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19.5.23

À DESCOBERTA DE MALCATA

                                                            MALCATA e as minhas histórias

Praça do Rossio-Casa de habitação

   Malcata é uma freguesia situada no Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda, no com cerca de 330 habitantes. Era no passado composta pelos seguintes lugares: Rua de Baixo, Rua da Ladeirinha, Rua do Meio, Praça do Rossio, Moita, Rasa, Tapadinha, Barreirinha, Courela, Fonte Velha, Camões, Soitinho, Carvalhão, Cabeço, Fontainhas, Eiras, Vazão, Fraga, São Domingos, Bradará, Ferrerias, Cholrreira,
Chãos da Presa, Cabeço Castanheiro, Veigas, Apartadeira, Vale da Ursa, Curral dos Porcos, Rebiacé, Ribeiro Grande, Várzea, Cavadas, Gorgulão, Pradinho, Ninho das Corças, Relva das Casas, Poceirão, … e tantos outros… Hoje, muitos destes lugares deram lugar a ruas e algumas continuam como estavam. Lembro que a electricidade foi ligada pela primeira vez à Fonte Velha, que era onde estava a primeira “cabine”! Um dia também chegou à casa dos meus pais! Nem toda a gente aderiu à electricidade dentro de casa; desde essa altura passámos a ter luz pública, para iluminar os caminhos de terra batida ou calçada e hoje todos calcetados
. Vivíamos numa terra sem luz eléctrica, com um telefone público, sem rádio e sem TV.  Eu, e os `putos´ do meu tempo, íamos ver TV a preto e branco para a taberna do Ti Quim Ruvino, outros iam para as outras tabernas que havia na freguesia e ao pé de casa via, com a minha mãe, a tourada e os teatros na casa da Ti Navalhinhas, que era a casa pegada à Ti Lucinda, na Rua do Carvalhão. Uns tempos depois, lá tivemos uma televisão a preto e branco e a RTP. Hoje, temos Fibra Óptica, televisão LCD e mais de uma centena de canais a cores.
Rancho folclórico de Malcata
                                                                
Procissão 

11.5.22

MALCATA: CONTRIBUTO PARA A SUA HISTÓRIA

 


Data das obras levadas a cabo
pela Câmara Municipal do Sabugal, em Malcata



       A Fonte da Torrinha (das Bicas)


   Poucos serão (infelizmente) aqueles que, não sendo naturais ou não residam em Malcata, conheçam a Fonte da Torrinha (Fonte das Bicas ).
   É uma fonte que merece ser visitada e conhecer um pouco a sua história, que começou antes de 1937.
   Como curiosidade, e para a história desta fonte, existem documentos em arquivo que registam que esta fonte foi assunto discutido em várias reuniões da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Concelho do Sabugal, realizadas em 1935, 1936 e 1937.
   A inscrição “1937” que ostenta um das pedras de granito  é, no meu entender, referente ao ano civil de início da entrada em serviço de abastecimento público de água potável à freguesia, isto tendo presente que, a obra da fonte fez parte dos assuntos tratados em anos anteriores pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Sabugal, que nos dá alguma informação do decorrer da obra. Ver cópia da acta de 1935:
   




Livro de actas da CMS em 1935
                                                                                +++
+
       As fontes noutros tempos tinham enorme importância na vida quotidiana das pessoas, particularmente as populações das nossas aldeias. E em Malcata essa forma de olhar para uma fonte grande ou fontinha bem mais pequena, permitiram garantir o abastecimento de água às pessoas e aos animais que com eles trabalhavam. 
       Na nossa freguesia a água é tão importante como ter boa saúde. E apesar desta importância que têm por este recurso natural, permanecem alguns maus hábitos no seu uso, caindo algumas vezes em atitudes contrárias ao respeito que este escasso recurso merece.
       Porque a água é indispensável, cada vez mais escassa, devemos ver  nas fontes, nas torneiras e nas diversas estruturas que conduzem a água até onde precisamos dela, bem como aqueles locais emblemáticos e tão característicos da nossa aldeia, onde sabe bem beber um copo de água fresca e limpa, com respeito e tudo fazer para os manter e preservar, procurando dessa forma dar continuidade às coisas boas que nos legaram aqueles que nos antecederam e que, por necessidade e amor à coisa pública, tanto trabalharam gratuitamente.
PS: Tema a continuar com ... António Nita e a sua luta pela água ao povo!
        Não deixe de ler!

  

Quem tiver mais informações que o diga!
   

                                                      José Nunes Martins


4.7.18

MALCATA: COM FAMA MAS SEM PROVEITO

                                           
                                             
                                                  SENTADOS NA PRAÇA DO ROSSIO

  

    
A aldeia de Malcata mantém-se no mesmo lugar e a serra lá continua a proteger o povoado. A tranquilidade que se vive nesta aldeia, apesar das eólicas, convida os visitantes a olhar para a paisagem e dali não sair até ao cair da noite. Ao entrar na aldeia os nossos olhares focam-se nas curvas da Serra da Malcata, nas eólicas e no azul da água que enche a albufeira da barragem e em cujas profundezas moram moinhos, lameiros, ponte velha e o nicho da Senhora dos Caminhos.
   O coração de Malcata é um lugar com história e muitas histórias, conversas de rua e de café, de ver quem passa e falar de fulano e sicrano, de cartas e jogos tradicionais, de comércios e de festas, de água fresca e sol e sombra. Para uns é o Rossio, para outros é a Torrinha. E quem olhar para a torre do relógio, ali presente desde 1959, fixar o olhar na pequena pedra em mármore, uns palmos abaixo do painel de azulejos, ao ler Praça do Rossio, não tem que se preocupar porque dos três nomes qualquer deles está bem.
  
José Nunes Martins
josnumar@gmail.com

27.7.15

MALCATA: AS SUAS GENTES E HISTÓRIAS


Quem foi Jerónimo Gonçalves Pedro? E Maria Adelaide Martins? Se acrescentar que o senhor Jerónimo foi Cabo da Guarda Fiscal no Sabugal, tendo exercido as funções de Comandante do Posto da Guarda Fiscal em Malcata até à saída de uma lei que o proibiu de continuar no município da qual era natural a sua mulher, o que era o caso da esposa, Maria Adelaide Martins, nascida no Sabugal.
   A 11 de Maio de 1932, deste casamento, nasceu um rapaz de nome José Martins Gonçalves Pedro. Foi para o Seminário do Fundão, ingressou na Faculdade de Teologia da Guarda e aos 23 anos cantou a sua primeira missa na Capela das Aparições, em Fátima.
   Em 1991, numa visita que o Padre Miguel ( do Meimão…) e o Padre José Pedro fizeram à Dona Dulce, a irmã do Padre Miguel, que vivia ali à Courela, em Malcata, num desabafo do Padre José Pedro, este terá comentado que “alguns diziam que eu cantaria missa só quando as galinhas tiverem dentes! Pois bem, as galinhas ainda não têm dentes e eu já cantei missa!”
   A 10 de Outubro de 1966, o padre José Pedro partiu para França e ficou destacado numa paróquia nos arredores de Paris. Todos gostavam dele e do seu trabalho. E a 3 de Janeiro de 1970, o padre deixou o sacerdócio e casou-se.
   O padre José Pedro deixou a sua marca no Sabugal. Os mais velhos atribuem-lhe a ele e às palavras usadas numa das suas homílias no Santuário da Senhora da Graça, ele disse ao povo que era uma vergonha aquele lugar não ter uma estrada em condições. Ora, estas palavras provocaram de todos e a estrada construiu-se.
   José Martins Gonçalves Pedro faleceu em Léon, Espanha, a 27 de Janeiro de 2010.
   Nota:Voltarei ai assunto, pois há mais para revelar. Se algum leitor souber mais sobre esta família, envie a sua participação para aqui.

Busto do Padre José Pedro, em Aldeia do Bispo(Penamacor)
( Obra do escultor Eugénio Macedo )

25.2.15

MALCATA: CASA DAS MEMÓRIAS


Continuo num desassossego que não me deixa sossegado. Estou bem distante da minha terra, mas dou comigo a pensar no que se estará a passar por aí. Não sei se estou a raciocinar bem ou se estou a interpretar devidamente aquilo que se está por aí a passar. Mas mesmo longe daí ando preocupado com as pessoas, com o que outras pessoas andam a querer fazer contra a vontade de muitos.
Malcata está a ficar irreconhecível e os mais novos já não fazem ideia como viveram os seus avós, ou os seus pais. Por isso, há que fazer alguma coisa para preservar a memória e para que ela não se perca totalmente. Uma das maneiras de guardar esses tempos de outrora seria a Junta de Freguesia de Malcata adquirir uma ou várias casas em pedra de xisto, por exemplo, uma daquelas casas da Rua da Ladeirinha. Não seria uma boa aposta e uma forma de guardar e poder mostrar o passado da nossa aldeia?
Entrar numa casa antiga, toda restaurada e poder ver a cantareira, o lavatório, as bancas na cozinha, as candeias e as cadeias, o caniço, as panelas em ferro…objectos que hoje já não são usados mas que eram os pertences dos nossos antepassados.

9.3.13

OS ESPAÇOS DA ALDEIA


O ESPAÇO PÚBLICO NA ALDEIA DE MALCATA


Que espaços públicos existem na aldeia?
Como é que eles se  encontram  hoje organizados e que transformações sofreram ao longo do tempo?

Qual a importância desses espaços  públicos  e a sua configuração, da sua envolvente e da sua adaptação às
novas necessidades das pessoas?

Quais as principais características que os espaços públicos devem possuir, de forma a responder eficazmente e com qualidade aos novos e futuros desafios de Malcata?

A PRAÇA DO ROSSIO

(Torrinha)



  A Praça do Rossio, também conhecida pela Torrinha, foi e ainda continua a ser o espaço público mais concorrido da aldeia. Desta praça partem, ou confluem, cinco das ruas principais da aldeia: Rua da Fonte, Rua do Carvalhão, Rua de Baixo, Rua da Ladeirinha e a Rua da Moita.



Início da Rua do Carvalhão

 Rua da Ladeirinha, ao fundo, para a direita e
Rua da Moita para a esquerda

 Rua da Fonte



Rua de Baixo



Praça do Rossio ( Torrinha )



 Fonte e tanques

 Torre do Relógio


 A Torre do Relógio

   A Praça do Rossio, sendo o espaço público com maior importância na povoação, não deve ser descurado, pois tem representado um modo de vida dos nossos conterrâneos ao longo de séculos.
   Este espaço tem funcionado como o local de festas, bailes, mostras gastronómicas, etc. E quem não se lembra dos encontros e das cartadas que se jogaram nesta praça? Este lugar ainda hoje continua a ser um lugar de encontros, de convívios. A presença da Torre do Relógio, a fonte e a água sempre fresca, os comércios do Ti Tó ( casado com a Ti Rosa ), o outro comércio, do Ti Varandas ( casado com a Ti Deolinda ), muitos anos serviu como Posto dos Correios e até de posto de "enfermagem" que muitos nunca esquecem os saberes e os dons do Ti Varandas. Também nesta praça existiu a taberna mais conhecida da aldeia e não só, onde eu em garoto, via televisão, os adultos bebiam os quartilhos ou traçados, tendo sido mais tarde, o primeiro sítio a servir café expresso, muitos chamavam "bica". Esta taberna do Ti Joaquim "Rebino" e da Ti "Benbinda" muito contribuíram para que este local fosse o centro da terra.
   Era nesta praça que os homens se encontravam. Então aos domingos, no fim das missa, todos paravam por aqui e por aqui ficavam na conversa, bebiam uns copitos e as mulheres juntavam-se nas bancas dos vendedores que apareciam por aqui com as carrinhas a vender frutas, calçado, roupas, às vezes lá aparecia um latoeiro e quem tivesse caldeiros rotos ou quisesse comprar um novo, ou comprar uma almotelia para o azeite, ou comprar uma candeia nova, era de aproveitar.
   Hoje, já não é a mesma coisa.
   E tanto mais que eu tinha para escrever sobre a praça do Rossio, a fonte, o forno do pão. É por isso inquestionável a necessidade de olhar para este espaço público e estudar a forma de manter, preservar e melhorar este mesmo local continuando como sítio de encontro de pessoas.
   Olhando para o espaço da praça, observando as construções que rodeiam o Rossio e a Torrinha, que vos parece? Está bem como está? As casas e a sua conservação contribuem para valorizar este espaço público, ou pelo contrário, está a necessitar de intervenção urgente?

 
   




21.12.11

MALCATA, UMA ALDEIA COM HISTÓRIA


 Ir a Malcata, não fosse a família e os amigos, não seria uma viagem lá muito atractiva para fazer. E agora, com o pagamento de portagens mais desanimador se torna visitar uma terra do interior do nosso país e que continua desconhecida por muita gente.
   Malcata é uma aldeia aconchegada por montes verdes de um lado e um enorme espelho de água do outro. Para que a aldeia não caia, está amparada de um lado pela Serra das Mesas e do outro pela alta e fria Serra da Estrela, ficando a Serra da Malcata e a sua Reserva Natural  um pouco escondidas e talvez por esse motivo as torres eólicas estão lá a  crescer quase ao mesmo ritmo das árvores, sendo até uma espécie preferida pelos engenheiros em detrimento da plantação e preservação de outras espécies, como os sobreiros, as medronheiras e até destruindo o habitat natural do lince ibérico, aquele que já foi o mais ilustre habitante da serra da Malcata.
   A aldeia sempre esteve ligada à serra e durante muitos anos não as pessoas souberam tratar dela e ainda hoje é um dos locais mais conhecidos. Mas as pessoas não viviam na serra porque é muito alta, fria no inverno e então construíram as primeiras casas ali entre a Rua de Baixo e a Rua da Ladeirinha, indo também morar para a Rua do Meio. Os casais nessa altura trabalhavam as terras e passavam as outras horas à volta da lareira, à luz das candeias de azeite, mais tarde dos candeeiros de petróleo. Como não havia electricidade, ninguém tinha televisão e deitavam-se mais cedo do que agora. Ora os casais novos, deitados naqueles colchões de palha, duros, com cobertores por cima por causa do frio, enroscavam-se um no outro e muitas nove meses depois a família estava mais numerosa. Daí que a aldeia teve necessidade de se expandir até ao Cabeço, para o Carvalhão, para a Moita, para o Soitinho e ainda hoje continua o seu crescimento, mas muito mais lento.  Mas os braços já chegam à Rasa, à Senhora dos Caminhos e à Fraga.
   Apesar deste seu crescimento, continua a manter o seu núcleo central na Praça do Rossio, também conhecida por Torrinha e que se espalha até à Igreja Matriz. A Rua da Ladeirinha está ainda rodeada por casas construídas em pedra de xisto. Atrevo-me a afirmar que juntamente com a Rua da Moita, são o centro histórico da aldeia. Não é um núcleo rico, mas o património ainda ali existente, é um precioso testemunho histórico que merece ser protegido, preservado e é fundamental  manter como lugar de atracão para quem  visita a povoação e também para as gerações vindouras da terra.
  

30.3.11

A BATALHA DO GRAVATO


NOTA DE IMPRENSA da Câmara Municipal do Sabugal:
A Câmara Municipal do Sabugal promove nos próximos dias 2 e 3 de Abril, as Comemorações dos 200 anos da Batalha do Sabugal, com um diversificado conjunto de iniciativas, em colaboração com o Exército Português.
No sábado, 2 de Abril, às 14h30, realizar-se-á no Auditório Municipal, o lançamento dos livros “A Batalha do Gravato-Narrativas do Famigerado Combate do Sabugal” de autoria de Manuel Morgado e Marcos Osório e “Sabugal e as Invasões Francesas” de Manuel Francisco Veiga Gouveia Mourão, Joaquim Tenreira Martins e Paulo Leitão Batista.

Ainda no Auditório, às 15h00, terá início o Encontro Temático “Sabugal e as Invasões Francesas” com intervenções do Dr. Adérito Tavares, Dr. Joaquim Tenreira Martins, Dr. José Alexandre Sousa, Dr. Paulo Leitão Batista e Tenente-Coronel de Engenharia José Paulo Berger.
Pelas 21h00, no Auditório, terá lugar um concerto pelo Grupo de Música de Câmara da Banda Sinfónica do Exército.

No dia 3, domingo, às 09h30, nos Paços do Concelho, terá lugar a Cerimónia de Hastear da Bandeira com Honras Militares seguindo-se, pelas 10h00, a inauguração de Memorial no local do combate (Sítio do Gravato). Às 11h00, na Rotunda Batalha do Sabugal (EN 233), decorrerá a Cerimónia Militar com Inauguração de Monumento Evocativo de autoria do escultor Augusto Tomás, Deposição de Coroa de Flores, Cerimónia de Homenagem aos Mortos e evocação histórica pelo Tenente-Coronel Urze Pires.
Após a realização da Missa pelos Mortos em combate, na Igreja Matriz de S. João, terão lugar, a partir das 15h00, junto ao Castelo do Sabugal, os Festejos Comemorativos da Vitória com a presença de diversos grupos musicais e de animação de época.