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11.1.15

MALCATA QUE FUTURO ?

 



  A energia eólica está em expansão no nosso país e um pouco por toda a Europa. Fazem-nos acreditar que se trata de uma fonte de energia limpa e amiga do meio ambiente, das pessoas e reduz a emissão de CO2 para a atmosfera.
   São vantagens  em favor da instalação de torres eólicas e claro, do investimento na construção dos parques eólicos .
   E será que não tem desvantagens? Por exemplo, a construção desenfreada de parques eólicos ocupando os cumes das serras portuguesas, na sua maior parte, situadas no interior do país, não terá também impactos ambientais, sociais e económicos? Já pensaram na quantidade de coisas que se têm que fazer, desde o fabrico das torres eólicas à instalação dos parques eólicos? Começa logo por todos os promotores recorrerem à ajuda da União Europeia, fonte de dinheiros para pagar os investimentos e a oportunidade dada não pode ser desperdiçada, mesmo que essa energia não seja necessária, ou se determinado parque eólico, por erros de projecto, se veja forçado a aumentar o seu número de aerogeradores, aumentando dessa forma os lucros dos investidores. E claro, como os parques estão construídos em terras das regiões rurais, os agricultores, coitados, velhos e cansados, sempre que lhes acenam com uma “ventoinha”  que passará a ser a sua galinha poedeira, mas desta vez nem sequer a tem que alimentar com milho ou farelo, pois todos os anos no ninho ( conta bancária ) ser-lhe-ão depositados os ovos dourados em euros, mesmo que sejam de classe mais abaixo do merecido, torna-se fácil convencer a opinião pública  das vantagens e só vantagens, da existência dos parques eólicos.
   Começamos pelos contratos feitos com os agricultores. São sempre favoráveis aos angariadores, logo vão agradar também às empresas promotoras. Alguns dos agricultores mal entendem o que estão a assinar e apenas lhes é dito que é tudo legal e que todos os anos receberão uma renda por terem permitido plantar a “ventoinha” naquela terra lá longe, ali junto à serra e que até já não cultivavam e por isso a encheram de pinhos. E se em vez de pinhos, que sempre dão alguma despesa para manter o pinhal limpo e afastar um possível e imprevisível incêndio, lhe plantam uma torre em ferro para dar luz ao país e mesmo sem sair de casa, ganhar alguns cobres, que se dane tudo e que ponham lá a tal ventoinha!
   Quem não gostou da invasão das torres eólicas, do movimentos das suas hélices e dos ruídos que provocam quando estão em funcionamento, foram as aves, as abelhas, os coelhos, os lobos, as perdizes, os gaios, os milhafres, os grifos, as águias e nunca mais o lince voltará a sentir-se bem na casa que em tempos lhe foi oferecida, a Reserva Natural da Serra da Malcata.
   Querem mais impactos negativos?
   Sabem quantas toneladas de ferro são necessários para aguentar de pé, hirta e segura,  uma torre eólica? Parece que são necessárias 60 toneladas de ferro, 450 m3 de cimento, 40 viagens de camiões de transportes especiais e camiões “betoneira”, 150.000 litros de água…e muito mais, muito mais!
   Tudo isto não altera a paisagem? Façam uma visita à aldeia histórica de Sortelha e observem o que vêem quando andam lá em cima das muralhas. Prossigam viagem até à Serra da Malcata, mas não entrem por Penamacor. Façam mais uns quilómetros e apanhem a Estrada Nacional 233, sigam em direcção a Malcata, Serra da Malcata. Basta andar uns 500 metros e olhar a paisagem que vai surgindo aos nossos olhos. É assustador o que observamos  e  o que para uns é desenvolvimento e progresso, para outros é destruição, violação, desassossego .
   E dizem que é o progresso.
   Se o progresso é não respeitar a vontade daqueles que se expressam contra a instalação de mais 6 torres eólicas, porque se estão a sentir incomodados com as 19 que já existem, porque lhes roubam o direito a uma vida sossegada, calma e tranquila e porque desejam continuar a viver com saúde e não precisam que os atormentem mais do que os tormentos que já passaram quando lhes alagaram as terras, quando construíram a barragem, lhes impedem e exigem que respeitem os limites da reserva natural, pondo-lhes sempre dificuldades para realizarem anualmente o encontro com a serra, na tradicional festa da carqueja, exigindo autorização para tudo e com respostas lentas, sabendo todo o povo o desleixo a que deixam as casas florestais e a apatia total pela invasão desta nova energia limpa...só me resta perguntar: o que ganha Malcata?