenta ou instrumento de contacto com as suas origens e em que assenta o seu presente e identidade; para os outros cidadãos desligadas de Malcata, mas interessados por alargar os seus conhecimentos, é a oportunidade de conhecer um conjunto de valores que levou à construção da comunidade malcatenha e que faz de cada pessoa,em especial, de cada malcatenho, aquilo que hoje é na vida.

Albufeira da Barragem do Sabugal
(Foto by Liliana Corceiro)

   

11.6.15

APOIOS AOS EMIGRANTES QUE QUEIRAM INVESTIR NO CONCELHO DO SABUGAL - E HÁ TANTO PARA FAZER !



  É costume dizer que a vida está cheia de oportunidades e que o importante é estar atentos e quando elas nos surgem, o melhor a fazer é apanhar a oportunidade que pensamos ser a nosso favor.
   Li um jornal desta semana que o Governo quer apoiar os emigrantes portugueses que desejem e queiram criar negócios em Portugal.
   “Vamos ajudar as pessoas a estruturar as suas ideias  a sair com um dossier, ou podemos ser nós a dizer às pessoas: “Olhe, não avance, o projecto precisa de ser afinado”, disse um secretário de Estado português.
   Trata-se de promover o regresso de portugueses ao nosso país. Há apoios para grandes projectos e micro-projectos, que não existiam para os emigrantes. Os projectos  ligados às regiões e os empreendedores que conheçam a realidade empresarial dos locais onde se quer realizar o negócio assumem enorme importância  para a concretização dos mesmos.
   E as coisas vão passar-se assim: as comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional vão dirigir ao Alto Comissariado para as Emigrações um convite, com as medidas que querem ver executadas.
   Cerca de três milhões de euros  até 2017 estão inscritos nos Programas Operacionais Regionais(POR) para apoiar as iniciativas dos emigrantes no nosso país, na nossa região do Sabugal também. E para além deste dinheiro, outros milhões também vão estar ao dispor dos emigrantes para concretizarem negócios, alguns mais pequenos, através de concursos de ideias, como o VEM-Valorização do Empreendedorismo Migrante. Outra parte servirá para criar um sistema que ajude os emigrantes a concorrer com as suas ideias a outros programas de financiamento comunitário do Portugal 2020, nomeadamente o POISE ( Programa Operacional Inclusão Social), e o POCH (Programa Operacional Capital Humano) com muitos milhões disponíveis para apoio de iniciativas.
   Ora, sendo o nosso concelho, o Sabugal,  uma região com um grande número de emigrantes, esta pode ser uma excelente oportunidade para que alguns dos nossos conterrâneos regressam à nossa região e nela decidam investir, criar negócios que gerarão trabalho, desenvolvimento, bem estar para todos.
   Os emigrantes do nosso concelho devem estar atentos a estas oportunidades e aqueles que se acharem com capacidade empreendedora, têm aqui uma boa ajuda.
   No aproveitar é que está o ganho!

27.5.15

MALCATA: FESTA DA CARQUEJA 2015


Carqueja na serra da Malcata
(Foto de Maria Helena Antunes)





Com ou sem flor da carqueja, a relação das pessoas com a serra é inseparável, sobretudo para aqueles e aquelas que em determinada altura das suas vidas a percorreram no pastoreio, no contrabando, na feitura do carvão, na apanha dos medronhos.

Este ano foi no dia dezassete de Maio. Como sempre, a “carqueja em flor” é a atração que justifica este evento há mais de vinte anos. Uma festa que em cada realização leva até à Serra, mais concretamente ao Espigal, algumas centenas de pessoas de Malcata e amigos a fim de viverem uma jornada de convívio com os outros e com a natureza. Com ou sem flor da carqueja, a relação das pessoas com a serra é inseparável, sobretudo para aqueles e aquelas que em determinada altura das suas vidas a percorreram no pastoreio, no contrabando, na feitura do carvão, na apanha dos medronhos. Há uma identificação de valores dos malcatanhos que os liga perpetuamente à nossa Serra da Malcata, que mais não seja pelo nome que orgulhosamente ostentam.
Esta festa surgiu a pensar em todos os que por motivo de emigração e à procura de uma vida melhor a tiveram de abandonar, e que regressados à terra natal sentiram necessidade de a revisitar, de lhe pedir desculpa pelo abandono e de a proteger.
Mais uma jornada repleta de sol, de amigos, de plantas e de flores em que se deu asas à alegria rezando, cantando, partilhando o almoço, brincando aos jogos tradicionais. Cada um à sua maneira, saboreando o dom da vida que renasce, cresce e se multiplica. Não sei se Francisco de Assis não teria trocado o Monte Subasio pela Serra da Malcata para continuar o Cântico do Sol ou Cântico das Criaturas. Dezassete de Maio, domingo da Ascensão, foi passado nas alturas em festa, convívio e partilha. Sursum corda (corações ao alto)!…
Rui Chamusco

 Texto copiado do Jornal Cinco Quinas
  Pode ler aqui: 
http://www.cincoquinas.net/?news=malcata-festa-da-carqueja-de-2015



14.5.15

PRECISAMOS DE ESPAÇOS VERDES EM MALCATA

 
A nossa aldeia é conhecida por muitos por causa da Serra da Malcata, uma floresta natural que um dia foi decretada "reserva natural". Na serra abundam árvores de várias espécies, mas o pinheiro é rei e senhor.
   A serra é um lugar apetecível para a realização de muitas actividades lúdicas e para descontrair. Mas para as pessoas mais idosas e as crianças, fica longe e não é lá muito atractivo ir para tão longe.
   A existência de pequenos espaços verdes no espaço urbano da nossa aldeia permitiriam que os habitantes usufruíssem de espaços mais aprazíveis para confraternizar, para conversar, jogar umas cartas, ver os netos a brincar...
   A ausência de espaços verdes é notório. Para além do pequeno espaço verde junto à sede da Junta de Freguesia, no miolo da aldeia, não conheço outro.
   Uma aldeia saudável e fresca também passa por proporcionar aos seus moradores momentos de descontracção, espaços para o lazer e promoção de boa vizinhança. Os espaços verdes, sejam eles ajardinados ou não, ajudam no desenvolvimento sustentável da nossa terra. E o desenvolvimento sustentável pode começar também por isto, ou seja, pela criação de pequenos espaços verdes. Ganha a comunidade de Malcata e cada um dos seus habitantes e torna a nossa aldeia mais tranquila e acolhedora para quem nos visita. A responsabilidade de criar mais espaços verdes em Malcata passa pela Junta de Freguesia e também pelos empresários da terra que deveriam ser os melhores e os primeiros promotores na criação de uma aldeia mais sustentável e mais desenvolvida.
   

12.5.15

MALCATA VIVA

   

Malcata, a nossa querida aldeia, é continuamente tema de notícia nos jornais e nas televisões. Já não é só falada por causa do lince ibérico, mas pela albufeira da barragem do Sabugal, pela existência do Parque Eólico e das pessoas que mostraram que Malcata não é um deserto, é uma aldeia onde também vivem pessoas. Que em Malcata há espírito de entre-ajuda e de comunhão, é uma realidade que só não a sente quem não vive ou não viu como o povo se une para que os eventos realizados na aldeia tenham êxito. Organizam-se caminhadas, corridas de atletismo, maratonas de bicicletas, festas da carqueja, magustos e ciclos do pão. Quando o povo é chamado a colaborar aí estão eles e elas prontas a dar a sua ajuda. Que força é esta meus amigos e amigas? Onde aprenderam esta nobre forma de viver em comunidade? Haja quem me responda!