6.1.15

MALCATA PRÓ-FUTURO QUEIXA-SE À UE


Povo de Malcata

continua a sua luta contra mais eólicas!

O Movimento "Malcata Pró-Futuro, apresentou uma queixa à União Europeia sobre o Estado Português por causa do sobreequipamento do Parque Eólico de Penamacor 3B, que a Lestenergia pretende levar a cabo na aldeia de Malcata.

Perante ausência de resposta das autoridades nacionais
Movimento “MALCATA PRO-FUTURO” apresenta queixa á União Europeia sobre o Estado Português
Depois de várias exposições e abaixo-assinados dirigidos ao Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, sem obter qualquer resposta, o Movimento “Malcata Pro-Futuro” apresentou uma queixa à Comissão Europeia sobre o Estado Português e mais concretamente sobre a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) por considerar que a emissão da DIA (Declaração de Impacto Ambiental) é omissa em relação aos seguintes aspectos:
• Não atende às preocupações da população relativamente ao ruido, não prevendo a localização de medidores em locais significativos e não preconizando medidas que garantam o cumprimento escrupuloso do Regulamento do Ruído;
• Não apela a alternativas à instalação do sobreequipamento, como sejam, a não instalação, o armazenamento, a relocalização para longe da população de Malcata;
• Não considera os efeitos ambientais conjugados da Barragem e do Parque Eólico, estudo que se justifica, de todo, porque não foram feitos EIA na devida altura. Nessa medida considera que estamos perante um desrespeito pelas directivas relacionadas com a Rede Natura 2000 (Aves, Habitats, e fauna, nomeadamente o Lince Ibérico) sendo evidente a não referência a medidas de compensação ambiental, de valorização e recuperação dos habitats, a monitorização de açudes tradicionais, de exclusão do pastoreio, etc.
• Não apela à necessidade de envolver minimamente as comunidades locais, associações e proprietários.
A população de Malcata considera que está em causa o seu supremo bem-estar, a sua qualidade de vida, o futuro da sua aldeia.
O que legitimamente pretende é que o Estado Português considere as suas preocupações e a sua vontade de continuar a viver condignamente nas suas terras.
O que deseja é que as autoridades ambientais portuguesas desenvolvam um processo de EIA “à posteriori” que, de uma maneira séria e completa, considere os efeitos ambientais conjugados dos dois empreendimentos – Barragem e Parque Eólico de 19 aerogeradores - uma vez que ambos decorreram à margem de princípios do direito comunitário.
http://malcataprofuturo.blogspot.com/

3.1.15

A IMPORTÂNCIA DA PAISAGEM QUE RODEIA MALCATA

Parque Eólico

O movimento Malcata Pró-Futuro defende o ambiente e a paisagem que rodeia a aldeia de Malcata.E cada vez mais nos damos conta que outros também defenderam e defendem o mesmo.
Eis um "recorte" de um estudo elaborado em 2013 e publicado na Revista Crítica de Ciências Sociais:

Ambiente, paisagem, património e economia:
Os conflitos em torno de parques  eólicos  em Portugal

Referência eletrônica
Ana Delicado, Luís Silva, Luís Junqueira, Ana Horta, Susana Fonseca e Mónica Truninger, « Ambiente, paisagem,
património e economia: Os conflitos em torno de parques eólicos em Portugal », Revista Crítica de Ciências
Sociais [Online], 100 | 2013, colocado online no dia 28 Outubro 2013, criado a 30 Outubro 2013. URL : http://
rccs.revues.org/5198 ; DOI : 10.4000/rccs.5198
Editor: Centro de Estudos Sociais
http://rccs.revues.org
http://www.revues.org
Documento acessível online em: http://rccs.revues.org/5198
Este documento é o fac-símile da edição em papel.
© CES
“Nos últimos anos temse assistido em Portugal ao crescimento exponencial do número de parques eólicos, respondendo as pressões  politicas e económicas para atingir metas ambiciosas no que concerne a produção de energia através de fontes renováveis.
A nível geral, este desenvolvimento temse pautado por discursos consensuais – mitigação das alterações climáticas, diminuição da dependência energética face ao exterior –, mas ao nível local e situado os conflitos tornamse visíveis (destruição visual da paisagem, impactes nocivos nos ecossistemas rurais, nas actividades turísticas, na saúde).
Não obstante os reflexos positivos associados aos parques eólicos, tendencialmente ligados a benefícios no combate às alterações climáticas, à redução da poluição, à diminuição da dependência energética de Portugal em relação ao exterior e aos proveitos económicos daí decorrentes, o aumento significativo do número e dimensão das infra-estruturas necessárias ao aproveitamento da energia eólica não passou despercebido. Controvérsias em torno das modificações introduzidas na paisagem, o seu impacte nas espécies naturais, nas actividades turísticas e até sobre a saúde, associadas a uma progressiva cobertura mediática com um forte enfoque nos custos associados à produção de energias renováveis (nomeadamente no peso que tal implica no custo mensal da eletricidade), contrabalançam o pendor aparentemente positivo do discurso em torno do tema.

Enquadramento teórico


   As questões energéticas constituem um desafio ambiental urgente. A ameaça
das alterações climáticas e a escassez de fontes de energia convencional têm
levado os países a investir crescentemente em fontes de energia alternativas
e renováveis. Ao contrário de outras tecnologias de produção energética
(como a nuclear ou os combustíveis fósseis, mas também os biocombustíveis
e as barragens), a energia solar e a energia eólica são geralmente percepcionadas como “limpas”, “verdes” ou “amigas do ambiente”, uma extensão de tecnologias tradicionais como os moinhos de vento (Nadaï e Van der Horst, 2010).
   E, no entanto, este é um domínio onde também têm surgido controvérsias
(no sentido de desacordo entre vários atores sociais, eminentemente
discursivo) e mesmo conflitos, designadamente movimentos de resistência
à implantação de parques eólicos em determinada localização, encabeçados
geralmente  por residentes, autoridades locais ou organizações não
governamentais  (de ambiente, de defesa do património, etc.). De acordo
com  Dietz et al. (1989), a literatura sobre conflitos ambientais tende a
caracterizar estes conflitos em quatro dimensões: como um problema
de conhecimento diferencial (concepção do público como ignorante), ou de
interesses diferenciais (o que suscita questões de justiça), ou de diferença
de valores (agravada em contextos de incerteza), ou ainda de desconfiança
face ao conhecimento dos peritos (suspeitos de parcialidade). Como abaixo
se verá, são estas três últimas dimensões que estão em causa no caso dos
parques eólicos.
   Na acepção de Warren et al. (2005), a energia eólica tende a suscitar controvérsias“verde contra verde” (“green on green”), uma vez que alguns dos
argumentos em oposição se sustentam em valores ambientais contraditórios:
a defesa de fontes de energia não poluente e mitigadora das alterações
climáticas opõese à proteção da paisagem natural e dos ecossistemas. Põese aqui também um problema de escala: benefícios ambientais globais são
obtidos à conta de impactes locais (Warren et al., 2005; Nadaï e Van der Host, 2010; Haggett e Futák­Campbell, 2011; Hall et al., 2013). Isto, porém, pode também ser visto pela perspetiva inversa, quando as necessidades de desenvolvimento económico local colidem com necessidades globais de proteção da natureza (Figueiredo, 2008).
   Estão amplamente documentados casos de oposição à instalação de parques
eólicos no Reino Unido (Woods, 2003; Bell et al., 2005; DevineWright e Howes, 2010), França (Nadaï, 2007), Alemanha (Zoellner et al., 2008), Holanda (Breukers e Wolsink, 2007; Wolsink, 2007a), ou Grécia (Kaldellis, 2005). Esta resistência tem sido motivada pela preocupação com questões como o ruído
ou a poluição sonora (Woods, 2003; Toke, 2005; Hall et al., 2013), os efeitos sobre a saúde (Woods, 2003; Barry et al., 2008; Hall et al., 2013), os impactes
mas também com a percepção de que os aerogeradores arruínam as paisagens
rurais e ameaçam o património natural e cultural (Woods, 2003; Toke, 2005;
Bell et al., 2005; Zoellner et al., 2008; Cowell, 2010; Hall et al., 2013), tendo
consequências não só simbólicas mas também económicas sobre o turismo
e o valor das propriedades (Woods, 2003; Warren et al., 2005; Toke, 2005;
Barry et al., 2008; Clarke, 2009; Nadaï e Van der Horst, 2010; DevineWright
e Howes, 2010; Hall et al., 2013).”








23.12.14

BOAS FESTAS

Quando entro nas instalações do Lar de Malcata, salta à vista a limpeza cuidada e a dedicação dos seus funcionários para com os idosos. 
   A ASSM abriu as portas em 1995 com as valências de Centro de Dia e Apoio ao Domicílio. Em 1996 passou a ter Lar.
   São cerca de 50 idosos que estão a cargo da instituição, estando 37 no Lar, 3 no Centro de Dia e 10 em suas casas, onde recebem apoio domiciliário, ou seja, levam-lhes as duas principais refeições do dia, almoço e jantar, lavagem da roupa pessoal e da casa, limpeza da casa. Estes utentes contam também com toda a ajuda, sempre que solicitada, para acompanhar nas consultas médicas, compras de medicamentos na farmácia…
   A instituição sempre procurou e procura o bem-estar e a melhoria de qualidade de vida dos idosos. Para tal, zela para que não lhes falte o essencial, ou seja, o carinho, o amor, a alimentação, a limpeza e a saúde.
   Quero expressar o meu maior apreço a todos os funcionários e colaboradores da Associação de Solidariedade Social de Malcata, que ao longo destes anos têm proporcionado uma vida mais confortável, mais segura e com mais dignidade aos nossos queridos idosos. Graças ao trabalho de todos, os idosos, que são merecedores dos vossos carinhos e afectos, vão vivendo os seus dias e as suas noites à espera de um gesto de gratidão pelos sacrifícios que passaram nas suas vidas, para que outros beneficiassem duma vida melhor do que a que eles viveram. Todos e cada um de nós lhes devemos aquilo que somos e aquilo que temos e por isso merecem todo o nosso carinho, apoio e solidariedade, enquanto viverem entre nós usufruindo duma qualidade de vida que os faz sentir felizes e aos seus familiares e amigos orgulhosos.
   A todos vós, que ajudam a engrandecer o nome e a alma da ASSM e a todos malcatenhos, Boas Festas e um Feliz Ano Novo. 





18.12.14

MALCATA CONTESTA EÓLICAS




Habitantes de Malcata
Contestam Expansão de Parque Eólico!


 Parque Eólico de Penamacor 3B
( Até os animais da Quinta do Ramalhas deixaram de ter sossego)






Ler mais em: 
http://www.cmjornal.xl.pt/cm_ao_minuto/detalhe/habitantes_de_aldeia_do_sabugal_contestam_ampliacao_de_parque_eolico.html

E também podem ler aqui:
Ler mais: http://visao.sapo.pt/habitantes-de-aldeia-do-sabugal-contestam-ampliacao-de-parque-eolico=f804761#ixzz3MI8MfrZG
Também é importante saber que:
Em 2011 o Parque Eólico de Penamacor produziu 269.263 MWh o que corresponde a uma facturação de 27.255M€. Quanto deste dinheiro beneficiou a aldeia de Malcata?
A Lestenergia iniciou em 2010 os procedimentos necessários ao sobreequipamento ( expansão ) do Parque Eólico de Penamacor. O Parque de Penamacor é composto por vários Subparques e o de Malcata é designado por Sub-Parque de Penamacor 3B. Neste momento já estão instalados e em laboração 19 aerogeradores. E apesar de a Lestenergia escrever no seu relatório de actividades de 2011 a expansão do Parque de Penamacor, os habitantes da aldeia de Malcata foram mantidos no esquecimento e só em 2014 é que conheceram as verdadeiras intenções dos promotores do parque eólico. Embora no que diz respeito ao licenciamento do sobreequipamento, a Câmara Municipal do Sabugal tivesse solicitado a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental, o povo não foi devidamente informado. Para além do atraso do início desta obra por causa da exigência da Câmara do Sabugal, que atrasou o processo de licenciamento, no Relatório de Actividade de 2011 da Lestenergia também podemos ler que a empresa teve dificuldade na obtenção de financiamento.


14.12.14

PERGUNTAS DIFÍCEIS


PORQUÊ?

Na aldeia e por muitos outros lugares há pessoas que levaram as mãos à cara e fizeram a temida pergunta: porquê? Porquê ela e assim como foi? Porquê?
Porquê três funerais numa semana? 
Grande mistério que mesmo vivendo longe e afastado me faz pensar na morte de tanta gente querida e que partiu. 
É difícil esquecer e não pensar na morte. A verdade é que a filha da mãe leva as pessoas amigas e aquelas que nasceram no mesmo lugar que eu e muitas vezes nem nos avisa, nem uma simples sms, apesar de ser gratuito e rápido. Valha-nos os amigos que nos avisam pelo facebook!
Há coisas na vida que a minha inteligência não me consegue explicar.
Disseram-me tantas vezes que Deus é Amor!
Tão difícil acreditar quando é Ele que decide tudo.
Apetece gritar e perguntar: Porquê? Ainda tinha tanto para viver, ainda tanto tempo para servir a comunidade paroquial...mas não adianta. É mesmo verdade o que aconteceu na minha terra que parece ter sido escolhida para não fazer mais nada que passar o tempo a andar o caminho que ninguém deseja já, logo, amanhã ou depois do Natal. Que distraídos andamos a maioria de nós! Um dia...será mesmo e não adianta escapar.
Por favor, vós que chegastes primeiro, dai um beijinho à minha mãe!

2.12.14

FAZER O BEM


  Malcata é uma aldeia como tantas outras do nosso país. Cada terra tem o seu personagem que todos conhecem e sempre que passa é apontado e rotulado de tontinho, de pessoa sem acareios, de mausinho e toda a gente se ri à custa dos seus disparates, mas ninguém gosta que seja da sua família, sempre faz parte de outras famílias e não da minha, da vossa. 
   Estamos a lidar com pessoas que são vítimas de doenças mentais, de imperfeições físicas, mas que os outros apenas lhes apontam os defeitos e nunca as qualidades.   Em Malcata também viveram, vivem e viverão tontinhos e tontinhas. Cuidado, porque desequilíbrios mentais involuntários nenhum de nós está livre de um dia também vir a sofrer, por exemplo, de uma depressão mais ou menos profunda. Por isso, cada um de nós, independentemente do que faz hoje, do que sente hoje e da vida que vive hoje, está sujeito a passar por situações limite e de um momento para o outro a vida dá uma volta completa.
   Para levar uma vida feliz gozar de uma boa saúde mental é essencial para viver com alegria e em harmonia com o mundo que nos rodeia.

    A Associação Solidariedade Social de Malcata ( Lar ) felizmente tem contribuído e ajudado algumas pessoas da nossa aldeia, ajudando-as a tomar a sua medicação diária ( necessária ), ajudando-as na alimentação e até no apoio emocional. Sabemos que o nosso Serviço Nacional de Saúde não consegue ajudar todos os que sofrem e muito menos aqueles que vivem em aldeias como a nossa. Daí a importância do apoio do Lar no empenhamento em prestar a ajuda que tanta falta faz.

29.11.14

ASSM: UM LAR COM ALMA

   Num concelho fortemente envelhecido, foi com naturalidade que nasceu em 1995 a Associação de Solidariedade Social de Malcata, presidida pelo senhor Carlos Clemente. Esta instituição prima pela sua dinâmica e a sua interacção com as pessoas mais idosas, na sua maioria nascidas em Malcata.
   A ASSM tornou-se uma instituição importante na vida das pessoas que acolhe e também na vida dos colaboradores que nela trabalham. Continuar o trabalho e o serviço prestado à comunidade é o lema desta associação sem fins lucrativos.
   Carlos Clemente tem sido o rosto mais visível da ASSM e sinal disso é a sua disponibilidade desde o início até hoje, para presidir aos destinos desta instituição.
   Eu, sempre que a oportunidade surge, visito o Lar da Rua da Moita. É uma casa exemplar, limpa e asseada, com um bonito espaço exterior ajardinado onde sobressai o centenário castanheiro, um autêntico testemunho da vida longa de muitos utentes que ali são acolhidos.
   Desde 1996 que o Lar oferece aos que acolhe, um clima de bem-estar, conforto e segurança que não teriam nas suas próprias casas. Quando ali entro é fácil perceber a dedicação dos colaboradores para com os idosos que ali estão. Hoje são cerca de cinquenta idosos que recebem o carinho e a atenção dos colaboradores da ASSM, uns no Lar, outros no Centro de Dia e ainda um grupo de idosos que recebem diariamente o apoio domiciliário. Este apoio ao domicílio conta com a entrega das refeições para o almoço e jantar, lavagem da roupa e limpeza da casa. Podem também contar com o apoio da instituição sempre que necessitem de ir ao médico, ir à farmácia e outras necessidades que surjam.
   Está construído e abrirá brevemente o novo pólo para acolher mais 25 idosos. Este novo edifício foi construído ao lado do Pavilhão Multiusos da ASSM, na Rua Carvalheira do Jorge, a cerca de 500m da casa mãe. Com estas novas instalações a associação deseja colmatar as necessidades de procura que tem tido e proporcionar uma maior qualidade aos que já lá estão.
   Para quem já trabalhou na ASSM, para todos os que lá trabalham vai o meu merecido aplauso e agradecimento por tudo o que fizeram e fazem para proporcionar aos idosos condições de bem-estar, um fim de vida mais confortável, mais seguro e com muito amor e carinho ajudando os idosos a sentirem-se mais felizes. Eles, os mais velhinhos, são merecedores do carinho e da gratidão por tudo o que fizeram por nós, pelos sacrifícios que passaram nas suas vidas para que beneficiássemos duma vida melhor do que a deles. A eles lhes devemos o que temos de melhor e por isso, merecem todo o nosso apoio, todo o nosso cuidado, todo o nosso amor e carinho enquanto ainda vivem entre nós, usufruindo duma boa qualidade de vida num Lar que os faz sentir felizes e a nós orgulhosos.
   A todos os que ajudaram e ajudam a ASSM um Bem Hajam.