12.11.14

OS IMPACTOS E AS VIOLAÇÕES DAS DIRECTIVAS EUROPEIAS

Parque Eólico de Penamacor 3B -Fonte:SPEA


No ano de 2010, era José Sócrates Primeiro Ministro, quando foi publicada uma lei especial que isentava as empresas de apresentar  os Estudos de Impacto Ambiental quando queriam ampliar ou sobreequipar os parques eólicos. Com a publicação do Decreto Lei nº51/2010, de 20 de Maio, até 9 aerogeradores , dentro de áreas classificadas e até 19 aerogeradores, fora dessas áreas, o Governo considerava que esses projectos não tinham impactos negativos importantes no ambiente.
O Parque de Penamacor à boleia deste decreto lei foi crescendo, crescendo e hoje já vai em 60 aerogeradores, espalhados por vários sub-parques eólicos, sendo um deles o Parque de Penamacor 3B, precisamente a quem pertencem as torres eólicas ( aerogeradores ) que rodeiam a aldeia de Malcata. Como sabemos, se a memória não falhar, as torres eólicas à volta de Malcata foram surgindo aos poucos e poucos.  Ou seja, o Parque de Penamacor 3B ( um dos parques integrantes do Parque Eólico de Penamacor ) começou pequeno, com 12 aerogeradores. Depois recebeu a primeira ampliação e construíram-se mais 7 torres eólicas. Sempre no cumprimento das leis.
Actualmente o Parque Eólico de Penamacor3 B tem no total 19 aerogeradores e o seu crescimento deu-se assim:
 -  Em Setembro de 2007, 12 aerogeradores iniciaram a sua exploração;
 -  Em Novembro de 2008, 7 aerogeradores iniciaram a sua exploração.
   Neste momento está em fase final de licenciamento a instalação de mais 6 aerogeradores.
   Em Janeiro de 2011, a Sociedade Portuguesa Para o Estudo das Aves ( SPEA ) discordando com o tal Decreto Lei nº51/2010, queixou-se à Comissão Europeia e o Estado Português foi alvo de um processo de infracção. Foram precisos quatro anos para que a legalidade fosse reposta. O pior é que o mal já estava feito e durante estes quatro anos, um pouco por todo o país, ampliaram-se os parques eólicos sem a necessidade de apresentar e aprovar o Estudo de Impacto Ambiental.
   A SPEA ( Sociedade Portuguesa Para o Estudo das Aves ) é uma Organização Não Governamental ( ONG ) sem fins lucrativos, que tem por missão trabalhar para o estudo e conservação das aves e dos seus habitat’s. Estiveram atentos ao desenvolvimento dos parques eólicos que nasceram e continuam a nascer como se de uma praga se tratasse, respeitadores de algumas leis e aproveitando todas as lacunas e uma enorme falta de conhecimento por parte das populações. Em particular, esta associação esteve muito atenta à evolução do Parque Eólico de Penamacor 3B, instalado na nossa freguesia de Malcata e na freguesia do Meimão. Leu e respondeu ao Estudo de Impacto Ambiental e enviou às autoridades competentes as suas análises e as suas posições quanto a este projecto. E decorreu recentemente a consulta pública sobre o Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução do Sobreequipamento do Parque Eólico de Penamacor 3B ( em causa as novas 6 torres eólicas ). O prazo da consulta pública decorreu de 10 a 30 de Outubro de 2014, mas como sempre, a divulgação ficou-se pelos editais da Câmara Municipal de Penamacor e do Sabugal, pela Agência Portuguesa do Ambiente,IP, na Amadora, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Centro e pelas Juntas de Freguesia de Meimão e Malcata. Como é habitual nos portugueses, poucos são os que ligam a estes aviso e aos editais. Contudo, as pessoas de Malcata estão mais ou menos sabedoras do que se está a passar, pois já tiveram uma reunião sobre o assunto das 6 novas torres eólicas. A reunião contou com a participação livre e daí resultou um documento assinado por 61 pessoas mostrando a sua discordância quanto à obra desta nova expansão do parque eólico. Sumariamente, a Junta de Freguesia e essas 61 pessoas mostraram-se contra a construção destas  6 novas torres eólicas porque o ruído ia ser maior, porque já tinham ventoinhas que chegassem para a contribuição da redução de CO2, porque a paisagem ia ainda ficar mais estragada do que aquilo que já estava, porque a aldeia não beneficiava  em nada com essa obra, a não ser os proprietários dos terrenos onde essas novas eólicas irão ser instaladas e a Câmara Municipal do Sabugal. Esse documento das 61 assinaturas foi enviado pela Junta de Freguesia para as entidades competentes. Nessa carta a Junta de Freguesia e as pessoas que assinaram a mesma "manifestaram  uma posição desfavorável à implantação do projecto. Consideram que o Parque Eólico de Penamacor existente, constituído por 19 aerogeradores, já induz impactos negativos significativos na sua população especialmente nos factores ambientais Ruído e Paisagem e que o acréscimo de 6 aerogeradores agravará irremediavelmente a sustentabilidade económica e a qualidade de vida da população".
   Pelo que se pode ler no relatório DIA, não foram tidas em conta e de nada adiantou a reunião realizada em Malcata. Ou seja, para a Agência Portuguesa do Ambiente no DIA afirma que"quanto aos impactos mencionados pela Junta de Freguesia de Malcata relativamente ao Ruído e Paisagem, a análise dos referidos factores ambientais realizada pela Comissão de Avaliação não identificou a ocorrência de impactos negativos significativos e não minimizáveis que pudessem inviabilizar o projecto".    Mas a Agência Portuguesa do Ambiente logo a seguir a esta posição  faz esta exigência aos promotores do projecto: " é exigido o cumprimento de conjunto de elementos ( Medidas de Minimização, Planos de Recuperação Paisagística e Monitorização), a desenvolver em fase de projecto de execução, que minimize os impactos identificados".   Razão tem a Sociedade Portuguesa Para o Estudo das Aves, que tomou uma posição também desfavorável à expansão do Parque Eólico. Esta Organização Não Governamental e defensora das aves e ambiente, considera que este projecto viola várias directivas comunitárias, não estão devidamente analizados e estudados todos os impactos desta expansão e considera ilegal qualquer novo projecto de parque eólico na área da serra da Malcata, onde este parque está implantado neste momento já com 19 aerogeradores.
 
 Caros conterrâneos de Malcata, celebram-se 25 anos sobre a Queda do Muro de Berlim. Que lição podemos aprender com a queda dessa barreira que durante tantos anos dividiu e separou dois países? Tantos alemães sonharam que um dia esse muro seria derrubado e agora é mesmo a realidade. Esta queda do muro de Berlim ensina-nos que podemos mudar a realidade e que as obras não permanecem eternas, por muito grandes que sejam os obstáculos. Podemos mudar para melhor. Assim nós queiramos e lutemos por esse objectivo

 
 . 

   
   
    

(Foto da SPEA)

   

25.10.14

MAIS 6 TORRES EÓLICAS EM MALCATA



 Eólicas em Malcata


CONSULTA PÚBLICA ESTÁ A DECORRER DE 10 A 30 DE OUTUBRO DE 2014

http://www.cm-sabugal.pt/index.php/noticias/503-consulta-publica-sobreequipamento-do-parque-eolico-de-penamacor-3b-aia-2698

ATÉ AO DIA 30 DE OUTUBRO ESTÁ A DECORRER A CONSULTA PÚBLICA SOBRE O RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO RELATIVO AO SOBREQUIPAMENTO DO PARQUE EÓLICO DE PENAMACOR 3B.
( Diz respeito aos 6 novos aerogeradores ( torres eólicas ) que a Lestenergia pretende instalar em Malcata).
Todas as opiniões e sugestões apresentadas por escrito serão consideradas e apreciadas.

ATENÇÃO:
As 61 assinaturas que em tempos se manifestaram contra esta obra e cujas assinaturas foram enviadas num documento que a Junta de Freguesia de Malcata anexou, a Comissão de Acompanhamento concluiu que "não se identificaram impactos negativos e não minimizáveis possíveis de inviabilizar o projecto":


 Resultado das assinaturas que se manifestaram contra o projecto


Consultar aqui mais informação:
http://www.apambiente.pt/

TÊM ATÉ 31 DE OUTUBRO PARA CONSULTAR OS DOCUMENTOS SOBRE A INSTALAÇÃO DAS NOVAS TORRES EÓLICAS ( 6 ) QUE PRETENDEM INSTALAR EM MALCATA.
Os proprietários dos terrenos informem-se sobre os contratos, os preços e tenham atenção que se no terreno instalarem, para além da torre, uma "cabine" e/ou linha eléctrica há direito a receber mais dinheiro.
Um senhor de Sortelha disse estas palavras acerca de eólicas:
"Todas as eólicas que estão neste momento no concelho do Sabugal,
no concelho de Belmonte e uma parte da Guarda, são terrenos que eu 
aluguei a proprietários por 30 anos"

18.10.14

OS MORDOMOS

   

Durante as festas de Malcata, José Manuel já tinha dado a entender que ia propor o Jorge para ser mordomo. E não é que o senhor prior ao anunciar os novos mordomos falou no Jorge!       Todos os novos mordomos foram saudados com uma forte salva de palmas. Logo depois da missa, o grupo dos novos mordomos reuniram no adro e contentes abraçaram-se e gritaram em uníssono: somos mordomos! Viva Malcata! Viva a Sra.dos Caminhos!
   Todos juntos iriam fazer uma festa em grande, pois ideias não iriam faltar, nem uma enorme vontade de trabalhar. Seria uma festa religiosa e profana que ficaria na memória de todos na aldeia, essa era a grande vontade do Jorge.
   E depois de receberem os parabéns de amigos e familiares, bem como de muitos desconhecidos, lá foram em grupo pela rua acima. Que alegres eles partiram…...de repente toca o despertador do rádio-relógio. Abri o olho direito e eram as 6H30 da manhã. Ufa, mas afinal onde me encontro eu? Que raio de sonho!


16.10.14

MORDOMOS SURPREENDIDOS COM NOVAS REGRAS DAS FESTAS

Não ponho em causa o que têm feito com o dinheiro da festa, muito menos desvalorizar todo o trabalho das comissões de festas.
A festa de Malcata não é só de manter, mas até de promover e estimular os mordomos a organizar uma festa digna do povo.
A confusão que se está a gerar à volta das novas regras da Diocese da Guarda quanto às Festas Religiosas, é que apanhou todos os mordomos de surpresa e a comissão para 2015 é a primeira a ter que lidar com esta alteração das regras. Desconheço os motivos que levaram ao pároco de Malcata, apoiado pelo Bispo, em querer aplicar as novas regras das festas religiosas nas paróquias que a ele lhe foram confiadas. Uma única reunião é insuficiente para alcançar acordos mútuos e muito menos efectuada num clima de ambas as partes quererem impor as suas ideias. É necessário encontrar tempo  para encontrar soluções válidas para todos. E dada a importância do assunto, porque não realizar mais encontros entre as várias comissões de festas, as entidades da igreja ou até mesmo com a participação de quem quisesse contribuir para chegar a um bom acordo.
As leis da Igreja nunca poderão reduzir-se a meras orientações jurídicas, nem podem ser impostas aos seus fiéis. As leis da Igreja devem estar ao serviço da evangelização e são instrumentos orientadores para a promoção do bem da comunidade.
Mudar mentalidades e tradições é necessário conhecer cada uma das paróquias, a sua história, a sua cultura, as suas devoções e crenças.
É tempo de olhar para o nosso interior e escutar a Voz do Vento.
A decisão é tua, minha, nossa, vossa e da Igreja.