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18.8.15

TUDO TEM UMA PRIMEIRA VEZ

A festa acabou e a porta fechou
 

Foi com alguma espectativa que este ano fui à festa de Malcata. A novidade era a separação da festa religiosa e a festa pagã. Toda a gente sabia que os mordomos e a igreja não tinham chegado a um acordo e que este ano as coisas seriam mesmo organizadas separadamente.
   As cerimónias religiosas tiveram lugar no domingo, 9 de Agosto, com Missa Solene e depois a procissão dos santos. As cerimónias tiveram início às 10 horas com a celebração da Eucaristia celebrada pelo pároco, padre Eduardo. O grupo coral dirigido pelo Rui Chamusco, que também tocou órgão, acompanhado pela jovem violinista------,filha de Isabel Varandas. Este ano registo a ausência da banda da música a quem era atribuída a responsabilidade de animar a Missa e depois a procissão. Pela mesma razão de ausência, a procissão decorreu sem música, mas animada pelo padre Eduardo. Também saíram menos andores do que é habitual, pois foram três os santos que deram a volta ao povo, a saber: Senhora da Conceição, Sagrado Coração de Jesus e o de São Barnabé.
   Os festejos paralelos, ou seja, a festa organizada pelos mordomos da festa “Malcata 2015” decorreram um pouco por toda a aldeia, com bastante participação popular. Notei que o cartaz da divulgação da festa deste ano destacava o título “Malcata 2015” e seu respectivo programa para cada dia. E este ano foi assim: houve pessoas que participaram na festa em honra a São Barnabé e outras pessoas que escolheram apenas participar nos festejos populares dos jogos, garraiada, artesanato e eventos musicais, sem esquecer o habitual Ramo da festa. Enquanto decorreu o Ramo, ouviu-se Banda da Musica de Carvalhal Redondo, que chegou à nossa aldeia às 14 horas, para uma actuação que terminou às seis da tarde. Sempre animou o pessoal que se juntou na Praça do Rossio e o mesmo aconteceu com as danças e cantares do grupo de folclore vindo de Amarante. É claro que às noites houve animação musical e à medida que o dia da festa se ia aproximando, a qualidade dos grupos musicais também ia aumentando.
   Ora então tivemos este ano uma festa um pouco diferente, com cada uma das partes a trabalhar para que as coisas corressem bem. E para bem de todos, assim aconteceu.
   Como sabem a festa de Malcata sempre foram um acontecimento agregador para os malcatenhos e nesta altura do ano muitos naturais de Malcata, mesmo os que durante o ano não residem na terra, aproveitam essa data para regressarem e rever a família, os amigos e participar nos festejos.
   Esta festa deu trabalho a preparar e tenho a certeza que as duas partes colocaram o seu melhor e alegria para que o povo vivesse bem estes dias. Parabéns porque alcançaram esse objectivo.
   A festa acabou.
   E que opinião tem cada malcatenho acerca da festa deste ano?
   A festa de Malcata vai continuar a ser realizada com duas partes, a religiosa e a profana, ou voltamos ao modelo mais tradicional?
   Qual o verdadeiro sentido da festa de Agosto em Malcata?
   A festa chegou ao ponto em que está porque as pessoas assim o quiseram. Não julgo ninguém mas tenho a minha opinião e respeito a dos outros.
  
   

14.10.14

FESTA SEM PESSOAS NÃO É FESTA

Procissão dos Santos

   A verdade é que as coisas não vão nada bem entre os mordomos para a festa de 2015 e o padre Eduardo. Este ano caíram mal algumas ideias do pároco e a comissão de mordomos deste ano, e bem, conseguiu ultrapassar as situações e a festa realizou-se sem problemas.
   Ser mordomo(a) é servir e trabalhar honradamente para louvar a Deus e alegrar o povo da nossa aldeia. Até este ano, as festas de Malcata têm coabitado com o religioso e o profano. O ponto alto da festa é a Missa Solene, depois da procissão com todos os Santos da igreja Matriz, ou quase todos. Pessoalmente tenho a testemunhar que estes últimos anos, por exemplo, as procissões, reina uma pequena desorganização e falta de ordem por algumas pessoas que participam nestas cerimónias religiosas. Mas, todos também sabemos que não é com vinagre que se caçam moscas!
   Caiu mal aquela ideia de arranjar espaço dentro da igreja, mmesmo que para isso se levem os andores para o adro da igreja, enquanto se celebra a Missa Solene. As pessoas não entenderam essa ideia, apesar de noutras terras isso ser até uma tradição, bem como noutras se mudou a forma de levar os andores, que de um ano para o outro os tractores substituíram os braços e os ombros humanos. Claro, uns gostaram e outros detestaram!
   A festa é tempo de alegria, tempo de partilha, tempo de orar e de diversão. As tradições têm que se manter, mas também é importante ter presente que até este ano, a festa de Malcata tem um carácter religioso e profano e sempre se soube organizar uma festa onde todos participam. E as festas religiosas/profanas têm como finalidade "promover o louvor a Deus e o exemplo e a intercessão dos Santos, aprofundar a comunhão das pessoas entre si e as relações sociais, concorrendo também para isso as actividades culturais e o são divertimento". É isto o que nos diz no Regulamento das Festas Religiosas e que a Diocese da Guarda quer que se pratique.
   Todos somos importantes, somos tão senhores da nossa verdade e de tudo, que gerimos tudo tão de acordo com os nossos preconceitos e o nosso conforto, que em grande parte dos momentos da nossa vida, nos esquecemos que trazemos Deus no nosso coração. Vamos simplificar as coisas, vamos simplificar a festa, o encontro de gerações e de tradições abrindo o coração aos outros e deixar de sermos o centro do mundo. A culpa não está na lei ou regulamento. A culpa não é só do padre Eduardo, está também em cada um de nós.
   O bem deve prevalecer sobre o mal. A comunhão deve prevalecer sobre a divisão, o rancor e o ódio.
   No passado dia 26 de Setembro realizou-se uma reunião com todas as comissões de mordomos das paróquias que o padre Eduardo tem a seu cargo. Nessa reunião esteve também D.Manuel Felício, Bispo da Diocese e o Padre Eduardo. O tema foi sobre as festas e o regulamento que a Diocese tem em vigor e a que chamou "Regulamento das Festas".
   A Comissão de Mordomos .de Malcata decidiu não aceitar as regras da Diocese e sendo assim e segundo o tal regulamento das festas religiosas/profanas, não terão qualquer celebração religiosa no 2ºDomingo de Agosto, ficando a igreja com a incumbência de oportunamente realizar as cerimónias religiosas.
   Queira Deus que eu me engane, mas sem querer ser pessimista, não antevejo nada de bom para a festa do próximo ano. E deixo estas perguntas: porquê a festa civil no 2ºDomingo de Agosto e não no 1ºDomingo, ou no 3º ? A tradição sempre foi uma festa religiosa/profana, o dinheiro sobrante da festa sempre foi
bem dividido e porque não continuar assim ?
   Penso que ainda há tempo para enterrar o machado de guerra e tudo voltar à normalidade, mesmo que isso implique cedências mútuas e perdão sem rancor.
   P.S. : endereço os parabéns a todos quantos já foram mordomos das festas de Malcata.

17.9.14

FESTA RELIGIOSA E DIVERTIMENTOS PROFANOS

As Festas de Malcata são, muito provavelmente, o momento mais alto e mais popular do ano que se realiza na nossa aldeia. Não sei se ao longo da história da paróquia a Festa terá sido celebrada como o tem sido nestes últimos anos, mas hoje o segundo domingo de Agosto, é o dia da Festa,
É uma época em que muitas pessoas estão de férias e é um excelente pretexto para o regresso dos emigrantes, à terra que os viu nascer. Tem sido uma Festa Religiosa e Não Religiosa, tendo todas as comissões de mordomos conseguido manter uma boa ligação entre as duas componentes da Festa.
E na nossa paróquia, ou se quiserem na nossa aldeia, a Festa tem sido, alternadamente, em honra de quatro Santos: Sagrado Coração de Jesus, Senhora do Rosário, Senhora dos Caminhos e São Domingos.
A Diocese da Guarda aprovou a Legislação Diocesana das Paróquias e Administração Paroquial e está em vigor. Neste documento está um capítulo que trata do Regulamento das Festas Religiosas. Ele tem como objectivo principal o dar a conhecer a todos os fiéis e párocos as orientações diocesanas quanto às festas religiosas.
Pelo que consegui apurar, todas as Dioceses possuem o seu Regulamento das Festas. Basicamente são cópias uns dos outros. Contudo, tomei a iniciativa de solicitar à Diocese da Guarda, que me facultasse o referido documento. E já me chegou, enviado pelo Padre Hugo Martins :



REGULAMENTO DAS FESTAS












   Leiam, conversem entre uns e outros. Eu tenho acompanhado os acontecimentos à distância e talvez isso me permita ter uma visão mais fria e objectiva.
   Lembro que vivemos agora num Estado laico, mesmo assim, a Igreja continua a ter um papel muito importante junto das pessoas, nomeadamente das comunidades de fiéis como Malcata, onde a Igreja tem um papel conciliador e nunca de divisão.
   Ao decidir-se alguma coisa sobre as Festas de Malcata, é necessário observar alguns detalhes e conhecer a organização das festas da nossa aldeia. Há que ter em conta as tradições que os nossos antepassados nos transmitiram e sem ir contra as normas da Diocese, encontrar um caminho que seja do agrado de povo e igreja.
   A festa religiosa é importante. E os divertimentos também. Noutros tempos, a Festa era o grande momento aguardado por todos os malcatanhos para celebrar a vida. A vontade dos homens de boa fé e as decisões que em conjunto obtiverem, vão ao encontro da vontade de Deus.








24.8.13

EDUARDO É O NOVO PÁROCO DE MALCATA

Padre Eduardo Jorge Nunes Mendes na  Missa Solene
(
Foto da Diocese da Guarda)
   D.Manuel Felício, bispo da Diocese da Guarda, no exercício da sua responsabilidade como principal responsável da Diocese, depois de intensos e variados contactos, decidiu nomear e tornar público que o Rev.Padre Eduardo Jorge Nunes Mendes como pároco de Malcata, substituindo o Rev.Padre César  António da Cruz Nascimento, que vai deixar de exercer o sacerdócio, como já é do conhecimento do povo da aldeia. O novo pároco vai também paroquiar Santo Estevão, Moita, Casteleiro, Meimão e Senhora da Póvoa.
   O padre Eduardo nasceu a 2 de Setembro de 1981,  viveu a sua infância em Figueira de Castelo Rodrigo, tendo lá também frequentado a escola básica e o ensino secundário. De seguida ingressou no Instituto Superior Politécnico de Viseu, tendo concluído o curso de turismo, seguido de estágio. Foi após o estágio e depois de muitas conversas mantidas com o Padre Vítor Manuel Alago Lourenço, pároco da sua terra, reflectiu e aos 26 anos tomou livremente a decisão de deixar a vida que levava, a família e amigos e aceitar incondicionalmente o chamamento de Deus.
   Desde o dia 30 de Junho que Eduardo Jorge Nunes Mendes é oficialmente sacerdote e acredita que por vontade de Deus, manifestada através da decisão do seu Bispo D.Manuel Felício, será o novo pároco da nossa paróquia e de outras cinco.
   Aqui merece escrever uma palavra de agradecimento ao senhor César António da Cruz Nascimento, pessoa que assegurava o serviço religioso da nossa paróquia desde 2002. O tempo está sempre em andamento e cada um de nós deve preocupar-se em cada dia e em cada momento, viver e saber tomar as melhores opcções para alcançar a felicidade neste mundo. Muito fez o padre César e sabemos que também ficaram objectivos por alcançar. Vamo-nos encontrando por aí.
   Ao novo e jovem padre Eduardo, só lhe lembro o salmo que ele tanto gosta de ler:
"Confia no Senhor, sê forte
Tem coragem e confia no Senhor."
Seja Bem Vindo a Malcata.

15.3.10

O PADRE QUE TAMBÉM É BOMBEIRO

  O hábito não faz o padre

Os tempos de infância são propícios para os sonhos. Ser bombeiro fez parte do imaginário de César Cruz. Para além de concretizar esse sonho, César Cruz é também pároco em

várias paróquias da Diocese da Guarda.

Apesar de ter o uniforme, o padre César Cruz não se considera bombeiro a tempo inteiro. “O meu cargo é mais moralizar e incentivar a malta” – confidenciou à Agência ECCLESIA. Tudo começou na paróquia de Meimão… “Decidimos criar uma corporação de bombeiros, ligados à secção de Penamacor”. Como tinha um grupo de jovens a preparar-se para o sacramento do Crisma, “fizeram-me o pedido para os incentivar a inscreverem-se nos bombeiros”.


Os cerca de 30 jovens ouviram o pedido e, juntamente com o Pe. César, entraram para a corporação. “Não cruzei os braços”, mas reconhece que “tenho faltado muito à escala de trabalho” – lamenta. Estas ausências são compreensíveis visto que tem várias paróquias - Casteleiro, Malcata, Meimão, Sto Estêvão e Póvoa – e é professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC). Na festa de inauguração benzeu os carros e o quartel na presença do Secretário de Estado que achou “piada um padre fazer parte da corporação”. Quando toca a sirene dos bombeiros “nem sempre estou disponível” – confidencia.


No Verão passado, a zona do Sabugal foi bastante fustigada com incêndios. Mesmo desfardado, “estive com os meus colegas bombeiros”. Apesar de ser um dia de reuniões na escola e de missas, no final de uma delas foi ajudar um grupo de jovens de Santo Estêvão na eliminação do fogo. “Meti mãos à obra com uma pá”.


Quando as labaredas proporcionam cenários dantescos, os bombeiros e as pessoas que observam os seus bens a desaparecer “consideram-se muito pequenas junto daquelas chamas” – esclarece. Aparecem também as questões: “como acabar com o fogo?; como é possível isto acontecer?...”. Há uma sensação de revolta quando “sentimos que foi fogo posto” – afirma o padre da diocese da Guarda.


Todos os anos desaparecem muitos hectares de floresta. Perante esta verdade irrefutável, o Pe. César Cruz alerta: “é necessário olhar para a floresta como um bem imprescindível”. Vive na zona da Reserva Natural da Malcata que outrora era verdejante, mas, actualmente, o concelho do Sabugal tem pouca floresta. “Os incêndios das últimas décadas destruíram quase tudo”. E aconselha: “é importante reflorestar…”


Para se chegar a bombeiro é necessário tirar um curso e depois as especialidades. “Devido a minha ocupação é impossível tirar essas especializações porque são quase sempre ao fim-de-semana”. “Não é bombeiro quem quer, mas quem quer pode chegar a bombeiro” – sublinhou o Pe. César Cruz. Ao falar do seu escalão naquela corporação, o padre bombeiro afirma que é “aspirante com orgulho e prazer”.


Nunca andou vestido com a farda de bombeiro na luta contra o fogo porque “quase sempre ando ocupado noutros serviços”. No entanto já fez “serviços de ambulância, nomeadamente no transporte de doentes”. E relata: “As pessoas quase ganharam uma nova alma quando souberam que eu era padre”.


O quartel de bombeiros de Meimão tem cerca de 40 voluntários (homens e mulheres) e o padre bombeiro considera que “existe um ambiente saudável”. Com o aumentar da confiança entre as pessoas “podemos evangelizar no quartel”. E adianta: “não se consegue evangelizar só e apenas na igreja”.


Sabe manusear os utensílios dos bombeiros. “O que me faz falta é a formação porque não tenho disponibilidade”. Mesmo com a escassez de tempo “fiz piquetes e dormir no quartel” – realça. Os paroquianos “aceitaram bastante bem” este serviço à comunidade. Ao som das sirenes, tanto das ambulâncias como dos carros de bombeiros, as pessoas devem “questionar-se sobre o que podemos fazer para ajudar”.


Ser bombeiro “é um estado de espírito”, mesmo que D. Manuel Felício, bispo da Guarda, o transferisse para outra paróquia “teria todo o gosto em inscrever-me na corporação dessa terra”. No entanto reconhece que “teria de ver primeiro a minha disponibilidade”.


Nascido em 1974, o Pe. César Paulo foi para o seminário com 11 anos de idade. Esteve no Seminário do Fundão até ao 9º ano, no Seminário da Guarda até aos estudos teológicos e, posteriormente, na Universidade Católica do Porto. Ao relatar a sua experiência sacerdotal, o Pe. César Cruz frisou que, actualmente, “não é fácil ser pastor em lado nenhum”.


Nesta região serrana onde a palavra rebanho é comum, o padre bombeiro utiliza a metáfora para explicar a relação entre o pastor e o rebanho. O concelho raiano tem “uma vivência muito própria da religião”. “Há ovelhas que me acompanham e outras nem tanto”. Perceber os modos de caminhar das pessoas “é de extrema importância” – disse.


Como professor de EMRC, o Pe. César Cruz sente que há “uma luta constante para que o ensino religioso esteja nas escolas”. E completa: “é muito complicado implementarmos a nossa disciplina nas escolas”. Neste diálogo, o Pe. César Cruz concluí que, diariamente, “apago «fogos» na escola”.
Copiado daqui:
http://www.fregmeimao.com/index.php?option=com_content&view=article&id=98:cesar-cruz-padre-e-bombeiro&catid=3:destaques
 

20.9.09

O PADRE QUE É PROFESSOR E BOMBEIRO

"vivemos numa sociedade pós-moderna onde o relativismo impregnado faz com que tudo o que tenha a haver com dados não experimentados onde não se pode re/tirar proveito imediato para usufruto não tenham valor. O imediato, o individualismo, a crise de valores, a crise de identidade cultural e religiosa leva a um afastamento de tudo o que fale de Deus".



CÉSAR : PADRE, professor, bombeiro voluntário.

Na edição de 10 de Setembro de 2009 do jornal A GUARDA ( semanário) podemos ler a entrevista que este órgão de comunicação fez ao sacerdote César António Cruz Nascimento, actual pároco de Malcata e de outras terras. Aqui está a entrevista:

César António da Cruz Nascimento – Coordenador do Ensino da Igreja nas Escolas do Departamento do Secretariado Diocesano da Educação Cristã


“Muitas Direcções Escolares dificultam o trabalho do professor de Educação Moral Religiosa Católica”

César António da Cruz Nascimento é o actual Coordenador do Ensino da Igreja nas Escolas do Departamento do Secretariado Diocesano da Educação Cristã, na Diocese da Guarda. Desempenha também as funções de pároco de Casteleiro, Malcata, Meimão, Moita e Santo Estêvão.
Nasceu em Viseu por opção da mãe que é oriunda daí, embora os pais residissem na Covilhã. Foi registado na freguesia de S. Martinho (Covilhã) onde viveu até aos 8 anos, passando depois para Alcaria. Foi ordenado sacerdote em 2 de Julho de 2000.
A Guarda: Quem é César António da Cruz Nascimento?

César Nascimento: Defino-me não por aquilo que faço mas por aquilo que sou. Nasci em Viseu por opção da minha mãe que é oriunda daí, embora os meus pais residissem na Covilhã. Fui registado na freguesia de S. Martinho (Covilhã) onde vivi até aos meus 8 anos. Mais tarde os meus pais iriam residir para Alcaria (Fundão), onde ainda aí permanecem. Defino-me como um transeunte nesta vida onde procuro buscar a essência do meu eu, apoiado no humanismo, ética e fé cristã. Sou amante da vida e do ser humano.

A Guarda: Qual a sua ligação à Diocese da Guarda?

César Nascimento: Actualmente tenho a missão de Coordenador/Director do Departamento Diocesano do Ensino Religioso Escolar na diocese da Guarda, tenho a meu cargo seis paróquias (Malcata, Santo Estêvão, Meimão, Casteleiro, Moita e Vale da Senhora da Póvoa) e lecciono EMRC – Educação Moral e Religiosa Católica- no Sabugal e sou bombeiro voluntário na secção de Penamacor em Meimão (pese o facto de ter pouco tempo disponível para o voluntariado).

A Guarda: Como é que foi o seu percurso académico?

César Nascimento: A escola primária foi realizada na Covilhã (Externato de Stª Maria e na Escola Primária do Refúgio) e mais tarde Alcaria. O primeiro ano do Cíclo ( 5º ano) foi na Telescola de Alcaria. No ano lectivo de 1985/86 entrei para o 6º ano de escolaridade no Seminário Menor do Fundão onde aí concluí o 9º ano. Entrei para o Seminário Maior da Guarda para frequentar o ensino Secundário e aí concluí o Curso de Teologia. Porque o Seminário não conferia a habilitação de licenciatura em Teologia, matriculei-me na Universidade Católica do Porto onde me foi conferida a respectiva licenciatura no ano 2000 (com tese subordinada ao tema “História da Formação Presbiteral e a implementação do II Concílio do Vaticano nos Seminários da Diocese da Guarda”. Mais tarde matriculei-me no Mestrado em Educação na UBI – Universidade da Beira Interior tendo concluído a Pós-Graduação. No ano em que ia realizar e elaboração e defesa da tese na referida universidade fui nomeado Coordenador/director deste departamento tendo adiado a conclusão da mesma. Neste momento encontro-me matriculado no curso de Profissionalização em Serviço em Ciências Religiosas em Viseu.

A Guarda: E o percurso como sacerdote?

César Nascimento: Após a minha saída do Seminário Maior da Guarda fui colocado em Estágio Pastoral na Paróquia de S. Miguel da Guarda, enquanto estudava na Universidade Católica Portuguesa no Porto. Após estágio o sr. D. António nomeou-me como membro da Equipa Formadora do Seminário Menor do Fundão onde permaneci quatro anos e nessa permanência fui ordenado presbítero no ano de 2000. Durante esse tempo fui colaborador ainda nas paróquias de Castelejo, Souto da Casa e fiz parte da Equipa do Pré-Seminário. Em 2002 fui nomeado pároco das freguesias de Alfaiates, Rendo, Malcata e Meimão, Mais tarde seria ainda nomeado para Nave em acumulação. Durante 3 anos fui ainda vigário paroquial de Aldeia Velha, Aldeia do Bispo, Lageosa, Forcalhos, Aldeia da Ponte, Bismula, Badamalos e Vilar Maior. Vivi em comunidade com um colega sacerdote em Aldeia Velha (concelho de Sabugal), sendo ele também vigário paroquial das paróquias a mim confiadas. Em 2005 sendo já bispo da nossa diocese da Guarda o sr. D. Manuel fui transferido e novamente nomeado para as paróquias de Malcata e Meimão em conjunto com Santo Estêvão, Moita e Casteleiro. Mais tarde acrescia-se a paróquia do Vale da Senhora da Póvoa, tendo fixado residência na freguesia de Malcata até agora.

A Guarda: E como professor?

César Nascimento: Quando em 1998 fui nomeado membro da Equipa Formadora do Seminário Menor do Fundão leccionei HGP (História e Geografia de Portugal) e Área projecto. Desde o ano 2002 que lecciono a disciplina de EMRC (tendo estado no primeiro ano a leccionar no Colégio da Cerdeira e nos demais anos nas escolas oficiais do Sabugal).

A Guarda: O que é e para que serve o Departamento do Secretariado Diocesano da Educação Cristã?

César Nascimento: O DDERE, Departamento Diocesano do Ensino Religioso Escolar serve para coordenar o ensino de EMRC nas escolas oficiais e privadas que se encontram na diocese. Tem por missão a colocação/nomeação, orientação e formação contínua dos professores da disciplina. É o órgão diocesano que serve de entreposto entre o Ministério de Educação e as Escolas no que concerne ao ensino religioso católico. Superintendido pelo bispo diocesano e pelo Coordenador/Director, este departamento é o órgão de responsabilidade legal do Ensino Religioso perante o ME (Ministério da Educação).

A Guarda: Quem é que pode ser professor de Educação Moral Religiosa Católica?

César Nascimento: Para se ser professor da disciplina de EMRC é necessário ter habilitação própria na área (licenciatura em teologia ou em ciências Religiosas). Como na diocese não existe número suficiente de professores com essa habilitação temos de recorrer a professores de outras áreas. Com a legislação actual, o Departamento está a fomentar a ideia de que todos os professores rapidamente tenham todos a habilitação própria com a respectiva profissionalização, sem a qual não poderão leccionar a disciplina. Além destes requisitos terão de ter idoneidade, compromisso de vida cristã. Um professor de EMRC não pode ser um simples professor que chega à Escola e “descarrega” os conteúdos programáticos e vem-se embora. Tem de procurar estar envolvido com toda a Comunidade escolar e dar um contributo para a humanização da Escola.

A Guarda: Quais as principais dificuldades que encontram os professores de Educação Moral Religiosa Católica?

César Nascimento: Encontram-se dificuldades em várias frentes. A disciplina é facultativa e como tal a sua apresentação é diferente. Muitas vezes as crianças e jovens colocam em questão a utilidade de se inscreverem na disciplina e muitas outras vezes são os próprios encarregados de Educação. Muitas Direcções Escolares dificultam o trabalho do professor de EMRC nomeadamente colocando o seu Estatuto em causa e elaborando horários que obrigam a grande ginástica mental e física ao professor. Existem escolas que não cumprem os decretos-lei e despachos, emanados do Ministério da Educação, quer na constituição de turmas quer na atribuição do horário ao professor. O número ainda elevado dos professores que não possuem habilitação própria, por vezes a falta de dinâmica, o desalento criado ao longo dos tempos pela falta de motivação e de alegria, são causas que vêm de dentro. A sociedade secularizada, a visão de que a disciplina é uma “aula de catequese”, a pouca importância dada aos valores e conhecimento da fenomenologia religiosa, tornam a missão do professor de EMRC um autêntico desafio.

A Guarda: Para este ano lectivo, há muitos alunos inscritos na disciplina de Educação Moral Religiosa Católica?

César Nascimento: Neste momento ainda não nos é possível averiguar o número de alunos, mas pelas nomeações já efectuadas podemos concluir que houve um aumento visível das turmas para a leccionação da disciplina.

A Guarda: Considera que os padres deveriam estar mais ligados ao ensino ou não é necessário?

César Nascimento: O Departamento do Ensino Religioso Escolar abrange apenas as aulas de EMRC nas escolas. Neste momento dos 50 professores de EMRC pertencentes a este departamento apenas quatro padres e um diácono leccionam a disciplina não sendo nenhum efectivo. Há dioceses em que os padres constituem a maioria do corpo docente não sendo essa a aposta para esta diocese. Já temos muitos leigos com formação na área, muitos já efectivos à escola. O ensino requer cada vez mais uma formação e habilitações específicas e pedagógicas. Porque o ensino “prende” cada vez mais os professores às escolas, é normal que os padres não consigam ter disponibilidade para tal. Aliás o ensino de EMRC nas escolas deve ser prioridade de quem cumpre essa missão. Contudo e porque vivemos numa sociedade alheada aos valores da cultura judaico-greco-cristã, penso que os padres deveriam estar presentes nos vários âmbitos da sociedade civil. Um “padre para uma paróquia” já não é modelo de apresentação. A paróquia está alargada a um conjunto vasto na actividade humana e o padre terá de acompanhar essa mudança. Penso por isso que deveria haver sempre padres ligados ao ensino, não apenas religioso mas nas várias áreas do saber. Creio que mostrariam melhor ao mundo que estavam presentes na vida e na actividade humana. É necessário ter coragem para formar os padres em várias áreas da formação humana para que o curso de teologia não caia num vazio intelectual e possa correlacionar-se com outras fontes do saber. Pior do que o medo de ter padres com habilitações, cursos e formações distintas deveria ser o medo de ver um padre acomodado a um grau académico em teologia e fechado em si mesmo, não aproveitando esse curso para “dialogar” com outros saberes.

A Guarda: Como é que vê a actual falta de padres na Diocese da Guarda?

César Nascimento: Há dois factores. Um Externo e um interno. O factor externo diz-nos que vivemos numa sociedade pós-moderna onde o relativismo impregnado faz com que tudo o que tenha a haver com dados não experimentados onde não se pode re/tirar proveito imediato para usufruto não tenham valor. O imediato, o individualismo, a crise de valores, a crise de identidade cultural e religiosa leva a um afastamento de tudo o que fale de Deus. Ao mesmo tempo pode-se apontar razões de ordem interna. O modelo de padre apresentado não atrai, a sobreposição da utilidade prática na gestão diocesana ofusca a identidade do ser individual como único e irrepetível. O padre deixou de ter o status que tinha em outras décadas e não sabe agora o lugar que ocupa. A libertação do estereotipo que se tinha poderia ajudar o padre de hoje a encontrar novas formas e maneiras de desenvolver a sua missão. Para isso é determinante que cada um se encontre antes de mais como pessoa humana e só depois ocupar um lugar com uma missão específica na Igreja. O facto de neste momento vivermos um período de mudanças torna-se imperativo que se saiba o que se pretende do padre hoje em dia. O que é que os fiéis e o mundo pretendem dele e o que é que a Igreja também quer.
É preciso definir o modelo de padre, não nos esquecendo que terá sempre de haver lugar para a auto-criação e recriação. O modelo não pode ser imposto de “cima” mas tem de ser sensibilizado e enraizado na realidade da vida. Existem questões tais como o celibato obrigatório que deveriam ser revistas e serem bem ponderadas. Quando somos crianças sonhamos ser aquilo que mais nos atrai e mais chama a nossa atenção. Teremos de ser atractivos para um mundo que necessita de padres mas não dos padres que tantas vezes queremos impor.
A maior parte das dioceses do país e um pouco por todo o mundo ocidental sente a falta de vocações sacerdotais, mas teremos de nos concentrar na nossa própria diocese e reflectir seriamente sobre essa questão. A diocese da Guarda, na década de sessenta e setenta, sentiu uma profunda crise vocacional e as razões não são muito distintas daquelas que hoje vivemos. Basta parar, olhar e reflectir. No meio de tantas causas para a falta de padres na nossa diocese encontramos razões que nos são distantes mas não podemos ignorar o que passa debaixo do nosso tecto e todos nós, começando por quem tem maiores responsabilidades na orientação diocesana, deveríamos reconhecer a nossa culpa e o erro para apontarmos novos caminhos, concretos, objectivos, realistas e com visão de futuro.

Consulte aqui a entrevista:

http://www.jornalaguarda.com/index.asp?idEdicao=316&id=16848&idSeccao=4164&Action=noticia

8.12.07

EIS O HOMEM!

QUEM AINDA SE LEMBRA DESTE HOMEM?

Todos os que nasceram nos anos 60 e os anteriores a essa data conviveram com este homem que Deus enviou para Malcata. O Pe.Lourenço foi pároco de Malcata durante muitos anos. Os tempos eram outros e eu estou a vê-lo sentado nas "escaleras" mesmo ao lado da Torre do Relógio numa daquelas conversas filosóficas e teológicas com o Ti Varandas ou com o Rui Varandas e o Louro. As ideias eram contrárias e o Pe.Lourenço defendia-se com unhas e dentes e a luta de ideias filosóficas e teológicas era uma constante.
Naqueles tempos, um padre não entrava na taberna mas, andava por lá perto e era pela torrinha que muitas vezes passava o seu tempo livre. O seu fim e a sua partida para o outro mundo foi inesperado e invulgar. Foi encontrado inanimado no interior da sua casa paroquial, a casa que ainda hoje está ao lado da igreja paroquial, que nessa época servia de residência paroquial. Foi ele, que um dia, em pleno Verão, tempo de calor e roupas frescas, quando entrei na igreja para assistir à missa, olhou para mim e vendo que a minha camisa não tinha mangas( era de meia manga) me chamou a atenção, corei e levei raspanete porque "isso não é digno de entrar na igreja"...outros tempos...outros "mandamentos" que hoje sabemos não fazerem parte das "leis" que Deus aconselha ao homem. Mas, outros "mandamentos" para outros cristãos da minha idade e mais velhos este padre decretou e a alguns conseguiu convencer a segui-los, tendo alguns andado pelos corredores dos seminários sem nunca terem encontrado aquilo que outros desejavam e queriam. Mas, hoje são Homens e têm dignificado o seu bom nome.
Hoje, tudo é diferente e o cristianismo continua a transformar as vidas dos malcatenses e Deus enviou o Profeta César Cruz que tão sabiamente tem anunciado a Boa Nova.

28.9.07

OS SABUGALENSES PRESTAM HOMENAGEM AO PADRE SOUTA

HOMENAGEM AO PADRE SOUTA
DIA 30 DE SETEMBRO DE 2007
PROGRAMA OFICIAL:
16:00- Saída do cortejo da Igreja de São João(Sabugal)
16:30- Eucarístia solene
18:00-Actuação do Grupo Etnográfico do Sabugal, Grupo Coral, Grupo Cantares
do Sabugal...
Homenagem das Entidades oficiais seguido de um lanche aberto à população.